𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿...

By heatherpoetic

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Ela perdeu os pais muito nova, por motivos que nunca a foram revelados. Ele passou pelo mesmo, porém, a causa... More

Apresentação
1. Você acha que nós gostamos?
2. Ordem da Fênix
3. É bom estar em casa
4. "Mas vocês estão diferentes um com o outro..."
5. Não me faça rir
6. Eu confio em você
7. Eu amo você
8. Obdormiscere
9. Claro que aceito
10. Jealousy
11. Corujal
12. Precisamos agir
13. Música?
14. Cabeça de Javali
15. A festa
16. Armada de Dumbledore
17. O jogo
18. Now you see her
19. A visão
20. Natal
21. Oclumência
22. Dia cheio
23. Parque de diversão
24. E quem vai dirigir Hogwarts?
25. Carência
26. As lembranças de Snape
27. Eles fazem falta
28. Gêmeos Weasley
29. N.O.M.S
30. Ministério da Magia
31. A profecia perdida
32. Unbelievable
6° ano
1. Ela não vai estar sozinha
2. Harry?
3. Do céu ao inferno
4. You make me feel
5. A fuga de Draco
6. O clube de Sluge
7. Príncipe Mestiço
8. Acidinhas
9. Insegurança
10. Sempre vocês quatro
11. Jogo de Quadribol
12. O baile
13. O álbum
14. Envenenado
15. Ele pode ser confuso as vezes
16. Horcruxes
17. O colar de Libitina
18. Quarteto de ouro
7° ano
1. Batalha no Céu
2. Feliz Aniversário Harry
3. O testamento de Dumbledore
4. O casamento
5. Promessas
7. Ela não...
8. Ministério
9. To love you is easy
10. Você não tem família
11. Eu prometi
12. Xenofílio Lovegood
13. Cada átomo que me constitui
14. O melhor erro que já cometi
15. Gringotes
16. A Guerra
17. Júpiter e Saturno
18. A batalha final
19. Os dias de cão acabaram
Pós Guerra
1. Um novo começo
2. O Casamento
3. Honeymoon
Epílogo
Agradecimento

6. R.A.B

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By heatherpoetic

Acordei meia hora depois e Harry não estava no quarto. Resolvi sair para procurá-lo e fui o achar no quarto de Sirius, ele estava sentando na cama curvado sobre um papel.

- Tudo bem? - perguntei me sentando ao seu lado.

O quarto de Sirius era bem diferente do restante da casa; era decorado com cores vermelhas e fortes, havia várias fotos de mulheres trouxas nas paredes; perfumes de todos os tipos em cima de uma cômoda; um cinzeiro no chão e claro, muita bagunça.

Harry não respondeu de imediato, ele me entregou o papel que segurava e vi que era uma carta. Olhei receosa para o menino e então comecei a ler:

Ao terminar a leitura olhei para ele.

- Harry... - falei o puxando para um abraço. Ele retribuiu envolvendo meu corpo de forma apertada.

- Está faltando uma parte, estive procurando o resto mas não está aqui - murmurou enquanto nos afastavamos.

- Acho que não dá para achar nada no meio dessa bagunça - falei. - Você que fez?

- Não, quando eu cheguei já estava assim.

Coloquei minha mão delicadamente sobre sua perna, em forma de consolo. Ele estava meio para baixo, isso era perceptível.

- E tem mais isso...

Ele me entregou uma folha rasgada, sorri ao ver o bebê entrar e sair montado na vassoura de brinquedo.

- Acho que você precisa de um tempinho, né? - murmurei enquanto me levantava.

- Não - disse ele, segurando minha mão - Não precisa sair, tá tudo bem.

Dito isso me sentei novamente ao seu lado, nossos ombros colados um no outro.

- S/N?! HARRY?!

- OOI - gritei de volta. - AQUI EM CIMA.

Hermione e Ron entraram no quarto afobados.

- Vocês são malucos? - ofegou a menina, irritada - Achamos que tinha acontecido algo com vocês!

- Eles são dois bobões, isso sim! - comentou Ron, irritado - E porque Harry está tão perto de você? - completou, cruzando os braços.

- Ron eu acho que sou eu quem decide quão perto posso ficar da minha namorada - falou Harry.

- Vocês voltaram?! - se espantou Hermione.

- Voltamos.

- Até que enfim! - ela falou e se sentou do outro lado da cama - E adiantou alguma coisa terminar com ela?

- Bem... não, nada.

- Viu?!

