𝐓𝐎𝐗𝐈𝐂, 𝗰𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻. ✓

By shawntoxic

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━━ OUTER BANKS. ❝foi mal aí, cara, eu sou homem e ela é uma gostosa com raiva.❞ onde, após ter notado como su... More

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━━ 58.
━━ epílogo.
━━ bônus.

━━ prólogo.

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By shawntoxic

𝗔𝗩𝗘𝗥𝗬.

Catorze de fevereiro. Também conhecido como Valentine's Day, dia de São Valentim, ou, simplificando, dia dos namorados.

Minhas redes sociais transbordam casais felizes, sorrisos e declarações de amor. Meus pais me ligaram pela manhã com o astral lá em cima e dividindo pães como dois apaixonados franceses de filme. Minha melhor amiga foi visitar a namorada na cidade vizinha, já que graças à tudo que fez pela semana para ter tempo livre, conseguiu se desvencilhar dos mil trabalhos que a faculdade coloca nas suas costas para poder ter um momento de paz. Além disso, também comemorei por ela. Não aguentava mais as ligações durante a madrugada e os choramingos de Kiara dizendo o quão sofrida era sua vida longe de Alissa, seu amor sem limites. Por outro lado, minha outra melhor amiga se mantém centrada nos deveres que a faculdade lhe passou. Devo confessar que apesar de tantas desculpas que estava doente para cabular aula, Sarah era mesmo muito dedicada. Na real, nunca havia a visto tão focada no seu futuro. Isso era bom, muito bom. Por isso, não tem tempo nem paciência de pensar em qualquer passa tempo para não ter a honra de passar o dia dos namorados sozinha.

Eu, como Kiara, também me apressei em fazer meus trabalhos e não deixar nada de última hora. Agora, com meu tempo livre, eu espalhava o perfume adocicado pelo meu corpo sem me preocupar com a hora que precisaria voltar em dias comuns. Há aproximadamente duas horas, marquei com JJ de irmos à um restaurante japonês no centro. Como eu sabia que ele adorava comida asiática, me pareceu o programa perfeito. Ao menos, eu não passaria o dia dos namorados como Sarah, com a cara enterrada nos livros e com os dedos doendo de tanto digitar no computador. Sou agitada demais pra isso.

Me pego sorrindo sozinha ao lembrar dele. JJ Maybank.

JJ era um carinha que eu estava saindo fazia uns meses. Carinhoso, engraçado, me trata bem e céus, me faz gozar horrores. Com dois meses que estávamos saindo, decidi o apresentar pros meus pais. Lembro nitidamente da cena de minha mãe e eu sentadas no canto da sala gargalhando com duas xícaras de café nas mãos enquanto assistíamos JJ e meu pai praticamente surtarem por torcerem pelos times opostos no jogo de hóquei transmitido na TV. Quando meu pai descobriu que JJ era atleta no time da universidade, iniciaram um diálogo tedioso sobre hóquei e como futebol americano estava terrivelmente abaixo daquele nível. Sério, após as dez, eu tava querendo foder e ele não parava de conversar sobre times do esporte com meu pai. Entendo que queria passar uma boa impressão e admiro sua paciência. Não consigo tagarelar tanto assim.

E sim, talvez eu estivesse mesmo criando sentimentos por ele. Não é como se fizesse pouco tempo desde que saímos pela primeira vez e, cara, meu pai passou a semana inteira perguntando quando seria o próximo jantar. Também convidou-o pra assistir mais um jogo da liga na casa dos meus pais. Arrisco-me à dizer que Mason Jackson havia se apaixonado por JJ, até primeiro que eu. Era raro meus pais simpatizarem com alguém logo de primeira. Com meus poucos namorados de adolescência, dois ou três, foram longos meses de conversa e muitas conversas sérias para que aceitassem o famoso "namoro em casa".

Deixo meus cabelos longos claros caírem sobre minhas costas. Termino de finalizar minha maquiagem e por fim, aplico um gloss em meus lábios. Então, digito pra JJ, avisando que estava saindo de casa. Sou respondida com uma foto do mesmo, fazendo suas típicas caretas que me fizeram, mais uma vez, sorrir feito boba. Estar apaixonada era um título que me assustava um pouco. Meu foco nunca foi procurar um namorado ou esperar dia após dia por alguém. Preferi focar nos meus estudos, no meu trabalho e na minha família. Se sobrasse tempo, beber com as amigas sempre me parecia ser o programa mais que perfeito.

