Parte 2

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- O que faz aqui? - pergunto. - Você vai ficar doente assim.

Gustavo tira o cabelo dos olhos e me encara.

- Posso entrar?

Mordo o lábio inferior e tento me decidir.

- Por quê?

- Julieta. Eu estou cansado e ensopado. Além disso, a gente precisa resolver logo essa situação.
O quê?

Afasto- me da janela antes que fique molhada e espero ele entrar.

Droga, se meu pai ver o chão molhado, com certeza vai desconfiar de mim.

O que deu no Gustavo para vir na minha casa a essa hora?

Pensei que a gente já tinha acabado com tudo.

Quer dizer, eu pensei que ele já tinha me humilhado o suficiente.

Não vou facilitar as coisas para ele.

De jeito nenhum.

- O que a gente ainda tem para resolver? - pergunto.

Gustavo sacode o cabelo e resolve tirar a camiseta encharcada.

Fico de cara com isso.

Ele seca o rosto e o pescoço.

- Julieta, eu amo você.

- Como?

- Falei que te amo. - me fita com seus olhos escuros.

Aquilo me deixa sem ação.

- E acha mesmo que me dizer isso agora vai resolver tudo?

- Não.

- Gustavo, eu pensei que você não quisesse mais nada comigo. Agora aparece assim de repente. Eu não vou me desculpar de novo com você.

Ele se aproxima de mim e eu cruzo os braços.

- Todo esse tempo eu correndo atrás de você é só levando fora. Agora sou eu que te dou um fora. Sabe o por que? Porque eu não quero mais tentar te convencer de que te amo.

- Eu sei. Estava errado por te julgar, mas eu... eu me sentia traído.

- Mas eu não te traí! Foi o Adam que me beijou. Ele vive me beijando, tentando separar a gente e veja só: ele conseguiu. Porque você não confia em mim.

- Eu confio em você. Só não confio em mim mesmo.

- O quê?

- Eu não mereço você, Julieta. Eu menti quando disse que foi a Clara que me beijou. Eu beijei ela de volta.

Nossa!

Saber daquilo me feriu de novo.

E bem quando tenho a intenção de dizer umas mentiras para machucar ele, como está fazendo comigo, ouço batidas na porta.

Paixão AdolescenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora