DÊNIS
- A lá... gamadinha! - disse rindo.
Marcela: Ela é esperta, aviso logo! - arrancou com o carro.
Desconsiderei a hipótese da Marcela, ela me deixou em casa, carreguei as malas até o quarto em seguida fui na cozinha.
Estela: Seu mala!
- Também estava morrendo de saudades! - agarrei a veia pelo pescoço, beijei a testa e ela revidou o beijo. - Como que você tá, dona, Estela?
Estela: Não consegui dormir nesse carnaval... Veio meio mundo dos seus amigos, todo dia, te chamar pra churrasco. - respirou fundo. - Quase matei aquele tal de Cosme... Veio quatro vezes em dia só. - eu fiquei rindo da raiva dela, pobre Cosme, deve ter recebi inúmeros "vai tomar no cu".
- Vou ligar pra ele! - ela concordou com a cabeça e eu fui até a varanda.
Cosme: Fala, moleque... Tá por onde?
- Pra sua alegria, tô em casa, parceiro... - dei uma risada.
Cosme: Finalmente! - ouvi um barulho de som. - Chega aqui, tá rolando churrasco, piscina, cerva e bastante vadia! - gargalhei de novo.
- Vou tomar um banho, apareço aí em minutos! - desliguei.
Fui até o quarto e desfiz a mala rapidinho, catei uma toalha e pendurei no ombro, joguei o boné em cima da cama, cruzei a sala até o quarto da vovó.
- Aí, vou lá no Cosme...
Estela: Volte vivo e sem AIDS, por favor. - gargalhei e fiz um jóia com o dedão. Voltei pro banheiro e fiz minha higiene em seguida o banho.
Sai de toalha enrolada na cintura, peguei a minha cueca da sorte, coloquei uma bermuda cano longo jeans, uma camisa vermelha e um tênis da Qix branco. Enfiei o celular dentro do bolso, catei uma grana e fui na direção da mansão do Cosme.
Chegando lá o som era bem alto, cruzei a entrada falando com uns amigos, passei direto em busca dos mais próximo, encontrei Igor, Paçoca e Cosme bebendo e jogando baralho, apertei a mão de todos, me deram um copo e um cigarro e quando eu vi já tinha ganhado duas vezes consecutivas no baralho.
Já no meu vigésimo terceiro copo de whisky, mais pra lá do que pra cá, senti meu celular tremer, tirei do bolso e vi na tela, "Nathalia". Sai de perto da bagunça e fui até o banheiro, calmamente, o celular parou de tocar e pude ver 32 chamadas perdidas.
- Meu Deus, será que alguém morreu? - ironizei. Retornei a ligação e ela atendeu chorosa. - Nathalia... O que foi?
Nath: Preciso de você, Dênis... - depois disso, foi só choro.
- O que houve? - indaguei meio nervoso.
Nath: Vem que eu te conto, tô em casa. - sussurrou.
Desliguei o celular, fiquei me encarando no espelho, até que Cosme bateu na porta. Abri rapidamente.
Cosme: Qual foi?
- Preciso ir embora, mano. - falei serio, e o olhar dele mudou. Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma chave.
Cosme: Leva a minha moto, se for algo sério me mantém informado... - agarrei a chave e fui pra fora da casa, procurando a moto dele, quando achei, subi e dei partida bem rápido.