𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿...

By heatherpoetic

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Ela perdeu os pais muito nova, por motivos que nunca a foram revelados. Ele passou pelo mesmo, porém, a causa... More

Apresentação
1. Você acha que nós gostamos?
2. Ordem da Fênix
3. É bom estar em casa
4. "Mas vocês estão diferentes um com o outro..."
5. Não me faça rir
6. Eu confio em você
7. Eu amo você
8. Obdormiscere
9. Claro que aceito
10. Jealousy
11. Corujal
12. Precisamos agir
13. Música?
14. Cabeça de Javali
15. A festa
16. Armada de Dumbledore
17. O jogo
18. Now you see her
19. A visão
20. Natal
21. Oclumência
22. Dia cheio
23. Parque de diversão
24. E quem vai dirigir Hogwarts?
25. Carência
26. As lembranças de Snape
27. Eles fazem falta
28. Gêmeos Weasley
29. N.O.M.S
30. Ministério da Magia
31. A profecia perdida
32. Unbelievable
6° ano
1. Ela não vai estar sozinha
2. Harry?
3. Do céu ao inferno
4. You make me feel
5. A fuga de Draco
6. O clube de Sluge
7. Príncipe Mestiço
8. Acidinhas
9. Insegurança
10. Sempre vocês quatro
11. Jogo de Quadribol
12. O baile
13. O álbum
14. Envenenado
16. Horcruxes
17. O colar de Libitina
18. Quarteto de ouro
7° ano
1. Batalha no Céu
2. Feliz Aniversário Harry
3. O testamento de Dumbledore
4. O casamento
5. Promessas
6. R.A.B
7. Ela não...
8. Ministério
9. To love you is easy
10. Você não tem família
11. Eu prometi
12. Xenofílio Lovegood
13. Cada átomo que me constitui
14. O melhor erro que já cometi
15. Gringotes
16. A Guerra
17. Júpiter e Saturno
18. A batalha final
19. Os dias de cão acabaram
Pós Guerra
1. Um novo começo
2. O Casamento
3. Honeymoon
Epílogo
Agradecimento

15. Ele pode ser confuso as vezes

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By heatherpoetic

- Esse definitivamente NÃO FOI o melhor aniversário de Ron. - comentou Fred.

Haviamos passado o dia inteiro esperando para vê-lo, mas Madame Promfrey liberou o quarto para visitas apenas às oito da noite. Hermione se sentava na cama de Ron, segurando sua mão.

- Não foi bem assim que imaginamos entregar nosso presente - disse George, sério, deixando um grande embrulho na mesa de cabeceira de Ron e se sentando ao meu lado, na cama da direita.

- É, quando imaginamos a cena, ele estava consciente - confirmou Fred.

Após alguns minutos em silêncio George, Fred e Harry começaram a discutir sobre o veneno, chegando a conclusão de que provavelmente alguem queria envenenar Dumbledore, visto que Slughorn pretendia dar a garrafa ao diretor. Tais teorias foram esquecidas quando o Sr. e a Sr.Weasley entraram na sala, juntamente com Dumbledore.

- Ah, Harry! Dumbledore nos contou sobre a sua ajuda, obrigada! - a Sr.Weasley falou, lacrimosa enquanto abraça Harry.

- Você já salvou Gina... eu, e agora Ron. - diz Arthur - Quase toda nossa família lhe deve a vida, Harry!

- Ah... não, não. - o moreno diz, desconcertado - não se preocupem com isso.

No mesmo instante Lilá entrou no quarto com uma expressão ansiosa no rosto.

- Uon-Uon! Eu queria tanto te v... o que ela está fazendo aqui?! - completou quando viu Hermione.

- O que eu estou fazendo aqui? - Hermione se levantara - O que você está fazendo aqui?!

- Eu sou a namorada dele!

- E eu sou... eu sou bem, sou a amiga dele!

No mesmo instante Ron murmurou alguma coisa, todos se calaram para ouvir.

- Her-mi-o-ne - o ruivo crucitou.

Todos entenderam que ele havia chamado pelo nome da amiga, inclusive Lilá, a menina saiu chorando.

- Pobre garota... nutriu esperanças que não a foram correspondidas. - comentou Dumbledore docemente enquanto observava Brown sair.

