Mi Persona Favorita - Valu

By amandiiiinhaaa

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Valentina e Luiza sempre foram melhores amigas, se apoiavam incondicionalmente em qualquer situação, sonho, p... More

Capitulo 01
Capitulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40 (Bônus)

Capítulo 29

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By amandiiiinhaaa

Olá, tudo bem com vocês?

Hoje, o capítulo está tumultuado de informações e ações, muitas ações.

Desde já, agradeço por todos os comentários e votos no capítulo anterior, agradeço profundamente e este capítulo é dedicado para todos.
Sem mais delongas, boa leitura.

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Valentina POV

Assinei o último documento que estava sob minha mesa e sorri satisfeita após perceber que havia finalizado o último despache de um ensaio, conseguindo manter o trabalho em dia e garantindo uma viagem com meus amores em paz, sem qualquer peso na consciência e longe de todas as preocupações e olhares inquisidores da minha secretária. Comecei a desligar todos os aparelhos do escritório e quando estava pronta para deixar o local, Josh entrou em minha sala todo sorridente, estendendo-me uma folha de papel.

- Se estiver entregando um novo pedido, esqueça...Só vou resolvê-lo na segunda-feira, estou me aprontando para uma viagem. – Josh sorriu, sentando-se confortavelmente em uma cadeira em frente da minha mesa.

- Fique tranquila, sócia. Não se trata de trabalho. – Disse – Recebi um e-mail muito interessante há alguns dias e tenho a impressão que, na verdade, ele era para você. – Josh me entregou o papel novamente e quando analisei, arregalei os olhos ao reconhecer um e-mail de Luiza endereçado para o meu endereço eletrônico.

- Como foi parar em sua caixa de entrada?

- Nosso sistema de correio eletrônico estava com problemas e alguns e-mails foram destinados para lugares errados, mas, confesso que adorei ter recebido este recadinho da sua namorada. O conteúdo é bem interessante, tenho que confessar. – Josh dizia de maneira maliciosa e enrubesci, fuzilando-o com os olhos.

O e-mail era do dia que a telefonia móvel que Luiza e eu usávamos saíra do funcionamento por algumas horas e tivemos que nos comunicar por correio eletrônico. Ela assinava suas mensagens referindo-se a si mesma como "minha Cacau Eye" e esse fato chamara a atenção do intrometido do meu sócio, que conhecia os livros de Luiza e que agora, estava ali, alugando minha paciência e próximo de descobrir o que minha namorada tentava esconder. Que ótimo!

- Vá se ferrar, Josh. O e-mail não era destinado para você...Isso é invasão de privacidade.

- Como iria adivinhar que o e-mail era para você e não para mim? Estava na caixa de entrada da empresa e abri. Imagine a minha surpresa ao descobrir que Luiza assina os e-mails como "Cacau Eye". O que isso quer dizer, Valentina? Que Luiza é tão quente na intimidade, quanto os livros que essa autora escreve? – Josh perguntou, ostentando sua maior expressão debochada e senti o meu sangue ferver.

Que merda era essa?

- Se Luiza é quente ou não, isso é algo que jamais saberá e nossos apelidos não são, definitivamente, da sua conta. Nunca dividi detalhes da minha vida íntima com ninguém e não vou começar agora. Luiza é minha namorada e eu a amo e respeito, jamais irei expor qualquer detalhe da nossa vida particular para quem quer que seja. – Esbravejei irritada e Josh ergueu as mãos em um gesto de defesa, olhando-me espantado e um tanto divertido.

- Não precisa ficar brava. É só uma curiosidade. Esse e-mail me fez concluir que a vida sexual de vocês é bem animada e o mais estranho é que até pouco tempo, vocês eram apenas amigas e agora, esse fogo todo. – Respirei fundo depois de sua fala, tentando conter a vontade de mandá-lo para o inferno.

- É curioso para pessoas desocupadas como você, Josh. Já disse que minha vida sexual não é da conta de ninguém. Agora, deixe a minha sala, preciso trancar o meu estúdio e...Não comente nada sobre este e-mail, odiaria ser o alvo de fofocas de corredores. – Disse brava e Josh sorriu, levantando-se.

- Pode ficar tranquila, sócia. Vou ser discreto quanto as suas peripécias com "Cacau Eye"...Tenha uma boa viagem. – Ele falou debochado, deixando minha sala e revirei os olhos, bufando irritada.

Josh era um idiota e cada dia que era obrigada a conviver com ele, convencia-me ainda mais deste fato. Interfonei para Ângela e pedi que comparecesse até minha sala.

- Ângela, estou saindo de viagem, mas quero que solicite para que o técnico responsável pelos e-mails, verifique o sistema interno de comunicações, para certificar-se de que não exista mais falhas. Um e-mail pessoal foi acidentalmente para caixa de entrada de Josh e não quero que se repita.

- Sim, senhorita, mas...Gostaria de lembrá-la que esta empresa possui um vínculo forte com empresas tecnológicas. – Olhei para mulher com estranheza.

- O que isso está atrelado com as falhas do sistema de comunicação? – Perguntei e Ângela sorriu de maneira sutil.

- Há alguns dias, tivemos um problema no sistema de comunicação interno que foi resolvido em minutos, não acredito que isso possa ter ocasionado uma falha direcionada que tenha enviado este e-mail para caixa de entrada do sr. Josh, até porque, seu e-mail pessoal não faz parte do sistema de comunicação interna. Agora, se me permite srta., preciso realizar alguns últimos telefonemas. – Assenti, dispensando-a com um gesto sutil de cabeça, enquanto pensava em suas palavras.

