Minhas pernas ainda estão bambas quando paro no meio das pessoas que dançam alheias ao que acaba de acontecer no banheiro. Não olho para trás e nem tenho porquê. Consegui o que queria, apesar de não ter planejado isso para minha última noite em Pedra Bonita. Me senti fortemente atraída por aquele homem. A atração foi mútua e nós dois saboreamos cada segundo daquela transa. Até minha tatuagem vergonhosa ele viu.
Mas que diferença faz? Não vou vê-lo novamente mesmo. Valeu a pena pela lembrança. Vou voltar para casa amanhã com uma boa história para contar à Betina.
— ONDE VOCÊ SE ENFIOU? — Lívia pergunta surgindo por entre a multidão de pessoas dançando animadas.
— VOCÊ NEM IMAGINA.
Meu tom de voz soa divertido. Agora quero apenas me juntar aos meus primos e aproveitar o resto da noite.
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Faz cerca de meia hora que voltamos da noite mais agitada da minha vida. Contei o que eu aprontei nos minutos em que desapareci das vistas das meninas, mas as poupei dos detalhes mais íntimos.
— E qual era o nome dele?! — Kelly pergunta com interesse enquanto tira as botas.
Paro no meio do quarto e percebo o quanto tinha ficado tão abstraída por aquele homem, que nem perguntei seu nome.
— Acredita que eu não perguntei?!
— Louca! — Lívia exclama. — Pelo menos usaram camisinha?
— Usamos — respondo lembrando da cena que vi pelo reflexo do espelho, em que ele rasgava a embalagem com a boca.
Deixo as duas debatendo sobre a possibilidade de alguém ter entrado no banheiro na hora. Pego meu celular e o ligo para ver como a minha falta ao trabalho pode ter repercutido. Assim que o aparelho inicia, muitas notificações de ligações perdidas começam a chegar. Mas antes que eu possa abrir para ver quem havia ligado, o celular começa a tocar novamente. Já passa das três da manhã. O pânico toma conta de mim quando vejo o nome de Adriana acender na tela. Lívia e Kelly interrompem a discussão e olham para mim.
— Não vai atender? — Kelly questiona. Respiro fundo.
— Oi, Adriana — atendo receosa.
— Eu te liguei o dia inteiro, Diandra.
— Desculpa. Eu sei que o que eu fiz não foi legal, mas eu tava precisando de um tempo pra colocar a cabeça no lugar depois daquela briga.
— Eu entendo. Sua mãe me disse exatamente isso. Que você precisou de um tempo. — meu coração se acalma um pouco quando ouço isso. Apesar de não gostar dessa situação, tem seu lado bom. — Mas já te dei muito tempo, Diandra. Insisti em ligar até você atender pra não ter que fazer isso por mensagem. Você tá demitida.
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Entre erros e acertos
ChickLitSer mandada embora de um emprego meia boca em um dia e começar a trabalhar em um novo local no outro, vai virar a vida de Diandra Mello do avesso. Aos vinte e cinco anos, ela vai enfrentar inúmeros obstáculos tendo Vallentina e Maurício Galzerano co...