Hora de conversar

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Com a segunda-feira, chegam as provas, trabalho, correria... Contudo, é ameno e divertido quando temos boas companias e amizades em nosso dia a dia. Foi nesta noite de quarta-feira, dessa fatigada semana, que encontramos algum tempo. Thailor estava comigo no meu quartinho, e eu havia feito um verdadeiro caos com as minhas pelúcias enquanto ele lia um livro, pouco antes dele me chamar.

- Combinados assim? Vamos rever tudo agora e depois revisamos o caderninho entre sexta e domingo, começando esse fim de semana. - Eu confirmei, estava segurando e cheirando minha pelúcia nova, Coelhita, quando ele me chamou para conversar, explicando que iríamos rever o caderninho hoje, para não acumular duas semanas. - Eu vou tomar um banho, quando voltar, trarei o seu caderninho.

- Sim, senhor Érabo, mas posso te pedir uma coisa? - Estava um pouco ansiosa com o que viria, nesta noite. Não contava com mais do que minhas pelúcias, ler um livro e coisas amenas.

- Sim, diga. - Ele disse simples.

- Pega leve comigo? É que eu estou me sentindo tão pequena, sensível e emotiva nesse momento... - E para piorar ainda teria que esperar ele voltar...

- Fica tranquila, Lu. - Ele passou as mãos em minhas costas e deu uma piscadinha antes de sair.

Ok, Lúcia, não pira. Ele não vai demorar tanto, ou pelo menos espero que não, quanto mais tempo para ficar pensando, pior é para mim, que fico basicamente focada em esperar. Tento me distrair organizando o quarto, vou repondo tudo em seu devido lugar, com isso ocupo quase todo o tempo até que ele retorna.

- Nix? - A voz dele me faz notar a sua presença, trazendo de volta a realidade da qual estava distante naquele momento. O observo e percebo que não estou tão corajosa nesse momento.

Resolvi ficar com a Coelhita no colo, pois vi que ele está vindo até mim. Ele se aproximou e retirou o meu óculos, não que seja impossível ver sem eles, mas aquilo era incômodo.

- Oi, Daddy. - Falei mansinho, a coragem que outrora tivera para provoca-lo e ser impertinente, havia se evaporar.

- Eu preciso conversar sério com você, pequena. - Senti um certo medo, e percebi que não seria muito possível sair do little space naquele momento. - Minha Nix ou minha Formiguinha, de toda forma eu preciso que me obedeça quanto ao que combinamos, entende?

- Sim, Daddy. - Abracei ao ursinho, sentido o que seria inevitável. - Mas é difícil, Daddy.

- Mas você tem só três regras, é só obedecer. Quais são? - Ele tentar me fazer olhar para ele, mas desvio o olhar para seu nariz. porem, de todo o modo, ele parece não perceber.

- Regra um: Eu devo comer no mínimo o que Daddy mandar, mas quando for comer doces sozinha eu tenho que pedir permissão. - Apertei mais a pelúcia e olhei para baixo. - Mas eu não consigo, não posso.

- Claro que pode, pelo menos um pouquinho melhor a cada dia! - Thailor pegou uma de minhas mãos entre as suas - Comer um pouco mais do que são alimentos de verdade, legumes, saladas, carnes, frutas... E menos chocolates, pirulitos, balas, salgadinhos, miojo...

- Não quero parar de comer doce. - Minha voz denunciava a beira de meu choro de frustação. - Daddy, eu estou bem.

- Não, você não esta bem e eu preciso que você me ouça. - Ele havia se sentado no carpete a minha frente. - Eu não posso te obrigar, mas posso tentar fazer você melhorar estes hábitos. É questão de tempo, mas tudo melhora.

- Mas eu não quero... - Disse quase que em um sussurro. - Eu não me sinto bem de outra forma.

- O tempo melhora tudo, eu sei que vai ser difícil para você. De início é uma tempestade, mas depois tudo vai indo para um lugar melhor do que onde está agora. - O peso de tudo isso parecia especialmente pior nesse momento e então eu parei de lutar contra a dor que sentia dentro de mim. Apenas deixei minhas lágrimas caírem e abracei a pelúcia. - E sobre obedecer, não quer também?

- Eu quero, Thei... - Simplesmente não era fácil como ele dizia ser.

- Então, a partir de agora, não é mais o que você quer, mas o que combinarmos, certo? - Apenas confirmei. - Diga a regra dois.

- Regra dois: Devo avisar ao meu Dono/Daddy toda vez que for sair sozinha. Devo responder ligações e mensagens logo que for possível.

- Como alguém que fica vinte e quatro horas conectada, não consegue responder em menos de uma hora? - Eu deixo todas as notificações silenciadas, tudo mudo e sem mensagens na tela. - Estou orgulhoso que se saiu muito bem com a regra três nesse momento, mesmo que a tenha violado antes. Pode à repetir?

- Regra três: Devo obedecer a todas ordens do Daddy e exercer o maior número de deveres possível. Dever cinco: É dever da submissa notificar quando não estiver plenamente apita ao consentimento, seja por uso de remédios ou álcool, algum sentimento ou mal estar. - Ele já estava confirmando, mas perguntei mesmo assim. - Essa parte?

- Essa sim. Minha little sensível - Ele se levantou e me deu a mão para levantar. - Eu iria te dar uma bela bronca com a punição se não tivesse usado corretamente os combinado.

- E porquê não fez isso, mesmo assim? A decisão final é sua... - Perguntei confusa.

- Porque o que eu quero com você a longo prazo, é muito maior do que o que eu quero com você momentaneamente. - Ele seguiu. - Vai vir boazinha com o Daddy?

- Tem mais uma coisa... - Eu olhei para baixo, não queria encarar o olhar dele. - Eu acessei as suas contas de redes sociais, desculpa...

- É? E porque, Lúcia? - Respirei fundo e pensei por um momento, nem eu mesma sabia.

- Eu não sei, talvez por medo...

- Não faça mais, nunca mais, ok? A primeira vez eu deixei, mas não gostei nada do que fez agora e não quero isso se repetindo. - Apenas concordei e ele me levou consigo para a cama. Se estava bravo apenas com isso... De veras preciso evitar de contar o que fiz junto de Lara.

De algum modo, preciso esconder isso por tempo suficiente para ser apagado no tempo, sem com que ninguém descubra. Contar que Lara não conte nada, será o mais difícil, na certa. Contudo, se alguém falar, bem sei que irei perder o Thailor de minha vida.

Conto BDSM: O doce mundo de Lúcia Where stories live. Discover now