Ângela sabia que meu sócio era dubio. Embora me recusasse a acreditar que Josh seria tão baixo, utilizando seus conhecimentos em informática para invadir meu e-mail pessoal, sabia que seria capaz de tal ação. Qual o seu propósito?

Agora, compreendia perfeitamente bem o porque fizera aquilo. Maldito traidor. Deveria ter me atentado na importância daquele e-mail e toda essa história envolvendo Luiza e seus livros poderia ter sido evitada.

- Pare de remoer esta história, Valentina. O que está feito, está feito. Não quero que você se culpe pelo que Josh ocasionou. – Luiza disse, sentando-se ao meu lado e suspirei, envolvendo seu corpo pequeno com meus braços e aconchegando-a junto a mim.

Desde que ficara sabendo que Josh realmente invadira meu e-mail pessoal e descobrira a verdadeira identidade de "Cacau Eye", não conseguia deixar de odiá-lo. Ele realizou sua própria investigação contra minha namorada e acabara descobrindo seu maior segredo, revelando-o para a imprensa que fizera um verdadeiro alarde. Junto da possibilidade imaginada de prejudicar a carreira da minha namorada e atrapalhado o processo de adoção de Léo, o que me deixava mais irritada era os motivos que o levara a fazer esse tipo de movimentação.

- Como vou confiar em Josh? – Perguntei para Luiza e ela suspirou, erguendo os olhos para me encarar.

- Acredito que seu sócio estava desesperado por dinheiro, tinha uma informação um tanto valiosa nas mãos e decidiu aproveitar.

- Sim. Ele estava desesperado porque usou dinheiro do estúdio sem que Cassie e eu soubéssemos e precisava repor antes que percebêssemos. O homem invadiu o meu e-mail, Luiza...Vendeu a informação sobre sua identidade para imprensa e depois apareceu neste apartamento se fazendo de fã dedicado. Não existe qualquer possibilidade de continuar trabalhando com ele...Já decidi. Quero Josh fora dos meu estúdio e galeria, caso contrário, deixo sozinha estes espaços. – Percebi que depois de minha declaração, Luiza me olhou espantada.

- Sair? Você? Valentina, este estúdio sempre foi o seu maior sonho, por que abriria mão de suas conquistas?

- Porque não posso trabalhar com alguém como Josh...Não depois do que fez. Aquele cretino me roubou, revelou um segredo que não era dele à imprensa, ganhou dinheiro com isso e ainda ficou flertando com a minha mulher, quero-o bem longe de você e do meu filho. – Desabafei irritada e Luiza ergueu as sobrancelhas, encarando-me por longos segundos.

- Sua mulher? – Questionou divertida e sorri ao perceber que essa fora a única parte do meu discurso que havia prestado atenção.

- Minha mulher. Caso não tenha percebido, nós duas vivemos uma vida de casadas, baby. Nós dividimos as contas, os problemas, as alegrias e tristezas. Léo, você e eu, somos uma família e, portanto, tenho todo o direito de chamá-la de minha mulher, esta é sua posição. – Pontuei, trazendo-a para o meu colo, provocando-lhe alguns risos.

- Sabe Sartori, tenho a impressão que devia opinar sobre este assunto, afinal, fui transformada em mulher de alguém sem qualquer informação ou consentimento.

- Você se tornou minha mulher no momento em que concordou em ser mãe do meu filho, Castelli. Conforme-se. Agora, me dê essa boca linda, estou muito tempo sem beijá-la. – Ela abriu um lindo sorriso, envolvendo meu pescoço com os braços e permitindo-me beijá-la da forma como gostava.

Era sempre tão bom estar com ela que, às vezes, simplesmente não notava que existiam outras pessoas ao nosso redor.

- Será que é pedir demais que vocês não façam isso, enquanto estiver presente? – Pediu Augusto, aparecendo na sala com Léo no colo e Luiza interrompeu prontamente o nosso beijo para encarar o pai com uma falsa expressão zangada.

- Valentina e eu, estamos em um relacionamento amoroso, pai. Somos um casal e beijar é o que os casais geralmente fazem. Não seja chato e careta. – Luiza deixou meu colo e Augusto estreitou os olhos em sua direção.

- Não sou chato e careta, tenho total conhecimento que vocês duas são um casal, sabia antes mesmo de você, inclusive. Não é porque vocês têm um relacionamento amoroso que precisam ficar toda hora de esfrega, deixem para quando tiverem sozinhas. Não sou obrigado a ver minha filha se pegando com a jovem que conheço desde criança. Já basta toda a história envolvendo o livro erótico. – Luiza bufou diante das palavras do pai, chegando a revirar novamente os olhos.

- Tá certo, pai. Você sabe MESMO como acabar com o clima. – Reclamou minha namorada, buscando Léo dos braços do homem e ele lhe olhou mal humorado.

- Não adianta ficar brava, srta. Luiza. Aquela história de livro ainda está entalada na minha garganta...Eu li aquele livro, misericórdia. Ele foi escrito por você, minha menina... – Augusto desabafava em uma espécie de lamento e pesar.

- O que tem isso, pai? Todos os autores de romances eróticos, provavelmente, têm pai e mãe e, acredito que eles gostem de prestigiar o talento e trabalho dos filhos. Ser escritora de romances eróticos não é um crime, Augusto Castelli. Devo lembrá-lo também, que já não sou uma menininha há bastante tempo. – Augusto ficou encarando Luiza por longos segundos, decidindo se replicava ou não os argumentos da filha.

- Sempre soube que esta garota iria corrompe-la mais cedo ou mais tarde. Devia ter seguido os meus instintos e proibido esta amizade estranha de vocês. – Esta foi a minha vez de encará-lo indignada.

