Após tomarem banho, ambos retornam para a sala. Renan pediu algo para comerem, e enquanto fazia a refeição, nenhum dos três conversaram sobre nada.
Renan achou estranho, olhava de um para o outro e se perguntava o que teria acontecido. Já, Cecília, não conseguia encarar Henry por causa do "quase beijo" que ia acontecer entre eles. Henry está no mesmo estado, mas decide quebrar a tensão e olhar para a mocinha, que comia a sua sobremesa favorita pacientemente. Após sentir o olhar de Henry nela, ela quase se engasga e começa a olhar para ele.
- O que aconteceu? - Renan pergunta curioso e os dois olham para ele confuso.
- Por que está perguntando isso?
- Esse é o jantar mais silencioso que eu já vi em toda a minha vida!
Isso não é uma mentira. Praticamente todos os jantares que Renan frequentou, sempre foram animados e repletos de conversas. Isso inclui os jantares que acontece na própria casa dos seus pais.
- E, eu tenho certeza que você ia conversar mais com o Henry, por ser uma fã completamente fanática.
- Eu estou pensando! - Cecília responde.
- No quê?
- Não irei falar para você.
Renan arqueia as sobrancelhas.
- Nem tente.
Henry reprime a risada e os dois olham para ele.
- Coitado da pessoa que um dia, se casar com ela. - Renan diz e levanta da mesa, pois acabou de comer a sua sobremesa e o pretexto de ter ficado ali, era, justamente, saber o que tinha acontecido entre eles.
- Renan!
- Claro que, vai ser o homem mais sortudo do mundo, porém, vai ter que ter um estoque de paciência.
Sem mais nem menos, ele sai correndo da sala de jantar, antes que Cecília jogue uma maçã nele. Em seguida, a mocinha olha para Henry envergonhada.
- Desculpe. Meu irmão vive me colocando nessas situações.
- Não tem problema. - Ele comenta. - É divertido ver vocês dois brigando desse jeito.
- Sugiro que você passe um dia com ele. - Henry a olha confuso, então, ela acrescenta: - Para ver se aguenta tudo que eu tenho que passar.
Henry assente e faz uma careta.
- Acho melhor não.
Cecília encara o restante da sua sobremesa e retorna a comer.
- Pelo visto, você gosta muito de morangos.
Cecília sorri e assente.
- De todas as frutas, morango é a minha favorita, ainda mais, em alguma sobremesa.
- Eu acho um pouco enjoativo.
- É porque você não comeu direito. - Ela diz divertida. - Eu até perguntaria a sua fruta favorita, mas acontece que eu já sei.
Henry a olha curioso e a desafia:
- Ah é? E qual é a minha fruta favorita?
- Açaí. - Ela responde orgulhosa de si mesma. - Quem diria que um grande ator britânico se apaixonaria por uma fruta tipicamente brasileira.
Henry sorri.
- É muito boa a fruta e contribui muito para a saúde. Você gosta?
- Eu amo Açaí! Na onde eu moro, tenho um lugar preferido para comer o meu Açaí.
- Eu acho que vou ter que ir nesse lugar para provar.
Cecília sorri.
- Se você aparecer em Alagoas, eu te mostro o lugar.
- Claro que irei aparecer! Ainda tenho um desfile para assistir, certo?
Cecília se lembra do convite e assente.
- Certo.
- Então, vou ter que ir uma semana antes para me empaturrar de Açaí.
- E a academia?
- Pode esperar um pouco.
Os dois olham um para o outro e sorri, em seguida, terminam de comer ambas as sobremesas e conversam a todo instante.
•
Na noite anterior, Henry perguntou tudo a respeito de Cecília e respondeu curiosidades que ela tinha sobre ele, das quais não tinha encontrado respostas em nenhum site da internet. Isso funcionou bem, pois ambos poderam se conhecer ainda mais.
Cecília teve a certeza que dormiu nas nuvens. Henry foi embora um pouco tarde, mesmo a protesto da mocinha, ao dizer que ele poderia dormir em um dos quartos de hospedes do apartamento. Porém, ele preferiu ir para casa, pois queria fazer companhia a Kal.
As gravações se encerra oficialmente. Após isso, Cecília tem apenas algumas gravações para fazer no hospital, pois, seria mais insteressante gravar o local de trabalho de todos os psicólogos.
No restante da semana, ela e Henry saíram juntos algumas vezes e, conforme tinha prometido para Marianne, ela vai ao jantar familiar que acontece nessa sexta feira. Cecília se arruma, e, por coincidência do destino - ou melhor, sua mãe interferindo nas suas roupas de viagem -, ela encontra um vestido azul claro e veste ele. A mocinha usa sapatos de salto branco e deixa o cabelo solto. Após terminar de se arrumar, ela encara Renan, ainda na sala, vestido de pijama.