- Meu amor, já volto. - sussurei para Harry e sai da ala hospitalar. Procurei por Hogwarts inteira, mas só fui encontrar Lilá em um banco no quinto andar, chorando baixinho. Me sentei ao lado da menina, e a mesma pareceu assustada com minha presença.

- Lilá... - comecei, mantendo meu tom de voz baixo - está tudo bem?

A menina enxugou as lágrimas e fez que sim com a cabeça.

- Que pergunta idiota. Se estivesse tudo bem você não estaria chorando! - me aproximei mais dela - Olhe... eu gosto muito de Ron, muito mesmo, mas ele pode ser meio confuso às vezes, e não acho certo que apenas você sofra com essa bagunça dele.

Ela subiu os olhos para mim, ainda deixando escapar um ou outro soluço.

- Você é incrível, de verdade. Tenho certeza que irá encontrar alguém que te faça tão feliz quanto você merece, que te ame de verdade. Mas acho que essa pessoa não será Ron.

Graças a Merlin, Brown pareceu mais calma, ela apenas me abraçou e tentei passar conforto para a mesma. Paassados alguns segundos nos afastamos.

- So dê mais espaço para a pessoa da próxima vez, viu? - falei limpando as lágrimas que molhavam sua bochecha.

- O-obrigada, S/n... - ela balbuciou pela primeira vez, sua voz saiu fanha, como de alguém que estava gripada - Pensei que você era amiga de Hermione.

- E sou! Ela é minha melhor amiga, mas não quer dizer que eu não seja sua também. - falei calmamente e ela sorriu.

- Obrigada de novo...

- Não me agradeça, por favor, eu não fiz nada de mais. - então me levantei e dobrei o braço para trás - Vamos?

Ela sorriu novamente e passou seu braço pelo meu, tentei contar piadas para a menina no caminha à Comunal, mas as minhas não era muito boas... e Lilá era bem lerda para pegar os trocadilhos.

- Brown, você sabia que as caixas pretas dos aviões são, na verdade, laranjas?

- O quê? Não são caixas? - ela perguntou, confusa. Olhei para a menina tentando entender se ela estava brincando, conclui que não e começamos a rir.

Ao passarmos pelo buraco do retrato Harry me esperava no sofá, Lilá subiu e eu fui em direção ao menino.

- Ela está bem? - perguntou enquanto passava um braço por cima dos meus ombros.

- Vai ficar.

- Falei com Hagrid, ele disse que Dumbledore está bravo com Snape.

- Quê? Porquê?

- Não sei, parece que eles discutiram.

Olhava para a lareira, estava meio que deitada em Harry, meu braço direito sobre seu peitoral, fazia movimentos circulares pela região involutariamente. O menino começou a acariciar meus cabelos.

- Acha que tem alguma coisa haver com Draco, não acha? - perguntei, erguendo a cabeça para olhar em seus olhos.

- Sim, acho. Mas não quero falar de Draco agora... na verdade não quero falar.

- Não quer falar? - perguntei, confusa. - Vamos fazer o quê então, ficar olhando um pra ca... - não completei a frase, Harry me beijou. Lentamente minhas mãos subiram para a parte de trás de seu cabelos, envolvendo seus fios negros, aprofundando o contato de nossos lábios. Harry me ajudou a subir em seu colo, mas quando estava em cima do mesmo uma voz o chama.

- Aí está você, Potter!

Harry, ainda com os olhos fechados e as mãos em meu rosto soltou um suspiro impaciente. Olhamos para o lado e vimos Córmaco McLaggen. Sai de cima de Harry e me sentei ao lado dele, enquanto arrumava meu cabelo.

- Olha, vi quando levaram Weasley para a ala hospitalar hoje cedo. E, pelo jeito, não estará em condições de jogar a partida da semana que vem.

Harry parecia estar irritado quando se mecheu no sofá, pegando uma almofada e cobrindo seu colo com mesma. Sorri desacreditada.

- Ah... certo... quadribol - passando a mão, cansado, pelos cabelos - É... talvez ele não possa jogar.

- Bem, então, eu serei o goleiro, não é?

Me levantei, estava pronta para me retirar e ir para meu dormitório.

- É, presumo que sim... - Harry agarrou meu pulso me fazendo parar.

- Excelente! Quando começam os treinos então?! Tenho estratégias ótimas para...

- Tá, tá. - interrompeu Harry - Você me fala amanhã, certo? Estou muito cansado agora.