- Eu? Luiza começou com esses romances antes de namorarmos, não sou responsável por, definitivamente, corrompe-la. – Me defendi fortemente e Luiza me olhou furiosa.

- Para a informação de ambos, não sou corrompível. Ninguém me influencia e já chega desta história de livro. Sou "Cacau Eye", escrevi os livros, eles têm muitas cenas de sexo, o novo possui cenas que foram testadas e ponto final. Essa é a nova realidade, conformem-se. – Luiza falou e tanto Augusto como eu, ficamos em silêncio, apenas encarando-a.

Ela havia acabado de dizer ao pai que as cenas do novo livro foram testadas. Augusto devia imaginar como estes testes foram feitos e esse pensamento fez com que meu rosto esquentasse de vergonha.

- Cenas que foram testadas? Quero ficar longe desse livro. – Augusto esbravejou jogando as mãos para o alto, deixando a sala e fazendo com que olhasse para a autora meio ressabiada.

Minha namorada quando ficava brava era um perigo iminente.

- Amor...

- Não me chame de amor, Valentina. – Me repreendeu zangada e Léo, que estava em seus braços, fixou o olhar em seu rosto, como se não conhecesse esta versão.

- Você é o meu amor, Lu. Não fique zangada. Seu pai só está confuso com tudo.

- A confusão deveria ser minha, não é? Meu segredo foi relevado, estou precisando lidar com a impressa, com medo de não conseguir adotar meu filho, fã malucos como seu sócio fofoqueiro...Acho que não é pedir demais um pouco de apoio. – A morena lamentou e suspirei, levantando-me do sofá e indo até ela para abraça-la.

- Estou aqui para apoiá-la, Luiza. Sempre e incondicionalmente. Vamos superar esse turbilhão juntas e, pela milésima vez, o fato de você ser "Cacau Eye" não vai atrapalhar o processo de adoção. Fique tranquila. – Beijei seus lábios com carinho e Léo me empurrou com seus bracinhos pequenos, encarando-me zangado.

- Mamá... – Ele falou, como se estivesse reivindicando a posso sobre minha namorada e sorri, apertando suas bochechas fofas.

- Eu sei que ela é sua mamá, amor...Só que ela pertence a mamãe também, podemos dividi-la. – Meu pequeno continuou me encarando sério, como se não gostasse da ideia de dividir sua mãe comigo.

- Acho que ele não aprovou sua ideia de divisão. – Luiza comentou divertida e como para comprovar suas palavras, Léo deitou a cabeça em seu ombro e abraçou possessivamente o seu pescoço com seus bracinhos curtos e gordinhos.

Senti uma vontade quase incontrolável de agarrar e encher de beijos, o meu príncipe ciumento.

- Não se preocupe, meu anjo. A mamá é toda sua. – Luiza beijou seus cabelinhos e Léo sorriu de leve, como se aprovasse totalmente as palavras da mãe.

- Esses dois não são as coisas mais lindas que vocês já viram? – Minha mãe falou, aparecendo na sala acompanhada de Sônia, fazendo Luiza corar com o elogio.

- Eu também acho, são perfeitas juntas. – Opinou Sônia e Luiza e eu trocamos um olhar significativo, felizes por perceber que sua mãe aceitara, de fato, a presença de Léo em sua vida.

- Não há nada mais bonito do que o amor entre mãe e filhos. Ele é único. Espero que ele se renove cada dia mais em vocês, Luiza. Tenho plena confiança que você será uma mãe maravilhosa para o meu neto. – Mamãe acabou fazendo com que Luiza corasse mais uma vez.

Quando ela aprenderia a lidar com elogios?

- Obrigada, Catarina. Léo é a parte mais bonita da minha vida e pretendo estar ao seu lado para todo sempre.

- Ele tem muita sorte por ter você, querida. Por esta razão, apesar de estar a um oceano de distância de vocês, não me preocupo com a criação do pequenino. Tenho plena consciência de que Léo está sendo muito bem cuidado. Embora, preferisse que você e Valentina estivessem morando na Inglaterra, preferencialmente em Londres, para que pudesse participar ativamente da criação do meu neto. – Fiz uma careta rápida para a eterna insistência de Catarina com a nossa possível volta para a Inglaterra.

- Mãe, já te disse que construímos uma vida em Miami, não tem como abandonarmos tudo e voltar para Londres, gostamos daqui. – Mamãe revirou os olhos com a minha defesa coerente.

- Não estou pedindo que abandonem nada, Valentina. Gostaria apenas que vocês considerassem a ideia, com essa história do seu sócio, você poderia pensar na possibilidade de abrir uma filial do seu estúdio e galeria em Londres. Assim, você poderia ficar bem longe daquele invejoso. – Foi inevitável não bufar com a menção de Josh em nossa conversa.

- Josh não será meu sócio por muito tempo, mãe e, embora minhas empresas estejam bem avaliadas no mercado, não tenho capital para montar uma filial. Talvez, daqui alguns anos...

- Luiza poderia te ajudar, Valentina...A vida financeira da minha filha é extremamente positiva. – Após a sugestão de Sônia, troquei um olhar com Luiza, que fazia força para não rir.

Ela sabia o quanto odiava a ideia de usar o seu dinheiro para qualquer finalidade.

- O dinheiro é da Luiza, Sônia. Só dela. Sua filha tem ideias sobre o que fazer com ele e jamais o usaria para me beneficiar de alguma maneira. Quando decidi não me aventurar na carreira e negócios do meu pai na advocacia e deixar de depender completamente do seu dinheiro, sabia que enfrentaria algumas dificuldades iniciais. Fique tranquila, tenho uma organização financeira e penso na possibilidade de abrir uma filial da galaria em outros cantos do Estados Unidos, por enquanto, permaneço em Miami. É claro que Luiza tem opção de seguir para a Inglaterra, caso seja o seu desejo. – Queria deixar claro que Luiza tinha autonomia para fazer o que quisesse com o seu dinheiro e seu direito constitucional de se locomover para qualquer lugar do mundo.

- Embora seja uma idiota estúpida, ficarei ao seu lado. Ficarei em Miami enquanto desejar. – Luiza afirmou eloquente e sorri de forma larga, beijando-a outra vez e recebendo um olhar mal humorado do meu carinha, provocando risadas altas de nossas mães.

Depois desta pequena discussão sobre ficar em Miami ou seguir para Londres, meus pais e sogros lancharam e seguiram para o aeroporto de táxi. O objetivo era uma visita rápida, havia insistido que o apoio deles era importante para o momento difícil que Luiza estava enfrentando, após a identidade de "Cacau Eye" ser revelada à impressa pelo idiota do meu sócio. Nossa família voltaria em breve para a comemoração do natal, tornando a despedida bem mais tranquila e fácil.

- Cuide dessa menina, Valentina. Não deixe que essa história de livro erótico afete sua carreira e vida de forma negativa. – Recomendou meu sogro, observando Luiza se despedir da mãe e sorri, tentando tranquilizá-lo de alguma forma.

- Fique tranquilo, Augusto. A carreira de Luiza está a salvo. Ela é uma advogada fantástica e acredito que esse incidente vai apenas contribuir para sua ascensão.

- Espero, mas, não deixo de me preocupar. Tenho medo do que ela irá enfrentar após tanta mídia.

- Estarei ao seu lado, não se preocupe. – Garanti e Augusto sorriu, desferindo alguns tapinhas em minhas costas.

- Eu sei, garota. Eu sei. O fato de você sempre permanecer ao lado dela é o que me impediu de arrastá-la de volta para a Inglaterra. Sinto falta de minhas filhas, mas, confio em você para cuidar de Luiza, como sempre se prontificou. – As palavras do meu sogro aqueciam meu coração, feliz por ter conquistado toda sua confiança ao longo dos anos. – Quando pretende pedir a mão dela em casamento? – Arregalei os olhos diante de sua direta pergunta.

- É...Então...Acho que logo. Vamos ver. – Desconversei e ele sorriu, como se soubesse de alguma coisa que, definitivamente, não era para ele saber.

- Ótimo. Até o natal. – O homem entrou no carro e fique ali, olhando para o meu sogro sorridente, tentando descobrir que tipo de poder bizarro ele tinha para adivinhar minhas futuras intenções.

- O que você e o meu pai tanto cochichavam? – Luiza perguntou, enquanto observávamos dois táxis se afastarem rumo ao horizonte.

- Assunto de nora e sogro. – Falei e ela estreitou os olhos em minha direção.

- Que tipo de assunto de nora e sogro?

- Uma vez que era um assunto de nora e sogro, não tenho que dividi-lo com a senhorita curiosa. – Declarei simplesmente e ela me encarou furiosa.

- Desde quando nós duas guardamos segredos?

- Desde que o assunto envolve apenas nós dois. – Ela bufou e desferiu um tapa em meu braço esquerdo com tamanha força.

- Você é uma grande estúpida, Valentina Sartori. Pode ter certeza de que se você não me falar o tópico do assunto de nora e sogro, ficará sem sexo por um ano.

- Uma vez que você também ficará sem sexo pelo mesmo período, estou tranquila. – Decidi provocá-la, recebendo um grunhido e outro tapa forte em meu braço, acompanhando seu caminhar firme até o apartamento. Quando adentrei o local, ela já havia colocado Léo para dormir e se arrumava para ir até a editora.

- Não tenho hora para voltar, portanto, cuide bem do meu filho. Caso decida passear com ele, agasalhe-o bem e não demore a trocá-lo por causa das assaduras. – Minha namorada falou seca, enquanto arrumava alguns documentos em sua bolsa e decidi, com muita coragem, me aproximar para abraça-la.

- Você está zangada? – Questionei, beijando sua orelha e recebendo uma cotovelada como resposta.

- Claro que não. Você de segredinhos com meu pai não me irrita em nada.

- Não era segredo. Ele só estava pedindo que cuidasse bem de você, acontece, que já faço a minha parte e, muito bem por sinal. – Me atrevi e beijei seu rosto, ouvindo-a suspirar lentamente.

- Tá certo, Valentina. Concentre-se em cuidar muito bem do seu filho, volto a noite e com o nosso jantar. Até mais. – Luiza deixou um beijo rápido em meus lábios e fiquei sozinha com Léo neste confortável apartamento.

Aproveitei o momento e decidi ligar para o meu irmãozinho.

- Fala, Teco...

- Estou ligando para verificar se você não desistiu de me ajudar com as surpresas para Luiza. Preciso que você venha para Miami uns dias antes do natal para ajudar-me com toda preparação.

- Ótimo. Posso chegar na quarta-feira, mas, Luiza não pode desconfiar da minha presença, portanto, onde vou ficar?

- No apartamento dela...Luiza não está ficando no local com frequência e será apenas uma noite, Eduarda e você, precisariam estar aqui mesmo no dia 24 para a ceia.

- Ok. Você já pegou os documentos?

- Estão guardados na minha sala no estúdio.

- Cuidado para o seu sócio não os roubar e vende-los para a imprensa. – Igor provocou em brincadeira e bufei ao pensar em Josh.

- Isso não vai acontecer, Igor. Josh não tem acesso a minha sala e, se tudo caminhar da forma que desejo, ele não será meu sócio por muito tempo.

- Assim espero, Valentina. Depois de todo ocorrido, será impossível confiar nele outra vez.

- Vou me resolver com Josh amanhã. Cassie e eu conversamos e decidimos que o melhor é ele vender sua parte nas ações. Não queremos e não podemos trabalhar com alguém que desvia o dinheiro da nossa empresa para pagar dívidas de jogo e depois, invade o e-mail pessoal dos sócios em busca de informações valiosas para vender e cobrir um rombo ilícito.

- Nunca confiei naquele cara. Se você tivesse me ouvido antes, nada disso teria acontecido, mas, toda essa história teve um lado positivo. Embora as pessoas tenham ficado surpresas ao descobrirem que Luiza Castelli, renomada advogada londrina, era "Cacau Eye", autora de romances eróticos, nada de realmente grave aconteceu. Os fãs de "Cacau Eye" continuam fiéis, assim como os clientes de Luiza Castelli. Inclusive, movidos pela curiosidade, muitos que ainda não tinham conhecido os romances eróticos da sua namorada passaram a lê-los. Acredito que sua Luiza, nesse momento, esteja muitas milhas mais rica, pois as vendas dos livros aumentaram consideravelmente desde que sua identidade foi revelada. – Me senti aliviada por Josh não ter interferido de forma negativa na carreira da minha namorada.

- Luiza foi até a editora para justamente conversar sobre a venda dos livros e o lançamento do próximo romance. Estou torcendo para que tudo dê certo, não aguentaria saber que Josh, o meu sócio, prejudicou sua carreira, mas, agora, estou mais preocupada com a reação de Luiza aos meus presentes de natal. Acredito que o primeiro presente ela irá adorar, já o outro...Tenho medo de que se irrite e jogue o anel no meu rosto. – Confessei o meu maior medo e ouvi o idiota do meu irmão gargalhar.

- Não seja idiota, Luiza jamais fará isso com você. Ela conhece perfeitamente bem esse seu lado impulsivo e maluco e, se ela aceitou você como namorada e concordou de bom grado ser mãe do seu filho, vai te aceitar como esposa também. Na quarta-feira antes do natal, vamos sair para escolher o anel. Você me pega no aeroporto de manhã e vamos de lá direto para joalheria. Nada de bancar a pão dura, Teco. É o anel de noivado para a mulher da sua vida. Irá gastar muitos dólares com ele. – Fiz uma careta, sabendo que ele era capaz, realmente, de gastar muitos dólares em poucos minutos.

- Tá certo, Tico. Faço tudo pela Luiza, aceito até assassinar minha conta bancária, te espero no dia 23 como o combinado. Agora, vou desligar, tenho alguns relatórios para colocar em dia, com toda esta história da Luiza, meu trabalho ficou acumulado e vou aproveitar que Léo está dormindo para me concentrar em fechar novos trabalhos. Afinal, preciso ganhar muitos dólares para gastá-los com você na chegada.

- Você não irá gastá-los comigo...Irá gastá-los com sua namorada e tenho certeza de que você será infinitamente recompensada, principalmente em suas particularidades de casal. – Revirei os olhos enrubescendo.

Por que aquele intrometido tinha que fazer referência a minha vida privada? Será que ele não percebia o quanto era constrangedor?

- Ok, Tico. Vai cuidar da sua esposa e deixe minha vida sexual em paz...Até dia 23. – Encerrei o assunto e escutei seu riso, despedindo-se e mandando um beijo para Léo e outro para Luiza.

Fui verificar meu pequeno e, como ele ainda continuava dormindo, segui para a sala de jantar e enfrentei alguns relatórios com propostas de trabalhos. Esperava do fundo do meu coração, que todas as surpresas fossem aprovadas, caso contrário, estaria com sérios problemas.

..........................................

Algumas semanas depois...

Joguei Léo para o alto mais uma vez, me divertindo alucinadamente com suas gargalhadas e Luiza me lançou um olhar mortal.

- Se você derrubar essa criança, juro que te mato...Será que não consegue brincar de outro jeito menos perigoso?

- Léo e eu, gostamos de brincar desse jeito, Lu. Ele adora que o jogue para cima como se tentasse alcançar as nuvens e, jamais deixaria meu filho cair de meus braços. – Falei, sentando Léo em minha perna e observando Luiza revirar os olhos, enquanto acertava os últimos detalhes da nossa árvore de natal.

Léo e eu nos candidatamos para ajudá-la, mas acabamos bagunçando tudo e Luiza nos deixou de fora, sendo que aproveitamos nosso tempo livre para nos divertir do jeito que mais gostávamos: esparramados no chão da sala com muitas cócegas, caretas e jogadas para cima.

- É claro que ele adora, Valentina. Ele é uma criança e não tem nenhum senso de perigo. A responsável dessa relação deveria ser você, a garota que, aparentemente, é mais infantil do que um bebê de dez meses. – Alfinetou Luiza e fiz uma careta em resposta, mostrando a língua em sua direção.

- Léo, não sei porque você gosta mais da sua mamá do que de mim...Sou muito mais legal e descolada. – Léo ficou me encarando por longos segundos, como se tentasse compreender e ponderar minhas palavras.

- E eu sou muito mais bonita, inteligente e responsável. É óbvio que ela tinha que preferir a minha pessoa. – Foi a minha vez de revirar os olhos com a declaração de Luiza. – Levante deste chão e venha com o seu filho para colocar a estrela no topo da árvore, mas, tente não derrubar tudo mais uma vez. – Luiza comandou e eu obedeci, entregando o objeto dourado para o meu pequeno.

- Amor, você vai colocá-la no topo da árvore, certo? Vou te levantar e você encaixa a estrela. – Expliquei para o meu filho, que me encarava com bastante atenção, como se realmente estivesse entendendo os meus comandos. Para o meu completo orgulho, ele fez o que pedi com exatidão, embora a estrela tenha ficado um tanto torta.

