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Ergo a mão fazendo sinal de paz e amor, e continuo andando

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Ergo a mão fazendo sinal de paz e amor, e continuo andando. Me debruço sobre o bar e fico encarando as garrafas de bebidas ainda sentindo meus batimentos cardíacos por cada membro do corpo. De repente, tenho a sensação de estar sendo observada, mas continuo olhando para as garrafas tentando decidir o que vou pedir ao barman, que ainda está preparando drinks para um grupo que aguarda ao meu lado.

Ainda com o canto dos olhos, noto que o cara que me observava ainda me mantém como foco de sua visão. Então decido encará-lo de volta. O homem não desvia os olhos de mim. Não se sente intimidado, pelo contrário, bebe um gole da bebida que têm nas mãos parecendo querer mostrar que está prestando atenção em mim. Quem está intimidada agora sou eu.

Ele está bem vestido. Usa uma camisa social azul marinho, têm no pulso um Rolex que contrasta com sua cor de pele. E por que eu consegui reparar tudo isso em apenas três segundos em que olhei para ele?

Fico incomodada com a forma que estou sendo encarada na mesma medida em que me sinto atraída por ele. Então o encaro novamente e percebo que, agora, ele está olhando não só meu corpo, mas presta atenção também nas rosas espinhosas que tenho tatuadas no braço.

— Quer o contato do tatuador? — ironizo e fico analisando sua reação.

O homem abaixa a cabeça e sorri antes de beber mais um gole. Aproveito que ele não está me olhando neste instante e olho com mais atenção a mão que ele segura o copo. Não está usando aliança. Não é casado, pelo menos. Julgando pela roupa que veste e o relógio que usa, concluo que ele já não se encaixa mais no perfil idiota.

— Você não é daqui — diz voltando a olhar para mim.

— Por quê?! Não existe estúdio de tatuagem em Pedra Bonita?!

— Não — diz de imediato. — E também não existem mulheres barraqueiras como você.

Meu rosto arde quando processo as palavras dele. Volto minha atenção imediatamente ao barman à medida em que prepara as bebidas. Não resta dúvidas de que ele tenha assistido a cena em que uma louca tatuada agride um homem com um cinto e termina com a calcinha preta de renda à mostra.

— De onde você é? — ele puxa assunto. Me esforço para não deixar meus lábios abrirem um sorriso e inspiro fundo.

— De Valença. Só vim passar o fim de semana — respondo evitando contato visual. Mas no fundo, estou gostando do fato de ele estar insistindo em manter o assunto. Resolvo fazer o mesmo. — E você, é daqui?

— Nascido e criado.

— Então deve estar feliz pelo aniversário da cidade.

Ele respira fundo ficando sério.

— Ah, essas festas são tão repetitivas… Já tem tempos que penso em mudar daqui. Nada de bom acontece — diz perdido pelo recinto. — Exceto por hoje. Agora — completa passando os olhos por cada detalhe do meu corpo novamente.

Entre erros e acertosWo Geschichten leben. Entdecke jetzt