𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿...

By heatherpoetic

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Ela perdeu os pais muito nova, por motivos que nunca a foram revelados. Ele passou pelo mesmo, porém, a causa... More

Apresentação
1. Você acha que nós gostamos?
2. Ordem da Fênix
3. É bom estar em casa
4. "Mas vocês estão diferentes um com o outro..."
5. Não me faça rir
6. Eu confio em você
8. Obdormiscere
9. Claro que aceito
10. Jealousy
11. Corujal
12. Precisamos agir
13. Música?
14. Cabeça de Javali
15. A festa
16. Armada de Dumbledore
17. O jogo
18. Now you see her
19. A visão
20. Natal
21. Oclumência
22. Dia cheio
23. Parque de diversão
24. E quem vai dirigir Hogwarts?
25. Carência
26. As lembranças de Snape
27. Eles fazem falta
28. Gêmeos Weasley
29. N.O.M.S
30. Ministério da Magia
31. A profecia perdida
32. Unbelievable
6° ano
1. Ela não vai estar sozinha
2. Harry?
3. Do céu ao inferno
4. You make me feel
5. A fuga de Draco
6. O clube de Sluge
7. Príncipe Mestiço
8. Acidinhas
9. Insegurança
10. Sempre vocês quatro
11. Jogo de Quadribol
12. O baile
13. O álbum
14. Envenenado
15. Ele pode ser confuso as vezes
16. Horcruxes
17. O colar de Libitina
18. Quarteto de ouro
7° ano
1. Batalha no Céu
2. Feliz Aniversário Harry
3. O testamento de Dumbledore
4. O casamento
5. Promessas
6. R.A.B
7. Ela não...
8. Ministério
9. To love you is easy
10. Você não tem família
11. Eu prometi
12. Xenofílio Lovegood
13. Cada átomo que me constitui
14. O melhor erro que já cometi
15. Gringotes
16. A Guerra
17. Júpiter e Saturno
18. A batalha final
19. Os dias de cão acabaram
Pós Guerra
1. Um novo começo
2. O Casamento
3. Honeymoon
Epílogo
Agradecimento

7. Eu amo você

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By heatherpoetic

Rumamos para o grande salão. Chegando lá percebo que Hagrid continuava ausente da mesa dos professores.

- Mas, do lado positivo, hoje não teremos Snape - disse Ron para animar.

Hermione deu um enorme bocejo e se serviu de café. Parecia bem satisfeita com alguma coisa, e quando Ron lhe perguntou qual era o motivo de tanta satisfação ela respondeu que os gorros tinham desaparecido.

- Eu não confiaria nisso - disse Ron, em tom cortante - Talvez não contem os gorros como roupas. Eu não achei que parecessem gorros, pareciam mais bexigas de lã.

Lancei um olhar severo para o menino.

Hermione não falou mais com ele pelo resto da manhã.

Aos dois tempos de Feitiços, seguiram-se outros dois de Transfiguração. O Prof. Flitwick passou os primeiros quinze minutos de suas aulas nos falando sobre a importância dos N.O.M.s.

Em Transfiguração, foi igual, se não pior.

- Vocês não podem passar nos exames - disse a Profª McGonagall muito séria - sem se aplicarem seriamente ao estudo e à prática. Não vejo razão alguma para alguém nesta classe deixar de passar no N.O.M. de Transfiguração, se trabalhar como deve.

- Então... hoje vamos começar a estudar os Feitiços de Desaparição. São mais fáceis do que os Conjuratórios, que normalmente vocês não experimentariam até os N.I.E.M.s, mas estão incluídos entre as mágicas mais difíceis que serão exigidas nos N.O.M.s.

McGonagall tinha toda razão; embora tivesse conseguido fazer desaparecer a lesma na 2° tentativa eu achei os Feitiços de Desaparição dificílimos.
No final da aula apenas eu e Hermione tinhamos conseguido realizar os feitiços, ganhando assim 20 pontos para a Grifinória e também ficando livres do dever de casa. Eu e a menina nos olhamos orgulhosas e fizemos um "bate aqui" com as mãos.