- Cara você é meu melhor amigo, mas S/n também, e eu a conheço a mais tempo então - disse Ron, se sentando também -, se fazer ela chorar de novo eu mesmo te dou uns bons tapas.

Olhei para baixo, escondendo uma risada.

- Não vai ser preciso, pode ter certeza - disse Harry, olhando para mim.

- Você tem que ver esse dai falando de você enquanto dorme - falou Ron.

- Quê?! - questinei, sorrindo incrédula.

- Ron nem pense...

- "S/n eu quero você... mas não posso correr o risco de te perder também" - o menino imitou Harry, não dando atenção ao amigo - "Por favor não torne isso mais difícil do que está..."

O final da frase nunca foi completado, Harry arremessou uma almofada no ruivo, o calando. Hermione se contorcia de rir e vi a bochechas de Harry ruborizarem como nunca antes. Coloquei minha mão em sua nuca, acariciando de leve; ele me olhou envergonhado e eu neguei sutilmente com a cabeça, sorrindo.

- O que é isso? - perguntou a menina após limpar os olhos, que haviam lacrimejado pelos risos.

Harry entregou a carta para a menina, a qual o jogou um olhar de compaixão ao terminar. Ron leu junto com ela.

- Sabe essa Batilda que minha mãe menciona- falou Harry, ansioso -, sabe quem ela é?

- Quem?

- Batilda Bagshot, a autora de...

- História da magia - completou Hermione, mostrando interesse. - Então os seus pais a conheciam? Ela foi uma incrível historiadora da magia.

- E ainda está viva, e mora em Godric's Hollow, a tia Muriel, do Ron, esteve falando sobre ela no casamento. Ela conheceu a família de Dumbledore também. Seria bem interessante conversar com ela, não?

Hermione e Ron trocaram um breve olhar.

- Eu entendo por que você gostaria de conversar com ela sobre sua mãe e seu pai, e Dumbledore também - disse Hermione. - Mas isto não iria realmente nos ajudar a achar as Horcruxes, não é? - Harry não respondeu e ela prosseguiu: - Harry, eu sei que você realmente quer ir a Godric's Hollow, mas estou com medo da facilidade com que aqueles Comensais nos encontraram ontem. Mais que nunca, isso me faz sentir que devemos evitar o lugar onde seus pais estão enterrados. Tenho certeza que estarão esperando a sua visita.

- Não é só isso - respondeu Harry. - Muriel disse umas coisas sobre Dumbledore no casamento. E quero saber a verdade...

Ele contou, então, tudo o que a tia de Ron (Muriel) havia dito a ele no casamento. Aparentemente Dumbledore tinha uma irmã, Ariana, a qual foi mantida trancada dentro de casa por anos e impedida de frequentar Hogwarts por ser um aborto. Muriel acreditava que Dumbledore havia a matado, e, embora isso me parecesse loucura, Harry continuou contando: Dumbledore e Aberforth tiveram uma briga a qual foi escutada por Batilda; Aberforth acusou o irmão de ser o culpado da morte de Ariana e em seguida deu-lhe um murro na cara.
Dumbledore nem se defendeu o que me pareceu muito estranho. Por fim Harry disse que os Dumbledore moraram em Godric's Hollow, assim como seus pais e Batilda.

- É claro que entendo por que isso o perturbou, Harry.... - falou Hermione, após ouvirmos a história.

- Não estou perturbado. Eu só gostaria de saber se é ou não verdade ou...

- Harry, você acha mesmo que vai chegar à verdade ouvindo fofocas maliciosas de uma velhota como a Muriel, ou de Rita Skeeter? Como pode acreditar nelas? Você conheceu Dumbledore!

- Pensei que conhecia..

- Mas você sabe o quanto havia de verdade em tudo que a Rita escreveu sobre você! Você não pode deixar essa gente macular as lembranças que você tem de Dumbledore, Harry!

Harry desviou o olhar para baixo e percebi um fundo de rancor pairar sob ele.

- Vamos descer para a cozinha? - sugeriu Hermione após uma breve pausa. - Arranjar alguma coisa para comer?

- Agora! - falou Ron e os dois saíram.

Me agachei na frente de Harry, apoiando as mãos em seus joelhos.

- Iremos dar um jeito de descobrir a verdade, tá? Se isso significa tanto pra você nós faremos.

Ele me olhou agradecido, seu ânimo pareceu ter se animado um pouquinho.

- Eu te amo tanto - ele disse se curvando para me beijar.

