𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿...

By heatherpoetic

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Ela perdeu os pais muito nova, por motivos que nunca a foram revelados. Ele passou pelo mesmo, porém, a causa... More

Apresentação
1. Você acha que nós gostamos?
2. Ordem da Fênix
3. É bom estar em casa
4. "Mas vocês estão diferentes um com o outro..."
5. Não me faça rir
6. Eu confio em você
7. Eu amo você
8. Obdormiscere
9. Claro que aceito
10. Jealousy
11. Corujal
12. Precisamos agir
13. Música?
14. Cabeça de Javali
15. A festa
16. Armada de Dumbledore
17. O jogo
18. Now you see her
19. A visão
20. Natal
21. Oclumência
22. Dia cheio
23. Parque de diversão
24. E quem vai dirigir Hogwarts?
25. Carência
26. As lembranças de Snape
27. Eles fazem falta
28. Gêmeos Weasley
29. N.O.M.S
30. Ministério da Magia
31. A profecia perdida
32. Unbelievable
6° ano
1. Ela não vai estar sozinha
2. Harry?
3. Do céu ao inferno
4. You make me feel
5. A fuga de Draco
6. O clube de Sluge
7. Príncipe Mestiço
8. Acidinhas
9. Insegurança
10. Sempre vocês quatro
11. Jogo de Quadribol
12. O baile
13. O álbum
14. Envenenado
15. Ele pode ser confuso as vezes
16. Horcruxes
17. O colar de Libitina
18. Quarteto de ouro
7° ano
1. Batalha no Céu
2. Feliz Aniversário Harry
3. O testamento de Dumbledore
5. Promessas
6. R.A.B
7. Ela não...
8. Ministério
9. To love you is easy
10. Você não tem família
11. Eu prometi
12. Xenofílio Lovegood
13. Cada átomo que me constitui
14. O melhor erro que já cometi
15. Gringotes
16. A Guerra
17. Júpiter e Saturno
18. A batalha final
19. Os dias de cão acabaram
Pós Guerra
1. Um novo começo
2. O Casamento
3. Honeymoon
Epílogo
Agradecimento

4. O casamento

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By heatherpoetic

Passei a manhã inteira com dor de cabeça. Depois de almoçarmos começamos a nos arrumar para o casamento.

- Como estou? - perguntou Hermione. Ela usava um vestido vermelho, o qual contrastava perfeitamente com seus sapatos da mesma cor.

- Linda, como sempre! - falei enquanto dobrava a perna para trás, me inclinando para calçar o salto. - Onde Gina se meteu?

- Não sei. Quer ajuda com o vestido?

- Quero!

Mione veio até mim e subiu o zíper da minha roupa rapidamente.

(gente não vou colocar nenhum look aqui para ficar mais aberto a imaginação de vcs, fiquem a vontade)

- S/n esse vestido ficou perfeito no seu corpo. - ela falou, sua mão ainda pousava sobre meu ombro. Eu estava de costas, segurando meu cabelo com a mão.

- Obrigada - agradeci.

- Você está bem?

- Estou ótima.

- Sério, Bennet? Eu te conheço a quase sete anos - ela falou, me virando para encará-la - Anda, me conte o que houve.

- Não houve nada - respondi calmamente -, agora acho melhor você ir lá para baixo... conheco um certo ruivo que ficará de cabelos arrepiados quando vir você nesse vestido.

Enquanto falava empurrava Hermione até a porta, vi que ela sorria.

- Ainda vamos conversar! - disse ela enquanto descia as escadas.

Sorrio fracamente imaginando a cara de Ron quando a visse. Fui até a penteadeira de Gina e abri a primeira gaveta escolhendo qual brinco usar.

- S/n - falou a Sra.Weasley entrando no quarto, Harry vinha sendo empurrado por ela - Você pode por favor ajudar Harry a dar um nó em sua gravata... eu tenho que atender os convidados.

Me assustei com a repentina agitação mas logo recuperei minha fala.

- Claro, pode ir.

- Obrigada, querida! - então ela rapidamente veio até mim, apertando minhas bochechas carinhosamente - A propósito, você está linda.

Seu sorriso era meigo mas sua expressão mostrava algo semelhante a ansiedade e cansaço. Não a culpava, os dias anteriores tinham sido realmente exaustivos.

- Obrigada - falei enquanto ela saia do quarto, apressada.

