Minha melhor parte é você

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Saio do consultório com Flora e começo a dirigir de volta para casa. Olho para Flora ao meu lado no carro, cantando como se o ar em seus pulmões fossem infinitos e percebo que viver é gostoso demais. Estar ao lado daquele pequeno ser humano, que desperta em mim os mais lindos dos sentimentos, não é só um presente, é muita sorte.

- E o que eu quero mais é ser rei! - Flora canta a última frase da música.

Ela coloca sua pequena mãozinha no peito, como se estivesse tentando respirar.

- Dani, quero um bolo de chocolate para mamãe amanhã. - Flora diz.

- Mamãe não gosta de chocolate. Não é seu aniversário, é dela. - Digo.

Flora dá os ombros. Reduzo a velocidade para parar no sinal vermelho, e levo meu olhar a Flora novamente, que está olhando fixamente para a delegacia de polícia ao lado. Ela sabe que seu pai trabalha lá, e eu sei que ela sente falta dele, por mais cuzão que ele fosse.

- Quer vê-lo? - Pergunto.

Flora leva seu olhar pra mim, seus olhos estão brilhando.

- Mas você nem gosta dele. - Ela fala.

- Mas eu gosto de você, e você é a única coisa que importa pra mim. Eu sei que você está com saudades, está tudo bem. - Respondo.

Estaciono o carro em uma vaga da delegacia. Pego meu telefone do bolso e ligo para Olivia pedindo autorização para que Flora veja o pai.

- E se ele te tratar mal? - Olivia pergunta preocupada.

- Bom, você vai ter que me tirar da delegacia por desacato. Mandarei o xerife da cidade se foder. - Digo.

- Dani... - Olivia me repreende.

- Estou brincando, está tudo bem, ela quer vê-lo e eu sei que você não vai fazer isso tão cedo. Já faz uns dias, mãe. Ele deve estar com saudades também. - Digo.

Flora está me olhando atentamente enquanto rói as unhas, ela parece preocupada com a resposta da nossa mãe.

- Tudo bem, mas cuidado, por favor. Se ouvir qualquer coisa que não goste, venha embora com ela. Não tire os olhos dessa garota e não demore. - Olivia diz.

- Ok, até logo.

Desligo o telefone e saio do carro, Flora abre a porta ao seu lado e sai também. Caminho com ela até a porta da delegacia, um dos policiais parados na escada diz oi para Flora. Ela acena com um sorriso gentil e tímido, deve conhecê-lo das vezes que veio trabalhar com o pai dela.

Caminho com ela até a recepção e a policial sorri quando me vê.

- Olá, boa tarde. É... O detetive Ryan está aí? Estou com a filha dele aqui, ela quer dar um oi. - Digo.

A mulher estica seu pescoço para olhar para Flora e abre um sorriso imenso quando a vê. Flora está segurando minha mão.

- Flora, querida. Que saudades! - A mulher diz.

- Oi, tia Leigh. Meu pai está aí? - Flora pergunta.

- Sim, pode ir direto na sala dele. Você sabe onde fica. - A mulher responde.

Ela dá tchauzinho para Flora que responde com outro. Flora me leva até uma sala nos fundos com o nome do seu pai escrito na porta. Bato duas vezes, a persiana não me deixa ver nada dentro da sala. Ryan abre a porta alguns segundos depois. Ryan está em um estado deplorável, sua barba parece estar sem fazer há semanas, o cheiro de álcool na sala é gigante, e quando eu estico minha cabeça para ver atrás da sua cabeça, percebo que a sala também está uma bagunça.

The One {{DAMIE FANFICTION}}Where stories live. Discover now