Em ga-eul os reis e Yongbok estavam sozinhos mais uma vez, o clima era meio estranho, pois ainda não tinham muita intimidade, mas Minho estava feliz, queria passar mais tempo com o filho e conhecê-lo melhor, nunca tinha parado para pensar em como seria quando finalmente encontrasse Yongbok. Ele já estava com dezessete anos, havia perdido muitas fases de sua vida, as primeiras palavras, primeiros passos e tantas outras coisas, o que menos queria era perder mais tempo.
- O que acham de assistirmos alguma coisa? - sugeriu e os outros dois pareceram animados - O que você gosta de assistir, filho?
- Hum, eu gosto de ver filme.
- Que tipo de filme?
- Pode ser comédia?
- Claro que pode, o ji adora comédia, ne amor?
- Uhum.
- E o senhor gosta de que?
- Eu gosto do que tiver passando.
- O min nunca escolhe o que vamos assistir, ele tem preguiça - jisung falou e o beta riu.
- Isso é verdade, eu não costumo assistir coisas sozinho, prefiro ler.
- Se deixar passa o dia na biblioteca, quando ele sumir, pode ter certeza que ele tá lá. - jisung explanou.
- É bom saber. - o beta riu - Também gosto de ler, gosto de ficar imaginando as cenas, as vezes até me perco nos universos.
- É muito bom mesmo, sinta-se a vontade pra usar a biblioteca quando quiser.
- Obrigado...pai.
Minho sorriu e bagunçou o cabelo dele - mas e então? Quer escolher o filme?
- Uhum.
- vou fazer pipoca pra gente.
Durante toda aquela tarde, eles puderam conversar sobre diversos assuntos, Yongbok contou algumas histórias de sua infância,ouviu mais algumas de quando Minho e Jisung se conheceram e riram muito, no fim do dia o clima era outro, estavam bem mais conectados e a vontade uns com os outros e jisung achou que era uma boa ideia retomar o assunto.
- Você pensou sobre vir morar com a gente?
- Pensei bastante...
- E então? - Minho perguntou em expectativa. Estaria mentindo se dissesse que estava tudo bem com Yongbok morando longe de casa.
- Eu aceito, vou morar com vocês por um tempo.
- Isso é ótimo!
- Seus pai não vão ficar chateados? - Minho ponderou.
- Falei com os meus pais e eles me incentivaram a vir, disseram que eu tenho direito de conhecer melhor meu verdadeiro pai, além disso, acho que vai ser bom pra nós dois né?
- Com certeza meu filho . - o rei sorriu com os olhos lacrimejando.
- Bom, então vamos arrumar tudo, se quiser podemos comprar coisas novas e redecorar o quarto, né amor?
- Sim, sim, o que você quiser é só pedir, filho. Não precisa ter vergonha, tudo que é meu é seu.
- Obrigado. O quarto é perfeito, não precisam se incomodar, só preciso trazer minhas roupas.
- Podemos sair para fazer compras...bom, você é príncipe né, então precisa de roupas novas.
- O ji, tem razão. Podem resolver isso amanhã mesmo se quiserem.
- Obrigado pai, obrigado ji.. vocês são incríveis, de verdade, eu tô muito feliz de estar com vocês
Depois do jantar eles se arrumaram para dormir, Yongbok escolheu um quarto para si que acabou sendo o mesmo de quando era bebê. Jisung lhe desejou boa noite e foi se deitar, quis dar privacidade para pai e filho.
- Tudo certo? Se precisar de qualquer coisa é só chamar tá bom? Tem mais cobertores no guarda roupa.
- Uhum.
- Boa noite, meu filho - Minho falou e já ia saindo do quarto quando Yongbok o chamou.
- Pai... -
o alfa se virou para ele que estava sentado na cama. — Hm? Algum problema?
- An... pode me cobrir? - perguntou um pouco envergonhado e olhando para os próprios pés que balançavam no ar.
Minho sorriu e tentava de conter a vontade de chorar. Por tantos anos sonhou com aquilo e até duvidou que se tornaria realidade. - Claro.
Yongbok deitou na cama com um pequeno sorriso no rosto e Minho o cobriu, sentou na beirada da cama e fez um carinho em seus cabelos com um sorriso no rosto.
- Obrigado pai
- Eu que agradeço, esperei muito por isso. - sorriu mais e algumas lágrimas escorreram pelo rosto - Obrigado por voltar pra mim.
- Obrigado por me encontrar e por nunca desistir. - segurou a mão dele deixando um carinho ali e a beijou em seguida - Boa noite pai.
- Boa noite filho. - o beijou na testa e saiu.
Minho foi chorando até o quarto onde jisung o esperava deitado na cama. Estava tão emocionado que nem conseguia falar, apenas deitou e abraçou o marido por trás.
- O que foi, min? Tá tudo bem com o bokie?- O rei concordou com a cabeça, mas manteve o rosto escondido no pescoço de jisung. — Amor, olha pra mim - pediu se virando um pouco. — amor, tá tudo bem?
— Uhum - suspirou — Só tô muito feliz. - O ômega sorriu e selou seus lábios enquanto fazia carinho em seu rosto. — Obrigado ji.
—Por que tá me agradecendo?
— Obrigado por me apoiar, amor.
— Não precisa disso min, eu estou aqui pra você, pra qualquer coisa que precisar.
— eu te amo muito, jagiya.
...
No dia seguinte Jisung e Yongbok foram fazer compras no shopping enquanto Minho trabalhava no escritório. O ômega e o beta estavam muito mais a vontades um com o outro e jisung agradecia por isso, não queria bancar a madrasta má ou ou algo do tipo.
- O que acha dessa bokie?
- Ji, isso não é caro demais?
- Voce não deveria se preocupar com isso, seu pai vai pagar e ele é o rei, lembra?
- Sim, mas não quero abusar da boa vontade de vocês..
- Não fala besteira, já conversamos sobre isso ontem, lembra? Você é o herdeiro.
- Eu sei ji, mas me sinto mal, acho que vou demorar a me acostumar com essa vida boa - riu.
- Aposto que vai se acostumar rapidinho, é muito mais fácil se acostumar com a mordomia, fano por experiência própria.
- Como foi pra você, mudar pro palácio e deixar sua família ?
- Ah, no começo foi difícil, minha familia sempre foi muito unida e meu irmão mais velho era bem ciumento, mas depois do casamento as coisas melhoraram e o Minho é ótimo em fazer eu me sentir em casa.
- Quero poder me sentir assim também, espero que não demore.
- Tenho certeza que logo logo vai se acostumar. - sorriu. - Vocês vão se dar bem, tenho certeza.
- É meio estranho sabe? Parece que perdi uma grande parte da minha vida. eu nunca me senti incompleto nem nada, meus pais sempre foram bons comigo, mas agora eu me sinto meio perdido e ao mesmo tempo tudo parece certo, eu fico pensando em como as coisas seriam se minha vida não tivesse sido roubada.
- Imagino que seja difícil, mas talvez esteja pensando da forma errada.
- como assim?
- Você deveria aproveitar que ganhou um pai e não ficar pensando em como seria sua vida se não tivesse sido sequestrado. Se as coisas aconteceram assim não tem como mudar e agora vocês precisam tentar recuperar o tempo perdido
- Você tem razão
- É claro que eu tenho! Então muda esse astral e vamos comprar suas roupinhas novas, aposto que o min vai querer ver tudo quando chegarmos.
- Tudo bem - sorriu. - Obrigado ji.
...
Minho ainda estava no escritório, tentava adiantar algumas coisas antes dos dois voltarem, queria estar disponível para dar atenção a eles. Revisou mais alguns papéis antes de receber uma ligação de Seungmin.
"- Oi Minnie, algum problema?
- Não, tá tudo ótimo. Liguei pra avisar que já falei com as minhas tias.
- É mesmo? E as rainhas aceitaram fazer o exame?
- Sim, mas elas pediram para vocês irem até Bom e fazer o exame lá
- Por que?
- Elas ainda não se sentem a vontade em sair do reino.
- Ah sim, tudo bem, eu entendo...
- Não se preocupa Minho, elas vão te tratar bem.
- Assim espero.
- Deveria levar o jisung e o Yongbok pra elas conhecerem.
- Vou falar com eles. Muito obrigado Minnie
- Não precisa agradecer.
- vê se não demora pra aparecer e trás o binnie, tô com saudades dele.
- Pode deixar"
Aquilo era uma boa notícia, apesar do medo de Minho em encontrar as sogras depois de tantos anos, ele queria muito ajudar Félix e além disso, não era mais um jovem que se deixava manipular facilmente, sabia que não era responsável pela morte de Yumi e não levaria mais essa culpa.
- AMOOR, NÓS CHEGAMOS! - jisung gritou da porta de entrada.
Podemos dizer que ele e Yongbok acabaram exagerando um pouco nas compras e agora alguns funcionários entravam com as sacolas e caixas, levando tudo para o quarto do principe.
— Oi jagiya, como foi o dia de vocês? - perguntou selando os lábios do marido — Vejo que compraram muitas coisas.
— O dia foi ótimo, compramos só o básico pro bokie ficar confortável.
— Desculpa pai, eu não quis exagerar - falou com vergonha.
- Ei, não precisa se desculpar, é tudo seu, tá bom?
- Muito obrigado - se curvou.
— Vão lá se prepararem para o jantar, pedi algo especial pra gente.
...
Já passava das oito da noite quando Félix e o senhor Kang estavam fechando a padaria, os dois haviam aproveitado para adiantar as coisas do dia seguinte e acabaram demorando mais que o normal.
- Obrigado pela ajuda félix, fez um bom trabalho hoje, descanse e se alimente bem.
- Muito obrigado senhor Kang,descanse também e tenha uma boa noite - se curvou.
