Durante a noite eu acordo um pouco sonolenta. Me desvencilho cuidadosamente do meu namorado, vou até o dormitório masculino e pego a capa da invisibilidade de Harry, não sei se ele deixaria mas resolvo isso depois.
Saio de fininho com um frasco na mão e vou até a cozinha, o luar iluminando os corredores. Ao entrar encontro muitos elfos trabalhando, sinto pena por estarem até essa hora acordamos mas logo meus olhos se fixam em um grande caldeirão com um líquido laranja, mais a frente. Um elfo mechia nele com uma colher, provavelmente aquilo seria o suco de abóbora que todos bebiam.
Olho para todos os lados vendo se alguém prestava atenção na porta que se abrira "sozinha" mas eles pareciam tão cansados e imersos em seus trabalhos que nada percebem, vejo Dobby mais a frente. Vou até o caldeirão de fininho assim que o elfo que o controlava sai e despejo o conteúdo do frasco, inicialmente o laranja do caldeirão muda para um tom amarronzado, meu coração gela, mas logo suspiro aliviada quando o mesmo retorna a sua cor normal. Dou mais uma olhada em volta e saio.
Ando pelos corredores rapidamente como se tivesse acabado de cometer um crime...teoricamente não é um CRIME mas não era algo certo de se fazer. Sorria ao sentir meu coração disparado, adrenalina...eu amava essa sensação.
"Vou pintar um quadro sobre esse sentimento mais tarde" penso.
Assim que entro na comunal vejo Harry caido no chão se contorcendo.
- Harry? - vou até ele o amparando, assustada - O que houve?
- Eu... não sei... - ofegou sentando-se. - Ele está feliz... realmente feliz...
- Voldemort?
- Sim.
Estudo o menino ainda assustada com o ocorrido.
- Onde você estava?
- Fui até a cozinha - Não queria mentir para Harry, então tecnicamente não menti, tinha ido a cozinha. Ele me analisa então recomendo que fôssemos cada um para seus dormitórios mas Harry me pediu para subir com ele.
- Porfavor, seu...seu cheiro me acalma, acho que essa tal de Oclumência enfraqueceu mais minha mente do que fortaleceu. Preciso de você para conseguir dormir.
Sorrio fracamente, meu coração ficou apertado de ouvir aquilo então não consegui dizer não, estava muito tarde o que significava que todos os meninos dormiam, ao chegarmos me deito e aconchego Harry que abraça minha cintura, ele fecha as cortinas. Começo a acariciar os cabelos dele até o moreno pegar no sono, logo meus olhos pesam também.
Acordamos de manhã, os meninos não se importavam mais de me ver dormindo lá, mas fiz questão de sair bem cedo. Rumei para meu dormitório.
- Dormiu com ele?
Chego perto de Hermione a virando para a janela e sussuro:
- Sim, ele teve mais um daqueles... - inclino a cabeça.
Ela me olha preocupada.
- Se troca logo, eu vou te esperar lá embaixo, tá?
- Beleza.
Vou no banheiro fazer minhas higienes e me troco, desço as escadas, Mione, Ron e Harry me esperavam. Descemos todos e logo que chegamos no Grande Salão o motivo da felicidade de Voldemort fora esclarecido. Alguns prisioneiros de Azkaban foram soltos, dentre eles Bellatrix Lestrange.
- O QUE? Não acredito que o ministério está culpando Sirius pela fuga. - digo, revoltada.
- É por isso que ele estava tão feliz, Harry - Ron diz assombrado.
Hermione sai dizendo que iria mandar uma carta. Fred e George chegam mas rapidamente eu puxo eles, Harry e Ron para fora do Salão. Os conduzo para fora do castelo, onde podemos ver os alunos pela janela.
- S/n? Você endoidou? - Ron pergunta enquanto segurava um bolo de caldeirão, com a boca cheia. - Eu não tinha terminado, poxa...
- Meu irmãozinho S/n está salvando sua pele. - Fred responde enquanto me olha sorrindo - Deu certo?
- Deu certo o quê? - pergunta Harry, curioso.
- Deu.
Harry estava prestes a falar mais alguma coisa quando ouvimos uma orquestra de gritos vindo do lado de dentro, nós imediatamente abaixamos. George segurava uma risada.
- POR MERLIN O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?? - ouvi McGonagall gritar.
Simultaneamente nós cinco nos erguemos devagarinho espiando pela janela. Gargalho, não consegui me conter. O Grande Salão estava cheio de Snapes com uniformes, para todo lado...Snape com uniforme da Lufa-Lufa(os que usavam saia me deram um pouco de repulsa pois a mesma estava curta demais, e as pernas de Snape não eram as coisas mais lindas de se ver); Snape com uniforme da Corvinal...Snape com uniforme da Grifinória (por Merlin como ele estaria odiando aquilo). Nós gargalhavamos alto, minha barriga começou a doer quando alguns gritaram passando a mão pelos cabelos oleosos de Snape.
- Foram vocês, não foram? - Ron pergunta em meio a risos.
- Acho que isso vai ir para o túmulo com a gente, maninho. - diz George rindo.
- Vamos gente, vamos dar o fora daqui - digo sombriamente assim que percebo olhos queimando em cima de nós.
NARRADORA ON
O Grande Salão explodiu em gritos, vários alunos começavam agora a se transformar no professor Snape, o qual estava paralisado em sua cadeira juntamente com os outros professores.
Muitos alunos gritavam correndo de um lado para o outro, assustados. Suas roupas encurtaram pelo tamanho desproporcional ao corpo de Severo, vários "Snapes" que possivelmente seriam meninas saem correndo do Salão, gritando.
- Mas o que está acontecendo aqui? - Umbridge que agora se encontrava em pé questiona, irritada.
Dumbledore permanecia sentado, calmo como sempre. Talvez com um sorriso no canto do rosto.
- PORFAVOR SE ACALMEM! - Umbridge pedia, mas seus gritos de nada adiantavam.
- Poupe seus esforços Dolores, tudo o que nós resta é esperar que se acalmem, não vão nos escutar nesse estado. - diz Dumbledore, pacato.
- Mas que... - Snape disse finalmente após sair de seu choque.
- Severo até parece que você não sabem o que aconteceu aqui. Alguém provavelmente colocou poção polissuco na bebida dos alunos. - Dumbledore explica. - Se estivesse caducando, o que receio ainda não ter acontecido, diria que voltamos aos anos 70, quando um certo grupo de garotos nos deixava de...como os trouxas dizem, cabelos em pé.
- Dumbledore, porfavor isso não é momento para piadas, olhe o caos que isso se tornou. - McGonagall o repreende.
A professora olhava para todos os lados quando mira três cabeças ruivas, uma cabeleira preta e outra (a cor do seu cabelo) no parapeito da janela, rindo.
- Se me dão licenca...eu...eu preciso resolver algumas coisas - ela diz se retirando à passos largos em direção a porta de entrada.
Umbridge despenca novamente em sua cadeira:
- Ô céus, isso realmente é uma escola? - suspira.
NARRADORA OFF
O castelo todo estava agitado, ouvia algumas pessoas que ainda estavam na forma de Snape murmurarem desesperadas:
- Hoje é dia dos namorados, será que isso vai sair até a hora do passeio?
- Como vou encontrar Slukker assim...
Muitos já voltavam a sua forma normal, a poção mágica normalmente duraria 12 horas mas nesse caso fiz especialmente para que não passasse dos 10 minutos. Harry contraria os lábios fortemente enquanto segurava minha mão, pusemos o pé na comunal mas logo ouvimos uma voz terrivelmente familiar nos abordar.
- Weasleys, Potter e Bennet. A professora McGonagall solicita a presença de vocês imediatamente.
Aperto os olhos e sussuro um "fudeu". Suspiramos, Fred e George não pareciam nem um pouco preocupados. Meu Deus como? Então seguimos Filch, não me virei para Ron mas podia sentir o garoto tremer. Chegamos na sala de Minerva, que nós esperava.
- Pode ir Filch, obrigada.
Então ele sai fechando a porta. Minerva vai em direção a mesma e a tranca.
- Eu sei que foram vocês. - ela diz meio que aos sussuros.
- Minnie, porque está pensando isso de nós? - digo em tom dramático.
Ela me olha confusa pelo uso do apelido.
- Muito tempo com Remus... - explico.
- Eu sei que foram vocês então por favor admitam e eu dou um jeito de não serem expulsos desta escola, por mais que ache muito errado o que fizeram.
George, Fred e eu nos entreolhamos.
- Harry e Ron não fizeram nada, fomos apenas nós três - diz George.
Minerva suspira soltando um "Meu Merlin!" e se escora na mesa.
- Não vou nem perguntar como fizeram essa poção. - ela diz, séria - Têm noção do que fizeram? Por sorte todos ja voltaram ao normal.
Tudo bem agora eu me senti muito envergonhada, e com uma pontinha de culpa. Queria me enfiar em um buraco, nós faziamos tantas pegadinhas mas confesso que essa pode ter passado dos limites, até mesmo para McGonagall.
- Vocês cinco não vão à Hogsmeade hoje. - ela diz quebrando o silêncio que preenchia o ambiente.
- Professora por favor, Harry e Ron não fizeram nada, eu juro. Não tem porque eles não irem. - falo, em tom suplicante.
Ela nos analisa por alguns instantes antes de falar:
- Tudo bem, então vocês três não vão ao passeio, e quero que limpem a sala de Troféus, sem o uso de feitiço. Uma vez por semana até o final do trimestre. - Minerva diz visivelmente séria, mas não sabia dizer se ela estava brava de verdade ou se apenas estava fazendo seu papel. - Acho muito difícil alguém descobrir...em todo caso, vamos deixar o assunto morrer.
- Porra...você é incrível professora! - Fred diz indo em direção a Minerva e depositando um beijo em sua bochecha.
- Não fale "porra", Fred! - ela o repreende embora escondesse um sorriso.
- Caralho, Minerva, a gente te ama muito - George diz beijando a outra bochecha da professora.
- Não é para dizer "porra" e muito menos "caralho"! - ela diz começando a ficar estressada.
- Escutou caralho?
- Para de falar palavrão, porra.
Sorrio, esses dois não tem jeito.
- Muito obrigada, Minnie. - digo a abraçando - Eu juro que não vai acontecer de novo.
- Há cinco anos você me promete isso, S/n - ela diz risonha - Porfavor, criem juízo.
Concordo, me sentindo culpada.
Ela vê se o corredor estava vazio então nos manda embora, saímos correndo para a sala comunal. Os corredores agora estavam vazios, todos provavelmente se arrumavam para o passeio.
- Podem ir na frente - digo diminuindo a velocidade, Harry faz o mesmo. - Desculpe, amor. Olha eu sei que é dia dos namorados mas eu não vou poder ir com você...você pode ir sabe, vai se divertir, trás um docinho para m - sou interrompida com um beijo.
As mãos de Harry estavam em meu pescoço quando ele me empurra para trás e minhas costas batem na parede.
- Eu não vou, não faz sentido passar o dia dos namorados sem você... - o moreno diz, seus lábios estavam a milímetros dos meus, sorrio e o beijo de volta.
...
Após contarmos para Mione o que houve, previsivelmente ela briga conosco. Muito. A menina diz que é muito importante Harry ir para Hogsmeade pois o que ela arrumou ajudará muito a "limpar sua imagem". Com MUITA, repito MUITA relutância Harry vai.
- Eu vou - ele sela nossos lábios - Mas eu volto. Meia hora, tá?
- Relaxa amor, pode ir tranquilo a gente espera por você.
Ron não ia de qualquer maneira, Angelina pediu para que passasemos o dia treinando, então assim fizemos. Por volta das quatro horas Harry já havia chegado, então descemos até o gramado, Harry e eu iamos de mãos dadas, ele iria me ensinar a jogar como apanhadora. Gina também ia com a gente.
Primeiro apenas eu e Harry montamos nas vassouras, ele me disse algumas táticas e dicas para localizar e capturar o pomo mais rápido.
Harry o pegou da primeira vez como exemplo. Depois eu fui uma vez, sozinha. Localizei-o e peguei em menos de 2 minutos.
- Uau...estou impressionado.
Sopro uma risada.
- Não fique Potter, eu sou boa em muitas coisas...
Ele me olha, sorrindo malicioso com uma sombrancelhas arqueada - Potter?
Sorrio dando de ombros.
- Vamos ver se você é tão boa mesmo, eu contra você. Que vença o melhor.
- Que vença o melhor.
Então Gina solta o pomo de ouro, que sai voando pelo campo velozmente, o resto do time gritava do chão (eles haviam se estirado lá enquanto eu pegava o jeito). Harry rapidamente vai para um lado do campo, eu vou para o outro, nos encaramos. O moreno era bom no contato visual, mas eu era melhor. Olho fixamente para ele, molho meus lábios com a língua e vejo ele ficar solto, como se tivesse esquecido como respirar. Desço a vassoura sem quebrar o contato e mergulho, rapidamente.
Harry sai do transe e vem em minha direção voando rápido mas eu já havia pegado o pomo, pulei da vassoura ainda no ar fechando-o em minhas mãos. Fred, George, Gina e Ron vieram ao meu encontro e me levantaram comemorando. Eu sorria.
Harry aparece logo atrás
- Isso não vale! Você me desconcentrou - ele diz, muxoxo.
- Harry, a culpa não foi de S/n, você que é todo caidinho nela. - diz Angelina.
Harry esconde um sorriso. Assim que os meninos me descem eu vou em direção ao moreno, chego perto dele pegando seu rosto mas ele vira o mesmo para o lado me ignorando. Gargalho.
-Harry para de ser besta, eu sou boa, mas não tanto quanto você.
Na verdade eu acho que consigo sim chegar ao nível dele, mas preferi guardar esse pensamento.
Ele se vira rapidamente para mim, agora sorrindo de orelha a orelha e me beija rapidamente.
- Você foi incrível. - ele diz entre meus lábios, eu os colo novamente.
Treinamos mais um pouco com todo mundo. Harry, Fred e George nos assistiam das arquibancadas. Os alunos começam a voltar então Angelina decidi encerrar por hoje, vou até o vestiário, estava fazendo a curva para entrar quando Harry chega por trás de mim beijando meu pescoço e me empurrando para dentro. Ele rapidamente fecha a porta, e me empurra contra a mesma me arrancando um arfar.
- Você fica muito sexy jogando quadribol, sabia? - ele diz, meio que em um rosnado. - Com essa roupa então...
Sorrio e o moreno volta a chupar meu pescoço dando leves mordidinhas, eu acariciava seus cabelos. Ele passa a mão por minhas nádegas e com um aperto me levanta fazendo minhas pernas entrelacarem em suas costas. Ele esmagava nossos lábios, meus quadris se moviam involuntariamente suplicando por mais contato, sinto a ereção de Harry embaixo de mim e volto a beija-ló.
- Acho - ele engole em seco parando o beijo - ...acho melhor sairmos daqui.
Tento controlar minha respiração e concordo fervorosamente, Harry me desce e saimos correndo pelos corredores, ambos não dissemos nada durante o trajeto, sabia para onde estavamos indo...