Cormáco pareceu irritado, mas se retirou assim que viu Harry e eu subirmos para seu dormitório. Antes de abrir a porta o menino espiou para ver se alguém ainda estava acordado, pude ouvir o ronco de no mínimo duas boiadas.

- O quê você está fazendo? - sussuro, confusa.

- Quero dormir com você hoje - ele sussurou de volta pegando minha mão para entrarmos no quarto -, agarradinho.

Nos deitamos em sua cama e ele rapidamente murmurou um feitiço para abafar o som dentro do dossel.

- Não gosto de McLauggen. - comentei enquanto ele me puxava para cima de seu peitoral.

- Nem eu, mas não temos outra pessoa para substituir Ron...

Ficamos alguns segundos em silêncio, antes de Harry tornar a dizer:

- Sabe... queria ter te contado isso antes, mas ontem sonhei com você.

- Sonhou comigo?

- Sim. - ele falou pacientemente enquanto me acariciava - Você tinha uma ateliê de arte, e estava inaugurando um exposição dos seus quadros...

Me inclinei para olhar o menino, um sorriso enorme brotou em meu rosto.

- Calma, é sério??

- Seríssimo. - ele também sorria.

Me sentei rapidamente, meus olhos brilhavam de felicidade.

- Por Merlin, já pensou?! Eu expondo meus quadros... isso seria tão...

- Incrível! - Harry se sentara também, ele parecia feliz, apenas por eu estar feliz.

O sorriso não se desfez em meu rosto enquanto olhava para o céu azul através da janela.

- David Hockney... Ed Rusha... Mariana Abramović - comecei a listar os artistas que lembrava, segurei no braço de Harry exclamando eufórica: - Cindy Sherman! Já pensou se algum dia eu tiver a chance de conhecer algum desses?!

O moreno riu do meu entusiasmo.

- Harry, eu te amo - depositei um selinho nele - te amo - selei nossos lábios novamente - te amo muito! - e uma última vez - Sonhe mais comigo sendo uma pintora renomada, obrigada!

Ele riu novamente.

- Você não queria ser auror?

- Quero, lógico que quero. Mas eu consigo fazer as duas coisas...

- E claro que consegue. - ele disse se deitando novamente, fiz o mesmo.

- Vira pra lá.

Pedi e Harry se virou para o outro lado, me deitei abraçando o menino, que estava de costas.

- Imagina quando descobrirem que o escolhido dorme de bundinha pra mim... - comentei diverdamente e Harry soltou uma gargalhada.

Dormimos rapidinho.

...

- Você tem que conversar com ela, Ron.

- Por quê?

- Porque não é justo você simplesmente parar de falar com Lilá depois de literalmente ter chamado por Hermione enquanto dormia.

- Hermione? Ela vai vir aqui antes do jogo?

Dei um tapinha na perna do ruivo.

- Que droga, S/n! - ele murmurou esfregando o lugar. Harry apareceu no mesmo instante.

- Amor, o jogo vai começar em 20 minutos.

Me levantei rapidamente e antes de sairmos olhei para Ron por uma última vez.

- Fale com ela! - ele bufou e fechou os olhos. Neguei com a cabeça e Harry e eu saímos. O menino, que segurava minha mão, a ergue na altura de sua barriga e começou trocar meus anéis de lugar.

- Faz tanto tempo que você não faz isso - comento risonha - tinha até me esquecido.

O menino estava muito concentrado trocando as peças de um dedo para o outro que apenas soltou um risinho nasalado, ambos esquecemos que estavamos andando e acabamos colidindo com três pessoas.

- Olhem por onde andam! - comentou Malfoy, ajustando o terno preto. Ele estava na companhia de duas meninas, cada uma de um lado.

- Aonde é que você vai? - quis saber Harry.

- É, vou mesmo lhe dizer, Potter, porque é da sua conta. - Draco respondeu, desdenhoso. Uma das garotas riu, contrafeita. Encarei-a e a menina corou. Malfoy passou por nós, e ela e a amiga o seguiram quase correndo, viraram num canto e desapareceram de vista.

- Sujeitinho estranho, não? - falei enquanto tornava a andar - Harry? - o menino estava parado. Ele pareceu despertar de algum devaneio e voltou a andar. Corremos até o vestiário, onde Gina deu uma bronca por chegarmos atrasados. Vesti o uniforme e toda a equipe entrou no estádio, sob vaias e aplausos ensurdecedores.