Harry e Ron passaram o horário do almoço na biblioteca fazendo seus deveres. Eu fiz companhia para Hermione que ainda continuava zangada com a calúnia de Ron sobre seus gorros de lã.

Nós quatro nos encontramos novamente enquanto desciamos o gramado em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida.
A Profª Grubbly-Plank aguardava a turma a uns dez metros da porta de entrada de Hagrid, em pé diante de uma longa mesa de cavalete cheia de gravetos.

- Todos presentes? - perguntou em tom seco - Vamos começar logo, então. Quem é capaz de me dizer o nome dessas coisas?

A professora indicou o montinho de gravetos sobre a mesa. A mão de Hermione se ergueu. Atrás dela vejo Malfoy fazer uma imitação dentuça de Hermione dando pulinhos de ansiedade para responder a pergunta. Pansy teve um acesso de riso que se transformou quase num grito, quando os gravetos sobre a mesa saltaram no ar e revelaram se parecer com minúsculos diabretes de madeira, cada um com nodosos braços e pernas marrons e uma cara achatada em que brilhavam dois olhinhos de besouro.

Mirei Draco com o ódio mas me virei novamente para frente mantendo a calma. Sorri maliciosamente tendo uma idéia. Deslizei minha varinha pela mão descretamente enquanto Parvati e Lilá conversavam com a professora Grubbly-Plank então mirei a ponta para Draco e seu grupinho.

- "Petrificus Totalus" - murmuro mentalmente.

Ainda não havíamos aprendido feitiços não-verbais em Hogwarts mas meus tios haviam me ensinado muita coisa. Na verdade grande parte do que eu realmente sabia foram eles que me ensinaram.

Logo as risadas de Pansy cessam e dão lugar a "Draco?!" "Draco o que aconteceu" repetidas vezes.

Contráio meus lábios em uma linha fina na tentativa de segurar o riso.

Draco estava parado em uma posição um tanto quanto engraçada. Como o loiro estava fazendo imitações de Hermione segundos antes, o feitiço de petrificação o atingiu no momento em que estava com os dentes inclinados para fora da boca e os dois braços levantados. Todos em volta começaram a rir.

- O que está acontecendo ai atrás? - Grubbly-Plank pergunta em tom áspero indicando o lugar que Draco estava totalmente paralisado.

- A-alguém jogou um feitiço em Draco e agora ele não consegue se mecher...

- Pare de contar lorotas Sra.Parkison. Tenho certeza que teríamos ouvido o feitiço.

Harry olha para mim querendo dizer "foi você, não foi?". Eu apenas inclino a cabeça em sinal de "quem sabe". O menino sorri.

- "Finite Incantatem" - a professora murmura enquanto aponta a varinha para o loiro.

Draco se solta e logo começa a disparar perguntas por todos os lados.

- Quem foi? Quem foi? Meu pai ficará sabendo disso, podem ter certeza.

- Sr. Malfoy porfavor retorne ao seu lugar. Como eu ia dizendo...alguém sabe o nome desse bichos?

- Tronquilhos - respondeu Hermione - São guardiões, em geral vivem em árvores próprias para varinhas.

- Cinco pontos para a Grifinória - disse a Profa Grubbly-Plank. - São tronquilhos, como disse corretamente a Srta. Granger, em geral vivem em árvores que fornecem material de qualidade para varinhas.

Para minha felicidade passamos a aula toda fazendo um esboço com todas as partes do corpo identificadas. Eu amava arte, qualquer coisa que envolva desenhar ou pintar era comigo mesmo. Não queria admitir, afinal eu estava sentindo falta de Hagrid, mas eu gostei muito da aula.

Fomos andando pelos canteiros de hortaliças. O céu continuava incapaz de decidir se queria ou não chover.

- Eu só gostaria que Hagrid não demorasse a voltar, nada mais - disse Harry em voz baixa, quando chegamos às estufas - E não me digam que a tal Grubbly-Plank é melhor como professora! - acrescentou em tom de ameaça provavelmente para mim e Hermione.

- Eu não ia dizer - respondeu Hermione calmamente.

- Porque ela nunca vai ser tão boa quanto o Hagrid - afirmou ele, mas eu sabia que Harry estava muitíssimo consciente de que acabavamos de presenciar uma aula exemplar de Trato das Criaturas Mágicas.

A porta da estufa mais próxima se abriu e alguns alunos do quarto ano saíram, inclusive Gina.

- Oi - disse ela, alegremente, ao passar.

-Oi, Gina. - digo puxando a menina para um abraço.

Alguns segundos depois, saiu Luna Lovegood, atrás do resto da turma, o nariz sujo de terra e os cabelos amarrados em um nó no alto da cabeça. Quando viu Harry, seus olhos salientes pareceram se arregalar de excitação, e ela traçou uma reta até ele. Muitos se viraram curiosos para olhar. A menina inspirou profundamente e anunciou, sem sequer dar um alô preliminar:

- Acredito que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado retornou, e acredito que você lutou com ele e conseguiu fugir.

- Hum... certo - disse Harry, sem jeito.

Luna estava usando brincos que pareciam rabanetes cor de laranja, algo que Parvati e Lilá pareciam ter notado, porque davam risadinhas e apontavam para as orelhas dela.

- Vocês não tem mais o que fazer não?

- Obrigada S/n, mas deixe elas rirem - e voltou-se para Harry - As pessoas achavam que Blibbering Humdinger e Crumple-Horned Snorkack também não existiam.

- Ora, e tinham razão, não? - perguntou Hermione, impaciente - Não havia Blibbering Humdinger nem Crumple-Horned Snorkack.

Gina lançou-lhe um olhar de secar planta e puxou Luna para irem embora.

Olho para Hermione de modo crítico.

- Você se importa de não ofender as únicas pessoas que acreditam em mim? - pediu Harry enquanto caminhávamos para a aula.

- Ah, pelo amor de Deus, Harry, você pode arranjar gente melhor que ela. Gina me contou tudo sobre a Luna; pelo jeito, ela só acredita nas coisas quando não há provas de sua existência. Bem, eu não esperaria outra coisa de alguém cujo pai edita O Pasquim.

- Hermione não fale desse jeito. Eu tenho certeza que você pode achar um jeito de não ser tão rude com Luna sem desmerecer o trabalho do pai dela. E outra, você que é muito cabeça dura e só acredita no que está escrito no papel, caso contrário fecha sua mente para absolutamente tudo. - digo. Não gostei nada de como Mione se referiu a Luna e seu pai.

Hermione me olhou de esquerda mas para meu alívio decidiu não dizer nada. Não estava com paciência para discussões agora.

Não foi surpresa para ninguém que a Profª Sprout começasse a aula fazendo uma preleção sobre a importância dos N.O.M.s. A Professora passou mais um trabalho no final da aula.

Após a aula eu estava exausta. Tudo o que queria era comer e me preparar para a primeira detenção que eu e Harry teríamos com Umbridge às cinco horas.

Chegamos ao grande salão e literalmente me joguei no banco.

- Essa mejera... todas as noites dessa semana, como ela pode ser tão...

- Nojenta? Repgunante? Eu tenho mais uns trinta adjetivos que se adequam perfeitamente à ela. - completo Hermione.

- S/n... eu estava pensando, você só esta de detenção porque quis me ajudar. Eu vou falar com a Profª.Umbridge para eu ficar com seu horário, assim você...

- Você se acha em garoto? - o interrompo, ironizando - Eu não estava apenas tentando te ajudar... bem também, mas ela me tirou do sério e não consegui me segurar. E eu nunca deixaria você ficar na detenção por mim.

