Do Que o Amor é Feito | Amore...

By Tayh_Souza

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O que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu? Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - O garoto do corredor
Capítulo 02 - Eu disse isso em voz alta?
Capítulo 03 - Você estava me espionando!
Capítulo 04 - Fui pega em flagrante!
Capítulo 05 - Não vou mais pensar nele
Capítulo 06 - Que tal fazermos um acordo?
Capítulo 07 - Um caso perdido de amor platônico
Capítulo 08 - Sou uma completa e perfeita azarada
Capítulo 09 - Tão cortês quanto um quadrúpede
Capítulo 10 - Você vai voltar amanhã?
Capítulo 11 - A gente meio que começou com o pé esquerdo
Capítulo 12 - Meus amigos favoritos
Capítulo 13 - Você é um desastre ambulante
Capítulo 14 - Uma discussão sobre namorados
Capítulo 15 - 17 anos
Capítulo 16 - Essa foi por muito pouco!
Capítulo 17 - Que espécie de pergunta é essa?
Capitulo 18 - Foi só sua imaginação
Capítulo 19 - Somos best friends para sempre
Capítulo 20 - Uma ideia absurdamente inusitada e idiota
Capítulo 21 - E se fosse você que gostasse de alguém?
Capítulo 22 - O que foi que eu perdi?
Capítulo 23 - Você está diferente
Capítulo 24 - O que me deu na cabeça?
Capítulo 26 - Esse garoto é impossível!
Capítulo 27 - Ele está me chamando para sair?
Capítulo 28 - O que será que houve com ele?
Capítulo 29 - Que tipo de opinião eu posso dar sobre isso?
Capítulo 30 - O que está rolando aqui?
Capítulo 31 - Detesto segundas-feiras!
Capítulo 32 - Qual é, afinal, o meu problema?
Capítulo 33 - Apaixonado? Por mim?
Capítulo Bônus
Capítulo 34 - Como pude ser tão cega?
Capítulo 35 - Estava sentindo tanta falta dele!
Capítulo 36 - Do que o amor é feito
Capítulo 37 - Clima de desastres amorosos
Capítulo 38 - Ele é um cara de sorte
Capítulo 39 - Ele... foi embora
Capítulo 40 - Clichê?
Capítulo Bônus
Capítulo Final
Agradecimentos
Premiações
Outra Vez o Amor Acontece

Capítulo 25 - Isso significa o que eu estou pensando?

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By Tayh_Souza

     — Você é filho da Maia? – pergunto, só para ter certeza de que o que ouvi não foi só fruto da minha imaginação. 

Para meu total choque, Diogo confirma com um aceno de cabeça.

— Eu nem sabia que ela tinha um filho! – exclamo, ainda tentando encaixar essa ideia absurda na minha cabeça. 

— Poucas pessoas sabem. – Ele encolhe os ombros e meche a colher dentro do sorvete para lá e pra cá. — A Maia trabalhou duro para esconder isso da mídia nos últimos 14 anos.

Diogo diz tudo isso como se não fosse nada demais, enquanto meus olhos estão quase saltando das órbitas de tão arregalados. 
 
Eu não faço a menor ideia do que falar. Maia e Diogo sendo mãe e filho… essa possibilidade sequer passou pela minha cabeça!

Me lembro da foto que vi quando fui na casa dele e comparo tudo que a Maia disse naquele dia no shopping. De repente, tudo começa a se encaixar como um quebra-cabeça. 

Quando assinamos os nomes para o trabalho de química, Diogo não colocou o Miller na assinatura, e sim um "B" abreviado. Um "B" que com certeza vem do verdadeiro sobrenome da modelo; sendo o Miller só um pseudônimo artístico – coisa que viria bem a calhar para quem deseja esconder que tem um filho.

Agora tudo faz sentido. E agora são tantas perguntas na minha cabeça, que nem consigo juntar tudo e formar algo que faça sentido. 

Pela idade do Diogo e da Maia, ela deve ter sido mãe bem cedo. Provavelmente com uns 15 ou 16 anos. E ainda tem aquele garoto da foto que é a cara do Diogo, o que me leva a crer que se trata do pai dele, quando ainda era mais jovem. 

Mas, se o Diogo mora com tio, onde o pai dele está? E será que o motivo dele ignorar tanto a Maia é porque ela o abandonou para seguir a carreira de modelo? Ou tem outra coisa no meio dessa história toda? 

Saio de minhas divagações quando vejo Alex passar pela entrada da sorveteria e vir em nossa direção. 

— Então, você achou que seria legal me deixar plantado na porta do colégio te esperando? – ele pergunta, encarando Diogo. — Tô te ligando faz tempo, mas só dá em caixa postal.

— Foi mal, tio. Acabei esquecendo de avisar que vim tomar um sorvete com a Heloísa – Diogo se explica. — E eu precisei desligar o celular, você sabe bem o por quê… – Alex assente, compreensivo. — Como me achou? – ele questiona.

— Estava passando com o carro e vi vocês pela vidraça – ele responde, e se vira para mim. — Como vai, Heloísa? 

— Tô bem – sorrio.

— Foi bem na prova? Diogo me disse que o resultado sairia hoje.

— Tirei nove! – respondo, com um sorriso de satisfação. 

— Sério? Parabéns! 

— Tudo graças ao Diogo, e a você, que o ensinou tudo que sabe.

— Não foi nada. Você conseguiu a nota sozinha, só precisava compreender a matéria, coisa que, muitas vezes, o método de ensino do professor não faz – ele diz, e eu não posso discordar. — Já terminaram? – Alex pergunta, se referindo aos sorvetes.

— Já sim – respondo e me levanto, colocando a mochila nas costas. — E preciso correr para pegar o ônibus das 12:30 – digo olhando para a hora no celular.

Faltam menos de 5 minutos.

— A gente te leva em casa – Diogo diz, também se levantando.

— Não precisa se incomodar, de verdade – dispenso, mesmo querendo a carona. 

— Não é incômodo nenhum! A gente te leva – Alex insiste, e não volto a dispensar. Ser poupada do tumulto do transporte público é bom demais para se recusar, nem que seja por apenas um único dia.

Caminhamos em direção ao seu carro, estacionado do outro lado da rua, e Diogo abre a porta para mim. Ele senta ao lado do tio na frente e eu me aconchego em um dos bancos de trás, colocando o cinto. Em pouco tempo estamos pelas ruas de São Paulo. 

•••

Porque ele me contou sobre sua mãe? 

Essa pergunta não saiu da minha cabeça durante toda a viagem para casa. E continuo pensando nisso enquanto subo as escadas para o segundo andar.

Tudo que eu mais quero é encontrar o Diogo e perguntar tudo, mas acho que esse é o tipo de coisa que a própria pessoa decide dizer ou não. 

Nós dois nem temos tanta intimidade assim. Foram só algumas aulas – que agora nem vão mais acontecer – e aquela tarde no shopping. Tenho certeza que ele só me contou sobre a mãe por precisar desabafar e eu ser a única por perto.

Abro a porta e entro em casa, encontrando vô Carlos na sua poltrona e tia Lúcia e vó Rute no sofá. 

Os três estão vendo TV, mas assim que percebem minha presença desviam os olhos para mim e me encaram sem nem piscar. Eu franzo as sobrancelhas sem entender o motivo. Até olho para trás para conferir se não tem nenhuma assombração atrás de mim. 

— O que foi? – pergunto aos três. 

— Como assim o que foi? – tia Lúcia fala, levemente irritada. – Quanto você tirou na prova? A gente esperou a manhã toda para saber! 

— Ah! – com a revelação do Diogo, acabei até me esquecendo da nota. Pego a prova na mochila e mostro para eles. — Tirei nove – conto, com um sorriso no rosto.

— Eu sabia que você conseguiria! – tia Lucia diz, contente, e se levanta para me abraçar. 

Meus avós a seguem logo depois, e também me parabenizam depois de me soltarem de um abraço apertado.

— Precisamos comemorar! – vó Rute declara quando volta para o sofá. 

— Não precisa, vó. É só uma nota. Vou precisar fazer muitas outras provas bem mais importantes e ainda mais difíceis que essa no futuro

— Mas é claro que precisa! – Claro que ela não iria desistir. — Vou fazer um almoço no sábado, com as comidas que você mais gosta. – Sorrio, começando a me animar com a ideia. — E você pode chamar o Diogo para vir tambem.

Franzo a testa.

— Chamar o Diogo? – pergunto, sem entender o motivo.

— Ele te ajudou, não é? – Concordo com a cabeça. — Então nada mais justo do que chamar ele para um almoço em agradecimento.

— O almoço não era em comemoração a minha nota? 

— Vai ser para as duas coisas, Heloísa! – diz, com uma cara enfezada que me faz dar risada. — Manda uma mensagem para ele e o convide.

— Tá bem, tá bem. – abro mão de tentar argumentar. Nunca funciona com minha avó mesmo. — Eu vou convidar.

•••

Diogo aceitou o convite.

Nesse momento estamos sentados à mesa, conversando enquanto saboreamos uma refeição deliciosa. Meu avô está na cabeceira da mesa, minha avó e tia Rute do seu lado direito e eu e Diogo no esquerdo. Uma chuva grossa, que começou a pouco tempo atrás, cai do lado de fora. Nossos pratos estão quase vazios e tudo caminha na mais perfeita tranquilidade. 

Até que meu avô faz a pergunta:

— O moço que te trouxe é o seu pai, Diogo?

Paro de respirar por um segundo, apreensiva. Tá que eu estou curiosa para saber o que houve com o pai dele, mas do jeito que Diogo ficou irritado todas as vezes que eu fiz esse tipo de pergunta, tenho certeza de que falar sobre a própria vida não é seu assunto favorito. Mas minha família não sabe de nada disso, e eu já deveria ter imaginado que iriam querer saber coisas desse tipo.

— Não. O Alex é o meu tio – ele responde, não parecendo nada incomodado.

— Ele se parece muito com você – dessa vez quem fala é minha tia, que foi quem recebeu os dois na livraria. 

— Ele e meu pai eram gêmeos – explica, com um sorriso de canto.

Não posso deixar de reparar que o verbo foi dito no passado. 

Isso significa o que eu estou pensando? 

Antes que outra pessoa também se dê conta e a conversa vá para caminhos não tão confortáveis, resolvo intervir. 

— Vamos assistir um filme, Diogo? – convido, do nada, e quando todos me olham com curiosidade – inclusive o próprio Diogo – me arrependo do meu gesto impensado. — Se você quiser, é claro. O próximo ônibus só passa daqui a duas horas, e ainda tem essa chuva, que não parece que vai estiar por um longo tempo… – desando a falar sem parar e me levanto da mesa com meu prato já vazio na mão.

— Ãn… claro. Pode ser. – Ele também levanta com seu prato na mão. Antes que eu possa pegá-lo para levar para a pia, minha avó intervém.

— Pode deixar que eu tiro a mesa. Vão lá assistir o filme. 

— Obrigada, vó. – Entrego meu prato para ela. — Quer ver o filme com a gente, tia Lúcia? – pergunto, torcendo para que ela aceite. 

Porquê eu fui invertar de chamar Diogo para ver um filme sozinho comigo? Eu tenho mesmo que aprender a falar menos e pensar mais.

— Infelizmente tenho que abrir a livraria mais cedo. Uma encomenda vai chegar hoje a tarde – diz tia Lúcia, para meu desespero. 

— Quer que eu te ajude, tia? – questiono, fazendo uma última tentativa para me livrar da situação que eu mesma criei.

— Obrigada, Helô, mas não precisa. São poucos livros. 

Derrotada, aceno em concordância e chamo o Diogo para a sala. 

Nem pergunto para o vô Carlos se ele vai querer ver o filme. A única coisa que ele gosta de assistir são jornais e programas de esportes.

Então vai ser só Diogo e eu.

Só nós dois.

Sozinhos.

Começo a andar em direção a sala, ele me segue logo atrás.

— Desculpe se as perguntas deles te incomodaram – digo assim que sentamos no sofá, cada um numa ponta, com o meio vazio entre nós. 

— Não precisa se desculpar. Eu não fiquei incomodado – afirma, e realmente não parece chateado. 

