Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

By tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... More

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 14

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By tamires_menaldo

Floresta da Lua



Freya e Adrian caminhavam lado a lado e o caçador segurava nas rédeas do cavalo para fazer o animal os acompanhar. Eles estavam procurando algum lugar para se abrigarem.


- Pelo visto vamos ter que dormir ao ar livre esta noite - comenta Freya com expressão abatida.


- Fora de cogitação, não podemos nos arriscar ao ar livre.


- Eu sei, mas estou cansada de andar - diz ela arfando -, assim como estava sentindo meu corpo dolorido de ficar sentada em cima do cavalo.


- Temos que continuar andando - diz ele impassível.


- Depois que eu estiver em um lugar seguro, o que você vai fazer?


- Vou ao encontro dos outros caçadores que estão em caçada e depois voltar para o Tribunal com eles.


- E se alguém já descobriu o que você fez? - pergunta Freya olhando de soslaio para Adrian.


- Creio que não. No Tribunal todos acreditam que estou na caçada e os caçadores acham que tive uma missão extra, já que, às vezes, o Bispo pede para alguns caçadores verificarem denúncias fora do comum. Quando fui te resgatar, eu te tirei do subsolo através de uma passagem que poucos conhecem, mas eu a conheço, pois quando criança andava por todos os lados daquele lugar. Então ninguém me viu entrando e nem saindo de lá.


- Ainda queria entender por que você resolveu se arriscar assim por uma bruxa.


- Sinceramente, eu não sei, mas saiba que isso não vai se repetir.


- Você não me salvaria de novo?


- Não.


Freya dá de ombros e fica calada. Eles caminham mais alguns metros e encontram um pequeno abrigo.


- Acho que podemos dormir esta noite nesse abrigo - diz ela parando de andar.


- Vamos ficar expostos se ficarmos aqui - discorda Adrian.


- Mas é o melhor lugar que encontramos até agora - protesta a bruxa.


- Esse abrigo não é seguro.


- Eu posso fazer uma barreira de invisibilidade, ninguém vai nos ver enquanto estivermos do lado de dentro do abrigo - sugere ela. - Pelo menos até o sol nascer, depois a barreira se desfaz, pois, vou canalizar a energia da lua para fazê-la.


- Sua magia pelo visto vai servir para alguma coisa - suspira ele com desdém.


Freya ignora o comentário ácido dele e estende os braços, com as palmas das mãos viradas para cima, na direção da abertura do abrigo, fechando os olhos e concentrando-se.


Após alguns segundos, ela os abre novamente.


- Pronto - diz a bruxa abaixando os braços.


- Tem certeza que isso funcionou?


- Tenho.


Ela entra no abrigo e senta-se recostando-se na rocha. Adrian amarra o cavalo em uma árvore próxima e entra no abrigo sentando-se de frente para ela.


- Só nos resta descansar e esperar até amanhã para continuarmos.


- Estamos perto do vilarejo onde você mora.


- Eu sei. - Ela se acomoda no chão empoeirado fechando os olhos.


Adrian faz o mesmo e os dois adormecem.



No meio da noite, ambos escutam alguns ruidos vindo do lado de fora, Adrian levanta-se, rapidamente, com a mão no cabo de sua espada.


- Se você for lá fora e tiver alguém, vai poder te ver. - Ela levanta-se também.


- Mas não posso deixar que levem o cavalo - diz o caçador dando alguns passos mais para perto da abertura do abrigo -, sem ele nossa viagem será mais longa. - Ela faz menção de segui-lo. - Você fica aqui - pede ele fazendo um sinal com a mão.


Adrian sai do abrigo e vê a sombra de um homem tentando desamarrar o cavalo.


- Se eu fosse você não faria isso - avisa o caçador desembainhando a espada.


O homem se vira para ele com uma adaga na mão.


- Acha que estou sozinho?


Mais quatro homens saem de trás das árvores e havia um cavalo junto a um deles.


- Vocês são apenas saqueadores, então aconselho que vão embora.


- Não nos subestimem - desafia o homem tirando outra adaga do bolso de seu calção imundo.


Os outros seguravam machado, maça e espada.


O primeiro a atacar Adrian é o homem com as adagas, que avança tentando golpeá-lo no ombro, mas o caçador, habilmente, desvia do golpe e acerta a espada em uma das adagas fazendo o outro derrubá-la no chão. Com a outra adaga o ladrão tenta acertar Adrian na barriga, que movimenta a espada e faz um corte no braço do homem, que solta um grito agoniante. Então o caçador chuta o sujeito no abdômen fazendo-o se contorcer e cair ao solo urrando de dor.


