Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

By tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... More

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 25

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By tamires_menaldo

Tribunal do Santo Oficio



Os caçadores na Floresta da Lua ao avistarem os parceiros mortos, sem compreenderem como aquilo acontecera, resolveram recuar a busca pelos bruxos e retornaram para o Tribunal do Santo Oficio.


Alexandre, que estava junto aos outros, ao chegar na fortificação da Santa Inquisição encaminha-se direto para a sala do Bispo Domênico, encontrando-o sentado à mesa.


- Com licença, Reverendo - diz o caçador batendo na porta e abrindo uma pequena fresta, por onde coloca apenas a cabeça para o lado de dentro.


- Entre.


O homem adentra o recinto meio encabulado.


- Conseguiram capturar os bruxos? - indaga o Bispo levantando-se de sua poltrona aveludada atrás da mesa e olhando mal-humorado para o outro, que estava com suas vestes, principalmente, sua capa cinza, toda esfarrapada e seus cabelos pretos amarrados em desalinho devido as buscas infrutíferas pela floresta.


- Não, Bispo.


- Então por que voltaram? - pergunta Domênico tentando conter a irritação.


- Porque encontramos alguns caçadores mortos pela floresta, sem explicação. Então resolvemos voltar para o Tribunal.


- Como assim? - O Bispo levanta um pouco o tom de voz franzindo o cenho.


- Acho que aqueles bruxos enfeitiçaram a floresta provocando a morte dos nossos; parecem estar mais fortes e nós precisamos de armas mais poderosas contra eles.


- Vocês se acovardaram? - esbraveja o Sacerdote descontente.


- Não queríamos perder mais homens sem saber com o que estávamos lidando naquela floresta - argumenta Alexandre sentindo seus dedos formigarem de raiva e sua pele acastanhada coçar devido a poeira da viagem empregnada em seu suor que escorria por suas têmporas e costas.


O caçador respira fundo tentando manter a calma.


- Cadê o Adrian? Quero falar com ele.


- Nós não o encontramos. Ele deve estar entre os mortos para não ter voltado.


O Bispo bate com força o punho fechado na mesa fazendo o outro estremecer pela atitude inesperada.


- Maldição - vocifera Domênico. - Saia daqui.


Após o caçador se retirar, o Padre Bartolomeu, que aguardava do lado de fora, entra no gabinete.


- Bispo, os condenados já estão prontos para as execuções de hoje e a população já espera na Praça da Fé para assistir ao Auto-da-Fé.


- Pode levar os condenados até a Praça e amarrá-los nas estacas que eu já vou, antes só preciso escrever uma mensagem urgente.


- Está certo - diz o Padre. - Eu vi que os caçadores retornaram, mas sem capturados.


- A caçada foi um fracasso, precisamos nos fortalecer, causar temor na população em relação aos bruxos para incentivá-las a denunciar.


- Não vi o seu protegido entre os caçadores.


- Pelo visto ele está morto.


O Padre em silêncio retira-se do gabinete, enquanto o Bispo senta-se em sua poltrona novamente, pega um pergaminho e uma pena mergulhando-a na tinta preta e começando a escrever sua mensagem endereçada ao Rei.



○○○


Castelo Forte dos Espinhos



Adrian acorda no meio do caminho rumo ao Castelo Real. Ele estava deitado a um canto do vagão com Dimitri ao seu lado e uns quatro cavaleiros mais afastados.


- Onde estou? - pergunta ele confuso, olhando ao redor.


- Encontrei você na floresta - responde Dimitri.


Adrian olha para o outro ao seu lado.


- Dimitri?! - indaga ele semicerrando os olhos.


- Que bom que me reconheceu - brinca o cavaleiro sorrindo. - Fui eu que o tirei da floresta para salvar sua vida.


- Achei que morreria - confessa o caçador colocando a mão em seu ombro no lugar onde foi ferido e percebendo que estava curado. - Estava pronto para morrer.


- Pelo visto ainda não era a sua hora.


- O que houve? - pergunta Adrian sentando-se, vagarosamente, pois ainda sentia-se atordoado.


- Encontrei você muito ferido na floresta e, ao te reconhecer, o levei para o Mosteiro da Graça - e abaixando o tom de voz -, lá pedi para uma bruxa te curar.


O caçador olha espantado para Dimitri.


- E ela fez isso? - O rosto de Freya vem em sua mente.


- Sim, tanto ela quanto eu queríamos saber a razão de você ter matado seus próprios parceiros.


- Como sabe disso?


- Você mesmo me disse isso na floresta, não se lembra?