- Condições enganosas! - disse McLaggen - Coote, Peakes, vocês terão de voar evitando o sol, para eles não verem vocês se aproximando...

- Eu sou o capitão, McLaggen, pare de dar instruções! - exclamou Harry irritado.

Luna narrava o jogo, o que animou MUITO meu ânimo, a loirinha era extremamente engraçada, mesmo não sendo proposital. Após dez minutos de jogo eu e Gina haviamos marcado um gol, cada, fazendo a torcida vermelho e ouro lá em baixo vibrar. Harry discutia com McLauggen várias vezes, o menino queria dar ordens e isso estava começando a me irritar também.

- Mclauggen cale a boca e preste atenção no que você deve fazer! - gritei para o menino, que fez uma cara feia e voltou para frente do aro.

- Setenta a quarenta para Lufa-Lufa! - anunciou a professora McGonagall ao megafone.

- Já?! - exclamou Luna distraída - Ah, vejam! O goleiro da Grifinória arrancou o bastão de um dos batedores.

Me virei no ar para ver. De fato McLaggen tirara o bastão de Peakes e parecia estar demonstrando como bater um balaço em Cadwallader, que se aproximava.

- Quer devolver o bastão dele e voltar às balizas?! - rugiu Harry, voando em direção a McLaggen, exatamente na hora em que ele golpeava com ferocidade um balaço. O mesmo bateu com tudo em Harry e o menino despencou da vassoura.

Voei velozmente a ele, sai da vassoura apressada e me ajoelhei ao seu lado, colocando sua cabeça em meu colo. Ele estava desacordado.

- SEI IMBECIL! SE VOCÊ CALASSE A PORRA DA BOCA POR UM SEGUNDO E FIZESSE O QUE DEVERIA FAZER, ISSO NÃO TINHA ACONTECIDO! - gritei para Córmaco, sentindo o ódio transbordar em mim.

- Calma, Bennet... - ele falou, seu tom malicioso me fez sentir vontade de socar a cara dele - Ele vai ficar bem, e se não ficar... eu sempre estou aqui, sabe.

- Cala a boca, seu idiota!

- Se não o que?

Alguns alunos pegaram Harry para levá-lo à Enfermaria, tudo foi muito rápido. McLaggen continuava ao meu lado, sorrindo com os braços cruzados.

- Se não... - meti o chute no meio das pernas do garoto, que rapidamente ajoelhou no chão, gemendo de dor e tampando a região - Eu faço isso doer bem mais!

McGonagall saiu novamente para o pódio, mas tinha certeza que ela havia visto o que eu fiz. Sorri e antes de voltar ao jogo fiz um feitiço com a varinha, as cuecas do menino subiram até a região da barriga e ele deu um pulinho no ar rapidamente, guinchando. A equipe da Grifinória gargalhava e até alguns alunos nas arquibancadas apontavam e riam.

Passei o restante do jogo tensa, tudo o que queria era terminar logo e ver meu namorado. O placar final foi trezentos e vinte a sessenta. Me desvencilhei do motim de alunos comemorando e corri até a Enfermaria. Madame Promfrey ia entrando então me deixou vê-lo.

- Como está se sentindo? - perguntei receosa, me aproximando com cautela da cama de Harry.

- Melhor agora... - ele balbuciou, sua voz saira rouca e cansada. Olhei para Madame Promfrey e ela apenas assentiu com a cabeça.

- Está tudo bem, S/n. Ele sofreu uma fratura no crânio mas já coloquei tudo no lugar - e se virou para Harry, séria - Vou manter você aqui até amanhã, Potter, nada de esforços até lá.

- Isso que é amigo, Ron! - comentei me virando para o ruivo - Veio ficar com você até na Enfermaria.

Ambos soltaram uma risadinha frouxa.

- Quero encontrar McLaggen e matar ele...

- Creio que essa mocinha já se vingou por você. - disse Madame Ponfrey.

Encolhi os ombros enquanto colocava o cabelo para trás da orelha, Harry sorriu para mim.

- Certeza que você não é uma Weasley?! - comentou Ron quando a bruxa saiu, eu ri e me sentei na ponta da cama dele.

- Deita aqui comigo. - disse Harry, esticando os braços.

- Não. Você tem que descansar. - respondi, séria.

- Se você se deitar comigo eu tenho certeza que ficarei bom mais rápido.