Respiro aliviada e ligo a TV. Começo a zapiar pelos canais de filmes, sem ter a menor ideia do que o loiro ao meu lado gosta de assistir. 

— O que você quer ver? – pergunto, ainda olhando para a tela.

— Pode ser qualquer coisa. 

Continuo vasculhando os filmes, mas paro quando vejo os DVDs de Harry Potter alinhados em um cantinho da estante. Me lembro dos livros da série, que vi na estante do quarto dele. 

— Que tal Harry Potter? – O encaro e ele faz o mesmo.

— Não curto muito os filmes – fico chocada com o que ele diz.

Como assim? 

— Sério? Vi os livros na sua estante e achei que você gostasse da saga.

— Gosto dos livros, não dos filmes. Não curto muito adaptações, nunca são muito boas – explica, dando de ombros. 

— Algumas são mesmo ruins. E o livro vai ser sempre melhor que o filme, lógico! – afirmo. — Mas os filmes de Harry Potter são muito bons. Inclusive, vi os filmes antes de ler os livros e mesmo assim me apaixonei pela história – digo, convicta. Ele apenas me encara, nada convencido disso. — Você ao menos assistiu algum deles?

— Vi os dois primeiros.

— Ah, pelo amor! Você nem deu uma chance, Diogo – exclamo, inconformada e levemente irritada. — Vamos assistir O Prisioneiro de Azkaban, e tenho certeza de que vai mudar de ideia sobre adaptações.

— Tá. Mas eu tenho certeza que não vou gostar.

O encaro e ergo uma sobrancelha em desafio, me levantando para por o DVD logo depois. 

•••

Algumas horas depois os créditos finais do filme começam a passar subir na tela. 

Fiquei o tempo inteiro dividindo minha atenção entre o filme e as reações do Diogo. Principalmente nas minhas partes favoritas, como quando Harry e Hermione voltam no tempo com o colar Vira-Tempo para salvar o Bicuço, na qual ele também pareceu ter gostado. 

Até parei de me importar por estarmos sozinhos na sala. 

Pauso o filme e olho para o lado, onde vejo Diogo ainda encarando a tela. 

— E aí? O que achou? – pergunto com expectativa. 

— Foi melhor do que eu imaginava. – Se vira para mim ao responder.

— Viu? Eu falei que não era ruim – digo, convencida.

— Não vamos exagerar não é? Não foi isso tudo também. 

— Você só não quer dá o braço a torcer.

Reviro os olhos em resposta e ele ri. 

— Tenho um compromisso às 6, mas ainda dá tempo de ver o próximo filme. Você quer assistir? – pergunto, mas logo concluo: — Ou você prefere ir pra casa? – Já faz um tempo que a chuva cessou, e o próximo ônibus não vai demorar a passar no ponto.

— Quero – ele diz.

— E ainda diz que não gostou, não é? – me viro para ele com os olhos semicerrados, e ele só dá de ombros, como se fizesse pouco caso. 

Mentiroso!

Estou me levantando para por o próximo filme quando vó Rute aparece na sala.

— Estão com fome? – ela pergunta.

— Não. Obrigada – dispenso e Diogo faz o mesmo ao meu lado. 

Ela assente.

— Então vou preparar um lanchinho rápido para vocês.

Eu reviro os olhos disfarçadamente enquanto vo Rute volta para a cozinha.

— Minha avó sofre de surdez seletiva. Sobretudo quando tem a ver com comida. Ninguém deixa sua casa sem antes ser empanturrado de guloseimas. – Conto para Diogo, que ri e assente de leve com a cabeça. 

— Sei bem como é. Minha avó é do mesmo jeito – Sorrio e me viro para pegar o DVD de O Cálice de Fogo.

Lá vamos nós, mais uma vez, para Hogwarts.

Demonstrei todo meu amor a Harry Potter nesse capítulo. Mas acho que deu para perceber, não é? Haha

Desculpem qualquer errinho! Revisei esse capítulo as pressas.

Não esqueça de votar e comentar o que achou! Isso me ajuda a ver se estão gostando do livro e me motiva a continuar.

Beijos e fiquem com Jesus ♡

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