Nesse momento outro dos homens arremete um golpe de machado na direção da cabeça de Adrian, que bloqueia o golpe no ar com a espada e se afasta girando o corpo para mudar de posição, então crava a lâmina nas costas do ladrão, que cai de joelhos gritando dolorosamente. O caçador dá um chute nele fazendo-o tombar entre as folhagens no chão e puxando a espada de dentro de seu corpo.


Freya sai do abrigo e dois homens com maças na mão vão em direção a ela. Adrian dá um passo se dirigindo a bruxa, mas sente uma lâmina cortar sua pele na panturrilha, ele se vira e golpeia o homem no pescoço fazendo-o cair com um baque seco no solo. Ele olha para Freya, que estava com as mãos viradas para o chão absorvendo a energia da terra formando rajadas de vento ao seu redor. A bruxa havia paralisado os dois homens, que tentavam sair do lugar, mas não conseguiam se moverem.


- Ela é uma bruxa - esbraveja um deles.


Freya estende um dos braços em direção ao homem que falara e com um movimento o arremessa numa árvore, ela repete o gesto com o outro braço e faz o mesmo com o outro saqueador. A bruxa olha para Adrian, que se vira ao escutar um barulho atrás de si. Ele sente uma adaga perfurar seu abdômen, sem ter tempo para reagir tomba no chão sangrando. Freya num impulso pega seu punhal da bota e o atira acertando o ladrão no meio da testa.


Ela aproxima-se do corpo do saqueador retirando seu punhal da pele dele e guardando-o, ensanguentado, de volta em seu calçado. Ajoelha-se ao lado de Adrian, que já havia puxado de seu abdômen a adaga que fora arremessada nele e estava com uma das mãos no ferimento tentando estancar o sangue.


Então a bruxa coloca suas mãos em cima da dele e fecha os olhos. Adrian apenas a observa sentindo seu ferimento ir se fechando devagar.


Ela abre os olhos novamente.


- Eu disse para você ficar lá dentro do abrigo - sussurra ele com a voz rouca.


- Para a sua sorte eu não fiquei - retruca a bruxa recolhendo as mãos, que ficaram manchadas com o sangue dele e as limpam em seu vestido já todo sujo


- Eu te agradeço, Freya.


- Agora estamos quites, você salvou minha vida e eu salvei a sua.


- Tem razão. - Ele senta-se examinando sua barriga através do rasgo que a adaga fizera em sua camisa bege, agora avermelhada pelo sangue, e vendo que, realmente, a ferida havia se fechado por completo.


Eles escutam um relincho e olhando para o lado veem um palafrém marrom com manchas brancas perto de uma das árvores.


- Esse cavalo era dos saqueadores? - pergunta ela levantando-se.


- Acho que sim.


- Então por que eles queriam roubar o nosso?


- Eles eram em cinco, um cavalo não era o suficiente para eles.


- Pelo menos agora eu tenho um cavalo para mim - diz ela aproximando-se do animal e, vagarosamente, acariciando sua crina acastanhada.


- Precisamos sair daqui. - O caçador levanta-se e pega sua espada do chão limpando-a em sua camisa já suja com seu sangue e embainhando-a em seu coldre.


- Na verdade, é melhor ficarmos aqui o resto da noite - discorda Freya puxando o cavalo pelas rédeas para perto do outro amarrando-o a árvore também. - Estaremos seguros dentro do abrigo.


- Como quiser. - Adrian concorda sem querer discutir por se sentir um pouco fraco devido a perda de sangue.


Freya vira-se para ele encaminhando-se para o abrigo.


Adrian percebe que o nariz dela estava sangrando.


- Você está bem? - preocupa-se o caçador segurando-a pelo pulso.


- Está falando disso? - Ela limpa o sangue com a manga da capa. - Não se preocupe, eu só usei muita magia por uma noite. Mesmo as bruxas possuem limites.


Freya sente uma leve vertigem e, instintivamente, para não cair agarra-se a mão dele, que percebe o desiquilíbrio da bruxa e a segura pela cintura.


- Precisamos, realmente, descansar - comenta ele encarando-a.