- Isso, príncipe. Nossa árvore está inaugurada, mas, para deixá-la ainda mais bonita, vou buscar algumas luzes que tenho guardada em meu apartamento. – Luiza começou a caminhar em direção da porta, fazendo-me arregalar os olhos assustada, correndo para alcançá-la e entrando na sua frente.

- Não! – Gritei e ela me encarou entre espantada e confusa.

- Não?

- Você não pode ir para o seu apartamento. – Falei meio desesperada e ela ficou me encarando por longos segundos, como se estivesse pensando se deveria me responder ou não.

- Por que não? É rápido. Só vou buscar as luzes.

- Não quero que vá...mesmo que rapidinho. – Declarei rapidamente e Luiza assumiu uma expressão desconfiada.

- Por que você não quer que eu vá até o meu apartamento? O que está escondendo?

- Nada. Só não quero ficar longe de você. Além do mais, Léo pode sentir sua falta. – Respondi e Luiza revirou os olhos, exasperada.

- Vou até o quarto andar e não até o Alasca. Duvido que você não consiga cuidar do seu filho por alguns minutos.

- Lu, você trabalhou o dia todo e ainda montou sozinha nossa árvore de natal e, sei que toda essa história de imprensa e divulgação do novo livro está consumindo muito o seu tempo. Portanto, quero que você descanse e fique linda para nossa ceia amanhã. Busco as luzes, sem problema. – Ofereci como uma manobra de fuga e ela estreitou os olhos em minha direção.

- Valentina, te conheço desde os sete anos de idade e sei muito bem, quando você está tentando me enganar. Por algum motivo, você não quer minha presença naquele apartamento e só preciso entender o motivo. Por acaso, você matou o seu sócio e escondeu o corpo na minha casa? – Arregalei os olhos, encarando-a indignada.

- Óbvio que não, embora ele mereça. Só não quero que você se canse, amor. – Disse inocentemente e ela bufou em irritação.

- Não me chame de amor quando está mentindo descaradamente e cuide do seu filho, não vou demorar. – Luiza afirmou decidida, virando-se mais uma vez para sair do apartamento e amaldiçoei sua eterna teimosia e obstinação.

Era preciso impedi-la de ir para sua casa e, embasada em uma medida desesperada, soltei um grito agudo e chacoalhei Léo em meu colo, o que o assustou e provocou o maior choro.

- Mamá... – Ele dizia chorando, estendendo a mãozinha na direção da morena, que estava possessa de raiva, fazendo que temesse por minha vida.

- Qual o seu problema? – Rapidamente, ela acolheu Léo em seu colo e eu, lhe encarei culpada.

Não queria ter assustado o meu pequeno, mas esse foi o único jeito que encontrei para impedir que Luiza, fosse em direção ao seu apartamento.

- Eu vou até o seu apartamento e você fica aqui com nosso filho, até porque, nesse momento, ele não vai aceitar ninguém além de você.

- Claro, depois do seu grito, assustou o menino...Idiota. – Exclamou, embalando Léo que não parava de chorar.

- Perdoa a mamãe, amor. – Supliquei, deixando um beijinho em seus cabelos dourados e me esgueirando para fora do apartamento, enquanto Luiza me observava ainda mais desconfiada.

- Está na segunda gaveta da estante. – Informou.

- Volto logo. – Me enfiei dentro do elevador, suspirando aliviada por ter conseguido impedir que ela fosse até aquele local.

Quando abri a porta, Igor, que estava escondido desde cedo, apareceu do quarto e me encarou com certa estranheza.

- O que houve?

- Quase tive que praticamente amarrar Luiza em casa, para que não comparecesse neste apartamento atrás de luzes de natal.

- Eu disse que essa história de ficar aqui não funcionava, mas, você é sovina demais para pagar um quarto de hotel.

- Sabe o quanto custa um quarto de hotel em Miami nessa época do ano? Uma fortuna! Se queria tanto ficar em um hotel, por que não pagou?

- Porque estou aqui para ajudá-la com os presentes da sua namorada, portanto, quem deveria assumir as despesas é você. A propósito, tem certeza de que tudo o que precisa está naquela pasta? – Perguntou pela décima vez naquele dia, apontando para a pasta que estava sob a mesa e revirei os olhos, encarando-o irritado.

- Tenho certeza, Igor. Quantas vezes mais você vai me perguntar sobre a mesma coisa?

- Sou muito perfeccionista para deixar que seu instinto desordenado atrapalhe a surpresa que planejamos tão cuidadosamente. Portanto, vou continuar perguntando até ter certeza de que está tudo certo. – Ele declarou, conferindo os documentos de adoção mais uma vez e revirei os olhos.

Irmãos!

- Já foi naquele lugar? – Questionou, enquanto separava as benditas luzes de natal, encarando-o confuso.

- Que lugar, Tico?

- Aquele onde o segundo presente de Luiza estava sendo ajustado, era para você ter buscado hoje à tarde. – Sussurrou, como se alguém pudesse ouvi-lo e sorri com sua astucia.

- Fui, irmão. O outro presente já está comigo. Fique tranquilo, tudo vai dar certo.

- Estou aqui para garantir que tudo aconteça como o planejado, você já esperou tempo demais para oficializar essa união. Tudo precisa sair perfeito, ainda mais depois do acontecido com o imbecil do seu sócio.

- Ex-sócio, Igor. Não vamos falar sobre o passado, por favor.

- Fico aliviado que tudo tenha funcionado no final, embora você e Cassie, tenham permanecido com um belo prejuízo financeiro. – Foi automática a careta que se formou em meu rosto ao pensar em todo o dinheiro que aquele imbecil desviou do meu empreendimento.

Para ter uma ideia, até mesmo o dinheiro recebido pela revelação da identidade de "Cacau Eye" foi insuficiente para conseguir cobrir o rombo financeiro que ele deixou no setor econômico, mas, tinha certeza de que com trabalho e dedicação, Cassie e eu, conseguiríamos nos recuperar integralmente.

- O lado bom de tudo isso é que Luiza, com seu rostinho de menina inocente e com sua escrita diferenciada, conseguiu conquistar uma legião de fãs que desejam para si, sua vida sexual junto da namorada maravilhosa. – Comentou meu irmão de forma divertida e zombeteira.

- Todos ficarão apenas na vontade, ninguém alcançará o nível de contemplação sexual como este que estabeleci para nós. – Ok, talvez esteja sendo um pouco presunçosa, mas, não podia negar os meus talentos.

- Luiza sempre foi perfeita para você, Valentina. Antes de conhecê-la, você era uma garotinha muito medrosa e solitária. Ela trouxe agitação para sua vida e grande parte do que você é hoje, tornou-se resultado de sua convivência constante com ela. – Meu irmão tinha razão, Luiza havia me transformado por completo e fico feliz por ele conseguir enxergar esta mudança.

- Nunca teve ciúme por preferir passar mais o tempo com ela do que em nossos dias como irmãos? – Brinquei, bagunçando seus cabelos castanhos claros, perfeitamente penteados.

- Não. Luiza era diferente das vadias que queriam roubar você de mim, ela sempre torceu pela sua felicidade. Nunca me senti ameaçada por ela, pois, de certa forma, Luiza era parte de você. Vocês dividem algo único, Valentina. Preserve isso. – Sorri ternamente, recebendo um beijo em minha testa.

- Eduarda e você também dividem um amor bonito.

- Sim. Eu amo muito aquela garota. Nossa vida sexual também é ótima, mas, com certeza o amor de vocês é épico. – Igor falou todo sonhador, embora estivesse um pouco incomodada pela menção à sua vida sexual.

- Eu amo demais aquela garota encrenqueira e mandona e, acho que concordo com essa história de amor épico. Só, por favor, não me fale mais de sua vida sexual. Isso é nojento. – Reclamei e Igor revirou os olhos, beliscando minha barriga.

- Ah, que bonitona você! Tenho que ouvir sobre sua vida sexual e ficar quieto e você não pode ouvir nada sobre a minha? Até ler sobre suas peripécias sexuais, minha esposa se atentou.

- Você sempre tem opção de esconder os livros da sua esposa, "Cacau Eye" já tem leitores e fãs suficientes.

- Os livros da Luiza são fantásticos, segundo minha esposa. Não vou conseguir tapar a boca da Eduarda, quando menciona sobre você pelada e presa na cama por algemas. – Ele disse de forma debochada e com completo nojo, fazendo-me corar e soltar um baixo riso.

- Você é tão idiota, Tico.

- Me conta uma coisa: aquela cena com algemas aconteceu mesmo? – Questionou em curiosidade e deboche.

- Isso não é absolutamente da sua conta, Igor. Então, não me enche. – Retruquei, corando mais uma vez e ele gargalhou descaradamente.

- Traduzindo: aconteceu, meu querido irmão!

- É isso que conversa com sua esposa?

- Não tenho culpa se ela se apaixonou pela escrita da minha cunhada, inclusive, recriamos essa cena do livro e foi absolutamente incrível. Não sei de quem foi a ideia, mas, ela está aprovada.

- Argh, Igor! Que nojo! Vou ter pesadelos, imaginando Duda pelada e amarrando você na cama. – Reclamei, correndo de seus braços e realizando uma careta, ouvindo seus risos.

- Só não imaginar, lembre-se de sua própria experiência. – Cheguei a conclusão de que não adiantava tentar conter os comentários sexuais do meu irmão, por saber que eles me constrangiam e me irritavam, ele iria fazer isso para sempre, já que irritar, era o que os irmãos mais velhos faziam de melhor.

- Vou voltar para o meu apartamento antes que Luiza resolva aparecer e você, fique quietinho, só apareça em casa quando Eduarda chegar.

- Ok, Teco! Vai ficar me devendo.

- Nada de dever, Tico. Você é meu irmão, sua obrigação é me ajudar, guarde estes documentos com a sua vida e tenha uma boa noite. – Desejei, beijando seu rosto e ele sorriu, observando-me desaparecer pelo corredor.

Voltei para casa e quando cheguei no local, encontrei os dois amores da minha vida, esparramados no sofá confortável. Léo me olhou ressentido.

- Oi, amor. Já perdoou a mamãe? – Observei ele esconder o rosto no peito da mãe, respondendo silenciosamente a minha pergunta.

- Cadê as luzes, Valentina? – Luiza perguntou irritada e arregalei os olhos, notando que tinha esquecido as benditas luzes em cima da mesa de centro.

- Acho que esqueci. – Respondi baixinho e minha namorada revirou os olhos, permanecendo em silêncio, o que estranhei prontamente. – Não vai resmungar?

- Não, não vou. Minha vontade é matar você, mas, não vou fazer. Vou dormir que é melhor, amanhã, essa casa vai estar cheia de gente e terei que estar bem disposta para ser uma excelente anfitriã. Como fui proibida de ir até o meu apartamento, tenho todo o direito de proibir o seu acesso ao quarto. Portanto, amor, hoje você vai dormir no sofá. – Luiza seguiu com Léo para o quarto e suspirei profundamente, desabando sob o sofá.

Devia saber que não escaparia ilesa da cena ridícula que protagonizei, assustando meu próprio filho para impedir que Luiza fosse até o seu próprio apartamento e descobrisse meu irmão. Felizmente, amanhã será um novo dia e Luiza receberia presentes maravilhosos, o que certamente melhoraria o seu humor. Bom, era isso que esperava, já que, se no dia seguinte ainda estivesse com raiva, era bem capaz de jogar o anel no meu rosto.

........................................

Acordei horas depois sentindo-me confusa e um pouco assustada, percebendo que, além de mim, existia outra pessoa no sofá. Olhei para o lado e encontrei Luiza me encarando com um olhar triste e culpado.

- Luiza...Aconteceu alguma coisa? – Lhe questionei com a voz rouca de sono e ela negou com um gesto de cabeça, aconchegando-se ao meu corpo.

- Sou uma ogra sem coração... – Murmurou e sorri, beijando delicadamente os seus cabelos cheirosos.

- Às vezes, mas, continuo te amando do mesmo jeito. Agora, me diz o por que está dizendo isso? Por que resolveu vir até aqui, quando tem uma cama todinha para você no quarto? – Luiza levantou o rosto de forma culpada, observando-me com seus lindos olhos na cor chocolate.

- Você sabe como sou curiosa e desconfiada, Valen. Quando você não me deixou ir até o meu apartamento, cheguei à óbvia conclusão de que você estava me escondendo algo. Comecei a investigar e descobri uma coisa... – Disse baixinho e eu gelei, querendo acreditar que ela não havia encontrado um dos presentes que iria entregar apenas amanhã.

- E o que descobriu?

- Isso. – Luiza abriu a palma de sua mão direita, revelando o anel de noivado que Igor havia me ajudado escolher e, que deveria ser uma completa surpresa.

Meu irmão vai me matar!

Respirei fundo e lhe encarei por longos segundos, pensando no que dizer.

- Acho que você estragou minha surpresa... – Lamentei e ela sorriu tristemente, olhando com cuidado para o anel em sua mão.

- Você é meio óbvia em esconderijos, Valentina...Acho que, às vezes, você se esquece de que te conheço muito bem. Não foi difícil encontrar essa surpresa escondida dentro do fundo falso de sua gaveta de meias ou, se esqueceu de que era em um fundo falso como esse, que escondia suas revistas de mulheres peladas para que sua mãe não encontrasse? – Sorri tristemente com o estrago da surpresa, beijando singelamente sua testa.

- É. Acho que você realmente me conhece muito bem.

- Posso dizer o mesmo. Esse anel é bem parecido com aquele desenho que fiz quando tinha apenas quinze anos. Não posso acreditar que você se lembrou. – A voz de Luiza era tomada por uma emoção genuína, aquecendo o meu coração e desenhando um sorriso em meus lábios.

Luiza sempre sonhou com uma festa de quinze anos deslumbrante, Augusto quis realizar o sonho único da filha, mas, devido a uma forte tempestade, ele precisou utilizar todo o dinheiro que seria para a festa na reforma de sua casa, que foi parcialmente destruída. Na época, Luiza desenhou o modelo de um anel que queria ganhar como presente de debutante e ficou decepcionada quando percebeu que seu sonho, um dos únicos que ela compartilhava com outras garotas de sua idade, não poderia ser realizado.

Por ser uma simples estudante que sobrevivia da mísera mesada que ganhava dos pais, não consegui realizar seu sonho de festa e desejado anel. Curtimos o dia do seu aniversário nos empanturrando de doces, sorvetes e bolo, que minha mãe fizera ao meu pedido para deixar minha melhor amiga menos triste. Luiza jogara o desenho do anel no lixo, mas, depois que ela foi embora, guardei-o e jurei para mim mesma que, quando fosse adulta e tivesse meu próprio dinheiro, iria comprar um anel parecido para ela. Uma pena que por ser tão óbvia e por conhecer-me tão bem, tinha estragado toda a surpresa.

- Adorei o anel, Valentina. – Ela murmurou e sorri tristemente, beijando seu rosto com carinho.

- Que bom, Lu. Seria o meu presente de natal para você.

- Ele viria acompanhado de algum pedido especial? – Perguntou, me encarando com os olhos brilhantes e senti meu coração disparar ao me dar conta de que, por ela ter descoberto meu presente antes da hora, deveria fazer o pedido antes da hora também.

- Você quer que eu peça? – Questionei em um fio de voz e ela respirou fundo, sentando-se no sofá e me encarando atentamente.

- Quero... – Ela pediu baixinho, estendendo-me o anel e sorri largamente, levantando-me do sofá e ajoelhando-me na sua frente.

- Luiza Castelli...Você quer ser minha melhor amiga, amante, companheira, mãe do meu filho e de outros filhos, construir uma vida plena e feliz ao meu lado, a qual, prometo te amar até os meus últimos suspiros de vida para todo sempre. Você quer se casar comigo? – Segurava suas mãos com delicadeza e duas lágrimas grossas rolaram por sua face, enquanto me avaliava em silêncio.

O tempo parecia estar suspenso e meu mundo só voltaria a girar, quando finalmente dissesse "sim"...Isso se ela dissesse "sim".

.

.

.

Muita maluquice para um capítulo apenas, concordam?

Aparentemente haverá uma pequena união de Valentina e Cassie contra Josh...imaginam o que pode acontecer neste embate de sócios?
Parece que Valentina terá que usufruir de grande paciência para conquistar o perdão de Léo e talvez, a resposta positiva que tanto aguarda para o seu pedido de casamento.

A propósito...curtiram o empenho da mulher de olhos verdes com esse possível noivado?

Aceitaram esse pedido?

Quero saber a opinião de vocês em voto e comentários.

Valeu e até a próxima!

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