- Ô gente vem aqui - falou Ron, em voz alta.

Nos entreolhamos rapidamente e saímos. Ron e Mione estavam parados a frente de uma porta verde. Quando nos aproximamos percebi a presença de um aviso pomposo em letras desenhadas.

Não entre
sem a expressa permissão de
Regulus Arturo Black

- O quê? - perguntou Harry.

- R.A.B! - exclamei, a agitação se infiltrado em mim.

- Mas esse não é o irmão de Sirius? - questionou Hermione, confusa.

- Ele foi um Comensal da Morte, Sirius me contou a história dele, Regulus se alistou quando ainda era muito moço e depois se acovardou e tentou sair; então, eles o mataram - falou Harry.

- Isso faz sentido, não é?! - questionou Hermione, ansiosa. - Se ele foi um Comensal da Morte, teve acesso a Voldemort, e quando se desencantou deve ter querido derrubá-lo!

- Vocês acham que... - balbuciou Ron. - Ele... o medalhão...?

- Vamos descobrir - disse Harry. Ele empurrou a porta mas a mesma estava trancada. Apontei minha varinha para a mesma e disse:

- Alohomora!

Ouviu-se um clique e a porta abriu. Harry sorriu para mim e baguncei seus cabelos, mandando embora a cara de bobo que ele estava.
O quarto de Regulus era bem diferente do de Sirius: havia verde e prata por todos os lados; uma enorme bandeira da Sonserina em uma parede; o brasão da família Black perfeitamente pintado em cima da cama. Fui até a escrivaninha que estava com as gavetas abertas e reparei na fotografia de uma menina loira, comendo algo. Seus traços me lembraram Luna Lovegood.

- Como se chamava a mãe de Luna? - questiono, segurando a foto nas mãos.

- Pandora - respondeu Harry. - Por quê?

- Acho que essa era ela - falei e ele veio até mim, analisando a foto por cima do meu ombro; Ron e Mione aparentemente não me ouviram, estavam muito curiosos em vasculhar o quarto - Será que eles eram amigos?

- Provavelmente - Harry respondeu e então se afastou.

- Pelo visto ele era fã de Dumbledore antes mesmo de se juntar aos Comensais - falou Hermione, ajoelhada sobre uma pilha de jornais.

- Ele jogava na posição de apanhador - comentou Harry.

- Quê?!

- Ele está sentado no centro da primeira fila, é onde o apanhador... ah, esquece - falou Harry ao perceber que ninguém lhe prestava atenção.

Senti muita dó e fui até ele, olhando a foto por cima de seu ombro.

- É onde o apanhador senta - falei. - Tem uma foto sua sentada nesse lugar naquele álbum que te dei, acho que é do primeiro ano.

- Que álbum? - perguntou Ron mas Harry o ignorou, ele subiu os olhos para mim e sorriu, agradecido.

Procuramos em cada cantinho do quarto mas nada de achar o medalhão. Hermione tentou evocá-lo com um feitiço mas o mesmo não adiantou. Ele definitivamente não estava aqui.

- Ah, pode estar em qualquer lugar da casa - falou Hermione. - quer dizer... lembram daquelas lixarias todas de que precisamos nos livrar quando estivemos aqui na última vez? Regulus talvez as tivesse posto lá para proteger o esconderijo do medalhão, ainda que a gente...

De repente um flashback veio a minha mente e parei abruptamente, minha boca se abriu e com certeza minha expressão não era das mais atentas.

- Amor?

- Havia um medalhão!

- Quê?! - exclamaram os dois garotos ao mesmo tempo.

- Verdade! - exclamou Hermione - No armário da sala de visitas. Ninguém conseguiu abri-lo. E nós... nós...

- Monstro pegou montes dessas coisas escondido de nós - disse Harry, se lembrando do ocorrido. - Ele tinha um verdadeiro tesouro escondido no armário da cozinha. Vamos.

Descemos a escada correndo, a fazendo reboar. Chegando na porta do armário de Monstro derrapamos para não colidir uns com os outros. Vasculhamos o lugar mas não havia nada, nada de medalhão, apenas sujeira e quinquilharias sem importância.
Ron gemeu ao se atirar em uma cadeira da cozinha; Hermione fechou os olhos e eu me sentei também, sem esperanças.

- Ainda não terminou - disse Harry, e erguendo a voz berrou: - Monstro!

Um estralo se fez no ar e o elfo rodopiou, pousando sob o chão.

- Meus senhores - coaxou Monstro fazendo uma profunda reverência, resmungando para os próprios joelhos -, de volta à velha casa da minha senhora com o traidor do sangue Weasley e a sangue ruim...

- Monstro, proíbo você de chamar quem quer que seja de "traidor do sangue" ou de "sangue ruim" - falei. - Temos uma pergunta a lhe fazer, e ordeno que me responda a verdade. Por favor - acrescentei, sem jeito.

- Claro, minha senhora.

- Dois anos atrás havia um medalhão de ouro na sala de visitas lá em cima. Nós o jogamos fora. Você o pegou de volta? - continuou Harry.

Houve um momento de silêncio em que Monstro se aprumou para encarar Harry. Em seguida respondeu:
- Peguei.

- Onde está o medalhão agora? - questionei, me endireitando na cadeira.

- Foi-se - disse Monstro, apertando os olhos.

- Foi-se? - repetiu Harry, perplexo. - Que quer dizer com esse "foi-se"?

- Mundungo Fletcher roubou tudo, tudo...

- Inclusive o medalhão? - perguntei.

O elfo assentiu, estremecendo.

- Monstro agiu mal, Monstro desobedeceu às ordens do seu senhor, Regulus Black!

E então o elfo doméstico tentou pegar o atiçador na grelha da lareira, mas Harry o impediu a tempo.

- Monstro, ordeno que você fique parado! - ele disse e Monstro ficou estatelado no piso frio, as lágrimas saltando dos seus olhos empapuçados.

- Harry, deixe ele levantar! - sussurrou Hermione.

- Para ele poder se espancar com o atiçador? - bufou Harry, se ajoelhando ao lado do elfo. - Acho que não. Certo, Monstro, você disse que o medalhão era do seu senhor Regulus. Por quê? De onde veio o medalhão? Qual era a ligação de Regulus com ele? Monstro, sente-se e me conte tudo que sabe sobre aquele medalhão, tudo que o ligava a Regulus!

- Harry... calma - murmurei.

O elfo sentou, apoiou o rosto molhado entre os joelhos e começou a se balançar para a frente e para trás.

- Meu senhor Sirius fugiu, ainda bem, porque ele era um garoto ruim e despedaçou o coração da minha senhora com a sua rebeldia. Mas meu senhor Regulus tinha orgulho; sabia reverenciar o nome Black e a dignidade do seu sangue puro - sua voz saia fanha e abafada - ....quando fez dezesseis anos, meu senhor Regulus se reuniu ao Lorde das Trevas, com orgulho e tão, tão feliz. Um ano depois que se alistou, meu senhor Regulus veio à cozinha ver Monstro. Meu senhor Regulus sempre gostou de Monstro. E meu senhor Regulus disse... disse...

O velho elfo balançou-se mais rápido que nunca.

- ... disse que o Lorde das Trevas precisava de um elfo.

- Voldemort precisava de um elfo? - repetiu Harry, olhando para mim, Ron e Mione. Todos nós tão confusos quanto.

- Ah, foi - gemeu Monstro. - E meu senhor Regulus tinha oferecido Monstro. Era uma honra... meu senhor Regulus disse que tinha de fazer tudo que o Lorde das Trevas mandasse... e depois v-voltar para casa.

Monstro balançou-se ainda mais rápido, expirando em soluços.

- Então Monstro foi procurar o Lorde das Trevas. O Lorde das Trevas não disse a Monstro o que iam fazer, mas levou Monstro com ele para uma caverna junto ao mar. E para além da caverna havia outra caverna, e na caverna havia um enorme lago preto...

Troquei um olhar significativo com Harry, meu braço se arrepiou.

- ... havia um barco... e... e uma b-bacia cheia de poção na ilha. O Lorde das T-trevas fez Monstro beber...

O elfo tremeu da cabeça aos pés.

- Monstro bebeu, e enquanto bebia, viu coisas terríveis... As entranhas de Monstro queimaram... Monstro gritou para o senhor Regulus ir salvar ele, gritou por sua senhora Black, mas o Lorde das Trevas ria... ele fez Monstro beber a poção toda... ele pôs um medalhão na bacia vazia... tornou a encher a bacia com mais poção. Então o Lorde das Trevas foi embora e deixou Monstro na ilha... Monstro precisava de água, arrastou-se até a orla da ilha e bebeu a água do lago preto... e mãos, mãos mortas saíram da água e arrastaram Monstro para baixo...

- Como foi que você escapou? - sussurou Harry.

- Meu senhor Regulus disse a Monstro para voltar.