O menino sorri sem graça. Seus olhos descem para minha boca e começam a intercalar entre ela e meus olhos. Sinto borboletas no estômago e me viro rapidamente para o lado oposto colocando uma grande quantidade de comida no prato.

Escuto uma risada nasal vinda de Harry.

- Espero que ela não nos segure muito tempo hoje à noite. Vocês tem consciência de que temos de escrever três trabalhos, praticar os Feitiços de Desaparição para a McGonagall, treinar um contrafeitiço para o Flitwick, terminar o desenho do tronquilho e começar aquele diário idiota de sonhos para a Trelawney?

Ron enrrugou o rosto.

- Cuidado para não se engasgar - sinto uma mão em minhas costas, mas antes de me virar sei quem é e um sorriso se forma em meu rosto.

- Louis! - digo pulando do banco para lhe dar um abraço - Como você está?

- Bem.

- Harry chega um pouquinho pra lá para o Louis sentar com a gente.

- Eu não.

Estreito os olhos para Harry mas ele continua sem se mover. Teimoso.

- Bom...já que não tem espaço aqui e Harry não quer arrastar a bunda pro lado, a gente vai procurar outro lugar pra conversar. - digo e Harry me olha imediatamente.

Pego na mão de Louis o arrastando para a porta de entrada. Nós saimos pelos corredores sem uma direção certa, só queria mesmo conversar com ele.

- Então quer dizer que a Srta. Bennet anda arrumando confusão com professores?

- Ah... você já ficou sabendo então...

- Na verdade a escola inteira está sabendo.

Louis diz enquanto nos sentamos em um banquinho próximo ao quadro que leva a cozinha e consequentemente à sala comunal da Lufa-Lufa.

- Nossa obrigada, isso ajuda muito Sr.Partridge.

O garoto ri.

- Detenção todos os dias da semana...é, boa sorte para você, S/n.

- Mas você está sabendo realmente tudo sobre mim, né?

Louis estava rindo mas seu rosto se desfaz lentamente em uma expressão de tristeza.

- Está tudo bem mesmo?

Ele me analisa por alguns segundos até dizer:

- Meus pais estão se separando.

- Ah Louis, sinto muito. De verdade, nem sei o que dizer - falo enquanto puxo o menino para um abraço.

- Não precisa dizer nada... meu pai traiu minha mãe com uma bruxa que ele conheceu na última vez que foi para as Filipinas, então ela o expulsou de casa... minhas férias se resumiram a ficar indo da casa de um para a casa do outro.

- Então...

- Não existiu viagem para Paris, fiquei com vergonha de te dizer antes.

- Louis não precisava, você sabe que não - abraço mais forte mais vendo que o menino estava a beira de desabar em lágrimas - Queria saber como te ajudar...

- Você pode me ajudar com uma coisa - ele diz me desvencilhando de meus braços e começando a me olhar com firmeza.

Louis se aproxima cada vez mais de meu rosto. Ficamos tão proximos que consigo sentir sua respiração em minha pele. Vejo o menino fechar o olhos, sua boca está vindo em direção a minha, mas recuo.

- Louis... eu não posso.

Ouvia meu coração acelerar ao dizer as palavras quase em tom de desculpas.

- N-não claro, claro que você não pode...fui burrice minha achar que eu poderia...ah esquece.

Um silêncio constrangedor pairou sob nós.

- Você está passando por um momento difícil agora e eu te entendo. Muitos sentimentos e todos eles explodem de uma só vez, mas você merece alguém que te ame de verdade porque você é um menino incrível, sabe? - falei, segurando em seus ombros - Mas essa pessoa não sou eu.

- Seu coraçãozinho já tem dono, não tem?

- Tem...eu acho.