Ela o encara de volta com os olhos arregalados ao sentir a proximidade de seus rostos. Os azuis dos olhos dele pareciam um oceano tentando convencê-la a mergulhar neles. Adrian, sem perceber, havia aproximado ainda mais o seu rosto do dela sendo atraido pelo verde profundo dos olhos da bruxa.


Freya pisca algumas vezes se recompondo enquanto Adrian, soltando-a, pigarreia sem jeito sentindo as bochechas corarem. A bruxa afasta-se do caçador entrando no abrigo e sentando-se no chão com as costas apoiada na rocha. Ele também entra e deita-se de barriga para cima fechando os olhos e virando o rosto para o lado da parede.


A bruxa fica observando-o e ao perceber que ele adormecera, aproxima-se engatinhando para não fazer nenhum barulho. Ela coloca a mão na testa dele fazendo-o adormecer mais profundamente.


- Desculpa, Adrian, mas não posso confiar em você o suficiente para levá-lo até onde o meu povo está escondido, a partir daqui eu vou ter que seguir sozinha. - Ela retira a mão da testa dele. - Talvez, um dia, nos encontremos de novo.


Freya levanta-se saindo do abrigo levando consigo a capa cinza que ele lhe emprestara e indo até a árvore para desamarrar o cavalo marrom com manchas brancas. Ela dá uma última olhada para a abertura do abrigo, ao qual sua magia camuflava a figura adormecida do caçador. Então, monta no animal e sai galopando rumo ao vilarejo Paraiso das Gaivotas



○○○



Adrian abre os olhos incomodando-se com a luminosidade do sol que invadia o abrigo. Ao erguer o tronco e virar a cabeça para o lado percebe que Freya não estava ali. Então fica de pé num pulo e saindo do abrigo nota que o palafrém havia sumido.


Ele olha para todas as direções da floresta e não vê nenhum sinal da bruxa.


De repente a voz dela ecoa em sua cabeça dizendo "Desculpa, Adrian, mas não posso confiar em você o suficiente para levá-lo até onde o meu povo está escondido, a partir daqui eu vou ter que seguir sozinha".


- Ela foi embora - sussurra ele para si mesmo.


Após constatar que Freya havia partido, o caçador monta em seu cavalo preto e resolve ir ao encontro dos outros caçadores.


Depois de cavalgar por alguns metros pela estrada principal, ele depara-se com os seus parceiros montados em seus, também, corseros de pelagem preta saindo de um vilarejo e se embrenhando na Floresta da Lua.


- Adrian - diz um caçador alto, de pele acastanhada e cabelos pretos amarrados em um rabo de cavalo com uma fita de couro, ao reconhecê-lo - O que houve com você? - pergunta ao notar a camisa do outro manchada de sangue.


- Tive um encontro desagrável com alguns saqueadores na floresta, mas estou bem, já deles não posso dizer o mesmo - caçoa Adrian distorcendo um pouco os fatos ao aproximar-se do grupo.


- Pelo visto, esses ladrões tiveram azar de topar com você pela floresta - debocha o outro com um sorriso zombeteiro nos lábios.


- Alexandre, está acontecendo alguma coisa? - indaga Adrian percebendo a agitação dos outros parceiros.


- Alguns caçadores vieram ao nosso encontro na caçada nos avisando que uma bruxa havia fugido do Tribunal, então começamos a procurá-la e a qualquer outro bruxo que aparecesse pelo caminho, em todos os vilarejos pela redondeza, quando recebemos uma mensagem do Bispo através do mensageiro, que um dos esconderijos desses malditos bruxos ficam nas Montanhas Solares, então estamos indo para lá.


- Como o Bispo soube do esconderijo dos bruxos?


- Não sei, na mensagem apenas dizia onde encontrá-los.


- Eu vou com vocês.


- Já concluiu a sua missão extra que o Bispo lhe pedira?


- Sim, estava vindo ao encontro de vocês mesmo.


- Qual foi a missão extra dessa vez? - pergunta Alexandre cavalgando ao lado de Adrian.


- O mesmo de sempre - desconversa o outro -, denúncias sobre outras heresias que não bruxaria.


- Apesar de ser mais velho que você e ter sido seu mentor, faz um tempo que não recebo missões extras do Bispo. Deve ser porque você é o protegido dele e, portanto, o homem de confiança também.


Adrian não responde, somente continua cavalgando olhando para o horizonte e ambos seguem o caminho até as montanhas calados.


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