- Eu sei... mas como você fugiu dos Inferi?

- Meu senhor Régulo disse a Monstro para voltar - repetiu ele.

- Eu sei, mas...

- Ora é óbvio, não é, Harry? - interveio Ron. - Ele desaparatou!

- Mas... não se podia aparatar e desaparatar na caverna - disse Harry -, do contrário, Dumbledore...

- A magia dos elfos não é como a magia dos bruxos, Harry - sussurei, recuperando o ar que mal sabia ter prendido.

Fez-se silêncio enquanto digeriamos a informação.

- Então que aconteceu quando você voltou? - perguntou Harry. - Que disse Regulus quando você contou o que tinha acontecido?

- Meu senhor Regulus ficou muito preocupado. Meu senhor Regulus mandou Monstro ficar escondido e não sair de casa. E então... foi um pouco depois disso... meu senhor Regulus veio procurar Monstro no armário uma noite, e meu senhor Regulus estava esquisito... ele pediu a Monstro para levá-lo até a caverna, a caverna onde Monstro tinha ido com o Lorde das Trevas...

- E ele fez você beber a poção? - perguntou Ron, enojado.

Monstro, porém, sacudiu a cabeça e chorou. Hermione levou as mãos à boca e eu a olhei, compreendendo o que havia acontecido. Como esperado o elfo disse... Regulus havia substituído o medalhão por outro, falso. Ele bebeu a poçao... ele havia feito isso pois se arrependeu, e não "acovardado".

- Ah, Monstro! - choramingou Hermione após ouvir o relato. Ela caiu de joelhos ao lado do elfo e tentou abraçá-lo. Na mesma hora, ele ficou de pé, fugiu dela, deixando óbvia a sua repulsa.

- A sangue ruim encostou em Monstro, ele não vai permitir, que iria dizer a senhora dele?

- Não a chame de "sangue ruim"! Monstro! - acrescentei quando o elfo começou a se castigar - Pare, por favor, eu não quero que se machuque... pare!

O elfo ficou deitado no chão, ofegando e tremendo, transbordando em lágrimas. Nunca senti tanta pena dele como agora.

- Ah, isso é horrível! - gemeu Hermione.

- Então você trouxe o medalhão para casa - disse Harry. - E tentou destruí-lo?

- Monstro tentou tudo, tudo que sabia, mas nada adiantou de tão poderosos os feitiços que estavam nele. Monstro não conseguiu destruir o medalhão! E sua senhora enlouqueceu de tristeza, porque meu senhor Regulus desapareceu, e Monstro não pôde contar a ela o que tinha acontecido, não, porque meu senhor Regulus tinha p-proibido Monstro de contar para a f-família o que tinha acontecido na c-caverna...

Meus olhos encheram de lágrimas, embora não se derramassem como as de Mione. Até Ron parecia perturbado. Harry se recostou e sacudiu a cabeça, tentando clarear os pensamentos.

Chegamos no assunto sobre Sirius... afinal o elfo tinha meio que o entregado a Voldemort. Um ácido se formou em meu estômago enquanto Hermione e Harry discutiam sobre. Eles chegaram em uma breve conclusão de que deveriam tratar Monstro melhor, e não como mais um criado como Almofadinhas acabava fazendo. Assim esperávamos que ele nos tratasse melhor também.

- Monstro, vou lhe pedir para fazer uma coisa - disse Harry, após os soluços do elfo cessarem. Ele olhou para mim, pedindo ajuda.

- Monstro - falei, no tom mais gentil que pude - queremos que você, por favor, encontre Mundungo Fletcher. Precisamos descobrir onde o medalhão do seu senhor Regulus, está. É realmente importante. Queremos terminar a tarefa que Regulus começou, queremos... ãh... garantir que ele não tenha morrido em vão.

- Encontrar Mundungo Fletcher? - repetiu rouco.

- E trazê-lo aqui, ao largo Grimmauld - acrescentou Harry. - Você acha que poderia fazer isso para nós?

Monstro assentiu e ficou em pé. Harry apanhou a bolsa que Hagrid havia lhe dado e tirou o medalhão de dentro da mesma.

- Monstro, eu... ãh... gostaria que você ficasse com isso - disse, colocando o medalhão nas mãos do elfo. - Isto pertenceu a Regulus, e tenho certeza que ele gostaria de lhe dar como prova de gratidão pelo que você...

- Destruiu, colega - disse Ron, quando o elfo, dando uma olhada no medalhão, deixou escapar um uivo de choque e desespero e tornou a se atirar ao chão. De novo.