Nós ficamos nos observando por um tempo. Eu estava um pouco assustada ainda, mas acho que entendia Louis, não estava com ódio dele ou algo do tipo... só ficou uma situação meio desconfortável.

- Err... eu preciso ir agora. Uma menina respondona deve receber punição por seus atos - brinquei tentando descontrair o clima.

Ele sorri fracamente.

- Vai lá.

- Tchau então.

- Tchau.

Quando já estava ao pé da escada Louis me chama:

- E S/n, me desculpe.

Eu apenas deixo um sorriso amarelo com o garoto e começo a correr o mais rápido que consigo em direção ao terceiro andar.

•HARRY'S POV•

Vejo S/n e Louis saírem pela porta e sinto o típico leão rugir em meu peito, como em todas as outras vezes que algum menino dava em cima de S/n... ou quando ela retribuia algum flerte. Não era por querer, afinal eu tinha plena consciência de que nós eramos apenas amigos... eu não tinha esse direito. Mas mesmo assim não conseguia de deixar de sentir uma pontada de ciúmes quando acontecia. Não conseguia não me imaginarno lugar daqueles que tinham coragem de chama-lá para sair tantas vezes.

- Hermione...v-você sabe se eles dois têm alguma coisa? - me inclino um pouco sobre a mesa para que só a menina pudesse ouvir.

Vejo um sorriso de canto se formar no rosto de Hermione.
- Não, Harry, S/n gosta de outra pessoa.

Meu estômago se revira mais uma vez então reuno toda a coragem que tinha para lhe perguntar:
-E...v-você sabe quem é essa pessoa? - ela cerra os olhos para mim - Ah qual é Mione, S/n também é minha...minha melhor amiga e essas coisas normalmente são faladas entre meninas.

Não tenho certeza se realmente queria descobrir de quem S/n gosta mas preferi arriscar...

- Não sei porque, mas estou com a impressão que você irá descobrir mais rápido do que imagina.

A olho confuso. Olho para o lugar que S/n estava sentada e vejo que ela não havia comido quase nada. Já eram quase cinco horas e minha fome também havia acabado, me despeço de Ron e Hermione e vou procurar S/n para irmos para a sala de Umbridge.

Pensei que teria que procurar por mais tempo mas quando saio do Grande Salão vejo a parte de trás dos cabelos de S/n...ela e Louis. Me aproximo para chama-lá mas o rosto de Louis estava praticamente colado no dela. Eles eatavam se beijando...

Eu não deveria me importar com isso, S/n era só minha amiga, uma amiga que eu conhecia desde meus 11 anos, uma amiga que me ajudava nos momentos mais difíceis, a única que realmente percebia quando eu estava mal e me entendia sem nem mesmo uma palavra ser dita, a amiga que aparecia nos meus sonhos de mãos dadas comigo, a amiga que era a primeira pessoa que eu pensava ao acordar e a última ao ir dormir, aquela que me fazia sorrir quando eu queria chorar, apenas... uma amiga.

Me afasto rapidamente e saio, indo em direção a sala da Umbridge, no terceiro andar. Ando tao rápido pelos corredores e escadas que chego na sala da professora em menos de 5 minutos.

- Entre - ela diz em um tom horrivelmente meloso quando bato em sua porta. Meu coração estava batendo muito rápido e meus olhos estavam começando a arder.

•S/N'S POV•

Quando finalmente chego no 3° andar ainda me sinto um pouco desatenta, mas logo bato na porta e a professora a abre com um sorriso irritantemente doce.

Olho ao redor e vejo vários vasos de flores secas, cada um sobre um paninho, e, em uma parede, havia uma coleção de pratos decorativos, estampados com enormes gatos em tecnicolor, cada um com um laço diferente ao pescoço. Eram tão hediondos que fiquei mirando-os, paralisada, até a Profª Umbridge tornar a falar.

- Boa noite Srta. Bennet e Sr. Potter.

- Noite - eu e Harry respondemos formalmente. Olho para ele que logo desvia o olhar.