Tive a certeza de que a casa estava vazia, um silêncio estranho e constrangedor preencheu o ambiente. Terminei de colocar meus brincos e fui até Harry.

- Eu nunca fiz isso antes então... - falei enquanto meus dedos se mechiam sem experiência na gravata - Me perdoe se ficar...

A frase nunca foi completada, minha concentração focou totalmente naquilo. Sentia os olhos de Harry em mim durante todo o processo, embora não tivesse a ousadia de os encarar de volta.

- Pronto - falei indo em direção a penteadeira novamente.

- Obrigado - ele murmurou.

- Nada.

Achei um colar no fundo da gaveta. Ele era dourado e havia as iniciais "(s/i)" bordadas no pingente, que se fundia em um tom verde esmeralda. Levantei o mesmo sob a altura dos olhos, contemplando-o.

- Quer ajuda para colocar? - perguntou Harry, receoso.

Olhei para o menino, ele estava com as mãos no bolso meio sem jeito. Seu terno preto era muito diferente do que havia usado no baile do 4° ano, e até mesmo na festa de Slughorn. Parecia mais social... moderno?

Entreguei a jóia a ele e me virei, deitando o pescoço para o lado enquanto mais uma vez levantava meus cabelos com as mãos. Harry estava a centímetros de mim, podia sentir sua respiração em meu ombro. Ele colocou o colar mas sua mão pousou sobre minhas costas, deslizando e se afastando da mesma com extrema lentidão.

- Obrigada - falei, me afastando; sai rapidamente, embora ainda tivesse a chance de ouvir um pesado suspiro vindo de dentro do quarto antes de descer as escadas.

...

Eram por volta das três horas, estávamos todos na entrada da enorme tenda que fora armada do lado de fora d'A Toca, recebendo os convidados.

Eu estava ao lado de Ron, conversando com Xenofílio Lovegood. Harry apareceu ao nosso lado segundos depois.

- Xenofílio Lovegood - apresentou-se, estendendo a mão a Harry - Minha filha e eu moramos ali atrás do morro, foi muita gentileza dos Weasley nos convidarem. Mas acho que conhece a minha Luna, não? - acrescentou à mim e a Ron

- Conheçemos - respondi - Onde ela está?

- Luna estava conversando com uma amiga... Gina! Elas estão atrás da tenda.

- Hmmm - admirei-me segurando uma risada. "Conversando"

Ron saiu distraidamente para cumprimentar outro grupo de bruxos, ao mesmo tempo em que Luna chegou.

- Olá S/n! Harry! - ela usava um vestido amarelo berrante e sua boca estava manchada com algo que a minutos atrás deveria ser um batom vermelho. Abracei a menina e ela comprimentou Harry com uma mesura, saindo com o pai logo depois. Me deixei sorrir quando vi Gina entrar na tenda, sua expressão eufórica e feliz enquanto limpava o canto da boca.

- O quê...

- Elas estão meio que saindo. - falei antes que Harry pudesse perguntar.

- GINA E LUNA?

Tapei sua boca rapidamente antes que ele pudesse gritar mais alto. Meus olhos se arregalaram.

- Seu lerdo, pare de falar isso em voz alta!

- Desculpe - ele falou numa voz abafada, sua boca ainda coberta pela minha mão.

- Pelos calções de Merlin! - falou Ron, ao nosso lado. Me sobressaltei quando ele soltou a mão de uma velhinha, encarando um ponto mais ao canto da tenda. Fui até a senhora e segurei sua mão rapidamente.

- Desculpe, meu amigo... - então olhei para ele, e meus olhos seguiram os seus, caindo diretamente em Hermione - ele só está apaixonado. Finalizei sorrindo de canto enquanto guiava a idosa até uma cadeira.

Passei boa parte da festa ajudando convidados a encontrarem seus lugares. A tarde foi uma distração muito boa, tanto para minha dor de cabeça quanto para esquecer a conversa com Harry na noite passada.
A tenda estava quase cheia agora e, pela primeira vez, não havia fila do lado de fora.

Fui em direção a Fred e George.

- Arrasou, maninha! - comentaram em uníssono.

- Eu sei - respondi e trocamos um sorriso enquanto Ron se juntava a nós, novamente.

- Você está magnífica! - comentou Ron quando Hermione apareceu, seguida por Harry. O moreno parou ao meu lado.

Ela sorriu.

- Sua tia-avó Muriel não concorda, acabei de encontrá-la lá em cima entregando a tiara a Fleur: "Ai, não, essa é a menina que nasceu trouxa?", e em seguida "má postura e tornozelos finos demais".

- Não se ofenda, ela é grosseira com todo o mundo - disse Ron.

- É - confirmou George. - ela acabou de dizer que as minhas orelhas estão desiguais. Morcega velha. Mas eu gostaria que o tio Abílio ainda fosse vivo; ele era gargalhada certa em casamentos.

- Não foi ele que viu um Sinistro e morreu vinte e quatro horas depois? - perguntei.

- Bem, foi, ele ficou meio esquisito mais para o fim da vida - admitiu George.

- Mas, antes de ficar caduco, ele era a alma das festas - comentou Fred. - Costumava beber uma garrafa inteira de uísque de fogo, depois ia para o meio do salão de dança, levantava as vestes e começava a tirar buquês de flores do...

- É, era realmente encantador - interrompeu-o Hermione, enquanto Harry e eu nos acabamos de rir.

- Jamais casou, não sei por quê - disse Ron.

- Você me espanta - replicou Hermione.

Estavamos rindo tanto que nem notamos o rapaz de cabelos escuros e um nariz curvo que apareceu ao nosso lado, até ele apresentar o convite a Ron e dizer, com os olhos em Hermione:

- Você está marravilhosa!

- Vítor! - exclamou ela, deixando cair a bolsinha de contas, que produziu um baque desproporcional ao tamanho. Ao se abaixar, corando, para recuperá-la, disse: - Eu não sabia que você foi... nossa... que prazer ver... como vai?

Vi que as orelhas de Ron tinham ficado muito vermelhas. Examinando o convite de Krum como se não acreditasse em uma palavra do que via escrito, falou, um pouco alto demais:
- Por que está aqui?

- Fleur me convidou - respondeu Krum, erguendo as sobrancelhas.

O búlgaro olhou para mim e com um sorriso pegou minha mão, depositando um beijinho na mesma. Harry também o comprimentou, Fred e George haviam sumido mais uma vez.

Fui em direção ao outro lado da Tenda quando um menino loiro apareceu, parecendo perdido e alheio ao lugar. O reconheci imediatamente.

- Andrew?! Você é o carteiro?

Ele sorriu e veio até minha direção, apertando minha mão em forma de comprimento.

- Que bom revê-la, Bennet!

- O que faz aqui? - perguntei, confusa enquanto o guiava até uma mesa vazia.

- Sou primo de terceiro grau de Fleur.

- Caramba! Que louco.

Nos sentamos.

- Você... uau, você mudou. - disse ele, sorrindo timidamente.

- Espero que tenha sido para melhor.

- Pode apostar que foi! - ele exclamou e eu ri.

- Então... o que tem feito da vida? - questionou Andrew.

- É... bem...

- S/n! - sussurou Ron, que vinha nos trazer uma bebida. - Você viu a barbicha idiota que ele deixou crescer?

- Quê?

- Krum! Aquele narigão dele... - o menino se espremia para se sentar em minha cadeira.

Olhei para Andrew meio envergonhada tentando esboçar um sorriso que saiu mais constrangido do que gostaria. Ron estava furioso ao meu lado. De repente todos se calaram e a tenda ficou silenciosa. O Sr. e a Sra.Weasley entraram no corredor sorrindo e acenando para os parentes.

No momento seguinte, Gui e Carlinhos se postaram à frente da tenda, os dois de vestes a rigor. Então a multidão se levantou e o som da música foi aumentando, aparentemente vinda dos balões dourados.

- Aaaah! - exclamou Hermione virando-se na cadeira para olhar a entrada.

Um suspiro coletivo se ergueu dos bruxos e bruxas reunidos quando Monsieur Delacour e Fleur entraram pelo corredor, ela deslizando, ele balançando o corpo com um largo sorriso no rosto. A noiva usava um vestido branco simples e estava magicamente deslumbrante. Quando a mesma chegou ao altar, Gui sorriu como nunca antes.

- Senhoras e senhores - anunciou uma voz ligeiramente cantada. - Estamos aqui reunidos para celebrar a união de dois fiéis...

- O que Hermione vê nesse cara - murmurou Ron, enquanto o bruxo prosseguia com a comunhão - Eu também sou bem ajeitado, não sou?

- Sim, você é um dos ruivos mais lindos que já vi, Ron - falei, sem olhar para o menino. - Agora pare de falar de Krum e preste atenção lá - apontei discretamente com o dedo.

