Pedido de vieiralinda670
"Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás."
Gabriel Barbosa e outros jogadores do flamengo, estavam visitando o hospital infantil que recebia doações do clube a quase vinte anos. Ele particularmente era apaixonado por crianças e gostava muito de participar dessas ações, assim como seus companheiros de equipe. Os titulares e reservas foram divididos em grupos de quatro pessoas.
A própria diretora do Peter Pan, estava apresentando as crianças internadas e as dependências do edifício de quatro andares, para Gabriel, Bruno Henrique, Arrascaeta e Diego Ribas.
- Nós vamos visitar o segundo andar. - a mulher de jaleco falou, guiando-os até
o elevador. - É onde fica a oncologia, e temos alguns internos apaixonados por vocês lá.
Eles conversaram por uns dois minutos e as portas abriram-se, revelando uma recepção decorada com desenhos, uns sofás coloridos e um balcão vazio.
- E onde estão as pessoas? - perguntou Gabriel, vendo alguns quartos vazios e nenhuma das crianças.
Dra. Gomez pegou seu celular no bolso e sorriu ao ver que era uma sexta feira.
- Ah, me desculpem, acho que esqueci de avisar a Dra. Hernández sobre a sua visita ao hospital. - ela justificou. - Ou ela apenas fingiu outra vez, que não era tão importante assim.
Gabriel estava perto o suficiente para escutar o sussurro da mulher.
Gomez os guiou por um corredor largo e aos poucos os jogadores começaram a escutar o som das risadas. Uma grande sala, com janelas de vidro surgiu e eles conseguiram ver as crianças de várias idades, sentadas em almofadas, bancos e alguns puffs coloridos. Enquanto um grupo de enfermeiros tocavam para a mulher cantando no meio da sala. Ela recebia toda atenção dos internos, seus pais e as moças da recepção.
Sn Ss Hernández, estava usando jaleco, com um rabo pardo na parte de trás, as orelhas de gatinho e o nariz colorido de branco, com risquinhos nas bochechas.
Ela era apaixonada pelas sextas-feiras, sempre ia trabalhar com um sorriso no rosto, os seus pequenos precisavam de muita alegria, mas aparentemente isso era ainda maior nesse dia da semana.
Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram
Era encantador, então os visitantes não ousaram entrar naquele lugar durante a performance da médica.
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim
Ela fazia uma coreografia engraçada e mesmo de costas, Gabriel sabia que era linda. Havia algo diferente nela, que ele não sabia explicar. Mas seus olhos não conseguiam sair da mulher que parecia irradiar uma luz por todo aquele andar.
- Ok, agora todos os meus gatinhos. - a mesma pediu.
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás
Um coral de vozes infantis surgiu. Mas, na verdade, todos estavam cantando e foi como voltar a ser criança.
- Ela sempre faz isso? - ele perguntou a diretora do hospital, enquanto os seus amigos filmavam aquela cena.
- Sim, toda sexta-feira e eles esperam por esse momento a semana toda. - a mesma sorriu. - Aguentam firme seus tratamentos para ter esse momento.
Sn sorriu quando terminou de cantar e os seus pequenos, e amigos de trabalho, e as outras pessoas aplaudiram. Ela mal sabia que estava sendo observada pelos jogadores do flamengo.
- Canta outra, tia Sn. - pediu Daphne, sentada no colo da mãe, com um lenço rosa em volta da cabeça.
- É, canta a música da Jade. - Pietro se manifestou do outro lado da sala, mas ela escutou um burburinho do lado de fora da sala de artes e viu os visitantes do clube carioca.
- Eu acho que ela está um pouquinho cansada agora, Pi. - Sn disse passando a mão na barriga pontuda de trinta e três semanas. Jade estava no forninho. - E nós temos visitas importantes.
Diego Ribas, Bruno Henrique, Giorgian e Gabriel entram no local chamando a atenção das crianças.
- Essa é a Dra. Sn Hernández, ela é a chefe da oncologia e uma das melhores médicas do nosso pais.
- Não seja exagerada, Gomez. - disse a mesma sorrindo, e apertando a mão de cada um dos homens à sua frente.
Gabriel estava um pouco decepcionado, ele não esperava que Sn fosse casada e ainda por cima grávida do marido. Mas seus olhos se demoraram nos da médica, ainda sim. Ele sentiu um frio na barriga incomum, e ficou com medo de que as pessoas à sua volta pudessem escutar o coração dele batendo acelerado. Porra! Ela era uma mulher casada.
Início de um sonho, deu tudo errado. Pensou.
- Eu sou o Gabriel. - ele apertou a mão da mulher e ela sorriu simpática.
- É, eu sei disso.
Em seguida as outras pessoas voltaram ao seu trabalho, restando apenas a Dra. Hernández e alguns outros médicos. Os meninos foram cercados pelos seus fãs mirins, enquanto Sn apenas observava, sempre atenta.
Um pouco depois, quando tiram fotos e brincaram com todos, os quatro sairam da sala de artes, prontos para seguirem a sua tour pelo hospital. Arrascaeta e o Bruno Henrique, não paravam de falar com a Dra. Gomez sobre os próximos a serem visitados. Tanto que esqueceram Gabriel para trás, com a outra médica.
Diego sabia bem o que o amigo estava fazendo, então apenas seguiu os outros com um sorriso no rosto.
- O seu trabalho é muito bonito. - ele elogiou Sn, quando finalmente ficaram sozinhos no meio do corredor.
- Obrigada. - ela disse com a mão na barriga, a bebê estava ficando enorme e suas dores na coluna aparecendo. - É minha pausa, e hoje tudo está calmo por aqui, quer tomar um café comigo?
- É claro.
Eles então seguiram para o refeitório, que ficava no mesmo andar, eles não podiam se afastar das crianças durante as pausas e assim ficava mais fácil. Sn sentou e Gabriel se acomodou na frente dela. Um rapaz se aproximou sorrindo, por ver que era sua chance. Gomez não queria os funcionários importunando o elenco do flamengo.
- Oi, Sn.
- Ei, Lucca. - ela sorriu de volta.
- Como está nossa Jade? - perguntou.
- Hum, nesse momento acho que ela resolveu tirar uma soneca, já tivemos muito agito para um dia só.
- Vai querer o de sempre, certo?
- Sim.
- E você?
- Um suco de laranja está ótimo para mim. - respondeu o atacante.
Lucca ficou parado admirando Gabriel e Sn riu.
- Pede logo sua foto, não vou contar a Gomez, é o nosso segredinho.
- Eu amo você, Sn.
- Eu sei disso.
Ele tirou a foto, agradeceu e voltou para a cozinha.
- Todos parecem gostar muito de você.
- Eu fiz residência aqui, trabalho nesse hospital desde que me formei. - deu de ombros. - Somos uma grande família e eles sentem-se tios da minha filha.
- Jade, é um nome muito bonito.
- Sim, uma homenagem a menina que foi minha primeira paciente, infelizmente ela não conseguiu vencer a luta contra o câncer. - disse com pesar. - Eles nos ensinam a ser profissionais, principalmente nessa área, perdemos muitos deles, mas me apego as minhas crianças.
- Eu sinto muito por isso e entendo seu sentimento por aquelas criaturinhas, é impossível não se apaixonar por eles. - falou, com um leve sorriso. - Está com quantos meses?
- Nós estamos a caminho do oitavo. - Sn, sorriu, acariciando a barriga. - Só mais um pouco e vou ter a minha bebê nos braços.
- Você e seu marido devem estar bem felizes com a chegada dela, eu suponho.
Sn mordeu o lábio evitando sorrir, ela não era boba, sábia bem o que Gabriel estava tentando fazer, só não entendia o que ele viu em uma mulher grávida.
- Eu acredito que ele estaria sim, mas sou viúva. - explicou.
- Como? O quê? - Gabriel ficou muito confuso e envergonhado por ter falado aquilo alto. - Sinto muito, estou sendo insensível, meus pêsames.
- Não, tudo bem, já fazem dois anos.
- Ok, minha cabeça deu um bug agora. - o rapaz disse, fazendo Sn gargalhar.
- Eu e o Alex não queríamos ter filhos cedo, ambos sonhávamos muito com a nossa carreira na medicina, então para não ter problemas futuros, optamos por fazer o congelamento dos meus óvulos e dos espermatozóides dele. - explicou. - Então, depois que passei pela dor do luto e me recuperei, decidi que essa era minha hora de ser mãe, e aqui está ela.
- Essa é uma história incrível, Sn.
Lucca trouxe os pedidos deles e os dois continuaram conversando sobra a vida do atacante e da médica, até o intervalo chegar ao fim e os meninos aparecerem no refeitório.
- Bom, acho que é isso. - comentou, ao levantar da cadeira com muito cuidado. - Foi um grande prazer conhecer você, não parece mais tão imaturo quanto eu pensava ao vê-lo na TV.
Gabriel riu, incrédulo.
- Me julgou errado, Dra. Hernández. - a mulher deu de ombros. - Foi incrível conhecer você, na verdade, vocês duas.
- Ei, cara. - chamou Bruno Henrique. - Temos que ir embora.
- Ok, só um minuto. - Gabriel mordeu seu lábio inferior. - Não quero parecer invasivo, e tudo bem se você não quiser aceitar meu convite, mas adoraria sair com você para jantar.
- Você poderia levar qualquer mulher, e quer mesmo sair com uma grávida? É pague um, leve dois.
- Eu não vejo nenhum problema nisso, Sn, você é absurdamente linda, e a Jade realmente não muda nenhum pouco o meu interesse por você.
Ela ficou em silêncio por um minuto e nesse curto tempo, ele pensou ter dito algo errado.
- Ok, podemos jantar. - Gabriel sorriu empolgado e retirou o celular do bolso, desbloqueando, antes de entregar a Sn. - Salva o seu número, para me passar o endereço depois.
- Certo.
Eles trocaram os contatos e em seguida Gabriel beijou a bochecha dela.
- Te vejo no domingo?
- Sim.
Ele se afastou com um sorriso no rosto. Tinha uma pressentimento bom. Talvez um "pague um, leve dois" fosse tudo que Gabriel precisava na sua vida.
{duas vezes no mesmo dia? mereço seu voto e comentário, confesso que amei esse imagine enorme e tenho um aviso: os pedidos estão fechados, pretendo escrever logo os que já foram feitos e voltar a abrir posteriormente, é isso, boa noite}
XOXO, MAY.