- Muito bem, sentem-se - disse ela, apontando para uma mesinha forrada com uma toalha de renda.

Havia sobe a mesa duas folhas de pergaminho em branco, aparentemente prontos para o nosso uso.

- Hum, Profª Umbridge hum... antes de começarmos, eu... eu gostaria de lhe pedir um...favor. - diz Harry meio vacilante.

Os olhos saltados da professora se estreitaram.

- Ah, é?

- Bem, eu sou... eu sou do time de quadribol da Grifinória. E eu devia participar dos testes para escolher um novo goleiro às cinco horas na sexta-feira e eu estava... estava pensando se poderia faltar à detenção nessa noite e cumprir... cumprir outra noite... trocar...

- Ah, não - disse Umbridge, dando um largo sorriso. - Ah, não, não, não. Este é o seu castigo por espalhar histórias nocivas, maldosas, para atrair atenções, Sr. Potter, e o castigo também pela Srta.Bennet concordar com seus posicionamentos e ofender o Ministério daquele jeito, pois se ofende o Ministério esta ofendendo o Ministro e consequentemente a mim. Não, o senhor e a Srta. Bennet estarão aqui às cinco horas amanhã, depois de amanhã, e na sexta-feira também, e cumprirão as suas detenções conforme programado.

Olho para a Profª. Umbrigde irritada. Então Harry contava histórias nocivas, maldosas, para atrair atenções, era?

Harry ia dizer algo mas coloco minha mão sobre a sua, ele a afasta rapidamente. Olho para Harry querendo decifrá-lo...porque diabos ele estava agindo desse jeito.

- Agora vocês vão escrever algumas linhas para mim. Não, não com a sua pena - acrescentou, quando Harry se curvou para abrir a mochila - Vocês vão usar uma especial que tenho. Tome aqui. - E nos entregou uma pena longa e preta, com a ponta excepcionalmente aguda.

- Quero que vocês escrevam: Não devo contar mentiras - disse a professora brandamente.

- Quantas vezes? - pergunto.

- Ah, o tempo que for preciso para a frase penetrar - disse Umbridge com meiguice - Podem começar.

- A senhora não nos deu tinta.

- Ah, vocês não vão precisar de tinta.

Escosto a ponta da pena no pergaminho escrevendo: Não devo contar mentiras.

Solto uma exclamação de dor. Harry que ainda não havia começado a escrever me olha assustado. As palavras apareceram no pergaminho em tinta brilhante e vermelha. Ao mesmo tempo, elas se replicaram nas costas de minha mão direita, gravadas na pele como se tivessem sido riscadas por um bisturi - contudo, mesmo enquanto observo o corte brilhante, a pele torna a fechar, deixando o lugar um pouco mais vermelho que antes, mas, de outra forma, inteiro.

Harry virou a cabeça para olhar Umbridge. Ela nos observava, a boca distendida em um sorriso.

- Pois não?

- Nada - digo no momento em que Harry abre a boca.

Ela queria que nós mostrassemos sinais de fraqueza, mas eu não iria manifestar nenhum, nem mesmo se tivesse de se sentar ali a noite inteira, cortando a própria mão com aquela pena...

Harry se vira para mim com um ar confuso e irritado. Suas pernas tremiam e tinha a certeza que ele se esforçava para não se levantar. Relutante volta sua atenção para o pergaminho, tocou-o com a pena, escreveu "Não devo contar mentiras", e sentiu a ardência na mão.

E assim a tarefa prosseguiu. Enquanto escrevo as palavras no pergaminho, não com tinta mas com o meu próprio sangue, vejo Harry me olhar repetidas vezes. Ele estava muito inquieto e naquela altura eu não sabia decifrar se era pela dor em sua mão ou por mim.

Eu estava com tanto ódio, tanto, tanto. Tudo o que eu queria era que essa mejera rosa sentisse essa dor, sentisse isso três vezes pior. Eu queria muito isso. Sem perceber encaro a mão de Umbridge imaginando como seria se as palavras estivessem se gravando agora naquela pele clara.

Enquanto Harry se levanta para abrir a janela de Umbridge eu sinto uma forte dor de cabeça. Se não estivesse sentada tenho certeza que teria me desequilibrado. Quando Harry volta ao seu lugar ouço uma exclamação vindo da mulher que se encontrava a nossa frente.

Palavras começam a se formar nas costas de sua mão esquerda, ela abre e fecha a mesma várias vezes, meus olhos e de Harry fixados na professora que logo percebe e esconde a mão respirando forte. Olho para o menino que retribui meu olhar confuso.

Minha cabeça para de doer repentinamente e Umbridge solta um suspiro profundo. Eu ainda estava meio zonza mas decido ignorar isso, devo estar de TPM, minhas dores são terríveis nesse período.

- Estendam as mãos.

Nós mostramos as mesmas e a professoras as examina.

- Tss, tss, parece que ainda não gravou fundo o bastante. Bom teremos de tentar outra vez amanhã à noite, não é mesmo? Podem ir.

Harry sai da sala mais rápido do que meus olhos podem acompanhar. Eu saio atrás dele e vejo que o menino já se se encontrava no final do corredor, andando depressa.

- HARRY - grito mas ele me ignora.

Corro mais rápido e seguro sua mão.

- Harry, espera!

-Quê? O que você quer?

- O que eu quero? - pergunto nervosa - Porque você está agindo desse jeito comigo? Estavamos bem até o jantar mas agora você simplesmente...

- Simplesmente o quê? - ele diz desvencilhando a mão que eu segurava - Você não viu o que essa mulher fez com você...com a gente. Desculpe se não estou dando gargalhadas depois de ter a mão cortada como um rabanete.

O olho em choque. Minha respiração estava pesada. Já estava muito tarde e Harry estava falando muito alto, tudo o que eu menos preciso agora é Filch nos dando uma bronca por estarmos fora dos dormitórios.

- Mas você deve estar super feliz, não é? Super tranquila e relaxada, estava beijando... dizem que isso realmente nos deixa relaxados - ele continua.

Meu rosto, que estava tenso relaxa imediatamente... era isso então? Ele estava assim por que pensava que eu tinha beijado um menino... Solto uma risadinha frouxa.

- Harry, não não não. Você entendeu tudo errado, se está se referindo a Louis, eu não o bei...

- Como não, S/n? Eu vi vocês!

Seu tom de voz aumentara drasticamente, não estava entendendo o motivo de tanto drama por causa de um mal entendido, e mesmo que não fosse, Harry não podia falar assim comigo por eu estar beijando outros garotos, nós não tinhamos nada.

- Pare de gritar comigo! Se eu tiver o beijado, o que você tem haver com isso, uh? Se eu beijei ou não é problema meu e você não tem nada haver com isso Harry, nada! Porque se magoou tanto afinal? Nós nem...

- PORQUE EU AMO VOCÊ.

Sinto meu coração acelerar tanto que penso que ele vai explodir de tanta agitação. Nessa altura meu estômago estava cheio de borboletas e minha respiração já não era controlada por mim mesma.

Harry respira fundo se dando conta do peso da frase que acabou de me dizer. Após um longo momento no gélido silêncio, apenas quebrado pelos pássaros do lado de fora, ele continua:

- Eu realmente te amo desde o momento em que nossos olhos se encontraram, eu tenho noção que ja faz muito tempo mas com todo o meu coração eu nunca consegui ficar nem sequer um dia sem pensar em você - ele se aproxima de forma mais calma - De verdade, eu te amo da forma que nunca amei ninguém e se você pudesse ler meus pensamentos sempre que alguém diz seu nome você iria sentir tudo o que sinto. É como se nosso amor tivesse nascido em vidas passadas pois em todo lugar que eu estou você sempre tem que ter alguma ligação. É serio, eu estou cansado de não conseguir te dizer tudo isso que venho guardando a anos por medo de uma rejeição.

Harry estava com uma de suas mãos em minha bochecha, eu estava o olhando sem fôlego, não conseguia dizer nada, até mesmo piscar parecia algo que eu era incapaz de fazer naquele momento.

- Olha, S/n, se você não sente o mesmo por mim não tem prob...

Beijo Harry antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa. Um beijo profundo, ele desce as mãos para minha cintura e as minhas seguravam seu rosto de forma delicada. O beijo ganha um ritmo mais intenso. O menino me encaminha para trás fazendo com que minhas costas batam da parede, solto um gemido com o atrito e Harry começa a me beijar com mais voracidade. Nossas línguas dançando uma melodia inaudível aos nossos ouvidos. Depois de um tempo paramos sem fôlego.

- Seu beijo tem gosto de morango.

Ainda colados, eu e Harry trocamos uma risada tímida.

- Eu também amo você, Harry. E só para esclarecer, eu e Louis não nos beijamos, ele só estava confuso, mas antes de qualquer coisa eu me afastei...porque bem...eu gosto de outra pessoa sabe.

O menino sorri aliviado e me puxa selando nossos lábios.

- Desculpa por ter gritado com você... eu não queria, mas pensei que você tinha o beijado... sei que não tinha esse direito... e, bem... ver você se cortando daquele jeito e sangrando me fez ficar com mais ódio ainda, de mim na verdade, por não poder fazer nada... desculpe.

- Não se preocupa com isso, vem - digo enquanto saio de perto de Harry e estendo minha mão para o menino - Vamos logo antes que Filch ou aquela gata dele apareçam.

Harry ia pegar minha mão mas eu sorrio e saio correndo.

- S/N - ele diz enquanto corre atrás de mim.

Eu me seguro para não gargalhar alto enquanto corro. Chegamos na frente do quadro da mulher gorda e o menino me abraca por trás me fazendo cócegas.

- Harry - digo em meio a risadas - Para, não chega...porfavor.

- Você é maluca - ele diz me virando e selando nossos lábios.

Entramos na sala comunal que já se encontrava vazia.

- Dorme aqui comigo...porfavor?

- Harry...

- Porfavor S/n...eu juro que a gente acorda mais cedo amanhã e cada um vai pro seu dormitório. É que você...você meio que ameniza meus pesadelos.

Eu o estudo com carinho antes de responder.

- Tá, só vou lá em cima vestir um pijama e já volto.

Para meu alívio, ao entrar no dormitório as meninas já estavam capotadas no sono. Olho docemente para Mione que estava com um livro na mão, e o pego, colocando em cima de sua mesinha.

Visto uma calça de moletom e uma regata preta, escovo os dentes e desço para baixo tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Harry estava deitado no sofá, já com pijama. Seus cabelos bagunçados contrastavam com suas bochechas iluminadas pelo luar da janela. Quando me vê ele sorri fazendo um sinal para que eu me juntasse à ele.

Me aconchego no peito de Harry e o menino me aperta para mais junto de si.

- Sua mão está doendo muito? - ele pergunta.

- Um pouco, e a sua?

- Um pouco.

- Harry...você viu que a mão dela começou a..

- Sangrar assim como a nossa? - ele me corta - Sim eu vi, mas achei que fosse coisa da minha cabeça. Foi muito estranho.

- Sim... - digo pensativa.

Mudamos de assunto e começamos a conversar sobre muitas coisas, rimos, conversamos mais, e...talvez tenhamos dado uns amassos, mas logo meus olhos pesaram e dormi aconchegada em Harry. O dia começou tão normal e agora estava tão diferente...a pouco menos de 1 hora Harry era somente meu melhor amigo e agora... bem eu não sei o que somos. Talvez sejamos apenas amigos que se beijam...

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