CLOE
Abro a porta da sala para sair de casa. Uma mão se fecha em meu braço, me impedindo de sair. Viro-me e vejo Peter, ele parecia enfurecido.
-- Solte-me, Peter!-- grito.
-- Não!-- ele grita.
-- Peter, você está me machucando!
-- Eu não vou permitir que você saia!
Luto para que ele largue meu braço. Sem sucesso algum.
-- Solte-a!-- uma voz grita atrás de nós.
Olho e vejo Kylie parado na porta com os punhos cerrados ao redor do corpo. Meu coração falta saltar do peito.
-- Quem é esse otário?-- Peter resmunga.
-- Kylie me ajuda!-- grito.
-- Solte-a!-- ele esbravejou.
Peter gargalha.
-- Quem você pensa que é?
-- Sou o...-- ele me olha e seus olhos penetram os meus --...O namorado dela!
-- Impossível!-- Peter me puxa pela cintura e passa os seus braços ao meu redor -- Ela é minha namorada!
-- Ela é minha namorada, Peter!
-- Ela é minha namorada, Kylie!
Os dois começam a discutir quem seria o meu suposto namorado. Aquilo me deixa nervosa.
-- Chega!
Acordo de repente. Estou totalmente suada. Foi apenas um sonho. Que sonho estranho. Esse com certeza é o mais esquisito de todos que já tive. Suspiro e passo mãos pelos meus cabelos. Sinto os nós pelos fios embaraçados.
Olho para o lado. Não acredito! Não, não, não! Estou super, mega e hiper atrasada. Merda! Detesto me atrasar!
Levanto-me imediatamente da cama, porém o cobertor enrola em meus pés e caio no chão.
-- Merda!-- praguejo.
Corro imediatamente para o banheiro. Olho meu reflexo no espelho.
-- Meu Deus, eu estou desprezível!
Meus olhos inchados, a testa vermelha pela recente queda, meus cabelos parecem um ninho de rato e para finalizar com chave de ouro, uma espinha gigante na ponta do meu nariz.
-- Ótimo, hoje definitivamente não é o meu dia!-- digo, revirando os olhos.
Passo um pente rapidamente no cabelo, enquanto com a outra mão eu escolho os dentes. Após isso, corro novamente para o quarto e visto a roupa rapidamente. Pego os meus livros e cadernos e jogo tudo na bolsa.
Calço sapatilhas (odeio sapatilhas!) Mas como eu não tenho mais tempo terá que servir.
Saio do quarto igual um relâmpago. Passo pela cozinha, minha avó e senhor Joaquim tomam seus cafés.
-- Cloe, querida, não vai tomar seu café?-- vovó questiona.
-- Não, vovó, eu estou super atrasada!
-- Pegue pelo menos uma maçã, menina. Não saia sem comer nada!-- ela me repreende.
Pego uma maçã e saio rapidamente. Ao sair de casa, vejo Peter montar em sua moto.
Droga, eu odeio pedir favores, principalmente quando se trata dele!
-- Peter!-- chamo-o.
Ele me encara assim que escuta chamar seu nome. Me aproximo dele e ele arregala os olhos.
-- O que aconteceu com você?-- questionou.
-- O que? Por que?
-- Você está parecendo...um zumbi.
Reviro os olhos.
-- Hoje não é um bom dia -- explico.
-- E isso inclui seu temperamento, certo?!
-- Certíssimo!
-- Imaginei!-- ele sorri.
-- Preciso de uma carona.-- digo.
Ele arqueia as sobrancelhas.
-- Você acha que eu virei Uber?
-- Foi você que ofereceu, idiota!
-- Eu sei, eu sei. Estava brincando com você.
-- Acredite, hoje é um péssimo dia para brincar comigo!
Ele sorri e me oferece um capacete.
-- Sobe aí!
Pego o capacete das suas mãos e subo na moto.
-- Acho melhor você se segurar em mim, Cloe!
Reviro os olhos.
-- Não vá tão rápido, Peter. -- peço e passo os braços ao seu redor.
Ele sorri e acelera a moto. Me apego mais a ele.
-- Peter!
Peter gargalha e então logo estamos em movimento. Peter acelera mais e eu fecho os olhos por instinto. Droga, odeio andar de moto.
Ao chegarmos na faculdade, eu pulo imediatamente da moto.
-- Obrigada pela carona, mas essa é a primeira e última vez que ando em cima dessa coisa.
-- Ei, ela não é uma coisa. Assim você magoa os sentimentos dela!
Reviro os olhos, tirando seu capacete.
-- Além do mais, eu vi que você estava aproveitando enquanto me agarrava, Cloe!
-- Como é? Eu só me agarrei a você porque temia pela minha própria vida, Peter!
Ele sorri torto.
-- Acho que eu não deixaria nada acontecer a você, Cloe.
Suas palavras tem um grande significado. Seus olhos encaram os meus e repentinamente os batidos do meu coração aceleram.
Engulo em seco.
-- Bem...muito obrigada pela carona, Peter!-- agradeço estendendo-lhe o capacete.
Ele pega e eu me viro saindo de lá. O que aconteceu comigo? Porque esse coração estúpido tem que acelerar com palavras idiotas do Peter?!
Suspiro e entro na sala. Kiki e Lauren estão conversando quando eu me aproximo delas. Elas olham para mim e ficam espantadas.
-- O que houve com você?-- pergunta Kiki.
-- Um ônibus passou por cima de você?-- questiona Lauren.
-- Não, mas acho que uma moto, s suspiro.
Elas arqueiam as sobrancelhas.
-- Oh!
Nesse momento, Peter entra na sala. Ele parece chateado. Acho que essa é a segunda vez que eu lhe dou um fora.
O que posso fazer? Eu não gosto dele.
Então por que eu me sinto tão triste.
Sento-me na minha cadeira e apoio meu queixo na palma da mão e suspirando. Me sinto tão confusa.
O professor adentra a sala.
-- Queridos alunos, hoje vocês terão um colega novo. Kylie Richardson, entre!
Meu queixo vai ao chão quando o vejo entrar na sala. Meu Deus, é ele!
Kylie me vê e imediatamente um sorriso surge em seus lábios.
Kiki e Lauren viram para mim. Elas arquearam as sobrancelhas repetidamente e sorriram feito bobas. Peter, do meu outro lado, cruza os braços e franze o cenho ao olhar para Kylie.
Droga!
-- Sente-se, Kylie.-- diz o professor.
Kylie se senta atrás de mim.
-- Bem, vamos começar a nossa aula.
-- É muito bom revê-la, Cloe!-- Kylie diz -- Agora não vou deixá-la ir tão facilmente. -- sussurrou a última frase.
Ótimo!- penso.
[...]