A descoberta do mundo (pt.1)

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Dani está beijando Jamie devagar, como sempre fazia. A língua da loira pede passagem, mas não diz por favor, e não era necessário, a boca de Jamie adorava ser submissa a essa vontade. A sincronia não demora muito para se revelar, mas o cuidado ainda é escutado. Jamie alisa o pescoço de Dani devagar, chamando a moça delicadamente para mais perto, como se isso de alguma forma possível. Em seu subconsciente, automaticamente, ela ainda se preocupa com o estado de saúde da mulher que ama. Elas estavam tão próximas que poderiam facilmente ser confundidas com uma só. E era isso que se tornavam, uma só. A cumplicidade que ambas tinham por esse relacionamento era algo bonito de se ver.

Amar o outro como indivíduo respeitando sua essência é algo difícil de se fazer, poucos conseguem hoje em dia, mas elas conseguiam. Jamie respeitava a individualidade de Dani, mesmo que ela representasse muitas coisas das quais Jamie não acreditava, como o cuidado e a gentileza de tentar falar, mesmo com raiva, mas com a loira fazendo era algo lindo de se ver. Dani amava como Jamie era forte, mesmo achando que não. A loira sabia que não aguentaria metade do que a médica passou, e sentia orgulho da mulher que ela se tornara. Elas estavam tão apaixonadas, tão dependentes. Talvez elas achem que isso seja obra do acaso, que sem querer, se esbarraram naquela noite, mas não. Para cada coisa existe um motivo, e ele provavelmente é revelado depois. Elas não sabiam, mas o motivo é de que ambas estavam quebradas, mas ainda assim eram completas, não entraram na vida uma da outra para que tentassem se curar individualmente, como em uma atitude heróica, Jamie não curava Dani, Dani não curava Jamie...

O sentimento curava as duas.

- Quero você. - Dani diz com a boca na moça, aproveitando para respirar.

- Você me tem... - Jamie diz, finalmente abrindo os olhos, ela está tão ofegante quanto.

Você me tem mais do que qualquer um. Faça o que quiser comigo, eu sou tão sua quanto sou minha, Jamie pensa.

- Não, eu falo sério. Quero você de verdade. Quero fazer amor com você, quero dormir com você... - Dani diz, cuspindo as palavras em meio a voz ofegante. Ela está sussurrando.

- Eu também quero, não vejo a hora de sentir você... Mas não podemos fazer isso aqui, você sabe. - Jamie diz, ela está com os olhos abertos encarando o rosto de Dani.

A loira está de olhos fechados, o apelo não era só uma vontade carnal, ela queria Jamie como jamais quisera alguém antes. Era como uma necessidade, como um anseio, e a recíproca era verdadeira. Jamie se sentia da mesma forma, talvez até mais. Ambas estão sentadas na cama, uma de frente pra outra. Jamie olha pra porta, a mulher está tomada por uma adrenalina que jamais teve. Ela leva a sua mão direita ao fecho de sua calça, e abre o mesmo enquanto olha nos olhos de Daniele. As duas ainda estão com os narizes encostados, Dani leva seu olhar a mão da moça. A médica abaixa o zíper de sua calça delicadamente, sua boca está entreaberta, ela pega a mão de Dani e leva pra dentro de sua calça, por cima da calcinha. Dani suspira pesado ao senti-la.

- É assim que você me deixa quando me encosta. - Jamie diz sussurrando.

Aquilo era tortura, mas o que é o amor senão uma tortura gostosa? Ambas não sabiam o que estavam fazendo, mas tinham liberdade para fazer o que tinham vontade. Jamie estava confortável para ser ela ao lado de Dani, e Dani para ser ela ao lado de Jamie. Um amor saudável é assim, te faz cometer loucuras, ele te faz voltar a adolescência, ter vontade de comer algodão doce de mãos dadas, de namorar no portão, andar na roda gigante, rir alto, cuidar, brigar e sobretudo estar perto.

Elas não sabiam onde isso iria dar, mas onde quer que fosse, elas só queriam ir. Dani tinha experiência no sexo, mas não no amor. Jamie tinha experiência com o amor, mesmo que ruim, mas não tinha experiência com sexo. As duas juntas eram perfeitas uma pra outra. Se permitir amar é automaticamente se permitir sair de sua zona de conforto, é se permitir a aprender, é se tornar mais ouvinte do que falante. O amor requer sensibilidade.

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