- Guilherme Arthur, você aceita Fleur Isabelle...?

Olhei para a primeira fila, onde se sentavam uma Sra.Weasley e uma Madame Delacour muito chorosas. Meus olhos pousaram por alguns segundos em Hermione, que também chorava. Inevitavelmente eu e Harry nos encaramos, ele estava ao lado da menina, foi inevitável.

"Então? Como estou?"

"Como você está? Como você está? Incrivelmente linda, espetacular, divina, a Potter mais gata dessa escola."

"Potter?"

"Potter. Quer dizer... eu ainda não te pedi em casamento, mas vou pedir... então é melhor já ir se acostumando com o sobrenome."

"Virou piadista, Potter?"

"Estou falando sério. Eu vou pedir sua mão... só estou esperando o momento certo."

A lembrança veio em minha mente de repente e não sei como, mas senti que ele também se lembrara dela. Seu olhar era pesaroso mas o desviei, olhando para frente.

- ... então eu os declaro unidos para toda a vida.

O bruxo de cabelos em tufos ergueu a varinha sobre as cabeças de Gui e Fleur e uma chuva de estrelas caiu sobre os noivos, envolvendo em espirais os seus corpos agora entrelaçados. Todos aplaudimos.

A cerimônia foi rápida, a festa que se seguiu era mais divertida. Todos dançando e se agitando ao som de uma música que só curti a melodia; era francesa então o entendimento da letra me era algo inalcançável. Andrew encontrou uma prima e foi conversar com ela.

- S/n! - sussurou Fred.

Me virei e os gêmeos estavam perto da mesa do bolo, fazendo um movimento com as mãos, me chamando.

- O que acha de pegarmos uns docinhos? - perguntou George.

Olhei para trás verificando se alguém via e confirmando que não, sorri.

- Por quê não disseram antes?!

Os ruivos sorriram e fomos de fininho até a parte de trás da mesa, trocamos um brevíssimo olhar e então pegamos docinhos; eram dos mais variados sabores: abóbora, chocolate, batata doce, coco, goiaba, feijão... George enfiou tudo na boca e Fred saiu apressadamente quando viu uma vella passar pela entrada da Tenda.

- Desesperado! Não pode ver um par de bunda que já está se jogando - falou George.

Gargalhei enquanto nos afastavamos da mesa, ele deu um aceno com a cabeça e saiu, se misturando na multidão. Fui até a mesa mais próxima e sentei na cadeira para comer. Ron e Hermione dançavam em meio a inúmeros outros casais. Sorri quando a menina deu-lhe um tapinha no braço, ela parecia mais feliz do que nunca.

- Você está simplesmente incrível nesse vestido.

Olhei para o lado e Harry estava se sentando.

- Eu sou sempre incrível - respondi e ele soltou um riso soprado.

- Eles estão juntos agorrra? - grunhiu Krum, relaxando na cadeira a nossa frente. Ele se referia a Mione e Ron.

- Mais ou menos - respondi.

Ficamos um tempo em silêncio, Harry e Krum discutiram sobre o símbolo que Xenofilio usava em seu peito. Ele dizia ser de Grindelvald, mas ouvi muito pouco do que conversavam. Fiquei observando os casais dançarem e logo os dois também fizeram o mesmo. Apoiei o queixo na mão direita enquanto meu cotovelo se apoiava na mesa.

- Você é muito bonita! - falou Krum de repente.

Olhei para ele lentamente.

- Está comprrometida?

- Não - respondi. Vi Harry mecher nas próprias mãos pelo canto do olho.

Krum se levantou rapidamente, me estendendo a mão.

- Finalmente! - falou ele, animado - Me concede uma dança?

Olhei para o menino tentando não rir de sua situação desesperada. Por trás de seu ombro vi várias meninas cochirarem algo ao ver o famoso jogador com a mão estendida para mim; com toda certeza elas não me elogiavam.

- Não - falei me levantando. - você é muito cobiçado e estou cansada de pessoas difíceis.

Joguei um rápido olhar a Harry, fazendo uma mesura para me despedir. Lino estava do outro lado da Tenda, ia ao seu encontro para lhe cumprimentar quando algo volumoso e reluzente atravessou o toldo sobre a pista de dança. Cabeças se viraram, e as pessoas que estavam mais próximas congelaram absurdamente em meio a passos de dança. Então a boca do Patrono se abriu desmesuradamente e ele anunciou na voz alta, grave e lenta de Kingsley Shacklebolt:

- O Ministério caiu. Scrimgeour está morto. Eles estão vindo.