Mas o ar que JJ emanava parecia ser diferente. Desde a primeira vez que o vi, senti que se eu tentasse, nada seria por acaso. Desde então, não o tiro mais da cabeça. Só de pensar nele, um certo frio na barriga familiar me atormenta. Talvez eu seja boba demais, ou só no início de uma suposta paixão. Merda, isso é mesmo sério.

Tento me desvencilhar dos meus delírios melancólicos e românticos descendo as escadas para entrar no meu carro. Tranco todas as portas de casa e desligo as luzes, então, me direciono calmamente até o meu Civic preto na porta de casa. Dentro de minutos, estou dirigindo até o prédio de JJ. Cantarolo a melodia de Gimme More da Britney que toca na rádio enquanto batuco os dedos contra o volante, acompanhando a batida. Cada vez mais que me aproximava de onde JJ morava, eu sentia um certo aperto no peito e meu estômago revirando. Efeitos do meu possível e extremo apego à sua presença. Isso me assustou muito de começo, mas já fazia tanto tempo que estava acostumada. Os sintomas de estar apaixonada se pareciam os das drogas. Li isso num artigo uma vez.

Ao parar o carro em frente ao edifício que ele mora, digito uma mensagem avisando que havia chegando. Então, aproximadamente cinco minutos depois, a cabeleira loira e os olhos azuis invadem meu campo de visão, fazendo com que minhas pernas bambeassem um pouco. Consigo ver JJ passando os dedos pelos fios dourados enquanto se aproxima do veículo. Está trajando uma camisa justa, calças jeans surradas e tênis nos pés. Carrega seu inseparável colar de dente de tubarão e um relógio de pulso. De longe, meu coração acelera. Deus... eu não tinha mais um pingo de maturidade para lidar. Inevitavelmente, um sorriso cresce em meu rosto.

Estava apaixonada. Genuinamente apaixonada.

Quando dá a volta no carro e abre a porta do mesmo, seu perfume inebria toda a parte interior do veículo. Fico surpresa dos vidros não embaçarem. Respiro fundo, deixando que o aroma forte tomasse conta dos meus pulmões. Se havia algo que ele sabia fazer muito bem, era ficar cheiroso e me fazer querer enterrar o rosto no seu pescoço toda bendita vez que nos víssemos.

⏤ Ei. ⏤ sorriu assim que se aconchegou no banco do passageiro.

⏤ Oi. ⏤ praticamente sussurro, feito uma adolescente apaixonada.

É como se meu corpo desmanchasse quando o toque de sua mão repousa em minha coxa e seus lábios selam os meus. Tão fácil. Incrivelmente fácil.

⏤ Então, pra onde vamos mesmo? ⏤ me olhou. Franzo a testa, ainda com um sorriso no rosto.

⏤ Naquele restaurante japonês, esqueceu? Falei sobre isso a semana toda. ⏤ o lembro.

⏤ Ah, é verdade. ⏤ ele levanta as sobrancelhas.

Volto à dirigir pelas ruas da cidade. O movimento realmente estava louco hoje. Provavelmente, dentro desses incontáveis carros nos engarrafamentos, deveriam ter mais de mil casais indo pra lugares diferentes, ou até para os mesmos, na busca de curtirem um dia à sós. Ou nem isso. Lembro que, uma vez, Sarah foi a um encontro com um carinha que conheceu pelo Tinder. Ele literalmente levou mais dois amigos e, durante todo o tempo que durou aquele show de horrores, os caras só sabiam falar de futebol e até mesmo de outras mulheres na presença dela. Com só meia hora de "date", minha melhor amiga pegou sua bolsa e foi embora sem dizer uma palavra. Bloqueou o cara de tudo. Diz ela que, até hoje, ele liga pra ela por números desconhecidos. É estupidamente hilário.

Finco os dentes nos meus lábios inferiores quando JJ toma a atitude de tirar a mão da minha perna para mexer no celular. Ele fica em silêncio, totalmente focado em alguma coisa em sua tela e parecia digitar pra alguém. Meu peito esquenta quando vejo sorrisinhos. Sorrisinhos que não me passavam um ar de mensagem engraçada no grupo de amigos ou corrente de WhatsApp.

⏤ Com quem tá falando? ⏤ questiono, com a curiosidade encucando minha nuca. Ele nem sequer levanta os olhos pra me responder.

⏤ Com os caras. ⏤ diz, tranquilo.

Eu respiro fundo.

Havia algo que me incomodava muito em mim mesma. Minha intensa dificuldade de ansiar pelas coisas logo. Queria adiar esse assunto para quando estivéssemos de barriga cheia, tomando vinho e distribuindo sorrisos um ao outro. Mas não dava. Minha garganta parecia que ia explodir se eu não soltasse cada palavra que meu coração berrava. Honestamente, gostar de alguém era um castigo pra mim com problemas de ansiedade.

⏤ Tô me apaixonando por você, JJ. ⏤ solto, sem mais nem menos. ⏤ do fundo do meu peito, estou apaixonada por você.

Por um longo tempo, como eu esperava, silêncio. O som da rádio tocando baixo, os carros no engarrafamento esperando para que pudessem avançar no trânsito e as batidas do meu coração ecoando dentro dos meus ouvidos. JJ desliga o celular, o guarda de volta no bolso e parece pensar em sua resposta. Sua expressão é quase indecifrável pra mim. As sobrancelhas franzidas, os lábios retos e a respiração levemente pesada. Nervoso, talvez? Minhas pesquisas sobre linguagem corporal não pareciam ter sido suficientes.

⏤ Merda, diz alguma coisa. Parece que alguém morreu. ⏤ suplico.

⏤ O que quer que eu diga? ⏤ o olho de soslaio. ⏤ ainda tô processando.

Tiro uma mão do volante pra deixar sobre minha coxa. Me viro pra ele, com a sobrancelha arqueada e os olhos semicerrados.

⏤ Como? ⏤ questiono.

Maybank, como faz quando está numa situação tensa, passa os dedos pelos cabelos loiros e respira fundo. Então, deixa suas costas caírem no banco.

⏤ Você... sabe que isso ⏤ gesticulou com o dedo para nós dois. ⏤ não é compromisso, não sabe?

Demoro alguns segundos para digerir o que acabei de ouvir. Engulo seco uma, duas, na terceira eu solto o ar que prendia em meus pulmões. Volto à segurar o volante com firmeza e logo percebo que o trânsito voltou à se movimentar. Dirijo com cuidado, prendendo aquele gosto metálico entre os dentes. Novamente, o silêncio se instala naquele carro. Eu sabia exatamente o que sua fala significava, o porquê sentia aquele aperto no peito e qual era a situação que eu estava vivenciando. Auto-ilusão. Eu havia me apaixonado por uma coisa que criei em minha cabeça.

⏤ Avery, vamos conversar. ⏤ JJ volta à falar, agora, com a voz calma.

Ao parar o carro mais uma vez no sinal vermelho, ergo minha cabeça e não me preocupo em olhar pro seu rosto.

⏤ Sai do carro. ⏤ ordeno.

⏤ O que? ⏤ ele não parece entender bem.

Destranco todas as portas. O som das travas ilumina o rosto de JJ com confusão extrema.

⏤ Avery, por favor... ⏤ tenta.

⏤ Desce do carro, JJ. ⏤ olho pra ele. ⏤ não vou falar de novo.

Ele parecia não acreditar naquela situação, enquanto eu, só agia no automático.

O loiro negou com a cabeça diversas vezes antes de abrir a porta do meu carro e sair, batendo a mesma com força em seguida. Não faço esforço pra seguir a direção que estava indo, ou para me certificar de quê não iriam assalta-lo na calçada. O sinal fica verde e eu arranco na direção do centro. Foda-se, eu já havia reservado a mesa mesmo. Além disso, estava bonita demais para ir pra casa chorar por ficante.

Parando o carro numa vaga da rua desejada, enxergo o restaurante com uma fila consideravelmente grande na porta. Engulo em seco mais uma vez e me olho pelo retrovisor, puxando o frasco de gloss da minha bolsa e aplicando nos meus lábios. Meu peito se contorce com a sensação de ter sido deixada pra escanteio. Não que ele fosse obrigado à corresponder minhas emoções, mas depois de tudo que vivenciamos nos últimos meses e todas as coisas que me falou, o mínimo que eu esperava era responsabilidade afetiva. Porra, eu apresentei ele pros meus pais, caralho.

Quando fecho a porta do meu veículo e ando em cima dos meus saltos na direção do restaurante, enxugo as lágrimas que insistem em encher meus olhos e coloco a minha expressão mais tranquila no rosto. Eu não poderia me abalar por tão pouco. Além disso, eu adorava um bom jogo de interesse. Se não era mesmo nada sério, então veremos quem age de maneira pior.

Ele vai se arrepender de ter me rejeitado.


gostaram do prólogo????

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