- Não, minha mente está confusa.


- Então você devia estar delirando pela febre.


- Você sabe quem é a bruxa que me curou?


- O nome dela é Diana, é só o que sei.


- Gostaria de ter tido a oportunidade de agradecê-la.


- Você vai ter: ela assim como nós, está indo para o castelo.


- Que castelo? - questiona Adrian arqueando uma das sobrancelhas.


- Estamos indo para o Castelo Real.


- Eu não posso ir para lá. - Adrian tenta se levantar, mas Dimitri o faz sentar novamente. - Pelo o que fiz, me tornei um traidor da Igreja.


- Então você realmente matou aqueles caçadores?


- Sim. - A confissão sai em um sopro quase inaudível.


- Por que?


- Para proteger a localização dos bruxos.


- Mas você, como caçador, não estava ali exatamente para capturá-los?


- Não era o que eu queria fazer.


- Bom, somente eu e você, e claro a bruxa que te salvou, sabemos o que fez - diz Dimitri com a mão no ombro do outro. - Vamos pedir que o Rei te abrigue, sem dizer o verdadeiro motivo pelo qual precisa disso.


- Sua Majestade me conhece, ele sabe o que sou; qual seria a desculpa para que o Rei me abrigasse?


- Não sei, pensaremos nisso quando chegarmos no castelo.


Adrian, ainda cansado, volta a deitar-se e acaba adormecendo novamente.



Em algumas horas, a comitiva Real chega ao Castelo Forte dos Espinhos


Enquanto o Rei junto aos bruxos que serão abrigados, descem, do vagão que os acomodava, em frente a escadaria da entrada principal, os cavaleiros seguem em seus vagões para a Torre da Cavalaria.


Dimitri com ajuda de dois cavaleiros levam Adrian para o seu aposento e o deitam em um dos colchões vagos.


- Quem é ele? - indaga Patrick, que dividia o aposento com Dimitri e estava sentado em sua cama.


- Um amigo.


- O que aconteceu com ele?


- A história é longa, te conto depois - informa Dimitri. - Agora vamos a Sala de Jogos nos divertir um pouco enquanto ele descansa, assim você aproveita e me conta como foi as negociações com meu pai.


Patrick levanta-se e os dois saem do quarto, deixando Adrian dormindo.



Henrique acompanhado dos bruxos são recebidos no Grande Salão da fortaleza pela Rainha; Hector; Agnes e Beatrice, que se surpreendem ao avistar as crianças com Freya, Diana e Oliver adentrarem o ambiente.


- Seja bem-vindo de volta, meu Rei - o recepciona Cateline olhando curiosa para os visitantes, que estavam vestidos de maneira simplória.


Freya e Aimée olhavam boquiabertas para a imensidão e requinte do recinto, enquanto Diana ficava de olho nas outras crianças com a ajuda de Oliver.


- Quem são estes? - indaga Beatrice sem rodeios, apontando com o queixo na direção dos bruxos, que estavam parados mais atrás do Rei.


- Estas pessoas estavam no Mosteiro da Graça e precisavam de abrigo, já que perderam suas casas - explica Henrique. - Eu ofereci abrigo as crianças até que o restante deles, que ficaram na abadia, consigam encontrar outro lugar seguro para morarem.


- Vou pedir aos servos que os levem aos aposentos de hóspedes e providenciem tinas com água para se banharem - diz a Rainha com seus cabelos loiros soltos e caindo em cascata por suas costas.


- Nós agradecemos, Vossa Graça - diz Diana fazendo uma reverência e sendo imitada pelos demais.


Os servos conduzem os bruxos para o primeiro piso, pelos longos corredores até os quartos de hóspedes. Freya e Diana ficam em um quarto junto com as meninas e Oliver fica em outro com os meninos.


- É aqui que vamos morar agora? - indaga Aimée entusiasmada, já dentro do quarto.


- Será temporário, mas por enquanto sim - responde Diana olhando ao seu redor, para a mesa de leitura que estava a um canto perto da janela; a penteadeira posta em outra parede e a cama grande colocada no meio do cômodo.


- Não acredito que vou morar em um castelo - diz a menina saltitante.


- Será por pouco tempo - rebate Freya com expressão séria -, não se anime muito.


- Eu sempre quis conhecer um castelo por dentro - diz a criança ignorando o comentário azedo da outra -, nem estou acreditando que isto está mesmo acontecendo.


- Nem eu - suspira Freya, fazendo biquinho, desabando sentada no colchão de penas.