Empunhei minha varinha rapidamente, enquanto todos os convidados corriam de um lado para o outro em total pânico.

- S/n! - chamou uma voz em meio a multidão desorientada - S/n!

Procurava pela voz quando um raio branco passou muito perto de meu braço, olhei perplexa para o muitos Comensais da Morte que invadiam o lugar; Harry agarrou minha cintura me puxando para perto de si; segurou a mão de Hermione e giramos no mesmo lugar, aparecendo segundos depois em uma rua movimentada.

Nos afastamos para trás antes de sermos atropelados por um ônibus que vinha a todo vapor. Respiravamos ofegantes mas logo tomamos rumo, caminhando entre uma calçada apinhada de gente.

- Onde estamos? - perguntou Ron.

- Rua Tottenham Court - ofegou Hermione. - Ande, apenas ande, precisamos encontrar um lugar para vocês se trocarem.

Nós meio que andávamos, meio que corriamos.

- Hermione, não temos roupas para trocar - comentou Ron.

- Tudo bem, eu trouxe - respondi. Por sorte havia levado minha bolsa para a festa, em caso de algo assim acontecer.

- Merda! Por que não verifiquei se tinha trazido comigo a Capa da Invisibilidade? - perguntou Harry. - Carreguei-a durante todo o ano passado e...

- Calma, eu trouxe a capa - disse Hermione.

- O que sería de nós sem vocês! - exclamou Ron, aliviado.

Entramos em uma rua lateral, e dali ao refúgio de uma travessa escura.

- Quando vocês dizem que trouxeram a capa e as roupas... - Harry começou a dizer, franzindo a testa.

- S/n e eu fizemos um Feitiço Indetectável de Extensão em nossas bolsas... complicado, mas acho que executamos corretamente.

Tirei um jeans da bolsa e o entreguei a Harry, Hermione também havia trazido roupas então as dava a Ron. Os dois se trocaram da forma que puderam, eu e minha amiga continuamos de vestido.

- Como vocês fizeram tudo isso... - admirou-se Harry quando saímos do beco escuro.

- Tive um pressentimento, nós arrumamos tudo hoje de manhã... para o caso de precisarmos sair correndo - respondeu Hermione enquanto eu desfazia meu penteado, meus cabelos caindo soltos em meus ombros.

- E todo mundo... - começou Harry - o casamento...

- Não temos tempo para isso agora. Eles querem vocês dois e quanto mais longe estiverem, melhor! - disse Hermione, o fazendo se calar.

Como eu e ela ainda usávamos vestidos, acabamos chamando um pouco mais de atenção.

- E ai gatinhas - gritou o mais bêbado dos homens na outra calçada. - Bora tomar uma cervejinha!

- Larguem esses muleques e a gente mostra o que é homem de verdade!

Harry e Ron abriram a boca mas fui mais rápida, apontando a varinha para os homens. Água jogou violentamente da mesma espirrando como uma mangueira em suas faces adormecidas.

- Mas que por...

- Que homem em! - comentei enquanto Ron e Harry riam.

- Vem - comentou Hermione, risonha - Vamos entrar aqui.

Era um café pequeno e encardido, nos sentamos em uma mesinha suja e engordurada.

- Sabem, não estamos muito longe do Caldeirão Furado, é logo ali em Charing Cross...

- Ron, não podemos! - protestou Hermione imediatamente.

- Não para se hospedar lá, mas para descobrir o que está acontecendo!

- Você sabe o que está acontecendo! Voldemort tomou o Ministério, que mais você precisa saber? - falei, irritada.

- Tá, tá, foi só uma ideia.

Um silêncio incômodo pairou enquanto a garçonete nos servia algumas bebidas trouxas. Dois operários corpulentos entraram no café e se espremeram no reservado contíguo. Hermione falou quase sussurrando:

- Sugiro que procuremos um lugar sem movimento para desaparatar e sair da cidade. Uma vez lá, poderíamos mandar uma mensagem para a Ordem.

- Então, você sabe fazer um Patrono que fala? - perguntou Ron.

- S/n sabe e eu... bem eu andei praticando!

- Bom, desde que não cause problemas para eles... Deus, isso é repugnante! - acrescentou Ron, depois de tomar um gole do café cinzento que fumegava.