...

Após acalmar Monstro ele partiu em busca de Mundungo. Fui até o quarto de Sirius, meio que sem raciocinar muito, apenas senti vontade e caminhei até lá. O cheiro de seu perfume ainda era presente no cômodo, como se ele próprio estivesse aqui, como se ele estivesse vivo...

Meu olhos correram pelo cômodo, era a primeira vez que o via com atenção desde sua... morte. Sirius já havia me ajudado tanto, mesmo que em pouco tempo... ele havia se tornado uma das pessoas mais importantes da minha vida e que mais me compreendiam. Me sentia culpada por sua morte, em grande parte. Eu estava bem na frente da cena, podia ter impedido mas fui lenta demais... eu poderia ter sido mais clara no aviso do espelho, poderia ter pedido para alguém da Ordem forçá-lo a ficar em casa, trancá-lo se fosse preciso. Se eu tivesse pensando direito ele ainda estaria vivo.

Passo a admirar a foto dele, James, Remus e Peter em uma parede. Os marotos.

- O que está fazendo aqui?

Abaixei a cabeça rapidamente, enxugando meus olhos com as mangas do suéter. Coloquei as mãos nos bolsos traseiros do jeans e me virei, tentando parecer o mais normal possível.

- Nada... eu... eu estava procurando minha escova de dente. Mas claramente não está aqui - então fui até Harry - Vamos?

Eu passei por ele mas o moreno segurou minha mão.

- O quê foi?

- Não precisa esconder seus sentimentos de mim, S/n - ele falou, me puxando ainda pela mão, para mais perto de si. - Você sabe que não.

O menino me abraçou, e eu retribui. Era algo reconfortante embora meu estômago se revirasse.

- Também pensei no mesmo que você - ele sussurou ao nos afastarmos. - Sirius morreu achando que o irmão era um Comensal...

Seu tom de voz era firme, mas percebia que o assunto não lhe era o favorito. Obviamente. Segurei suas mãos, apertando levemente as mesmas enquanto falava.

- Ele teria muito orgulho de Regulus.

O menino suspirou e fez que sim com a cabeça. Nos encaramos por um longo segundo.

- HARRY! S/N! VENHAM, NÓS CONSEGUIMOS ALGO PARA COMER - Ron gritou e nós voltamos a tona.

- Vamos?

Harry enquadrou meu rosto em suas mãos de forma carinhosa.

- Eu te amo. Muito. Sempre que quiser conversar... sobre qualquer coisa, eu estou aqui, estou aqui para você, tá?

Assenti com a cabeça.

- Digo o mesmo, Harry. Não envolvendo você querer me proteger ou algo do tipo.. - ele soltou um riso soprado - eu sou toda ouvidos, sempre.

Ele selou nossos lábios.

- Vem cá, será que dá pra vocês pararem de se beijar e vir comer logo? - ouvi a voz de Ron do lado de fora do quarto.

- Colloportus - murmurou Harry entre meus lábios e a porta se fechou em um entrondo. Ele voltou a me beijar.

Ouvi Ron murmurar um xingamento enquanto as escadas rangiam com seus passos.

...

No dia seguinte estavamos todos na sala. Hermione ensinava Ron a tocar piano e a cena me arrancou um sorriso tolo. O ruivo a olhava todo bobo.

- Harry, pode vir aqui um minutinho? - perguntei do alto da escada.

- Claro.

- Aonde vocês vão? - questionou Hermione.

- Vou ensinar Harry a pintar - falei estendendo a mão para o garoto.

- Você vai o quê? - perguntou Ron, boquiaberto.

- Me ensinar a pintar? - admirou-se Harry, segurando minha mão. Ele sorria mas pude ver sua confusão.

- A gente se conhece praticamente desde que nasceu e você nunca me ensinou a pintar! - protestou Ron.

- Hermione está fazendo um ótimo trabalho te mostrando como tocar piano - falei. - Fora que... você não iria querer deixar uma mulher tão bonita como ela sozinha, iria?

As orelhas do ruivo ficaram vermelhas e Hermione sorriu para mim. Joguei uma piscadinha para a mesma e voltei a subir, Harry me abraçou por trás quando chegamos ao primeiro patamar. Entramos no quarto que ele dividia com Ron na época que dormiamos aqui.

- Onde você arrumou essas telas?

- Ah... sabe, de onde eu venho existe uma coisa muito legal chamada... - fiz cara de confusa - magia!