Estudei o menino por alguns segundos, ele fez um biquinho na intenção de fazer graça mas que acabou sendo muito fofo. Cedi e me deitei com ele, tomando o máximo de cuidado para não machuca-ló, o menino depositou um beijinho rápido em meu lábios.

- Odeio quando vocês fazem isso. - falou Ron.

- Isso o quê?

- Ficam se agarrando em público, dando beijinho e abraços. Me faz lembrar que estou solteiro...

- Ah! Falou com Lilá?

- Não.

Suspirei e percebi que isso era um jogo perdido.

- Amor, eu tenho que ir. Não me troquei ainda e tenho que falar com Hermione.

- Você volta? - ele perguntou, receoso.

- Volto, claro. - me despedi dele e de Ron e fui até a comunal.

Fiz minhas higienes e avisei a Hermione que iria passar a noite com Harry na enfermaria.

- Tudo bem, e Ron? Como ele está?

- Melhor, bem melhor.

Mione pareceu mais entusiasmada com a notícia, murmurei um feitiço para invocar a capa da invisibilidade de Harry e a mesma veio até mim. Me cobri e voltei para a enfermaria, quando entrei Ron ainda estava acordado e...

- Por Merlin, o que esses dois estão fazendo aqui?? - sussurei retirando a capa de cima de mim; Dobby e Monstro brigavam no chão enquanto Pirraça incentivava:

- Chutinho, arranhãozinho! - exclamou, alegre, atirando pedaços de giz nos elfos - Torcidinha, cutucadinha!

- Monstro dirá o que quiser sobre os senhores dele, ah, dirá, e que senhores ele tem, amigos nojentos de Sangues-Ruins, ah, o que diria a pobre senhora do Monstro...?

O elfo não completou a frase porque foi atingido na boca por Dobby, fazendo saltar metade dos seus dentes. Eu e Harry corremos até ele tentando separa-lós, embora continuassem tentando chutar e esmurrar um ao outro, incentivados por Pirraça, que dançava em torno do lampião aos guinchos:

- Enfia os dedos no nariz dele, tira sangue e arranca as orelhinhas dele!

- Pirraça, cala a boca! - falei e o poltergeist pareceu ofendido - Desculpa... - completei, mas ele já havia saído.

"Depois me resolvo com ele" pensei.

- Certo - disse Harry, agarrando Monstro pelo braço - proíbo você de lutar com o Dobby. Dobby, eu sei que não posso lhe dar ordens...

- Dobby é um elfo doméstico livre e pode obedecer a quem ele quiser, e Dobby fará tudo que Harry Potter quiser!

- Ok, então - disse Harry, soltando Monstro. Eu fiz o mesmo com Dobby.

- O Senhor me chamou? - crocitou Monstro, fazendo uma profunda reverência a Harry.

- É, chamei - disse Harry, olhando de relance a porta de Madame Pomfrey, provavelmente ele tinha jogado um Abbafiato no lugar - Tenho uma tarefa para você.

- Monstro fará o que o seu senhor mandar - e fez uma curvatura profunda -, porque Monstro não tem opção, mas Monstro sente vergonha de ter um senhor assim, ora se tem...

- Dobby fará a tarefa, Harry Potter! - guinchou Dobby, seus olhos do marejados de água - Dobby se sentiria honrado de ajudar Harry Potter!

- Pensando bem, seria melhor que os dois fizessem - disse Harry. - Ok, então... quero que sigam o Draco Malfoy.

Eu e Ron, que agora se levantara, olhamos para Harry perplexos. O menino disse que queria que os dois elfos vigiassem Malfoy, seguissem cada passo dele e lhe mandassem relatórios regularmente. Após os elfos sairem a atmosfera do lugar mudou, ficando mais calma. Os dois se deitaram novamente e Harry fez um sinal para que eu me juntasse a ele.

- Você não acha que isso é demais, Harry? - falou Ron, nervoso.

- Não. Malfoy está escondendo algo e eu quero descobrir o que é.

- S/n...? - Ron tornou a falar, provavelmente na esperança de me fazer confessar que também achava aquilo demais, entretanto fingi estar dormindo. Fiz a maior força do mundo para não rir enquanto sentia os olhos de Harry sobre mim.

- Shiii, ela está dormindo e acho que deveriamos fazer o mesmo.

Escutei o ruivo murmurar algo e a cama ranger quando ele se virou para o lado.