- Se não está feliz por você - repreende Diana -, pelo menos finja por Aimée - completa olhando na direção da garota que estava admirando tudo no quarto junto as outras meninas.


Freya também olha para Aimée e dá um meio sorriso para a tia antes de jogar o tronco para trás na cama macia.



O Rei ainda estava reunido com os outros no Grande Salão.


- Como meus hóspedes já estão acomodados e serão, devidamente, atendidos, vou descansar da viagem - diz o Rei fazendo menção de subir as escadas.


- Perdoe-me, Vossa Majestade - diz o Duque -, se não for um momento muito inoportuno, gostaria de conversar com Vossa Graça a respeito do noivado de Beatrice.


- Nesse caso, vamos até a Sala de Reunião, mas gostaria de pedir que fosse breve, Duque de Espirais.


Todos acompanham ambos até a Sala de Reunião do Conselho Real.


- Vossa Majestade, só queria lhe informar que o noivo de Beatrice já foi escolhido - diz Hector após adentrarem o cômodo, sem olhar para a filha, que o fitava em expectativa.


- Muito bem, Duque. Qual foi o seu escolhido?


- Escolhi o Conde de Salinas, Ricardo do Castelo Colinas de Sal.


- Aquele velho viúvo? - indaga Beatrice incrédula.


- Beatrice, tenha modos - repreende Agnes.


- O Conde foi o pretendente que ofereceu um melhor negócio - justifica o Duque.


- Eu não vou me casar com aquele velho - nega-se Beatrice fazendo menção de sair da sala.


- Beatrice - brada Hector fazendo a caçula estacar o passo perto da porta. - Eu sei que você queria que eu escolhesse o escudeiro de seu irmão. - Ela vira-se para o pai. - Como agora vai se tornar noiva do Conde, não quero que se encontre, novamente, com aquele rapaz. Se não me obedecer, terei que mandá-lo para longe para ser escudeiro de outro cavaleiro.


Beatrice apenas encara o pai com seus olhos castanhos faiscando de fúria e retira-se da sala batendo os pés pelo chão conforme andava de volta ao Grande Salão, então sobe os degraus rumo ao seu aposento no primeiro andar.


- O Conde já foi avisado sobre sua decisão? - indaga o Rei após a saída tempestuosa da garota.


- Sim e já marcamos a festa de noivado para daqui algumas semanas, que será realizada aqui na fortaleza se assim, Vossa Majestade, permitir.


- Tem minha permissão, Duque.


Sem mais delongas, Henrique sai da sala e encaminha-se até o seu aposento no segundo piso para, enfim, descansar da viagem.



- Você devia ir falar com sua filha - diz o Duque para Agnes assim que o Rei se retira.


- Sim, meu Senhor. - Agnes sai do cômodo acompanhada por Cateline.


Elas chegam ao quarto de Beatrice e batem na porta, como não obtiveram resposta, resolvem entrar sem permissão. A Rainha e a Duquesa adentram o aposento da outra no momento em que ela pegava um vaso de flores em cima da mesa de leitura e o arremessava contra a parede de pedra fazendo-o quebrar em pedaços pelo chão.


- O que está fazendo, Bea? - questiona Cateline assustada com a cena.


- Descontando a minha raiva - responde a outra olhando para o vaso espatifado no assoalho de madeira.


- Você foi muito malcriada com o seu pai na Sala de Reunião - adverte Agnes.


- Repito: eu não vou me casar com aquele velho. - Beatrice andava de um lado para o outro do quarto. - Ele não pode me obrigar a fazer isso.


- É assim que funciona, Bea.


- Eu não aceito - protesta ela parando na frente da irmã. - Entre os pretendentes, por que nosso pai foi escolher justo aquele velho?


- Por negócios, Bea. - Cateline pega Beatrice pelos ombros e a faz sentar-se na beirada da cama. - O Rei também é mais velho que eu. - Cateline tenta amenizar.


- Cat, não compare sua diferença de idade em relação ao Rei com a minha e aquele Conde.


- Filha - diz Agnes com firmeza -, você deve se desculpar com o seu pai pelo seu comportamento. O noivado será selado daqui há algumas semanas você querendo ou não.


Os olhos de Beatrice ficam marejados enquanto Cateline acariciava os cabelos dourados da irmã caçula.


- Por favor só me deixem sozinha - pede ela baixinho.


A Rainha e a Duquesa se entreolham, mas sem falar mais nada, decidem sair do quarto. Beatrice, ao se ver sozinha, se afunda na cama em meio aos travesseiros de pena chorando de raiva.


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