Ele revirou os olhos, fechando a porta. Eu ri.

- Acho melhor você tirar essa blusa - digo, forçando um tom desdenhoso. - Para não sujar sabe... só por isso.

Ele riu e seus olhos verdes brilharam com o sol que entrava pela janela.

- Só por isso? - questionou.

- Só por isso.

O menino já tirava sua blusa, ficando somente de calça. Estudei seu abdômen e por um momento esqueci do mundo ao nosso redor.

- Gostou? - falou Harry, sorridente. - É todo seu.

Pigarreei recuperando e me coloquei atrás dele, fazendo um nó no avental que havia o emprestado.

- Um tapa no gostoso - digo dando um tapa um sua bunda.

Ele se sobressaltou, assustado e meio envergonhado. Gargalhei mas parei quando ele tentou retribui.

- NÃO! NÃO! HARRY - gargalhava correndo pelo quarto. - HARRY NÃO.

Por fim ele conseguiu me pegar fazendo cócegas em minha cintura, eu gargalhava e logo me desvencilhei do menino, recuperando o fôlego.

- Nem parece que tem dezessete anos.

- Desculpa, Sr.Maduro Potter.

- Sra.Potter você poderia falar o que viemos fazer aqui? De verdade.

- Sra.Potter? - ri.

O menino fez que sim com a cabeça e se ajoelhou à minha frente, senti meu estômago gelar e meu rosto se fechou em total espanto quando Harry enfiou a mão do bolso da calça. Jurei que meu coração iria sair pela boca.

- Você aceita uma minhoca de geleia? - ele falou, o doce na palma de sua mão.

Suspirei e dei um tapa na cabeça do menino.

- Idiota - balbuciei me virando para preparar as tintas. Ele se levantou, rindo e me abraçou por trás, descansando a cabeça em meu ombro.

- Amor você acha mesmo que eu iria te pedir em casamento desse jeito?

- Não sei... você é meio lerdo pra essas coisas.

Ele depositou um beijinho na curvatura do meu ombro.

- Quando se trata de você, não - sussurou ele.

Me virei para o menino, e o entreguei uma paleta de pintura. Havia apenas um cavalete e uma tela no lugar, mas estava ótimo, afinal a obra seria apenas dele hoje.

- Certo. Você coloca seu dedão aqui... Harry para de olhar pra mim e presta atenção - acrescentei, risonha quando vi o menino me observar.

- Desculpa... mas não importa quantas obras eu veja... você sempre vai ser a mais linda.

Encarei o menino.

- Meu Deus que coisa mais linda, com toda certeza eu fui feita para te amar, Harry James Potter.

- Você foi - ele confirmou. - e eu também. Quer dizer... nós somos almas-gemeas, né?

- É - confirmei, sorrindo. - Tá agora... você vai se virar e eu vou te ajudar, mas só ajudar, o trabalho vai ser seu.

Então o segurei pelos ombros e o virei.

- Tem alguma idéia do que quer fazer?

- Não. Você que é a artista aqui, não eu.

- Nadinha mesmo? - insisti.

- Nã... - ele parou, pensativo. Depois de um tempo em silêncio acrescentou: - na verdade sim, mas não sei se consigo fazer isso.

- Claro que consegue - incentivei. - O que é?

Harry não disse nada, apenas entrelaçou nossas mãos e as levantou no ar.

- Isso.

- Legal! - falei, animada - Beleza, primeiro você precisa fazer o contorno...

Então o entreguei um lápis, ele me olhou com desdém.

- Meu amor... não é querendo ser grosso nem nada, mas eu definitivamente não posso fazer isso.

- Tá... eu faço o contorno para você.

Então rapidamente fiz o esboço de duas mãos entrelaçadas.

- Além de linda é talentosa - ele disse me fazendo corar. Coloquei o cabelo para trás da orelha e escondi um sorriso.

- Toma - entreguei o pincel a ele. - Pode pintar como quiser.

Ele suspirou nervoso e olhou por um longo momento para as cores na paleta em sua mão.

- Pode usar mais de uma cor, fica até mais bonito. Só saiba misturar as tonalidades nos fins e começos pra não ficar uma linha de delimitação entre elas.

- Ah claro, por que eu super vou dar conta de fazer isso, S/n!

Ignorei a ironia e me posicionei atrás do menino, colando nossos corpos mais uma vez. Passei meus braços pelas laterais dos seus e peguei o pincel, o molhando na tinta habilmente.

- Pega - murmurei e ele pegou o pincel, meio desengonçado. Escondi um sorriso ao ver os pelinhos de sua nuca arrepiarem. Coloquei minha mão por cima da sua e as levei lentamente a tela, tingindo de bordô pequenas partes do antebraço e das falanges.

O silêncio pairou no ambiente. Apenas o tintilar das notas musicais do piano ao longe e o barulho relaxante da tinta passando pela tela.

- Está sentindo?

- Estou - ele respondeu, sua voz saiu baixa e rouca - É realmente muito relaxante.

- Sim! Mas sabe o que é mais relaxante ainda?

- O quê?

- Isso - então desviei o pincel, o esfregando no nariz dele. Me afastei e Harry se virou negando com a cabeça enquanto limpava o local, agora manchado de vermelho.

- Ah é assim? - ele questinou, pegando um potinho de tinta - Vem cá.

- Harry nem ouse... - me vi andando para trás, esticando meus braços para frente - Não, não eu tava brincando...

Mais rápido do que pude acompanhar o menino me agarrou, jogando toda a tinta em meu tronco. Minha blusa colou na pele com isso.

- Seu...

- Lindo amor da sua vida - ele me interrompeu.

Cerrei os olhos para ele e fui até a mesinha que havia improvisado, pegando outro potinho de tinta, essa era misturada com um pouco de água, o que a deixava mais rala e consequentemente em maior quantidade.

- Sempre achei que você fica bem de azul, amor - falei e ele se afastou. - Acho que contrasta muito com esses seus olhinhos verdes - e então arremessei a mesma em seu corpo.

Ele rapidamente pegou outra tinta, dessa vez não consegui ver que cor era. A arremessou em meu cabelo e tentei lhe dar um tapa que acabou atingindo o ar.

- Harry James Potter!

- Uma repaginada, amor - ele falou, maroto. - Não que você precise de algo para ficar mais linda, mas mechas amarelas realmente ficam boas em você!

Ri e espirrei a tinta que estava no pincel em seu rosto.

- Sardas naturais - comentei irônica.

Ele sorriu e tirou o pincél da minha mão. Observei Harry ir até a mesinha e pegar uma tinta azul; o menino pintou as palmas da mão com a mesma e as estendeu no ar, vindo até mim.

- Harry o que você... - não pude completar a frase. O menino as colocou em cima dos meus seios, marcando minha blusa com as mãos.

- Perfeito! - ele exclamou entusiasmado.

Encarei Harry e embora tentasse não consegui conter o riso, ele também riu mas não demorou muito para que me puxasse para um beijo. Nossas mãos estavam sujas, nós estavamos sujos e isso se intensificou enquanto nos beijavamos. Suas mãos tingindo meu rosto e as minhas a sua nuca e os arredores de seu pescoço.

Nos afastamos pela falta de ar segundos depois. O quadro ainda estava incompleto então o finalizamos, embora mais tinta fosse para nossos corpos do que para a tela. Ao terminar, limpamos a bagunça com um feitiço.

- O que acha de um banho? - perguntou ele.

- Agora!

Saímos do quarto e Ron e Hermione continuavam na sala, embora agora os dois tivessem se afastado do piano. Ron mechia no desiluminador e Hermione lia um livro, com mais dois a espera.

- Mas que diabos vocês fizeram lá em cima? - questinou Ron, espantado.

- Acho que eles foram os quadros, Ron - replicou Hermione.

- É... fizemos um pouquinho mais de bagunça do que gostaríamos - disse Harry - Vamos tomar um banho.

- Juntos? - perguntou Ron.

- Quê?

- Vocês vão tomar banho juntos?

- S/n não consegue ensaboar as próprias costas... eu preciso ajudá-la.

Hermione abafou uma risada e voltou a atenção ao livro. Ron se conformou e foi até o lado de Hermione, ficando mais perto dela.

Eu e Harry subimos rapidamente para o banheiro. Tomamos uma ducha quente e demorada enquanto ele realmente me ajudava a tirar a tinta do corpo; eu também o ajudava. Rolaram algumas mãos bobas e beijos mais quentes, mas não passou disso.

Não descemos novamente para a sala, Harry sugeriu que ficassemos lá em cima então assim fizemos. Voltamos para o quarto; eu apoiei minhas costas na cabeceira da cama e Harry se deitou em meu colo, o menino pegou minhas mãos e as colocou em seu cabelo.

- Cafuné? - questionou ele.

Sorri e comecei a acariciar seus cabelos.

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