- Harry, você acha que é seguro usar Monstro? - sussurei após verificar que Ron virou para o outro lado - Sabe, eu acho que Maggie faria isso de bom grado...

- Monstro não pode contar à ninguém, me certifiquei de não deixar nenhuma brexa. - ele sussurou tranquilamente.

Concondei, embora não confiasse muito no elfo depois do episódio com o Ministério.

...

No dia seguinte Ron e Harry foram liberados. Eram quase oito horas da noite quando estávamos na Comunal, eu e Hermione liamos (terminamos de escrever, em outras palavras) o trabalho de Herbologia de Harry e Ron - o qual inclusive reatou a amizade com Hermione.

- S/n, temos que ir. - disse Harry, consultando o relógio.

Me levantei rapidamente do chão e despedindo de Hermione, eu e Harry corremos até o buraco do retrato. Chegando na sala do diretor, ele pediu que nos sentassemos

- Boa noite! - disse Dumbledore, ele parecia mais cansado que o normal - Antes de começarmos... conseguiram a memória?

Fui pega de surpresa, com tudo o que aconteceu acabei me esquecendo completamente da tarefa.

- Ah... - começou Harry, muxoxo - Bem, falei com o professor Slughorn sobre a lembrança, no final da aula de Poções, senhor, mas, ãh, ele não quis me dar.

- Entendo... - e então se virou para mim, esperando uma resposta.

- Err... não professor, não consegui também. - falei, olhando para meu próprio colo enquanto mechia na manga da blusa, envergonha.

- E vocês acham que investiram todos os seus esforços na tarefa que pedi?

- Professor - digo, meio desconcertada -, não é que não tenhamos nos importado nem nada, é só que tivemos outras... outras coisas...

- Outras coisas na cabeça. - Dumbledore concluiu a frase - Entendo.

Um silêncio preencheu o ambiente, o mais constrangedor da minha vida. Senti minhas bochechas queimarem de vergonha, comecei me policiar mentalmente: "Sua burrote, você deveria ter se dedicado mais" "Você so tinha uma tarefa"; desejei que aparecesse um buraco naquela sala para eu me enfiar dentro.

- Professor Dumbledore, lamento sinceramente. Eu devia ter me esforçado mais... - falei.

- ... deviamos ter compreendido que o senhor não nos pediria isso se não fosse realmente importante. - completou Harry.

- Obrigado por dizerem isso. Creio que de agora em diante vocês irão se empenhar mais, certo?

- Sim, claro. - conformei fervorosamente.

- Obteremos a lembrança.

- Ótimo. - disse Dumbledore, mais animado. - Hoje vou-lhes mostrar duas memórias e depois, gostaria muito de saber se vocês acham prováveis as conclusões que extraí dessas lembranças.

Antes, porém, o diretor nos explicou que Tom Riddle, após sair da escola pediu a vaga como professor de DCAT, e, não conseguindo o cargo acabou indo trabalhar na na Borgin & Burkes, para desapontamento de muitos professores, afinal o menino era uma aluno brilhante.

- E agora chegou a hora de ouvir o que diz Hóquei, a elfa doméstica que trabalhou para uma bruxa muito velha e riquíssima chamada Hepzibá Smith.

O diretor despejou o conteudo do primeiro frasco na Penseira.

- Primeiro vocês.

Nos levantamos e mergulhamos na memória, indo parar em uma sala diante de uma bruxa bem gorda, com uma piruca ruiva e roupas em um tom de rosa choque, que lhe davam a aparência de um bolo. Ela mirava seu próprio reflexo em um espelhinho enquanto a elfa lustrava suas pantufas rosas. Uma campainha tilintou, e a as duas se sobressaltaram.

- Depressinha, Hóquei, ele chegou! - exclamou Hepzibá e a elfa saiu com dificuldade da sala exageradamente mobiliada.

A elfa doméstica voltou minutos depois, seguida por Voldemort, mais novo, bonito e claro, com um nariz. O menino cumprimentou a mulher com um beijinho em sua mão.

- O que te trás aqui, rapaz? - Hepzibá perguntou, sorrindente enquanto guiava o menino para se sentarem no sofá.

- O sr. Burke gostaria de fazer uma oferta melhor pela armadura fabricada pelos duendes. Quinhentos galeões, ele acha mais do que justo...