Não tomei a bebida, meus pensamentos turbilhavam. Os dois operários fizeram movimentos idênticos, e inconscientemente eu os imitei: Harry, Ron e Hermione sacaram as varinhas, se levantando. Quando eles jogaram feitiços em nossa direção, duas figuras apareceram no meio do estabelecimento, estuporando-os com extrema agilidade e destreza. A garçonete estava desmaiada no chão.

- Mãe?! Pai?! - perguntei ao ver seus rostos.

- Rápido, vocês precisam sair daqui agora - disse Darya, se movendo nervosamente.

- O que vamos fazer com eles? - perguntou Mione, em pânico.

- Matá-los! Eles nos matariam - sugeriu Ron.

- Não... - murmurou meu pai, negando com a cabeça - vamos... apenas...

- Apagar a memória deles. - afirmei.

Minha mãe fez o feitiço rapidamente e o rosto dos homens se tornou pálido e sem vida. Percebi que um deles era Dolohov. Harry e Ron arrastavam a garçonete desmaiada até um canto onde não a vissem pelo lado de fora.

- Vamos - disse Darya, nervosa. A mulher estendeu a mão para nós e Monty fez o mesmo, provavelmente para aparatarmos com eles.

- Espera ai... - segurei o braço de Ron antes que ele fosse com os dois - Como podemos ter certeza que vocês realmente são vocês?

Eles trocaram um brevíssimo olhar antes de se virarem para nós.

- Você caiu aos doze anos de idade depois de competir com Fred e George para ver quem conseguia se equilibrar em um pé só na vassoura - falou Monty.

- E... - completou Darya. - Tem uma pequena cicatriz nas costas até hoje.

Harry soltou uma risadinha abafada.

- Sempre quis saber o motivo daquela cicatriz - ele murmurou.

Meu pai olhou desconfiado para o menino que logo percebendo o que tinha dito corou.

- Também teve aquela vez que você ficou de castigo por ameaçar um menino da escola com um controle trouxa... dizendo que enfiaria ele no...

- TÁ BOM - falei alto dando a mão para ela. - Já entendi que são vocês.

Todos riram, um pouco mais descontraídos após isso tudo. Ron e Harry seguraram o braço de meu pai enquanto eu e Mione aparatamos com minha mãe. Fomos parar em uma rua muito escura; apenas um poste possuía luz e fomos guiados até um casebre muito desgastado e velho; não havia porta nem nada do tipo, era apenas pedaços de madeira gastos e velhos demais.

- Vamos, rápido - sussurou minha mãe.
Ela fez um movimento com a varinha e ao passarmos pela "porta" quebrada, meu queixo caiu.

Ron também soltou um xingamento, espantado. Havia uma casa totalmente diferente do lugar que estávamos segundos atrás; não era grande, mas aparentava ser extremamente aconchegante. Toda em amarelo claro com algumas janelas em madeira azul; árvores e um cenário verde pairavam no exterior. Eles nos guiaram até a sala de estar.

- Bem... parece o lar de dois idosos aposentados e cuidadosos, mas é legal. - falou minha mãe.

- Sentem-se - sugeriu Monty.

- Não - falei -, não podemos ficar aqui... eu lamento...

- Qualquer um que passar pelo lado de fora verá apenas escombros do que um dia foi uma casa, filha - tranquilizou Darya.

Nos sentamos e meu pai foi pegar uma xícara de chá para nós.

- Gelado? - perguntou ele do outro lado do balcão.

- Por favor - respondi; Ron, Mione e Harry disseram que preferiam quente.

- Olhe como vocês estão grandes! - comentou minha mãe, já com a voz trêmula segurando o choro.

Mione sorriu embora todos estivessem meio constrangidos. Era a primeira vez que viam meus pais, digo... realmente meus pais. Ron assim como eu havia se acostumado com a imagem de Crys e Aran sempre... então o clima não era dos melhores.

- Pronto - disse Monty nos entregando os chás. Peguei um copo e senti o líquido descer frio por minha garganta.

- Vocês não estavam fora? - perguntei.

- Estávamos, mas quando soubemos sobre a morte de Dumbledore... - meus pais se entreolharam - voltamos imediatamente.

- Estamos por aqui, agora. - confirmou Monty.

- E como nos encontraram? - perguntou Hermione.

- Não foi muito difícil - respondeu Monty -, soubemos sobre o incidente no casamento de Gui e estávamos indo para A'Toca quando vimos Dolohov entrar em um café, seguido de outro homem. Apenas ligamos os pontos e demos sorte.