- Não irei. - Ele diz simples.
- Mas, por quê?
- Estou cansado. - Renan informa. - E, amanhã, iremos voltar para o Brasil. Ainda tenho que revisar alguns documentos. - Ele diz e mostra a papelada em suas mãos e Cecília nota o notebook aberto e acena para o seu pai.
- Está linda filha!
- Muito obrigado.
- Mas eu acho melhor trocar o vestido por um saco de lixo.
Cecília franze o cenho e o seu pai continua dizendo:
- Não quero que esse tal Henry se apaixone por você.
- Acho que ele já está apaixonado. - Renan comenta.
Cecília olha para Renan e o pai dela também olha para o filho.
- Que história é essa?
- Pronto. - Cecília diz e o pai nem a escuta mais.
- Nada demais, vamos, que eu tenho bastante documentos para ver e, pelo visto, isso vai levar o resto da noite.
Renan, por fim olha para a irmã e encara o vestido que ela está usando.
- Uou! Depois dessa, eu tenho certeza que o Henry cai para trás.
- Renan. - Ela diz envergonhada.
- Vai me dizer que essa não é a sua tática? - Ele cemicerra os olhos.
- Não tenho tática nenhuma!
- Eu finjo que acredito.
Cecília corre para o quarto rapidamente e busca a sua bolsa. Nesse meio tempo, ela escuta Renan falando com alguém e presume que Henry chegou. Ao chegar na sala, a mocinha vê que as suas conclusões estavam certas e, teve que ver um Henry Cavill um pouco desconcertado.
Henry tem a certeza de uma coisa: ela é a mulher mais linda que já viu em toda a sua vida. E, não diz apenas da beleza exterior, e sim, da interior. Eles passaram muito tempo juntos essa semana inteira, e, sem saber, Cecília tem o ajudado com as suas crises, apenas por estar ao lado dele. E, ter a companhia dessa pessoa durante todo esse tempo, é bom, porém, isso está prestes a acabar.
"Por que ela tinha que morar tão longe?" - Pensou ele.
Por fim, ele recorda a sua consciência e antes de elogiá-la, escuta uma voz vinda de um computador.
- Ele chegou né? Por isso esse silêncio todo! Vou ter que ter uma conversinha...
- Pai, ele chegou. - Cecília diz.
Henry olha para o computador e vê o pai de Cecília na ligação, ele acena e o cumprimenta.
- Boa noite, Sr. Rodrigues. Tudo bem? - Ele diz educado.
- Boa noite para vocês, Henry. Aqui a ainda é final de tarde. Estou bem e você? - Ele responde, num inglês britânico perfeito.
- Estou ótimo. - Ele responde.
- Vou lhe dizer as regras: primeiro, ela tem que chegar em casa antes das nove, nada de beijos, nada de coisa de casal, nada de bebida alcoólica...
- Meu amor você está exagerando. - Antonella diz na ligação e cumprimenta Henry. - Boa noite Henry, não ligue para o meu marido. O excesso de ciúmes dele, irrita.
- Queria ver se você estivesse no meu lugar.
Antonella apenas ri.
- Se divirtam! Cecília é uma adulta, sabe exatamente como se cuidar sozinha e ela não tem hora de voltar para casa.
Cecília olha para Henry, com um pouco de vergonha e ele acha isso divertido.
- Bom jantar.
- Obrigado. - Os dois respondem.
Cecília se despede dos pais e do seu irmão, em seguida, os dois saem do apartamento.
Aproveitando aquele silêncio, ele decide elogiá-la.
- Você está linda.
Cecília olha para ele.
- Obrigado. - Ela agradece ao elogio. - Você está perfeito. Como sempre.
- Obrigado.
Eles adentram no elevador, Cecília aperta o botão e espera chegar no térreo.
- De volta para o Brasil amanhã. Está animada?
- Muito! Porém, já estou com saudades desse lugar.
Instuntivamente o cérebro dele pensou: "Então, porque não fica?" Porém, foi um pensamento rápido e ela tem uma vida inteira nesse país.
- Minha mãe, mandou dizer que já está com saudades de você.
- Nos vimos tão pouco.
- Mas, Marianne já te ama. - Ele diz, e o elevador chega ao térreo. - Não se esqueça disso.
- Não irei esquecer.
Henry oferece o seu braço para ela, e ela o entrelaça o braço dele com o dela e os dois andam até o carro de Henry.