- Ah, fiau para o sr. Burke! - a bruxa respondeu, fazendo um gesto de descaso com a mão. - Quero lhe mostrar algo... HÓQUEI!

A elfa entrou imediatamente na sala, segurando dois estojos de couro. Hepzibá disse que eram coisas valiosas e perguntou se poderia confiar em Tom para não contar ao Sr.Burke; o mesmo concordou imediatamente e então a bruxa lhe mostrou uma tacinha de ouro com duas asas lavradas, dizendo que a mesma era descentende de Helga Hufflepuff. No outro estojo havia o medalhão de Slytherin, o qual chamou muita atenção de Voldemort.

- Hora de partir. - disse Dumbledore calmamente e segurando nossos braços, retornamos a sua sala. - Hepzibá Smith morreu dois dias depois dessa breve cena. Hóquei foi condenada pelo Ministério por ter envenenado a sua senhora, por engano.

- Nem pensar! - exclamou Harry enraivecido.

- Meu Merlin! - falei quase ao mesmo tempo. - O que esse povo tem contra elfos domésticos?!

- O ser humano muitas vezes não se empatiza pelo diferente, S/n. O acha estranho apenas pelo fato de não ser como gostariam.

Dumbledore disse que provavelmente Voldemort alterou a memória da elfa, assim como fez com Morfino. Dessa vez, suspeitaram de Hóquei de cara apenas por ela ser uma elfa. Nunca me senti tão agradecida por Hermione ter criado o F.A.L.E. O diretor também destacou que Voldemort matou dessa vez para lucrar, e não por vingança, como tinha feito com a família. Ele pediu demissão da Borgin & Burkes e esta fora a última vez que se ouvira falar de Tom Riddle.

- E agora vamos à última lembrança que tenho para mostrar - disse Dumbledore, se levantando e despejando o conteúdo na Penseira - Desta vez, a mesma é minha, dez anos depois da que acabamos de ver.

Mergulhamos outra vez na instável massa prateada, aterrissando exatamente no mesmo escritório, com a única diferença que agora nevava. Um Dumbledore mais novo estava sentado em sua mesa. Voldemort entrou, dessa vez, não tão jovem como haviamos visto minutos atrás; ele pediu novamente a vaga de professor de DCADT mas acabou levando um não, claro o suficiente para que saísse do lugar bufando. Voltamos a atual sala de Dumbledore.

- Por quê? - perguntei encarando Dumbledore.

- Por quê ele voltou? O senhor sabe? - completou Harry.

- Tenho algumas ideias, mas irei contá-las apenas quando tiverem a memória. Agora creio que estejam querendo dormir, boa noite.

- Boa noite. - falamos em uníssono e saímos.

...

Já era tarde quando acordei, suada e ofegante. Havia tendo o mesmo sonho há dias: o enorme lago, cercado por árvores e uma plataforma circular no meio, onde havia uma cabana. Sempre acordava quando via uma velhinha vindo em minha direção, voando sobre o ar de forma veloz. Aquilo tudo era tão estranho, mas ao mesmo tempo sentia algo me chamando e me pedindo para ficar ali, me pedindo para não recuar ao ver a sombra da senhora...

Sei que já passava das duas horas da manhã, mas estava muito assustada, meu coração batia mais forte que jamais batera e minha barriga pareceu ter parado de receber sangue. Fui até o dormitório de Harry que para meu alívio estava acordado, ele mirava o céu do dossel quando abri a porta de fininho para não acordar ninguém.

- S/n? O que aconteceu, está tudo bem? - ele perguntou, preocupado enquanto se sentava.

- Posso dormir com você?

- Não precisa nem perguntar - ele falou e nos deitamos. Harry me encobriu e eu abracei seu corpo me aninhando à ele - Está tudo bem?

- Aham. Só tive um... um pesadelo.

Ele agora acariciava meus cabelos, estava tão quentinho ali que me senti mais calma imeditamente.

- O que quer que tenha sido... foi só um sonho - ele sussurou carinhosamente - Já passou, eu estou aqui.

Me ergui para dar um selinho no menino.

- Te amo, viu? Obrigada por tudo.

- Também te amo.

Acabei adormecendo com os cafunés de Harry.

______________________________

queria falar aqui q a parte das piadas com a Lilá me lembrou a declaração do harry lá no comecinho "[...] amo o jeito como você é péssima em contar piadas" 🤧🤧🤧
fiquem bem <3

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