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𝗔𝗩𝗘𝗥𝗬

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𝗔𝗩𝗘𝗥𝗬.

Guardo meu notebook que uso para as minhas aulas na bolsa e me levanto de meu lugar, pronta pra voltar logo pro meu alojamento e terminar de fazer meus trabalhos pendentes. Me despeço de Jane, minha única colega de classe que eu tinha um pouco de intimidade e me retiro do auditório, puxando meu celular do bolso e digitando uma mensagem no mesmo instante pra Sarah, quase num suplico.

"Preciso de um café grande agora se não eu juro que explodo. Pode ir comigo no Starbucks?"

Minha melhor amiga não me responde tão rápido quanto eu gostaria. De qualquer maneira, espero pelo seu retorno. Caminho tranquilamente na direção do nosso alojamento e percebi como o sol na cidade volta a aparecer. Eu tinha certeza que nos próximos dias o pessoal iria querer agitar uma praia. E obviamente eu não recusaria. Desde que tenha cerveja e um calor de quarenta graus, não pensaria duas vezes.

Subo as escadas do prédio assim que chego no meu alojamento. Coloco a mão na maçaneta, abro a porta e no mesmo momento, descubro o porquê Sarah não me responde. Por um segundo, solto um suspiro de alívio por ela não estar transando com John B no nosso quarto, mas prendo a respiração de novo com a visão de Rafe jogado sobre o meu colchão, usando apenas uma calça folgada de moletom e a correntinha em seu pescoço presa entre os dentes, enquanto ele mexe no celular distraído.

Deus, por favor, não são nem três da tarde ainda. Eu não posso ficar excitada só de olhar pra ele.

Me concentro em me perguntar mentalmente o porquê de ele estar no meu quarto sem blusa. Deixo minha bolsa de lado, me viro pra ele e cruzo os braços, percebendo que ele nem sequer levanta a cabeça pra me olhar.

⏤ Levanta da minha cama. ⏤ ordeno.

Posso ver um sorrisinho nascendo em seus lábios. Seus dentes ainda estão com a corrente fina entre os mesmos.

⏤ Boa tarde, princesa. ⏤ deixou o celular de lado e finalmente me encarou. ⏤ como foi a aula?

⏤ Levanta da minha cama, Rafe ⏤ repito, séria. ⏤ não vou falar de novo.

Ele não move um músculo. Sinto vontade de arremessar minha bolsa na sua cabeça.

Respiro fundo, passando o dedo nos olhos pra tentar manter a paciência e logo volto a olha-lo.

⏤ O que tá fazendo aqui?

Como se fosse óbvio, ele indica com o dedo do seu ouvido até a porta do banheiro. Só então que escuto o som do chuveiro ligado. Ele devia estar esperando por Sarah. Sei na mesma hora o porquê de ela não ter me respondido.

⏤ Merda. ⏤ murmuro, passando os dedos entre os cabelos.

Pego uma bolsinha de alça menor e guardo minha carteira e celular ali dentro. Retiro meus tênis que uso pra ir às aulas e ponho meus chinelos, quase gemendo de alívio pela refrescância nos pés. Tenho a sensação dos olhos de Rafe sobre mim à todo momento.

⏤ Tá melhor? ⏤ sua voz me faz levantar a cabeça. ⏤ seus pés.

Sorrio de lado discretamente com sua preocupação. Nem parecia o mesmo cara que estava quase me tratando feito uma putinha na cama.

⏤ Uhum. Valeu pelo cuidado. ⏤ digo, apenas.

Rafe assente e fica em silêncio. Respiro fundo, caminhando até a porta e ansiando mais que nunca um café grande com chantilly do Starbucks.

⏤ Ei ⏤ me fez parar. ⏤ pra onde vai?

Certo. Talvez eu conheça o ponto que chegamos. A timidez extrema após uma putaria intensa. Tentar puxar qualquer assunto como duas pessoas comuns sem se lembrar de que eu literalmente deixei ele esfregar o pau entre os meus peitos.

Fecho os olhos pra afastar os pensamentos. Por favor, Avery. O mínimo de autocontrole.

⏤ Starbucks.

Rafe franze a testa pra mim, confuso com minha resposta.

⏤ Você vai andar até o centro sozinha?

Era exatamente por isso que eu queria que Sarah fosse comigo. Mas pela música alta saindo do banheiro e o som incessante da água caindo, eu prevejo que ela não sairá dali tão cedo.

⏤ É, vou. Não sou criança. ⏤ balanço os ombros.

Rafe me encara por alguns segundos antes de se levantar da cama. Ele põe sua blusa de volta e eu quase agarro seus braços, implorando para que ele continuasse sem camisa, mas não o faço, obviamente. Ele coloca o boné de volta em sua cabeça, cobrindo os cabelos loiros e anda até a escrivaninha de Sarah, pegando alguma coisa em cima da mesa que faz barulho.

⏤ O que tá fazendo? ⏤ arqueio a sobrancelha.

Ele se vira pra mim, me possibilitando ver que o que tinha pegado era as chaves do seu carro.

⏤ Eu te levo.

Aperto a alça da minha bolsa, negando com a cabeça. Beleza, eu realmente não esperava por isso.

⏤ Não, Rafe. Eu vou sozinha. ⏤ nego.

⏤ Não vou deixar você ir pro centro da cidade sozinha, princesa ⏤ ele anda até a porta. ⏤ eu já tava mesmo indo embora.

Ainda estou confusa pra caralho e um pouco sentida.

Um cara nunca havia se preocupado em me levar pra algum lugar só por temer que eu andasse sozinha pra longe. Literalmente nunca.

Eu não me importava em andar sozinha na maioria das vezes, mas o caminho do campus até o centro de Honolulu é sim um pouco perigoso. Na maioria das vezes, eu sempre evitava ir andando, mas hoje em específico, tenho uma preguiça surreal de dirigir o meu carro.

⏤ Mas... e a Sarah? ⏤ acabo gaguejando pela surpresa.

Rafe tira os olhos das chaves na sua mão e me olha, dando um sorrisinho.

⏤ Ela nem sabe que eu tô aqui, gata.

E então, abriu a porta, indicando com a cabeça pra fora com seus olhos sobre mim.

⏤ Primeiro as damas.

Só então, percebo como estou acostumada com pouco e nunca com gentileza.

Acabo sorrindo fraco. Talvez Rafe Cameron soubesse como ser gentil, mesmo que fosse o mínimo.



nunca aceitem menos que o máximo, ouviu?
vocês são perfeites e merecem o mundo! 🤍

capítulo curtinho pa vocês.

𝐓𝐎𝐗𝐈𝐂, 𝗰𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻. ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora