Zombie World - A Evolução (Livro 2)

Capítulo 18 - Ann e Alex

- Cala a boca e corre! - pediu Ann ofegante enquanto tentava se defender. - VAI!

Desesperado e perdido, Alex viu-se forçado em abandonar sua irmã e correu para fora da conveniência. O barulho lá dentro havia atraído a atenção de mais alguns mortos-vivos e o astuto garoto precisou se jogar contra o pedregulho e se arrastar para debaixo de um dos carros mais próximos, uma minivan. Queria acreditar não ter sido percebido por algum morto-vivo, mas sabia que era quase impossível.

Na conveniência, Ann estava estonteada por todas as pancadas recebidas. Ao ser jogada pela terceira vez contra a gôndola, viu latas caírem próximas de sua cabeça e duas asquerosas mãos ensanguentadas atravessarem a prateleira e agarrarem seu pescoço. Logo, Ann se sentia presa em uma disputa de cabo de guerra. A pele de seu pescoço queimava e sangue escorria das raízes de seu cabelo. Sem muitas oportunidades para se defender, Ann apoiou-se naquelas mãos agarradas em seu pescoço e se esforçou para levantar suas pernas, empurrando a zumbi caolha para longe com seus pés. Por sorte ou azar, a prateleira não sustentou seu peso e tombou-se para cima do outro morto, promovendo uma pequena chance de Ann se livrar do outro ataque. 

Aflita, mas livre, Ann tentou-se levantar e correr em direção a porta, mas foi outra vez agarrada pela zumbi caolha. Aos ter seus ombros puxados, Ann se desequilibrou, chocou-se contra um refrigerador de refrigerantes e mergulhou de cara no chão. A zumbi jogou-se para cima dela e mordeu as costas de Ann, mas em seus dentes saíram apenas um pedaço de trapo e fiapos. Ann segurou-se no beiral da porta a sua frente e com toda a força que havia lhe restava, desferiu um chute contra o rosto da zumbi, destroncando seu pescoço. Já em estado debilitado, a pele do pescoço da mulher rompeu e a cabeça despendurou-se para trás.

Ao se levantar, Ann teve dificuldades para se equilibrar sobre o sangue jorrado do pescoço da mulher. Ainda assim, esforçou-se para correr o quanto antes para fora dali. Fora da conveniência, o cenário que deparou-se era ainda pior. Encontrou seu irmão aos gritos debaixo de uma minivan, cercado por mortos-vivos.

- Ei - gritou Ann desesperada para salvar seu irmão. - Venham me pegar, seus desgraçados.

Armando-se com um cano de ferro a beira de um muro, Ann preparou-se para o inevitável confronto que provocou. Ao encontro dos mortos-vivos que cercavam seu irmão, Ann fincou o cano na boca do primeiro errante a ficar em sua frente. O segundo caiu quando foi golpeado na cabeça e o terceiro teve uma das pernas quebradas. Ann havia entrado outra vez em seu estado de fúria.

Saltando de cima de uma lixeira, um morto-vivo berrou anunciando seu ataque. Diferente dos demais, Ann não conseguiu derruba-lo com apenas uma pancada quando este foi atingido. Apesar do estridente impacto, apenas seus dentes foram arrancados de sua cara pálida. Outra vez Ann tentou acerta-lo, mas o homem de cabelos pretos compridos agarrou o cano à poucos centímetros de acometer em sua cabeça. Mais forte que ela, o homem arrancou o cano das mãos de Ann e contra atacou, golpeando com toda força possível com o cano de ferro. Despreparada para o ataque, Ann protegeu sua cabeça de um golpe fatal com o seu braço direito. Não percebeu se seus ossos haviam sido quebrados, mas a dor que sentiu naquele momento era como se tivessem passado com um caminhão por cima de seu braço. 

Caída no chão com uma dor horrível em seu antebraço, Ann precisou rolar-se para o lado para desviar de um novo ataque. O cano de ferro cravou sobre o pedregulho bem próximo de seu nariz. Aturdida, a garota foi se arrastando para trás quando o homem rosnou para ela e caminhou em sua direção com passos pesados, aparentemente decidido a devorá-la após tentar quebrar seus nada frágeis ossos.

Perto de seu apostado fim, Ann ouviu um derrapar de pneus sobre o pedregulho e sem perceber o que acontecia ao seu redor, viu uma minivan cortar seu campo de visão e afundar-se com o homem de cabelos compridos para dentro da conveniência. Um densa camada de poeira se formou, quando uma pilha de tijolos amontoou-se sobre o veículo.