- Seu pai não queria que eu fosse - disse Darya, olhando para o marido -, disse que era arriscado e perigoso demais.

- E era. Ainda acho que você não deveria ter saído comigo - e então se virou para mim -, mas sua mãe é teimosa demais para me dar ouvidos.

- Acho que é de família - murmurou Harry, também olhando para mim.

- Como eu sempre lhe digo querido, não se pode afastar aquilo que nasceu para estar junto. Mesmo você tendo as melhores intenções em querer me proteger.

Mudei a direção dos meus olhos de minha mãe para Harry, ele também me encarava.

- S/n... - balbuciou Hermione, contrangida. - o colar..

- Ah sim - falei voltando a tona, coloquei a xícara em cima de uma mesinha de madeira com as gavetas coloridas ao lado do sofá e tornei a falar: - Mãe... por acaso você já ouviu falar em um tal Colar de Libitina?

Ela se endireitou no sofá, mudando a posição das pernas que estavam cruzadas.

- Já - respondeu, solenemente.

- E...?

- Por que isso agora, S/n?

Dei de ombros.

- Interesse, apenas.

Ela pareceu de repente tensa, e terminou de beber o chá, adiando a resposta.

- É uma lenda. Existe à séculos em nossa família, e só. Não passa de uma lenda para enganar as pessoas e fazê-las morrerem procurando por algo que não existe!

- Darya... - murmurou Monty.

- O quê? - então ela se virou para mim - S/n, se você está pensando em procurar por ele... sair em meio a..

- Mas você acabou de dizer que ele não existe - retruquei.

- E não existe! Seja lá o que vocês quatro estão pensando em fazer...

Um estrondo enorme se fez do lado de fora, como se alguém tivesse arrombado uma porta. Todos nos levantamos assustados; antes que pudesse raciocinar três Comensais entraram com as varinhas em punho. Um feitiço foi disparado de um deles mas minha mãe o bloqueou rapidamente.

- Vão! - meu pai gritou.

- E vocês...?

- Vão logo, nos ficaremos bem, agora saiam daqui imediatamente. - gritou Darya.

Demos a mão e mais uma vez aparatamos. Dessa vez eu escolhi o lugar, parando na frente do Largo Grimmauld. Entramos na casa vendo se ninguém nos seguia. O lugar continuava como me lembrava, lúgubre e cheio de teias de aranha.

- Acho que alguém esteve aqui - sussurrou Hermione, apontando para o o porta-guarda-chuvas feito com perna de trasgo, caído.

- Isso pode ter acontecido quando a Ordem deixou a casa - murmurou Ron em resposta.

- Então, onde estão os feitiços que lançaram contra Snape? - perguntou Harry.

- Talvez só sejam ativados se ele aparecer, não? - arriscou Ron.

Nós permanecemos juntos ainda no capacho da entrada, com as costas voltadas para a porta, receando entrar no resto da casa.

- Bem, não podemos ficar aqui para sempre - digo, dando um passo à frente.

- Severus Snape?

A voz de Olho-Tonto sussurrou no escuro, meu coração pulou e senti o braço de Harry me puxar de volta para trás.

- Não somos Snape! - Harry respondeu com a voz rouca.

Uma espécie de jato de ar frio foi lançada contra nós e senti minha língua enrolar para trás. Antes que tivesse tempo de sentir a boca por dentro, no entanto, minha língua tornou a desenrolar. Pelas caras dos três eles também tinham experimentado a mesma sensação desagradável.

- Deve t-ter s-sido o F-feitiço da Língua Presa que Olho-Tonto armou contra o Snape! - gaguejou Hermione.

Após recuperamos a respiração Harry deu um passo a frente, mas rapidamente um vulto se ergueu do tapete, alto, cor de poeira e ameaçador. Hermione gritou e foi acompanhada pela Sra. Black, pois as cortinas negras do retrato repentinamente se abriram; o vulto cinzento deslizava cada vez mais rápido, era Dumbledore, ele ergueu um braço murcho e apontou-o para Harry.

- Não! - gritou o garoto. - Não, não fomos nós! Não o matamos...

O vulto explodiu formando uma grande nuvem de poeira, meus olhos lavrimejaram.

- Está tudo bem? - perguntou Harry, vindo até mim.

Assenti tossindo, olhei para trás e Ron estava abraçado a Hermione, a menina, de pele morena agora se encontrava pálida.

- Está tudo b-bem... já p-passou... - balbuciava Ron dando batidinhas nas costas dela.

- Sangues ruins, lixo, estigmas de desonra, manchas de vergonha sobre a casa dos meus pais...

- CALA A BOCA! - berrei, apontando a varinha para a Sra.Black, e, com um estampido e um clarão de faíscas vermelhas, a cortina tornou a se fechar silenciando a mulher.

- Aquele... aquele era... - choramingou Hermione, enquanto Ron a ajudava a se levantar.

- Era - confirmou Harry -, mas não era realmente ele, era? Só uma coisa para apavorar o Snape.

- Antes de prosseguir, acho melhor fazer uma verificação - cochichou Hermione e, erguendo a varinha, ordenou: - Homenum revelio!

Nada aconteceu.

- Bem, você acabou de levar um grande susto - disse Ron gentilmente. - Para que serviu esse feitiço?

- Serviu para o que eu queria que servisse! - respondeu Hermione, bastante zangada. - Era um feitiço para revelar presença humana, e não tem ninguém aqui exceto nós!

- E o velho Poeirão - acrescentou Ron.

- Vamos subir - disse Hermione assustada, subiu à frente a escada e a seguimos; eu fui acendendo as luzes com a varinha no decorrer do caminho.
Chegamos na sala no primeiro andar e Ron foi até a janela enquanto Hermione se jogou no sofá.

- Harry? - me assustei quando o menino soltou um grito de dor. Ele se curvou e me abaixei para ficar a sua altura; Harry segurou meu braço. Ron e Hermione nos olhavam assustados.

- Que foi que você viu? - perguntou Ron. - Você o viu na minha casa?

- Não, eu só senti raiva, ele está realmente enraivecido... - o ajudei a se levantar.

- Pensei que tivesse fechado a sua mente, Harry! - grunhiu Hermione - Dumbledore disse...

- É, é, eu sei o que ele disse - retrucou Harry, irritado. - Obrigada por lembrar.

Eles iriam começar a discutir mas um Patrono prateado entrou pela janela da sala de visitas e aterrissou no chão, onde assumiu a forma de uma doninha e a voz do pai de Ron.

- Família a salvo, não responda, estamos sendo vigiados.

O Patrono se dissolveu no ar. Ron deixou escapar um som entre um choro e um gemido e se largou no sofá: Hermione o abraçou.

Suspirei aliviada enquanto apoiava um braço na cintura e o outro na testa. Era bom ouvir aquilo... muito bom, mas não conseguia parar de pensar em meus pais.

- Eu vou... vou descer lá em baixo, deve ter algo para comermos, estão com fome?

- Sempre - respondeu Ron.

- Beleza, já volto - então desci rapidamente o lance de escadas e fui até a cozinha; abri os armários tentando distrair a cabeça com alguma coisa... qualquer coisa. Minhas mãos tremiam quando peguei um pacote de salgadinhos trouxa. Eu não devia tê-los deixado lá... não devia...

- Tá tudo bem? - perguntou Harry que também descera. Ele envolveu minha mão, que ainda segurava a embalagem.

Fiz que sim com a cabeça e soltei um suspiro trêmulo.

- Eles vão ficar bem. Sua mãe é uma das pessoas mais fortes que já vi na vida e seu pai não vai deixar que nada aconteceça a eles - ele me tranquilizou, sabendo exatamente o que eu pensava.

Olhei para Harry enquanto sua mão se afastava da minha lentamente. Seus olhos passavam confiança mas meu coração estava muito acelerado, senti que ia chorar quando ele me abraçou. Mil possibilidades passavam pela minha cabeça, pensando em meus pais mortos... mais um vez, mas dessa... de verdade.

Harry me envolveu contra si de forma acolhedora e me deixei abraçá-lo de volta; o moreno me apertava cada vez mais e senti lágrimas frias descerem por minhas bochechas, embora não emitisse nenhum som lacrimoso. Era bom estar tão perto dele novamente sem que discutissemos ou ficássemos sem saber o que falar.

- Tudo bem... a gente vai ficar bem.. - ele susurava enquanto sua mão acariciava meu cabelo.

Me afastei dele lentamente para encará-lo.

- Como uma familia? - falo, estendendo o mindinho.

- Como uma familia - eu solto um riso choroso enquanto ele entrelaça nossos dedos.

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