-First-

512 81 22
                                    

Aurora Miller point of viewBusan, South Korea -2020-

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Aurora Miller point of view
Busan, South Korea -2020-

Era minha segunda semana na Universidade de artes de Busan e não podia estar mais feliz. Minha mente estava muito mais leve e eu estava amando a experiência que este país me estava proporcionando.
Durante essas semanas conheci várias pessoas, colegas de curso e até professores, tudo era bem diferente de Washington.

Começo a sentir a sobracarga do trabalho, os horários eram bastante apertados e mal tinha tempo para comer. Precisava arranjar um trabalho para pelo menos ajudar minha mãe a pagar a universidade e o resto.
Durante uma das minhas mini tours por Busan, acabei por encontrar um café ao qual dei o título de "Meu lugar para estudar". O estabelecimento de nome Coffee Scent era o lugar onde minhas ideias fluiam e meus poemas saíam quase que automaticamente.
O cheiro do café era inibrante e os doces vendidos eram deliciosos! Mesmo que o mais delicioso deles todos não esteja à venda.
O dono daquele local, onde minha mente se tornava uma enciclopédia total, era uma perdição de tão gostoso.
Seu nome? Park Jimin, a razão de meus suspiros, minhas noites acordada, meus dias sem sexo. Estava ficando louca só de olhar aquele homem!

Naquela tarde segui para o local para tomar um café, comer minha torta de morango e começar a ler "A última carta de amor" da minha maior inspiração, Jojo Moyes.
Atravessei a rua e parei na frente do estabelecimento. A placa com o nome "Coffee Scent" tinha as letras cobertas de neve o que dificultava um pouco a leitura se eu já não soubesse tudo de cor. Observando pelos grandes vidros tinha a visão privilegiada do homem que arranca tudo de mim com um simples "Bom dia, o que deseja hoje Senhorita Miller?". Estava atendendo uma mulher loira no balcão com um sorriso enorme estampado no rosto, ela sorria largamente, pareciam estar tendo uma ótima conversa.

Ficaria com ciúmes se já não conhecesse o objetivo de todas as mulheres que entram nessa cafeteria. Não é beber café, não é comer uma fatia daquela torta maravilhosa, é ele. Só atrás daquela loira tem mais duas morenas. Pena que o homem pecado deixa sempre bem claro que não quer nenhuma delas.
Já eu, nem tento.
Se ele não quer uma loira peituda e com cara de modelos da Vogue, imagine eu! Uma aluna de literatura que passa seus dias escrevendo poemas de amor ou contos românticos e lendo Shakespeare.
Chances....zero!

Abanei minha cabeça expulsando aquelas observações e empurrei a porta de vidro ouvindo em seguida o sininho tocar pela sala, fazendo todos saber que eu tinha entrado.
Tirei o capuz do casaco castanho da cabeça e arrumei levemente meus cabelos loiros, retirei meu cachecol azul escuro e me dirigi à mesa do costume.
A mesa do fundo, com vista para a estrada. Todo aquele movimento da cidade me deixava extasiada, e me fazia querer escrever.

Me sentei e retirei o casaco. Ali dentro estava muito calor comparado com a rua. Retirei meu caderno de capa castanha, onde fazia meus rascunhos de futuras ideias para livros que possa escrever quando acabar meus estudos.
Ao folhear o caderno, parei quase no meio onde terminavam meus rabiscos e apontamentos.
"Corpo, mãos, cabeça, coração"
Escrevi.
Era aquele o título de meu novo poema.
Procurei com os olhos a áurea angelical do rapaz loiro que ocupava meus pensamentos.

"Seus olhos castanhos me fazem corar,
Mais que gostaria, posso assegurar.
Suas mãos me fazem querer te agarrar,
Me fazem quere te amar."

Aish!
Passei o lápis por cima daquelas frases. Não gostei do que escrevi. Ultimamente não tenho conseguido nem escrever meu nome sem sentir que estou fazendo pouco.
Alguém que quer escrever para a vida toda e dar aos outros a conhecer uma realidade diferente através dos livros, não pode parar de escrever tão repentinamente!

__Bom dia Senhorita Miller.__ aquela voz angelical me tirou do transe. Olhei aquele ser incrivelmente lindo na minha frente, com um sorriso no rosto e um bloquinho de notas na mão.

__Bom dia Senhor Park.__ respondi ao homem dando meu melhor sorriso e tentando esconder meu nervosismo.

__Não me trate por senhor, não sou tão velho assim. Irá desejar o mesmo de sempre?__ sim...você, pensei. Mas claro que não iria dizer aquilo em voz alta.

__Por favor. Mas hoje gostaria de provar aqueles mochis que você me disse na semana passada.__ eu falei balançando o lápis entre os dedos disfarçando o turbilhão de sentimentos que invadiam minha mente.

__Claro! Tenho a certeza que irá adorar! Aguarde 5 minutos, tudo bem?__ perguntou e eu acenti o vendo seguir até à cozinha, logo desaparecendo de minha vista.

Soltei todo o ar que prendia em meus pulmões. Que pecado eu desejar tanto aquele homem ao ponto de sentir minha barriga revirar e meu ventre formigar.
Deus me perdoe, mas eu quero esse homem! Sentaria nele até esquecer meu próprio nome.

Passei minhas duas mãos pelo rosto e virei meus olhos novamente para meu caderno. Desisti.
Enterrei minha não na minha mala e retirei o livro de Jojo Moyes. Aquela era minha maior inspiração, aqueles livros de romances proibidos me faziam pensar o quanto minha vida era uma merda.

__Aqui está menina Miller, espero que goste!__ o loiro meio gostosão meio anjo apareceu na minha frente e colocou um prato com 3 mochis em cima da minha mesa.

__Obrigado Sr.Pa-- quer dizer... Park.__ me corrigi antes de o tratar senhor outra vez e o mesmo sorriu largamente.

__Bom apetite!__ falou e saiu após eu acentir.

Minutos depois

A caneca de cappuccino estava vazia, o prato tinha apenas um pedacinho restante do mochi de chocolate. Estava acabando de ler as últimas páginas do livro e meus olhos já não aguentavam as lágrimas que insistiam em cair.

Por favor, que Deus me dê um Anthony O'Hare para passar a vida ao meu lado, me escrevendo cartas de amor e declarando belos poemas para eu adormecer.
Jennifer com certeza é a mulher mais sortuda que já vi. Quer dizer... não vi mas li. Que tristeza tudo isso ser apenas  um livro e um romance que nunca poderei viver.

Mal me dei conta e as lágrimas já molhavam minha camiseta branca. Tratei de limpar os olhos cuidadosamente para não borrar o rímel, que graças à minha inteligência, era à prova de água.
Pousei o livro fechado em cima da mesa e olhei em volta.
Estava tudo vazio.
Meus olhos se desviaram para a janela que dava a visão ampla da rua. Estava de noite!
Num sobressalto visualizei meu relógio prateado e meus olhos quase caíram ao ver o horário. 21h?! Deus!
Me levantei rapidamente e vesti meu casaco, peguei minha bolsa e meu cachecol, andei até a saida.

__Já vai embora?__ uma voz me parou quando estava prestes a puxar a porta de vidro e atravessar aquela neve terrível que caía do lado de fora.

__Ah, sim! Perdi o horário. Me desculpe por não ter saído mais cedo.__ respondi e encarei o loiro que agora estava perto do balcão me olhando.

__Não queria interromper sua leitura, você parecia estar gostando bastante do livro.__ ele disse e meu corpo se virou totalmente para ele. Por um momento até esqueci que o horário de entrada do dormitório era até as 22h, caso contrário dormiria na rua.

__Sim... eu amo ler.__ como se uma lâmpada se acendesse em minha cabeça, voltei à realidade e saí daquele feitiço que Park me lançava.__ Preciso mesmo ir. Até amanhã Park!

Sem mais demoras, arrumei meu cachecol e aconcheguei meu pescoço enfrentando a corrente fria que cortava meu rosto.
Saí do café rumo ao dormitório ainda pensando naquele homem loiro e irresistível. Ele era uma perdição.

Oi oii amores!
Espero que gostem da minha primeira obra!
Não se esqueça de deixar seu comentário.
Um beijo e um queijo♡

Unnie

Amor e Perdição [PJM]Where stories live. Discover now