- Vá pra casa e não fique na rua.
O ômega obedeceu e entrou logo em casa, estava muito cansado, nem pegou no celular e foi tomar um banho para relaxar.
Naquele dia passou boa parte do tempo pensando em seus pais, San e toda a busca por sua família biológica que começou tão de repente. A verdade é que Félix ainda se sentia culpado e não sabia muito bem como lidar com aquela situação. Assim que saiu do banho, ouviu o celular tocando e correu para atender.
"- Alô?
- Amoooor, por que não me responde? Eu tô aqui fora.
- Tá na minha casa?
- Sim, aqui no portão.
- Por que?
- Vim te buscar, pra gente jantar. Eu mandei mensagem. Vem logo, tá frio.
- Jinnie eu acabei de sair do banho, não pode ser amanhã?
- Você já jantou?
- Não
- Então vem logo se não eu vou congelar.
- Amoor...- falou manhoso - vai pra casa, eu prometo que vou comer Jajá
- Ah lix, eu tô com saudades.
- eu também, meu amor.
- Então vamos jantar, hum?
- Você vai esperar eu me arrumar?
- Me deixa entrar?
- Não
- Por que?
- eu tenho vergonha, aqui não é lugar pra um príncipe.
- Amor, para de besteira, eu tô morrendo de frio, congelar um príncipe é crime.
- Aí que saco Hyunjin, tá, tá bom. Já vou abrir"
Desligou sem avisar, colocou um roupão e uma toalha na cabeça e foi até o portão abrir. Hyunjin estava todo encolhido dentro do casaco e assim que viu Félix de roupão, o abraçou e levou pra dentro correndo. Estava muito frio pra ficar só de roupão fora de casa.
- Não repara muito, minha casa é bem simples.
- Para com isso e me dá um beijo.
- Eu tô de roupão.
- E daí? Só quero um beijinho, nem vou tocar em você, prometo. - levantou as mãos rendido e fez bico.
- Como você é manhoso, alteza - riu e selou os lábios dele. - Fica aqui e não mexe em nada. Vou me trocar e já volto.
- Tá bom.
A casa era realmente bem simples, com apenas uma sala/cozinha, um banheiro e um quarto, mas era limpa e organizada.
O príncipe não pode conter a vontade de olhar ao redor e algo chamou sua atenção.
Era uma foto de três crianças, estavam sorrindo de mãos dadas e bem sujas.
Hyunjin sentou no puff que havia ali e pegou a foto, ficou um bom tempo olhando ela até Félix sair do quarto.
— Esses são o San, Jisung e eu. É a única foto que tenho de quando era pequeno. - sorriu se aproximando do namorado enquanto secava o cabelo com a toalha.
- Vocês se conhecem a um tempão mesmo né.
- Uhum, depois do San, o Ji foi meu primeiro amigo. Passávamos muito tempo juntos.
- Vocês eram umas gracinhas. - sorriu e abriu os braços para que Félix pudesse sentar em seu colo.
- Nesse dia nos fizemos uma guerra de lama, por isso estamos tão sujos, a senhora Han ficou brava e tivemos que nos lavar no quintal pra poder entrar.
- Parece ter sido muito divertido - abraçou a cintura fina do loiro e enterrou o nariz em seu pescoço. Ele estava com aquele cheirinho gostoso de pós banho.
- Foi mesmo, queria poder ter tido mais dias felizes assim... mas sabe jinnie, eu fiquei pensando bastante hoje.
- Sobre o que?
— ah, sobre a minha família e tudo mais...mesmo que eu não encontre minha família biológica, eu já tenho uma muito melhor que qualquer outra. - sorriu - Tenho você, o sungie, San, jeongin e até o Minho. Vocês se importam comigo e são a melhor família que eu poderia pedir.
- Nossa você quer me fazer chorar - hyunjin estava com lágrimas nos olhos e sorriu deixando um beijinho na bochecha dele. Félix era tão fofo, tão especial, tão lindo.
- Obrigado por tudo jinnie.
- Não precisa agradecer, amor. Você é quem me ensinou o que é uma família de verdade, me ensinou o que é amar e ser amado,eu darei meu melhor pra te fazer feliz.
- Você já faz isso muito bem, você é o amor da minha vida, meu príncipe encantado.
- Te amo demais, lix - sorriu e o beijou. Não havia uma forma melhor de expressar o que sentia naquele momento. Os lábios se moveram lento e e gostosamente sobre os do outro, trazendo aquele friozinho gostoso na barriga.
Félix colou a testa na do outro e esfregou o nariz no dele com um sorriso no rosto e sussurrou: — Te amo muito mais.
Naquela noite, eles resolveram ficar ali mesmo, Hyunjin pediu comida e eles aproveitaram o clima frio para ficarem agarradinhos a noite toda, porque nada era melhor que aquilo.
Notas:
Oi gente! Postei uma fic nova, especial de dia dos namorados.
Se chama "Duas semanas pra te conquistar"