Capitulo 3- Escola é um tédio?

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- Onde está o Dylan? – Me pergunta Adam de súbito e eu o fito.

- Meu irmão bebeu todas ontem, então por hoje ele não aparece. – falei rindo, fingindo que o esmalte azul de minhas unhas era mais interessante que aquela conversa. – O que houve com sua namorada?

- O quê? Que namorada?

- A Ana Laura, ué. – ergui os olhos para olhá-lo.

- Ela não é minha namorada não. A gente apenas viajou junto porque ela mora na cidade também, então eu quis levá-la em casa.

Nossa não tinha como descrever minha felicidade.

Não tinha namorada! 

- Quem contou uma coisa dessas para você, Julie? – Adam me fitava com curiosidade.

- Eu apenas achei... Ah deixa quieto. A gente já está chegando mesmo. – exclamei e abri a porta do carro quando este parou na calçada da escola Espírito Jose Maria.

Eu sei que minha escola tem um nome católico, por isso presumem que seja dessa religião, com madres e classes separadas por sexo, mas quem pensa assim está totalmente errado!

A escola Espírito Jose Maria foi construída há cinquenta anos, onde antigamente existia um convento que levava o mesmo nome. Era uma instituição católica mesmo, mas conforme os funcionários e o diretor foram mudando de ano em ano, a escola deixou de lado a religião e agora é como todas as outras, onde os alunos estão sempre juntos e misturados.

As diferenças dessa escola começam já nas salas de aula, que seguem o estilo das faculdades, com as mesas e cadeiras emendadas e postas em degraus de madeiras no espaço distribuído sistematicamente.

Como eu sou canhota, sento numa cadeira feita para quem escreve com a mão esquerda. Já a Amanda, fica com aquelas com o apoio à direita.

O refeitório do Espírito José Maria é cheio de mesas quadradas e longas, distantes uma das outras. A cantina fica lá também, como os bebedouros e os banheiros.

É tudo muito organizado e todo mês a diretoria faz uma reunião com os pais, para que eles doem mais dinheiro para supostas melhorias. 

A única coisa boa que eu acho que eles fazem é não cobrar dos alunos que usem o uniforme que é horrível, uma camiseta roxa com o nome da escola.

O prédio tem um andar e as paredes do lado de fora é azul.

Espero Amanda descer do carro e seguimos juntas pela passarela da escola.

Vejo alunos de todos os tipos, os roqueiros, valentões, os jogadores de vôlei, basquete e futebol. Há também o grupinho de populares, onde Roberta Fonseca é a abelha rainha.

Ela é o tipo de garota que todos desejam ter por perto, mas é o tipo de inimiga que ninguém deseja. Roberta é super-ruiva, o cabelo longo praticamente pegava fogo de tão vermelho. Seus olhos eram verdes e eles estavam procurando agora alguém na multidão.

Ah não! Que ela não veja o Adam!

Bem nessa hora, Adam resolveu passar os braços por meu pescoço e pelo da irmã dele.

- E então, meninas, vocês são populares?

- Adam, olha para a gente. Acha que se fossemos populares nos vestiríamos assim? – Amanda indagou-lhe, se soltando de seu braço.

Fiz o mesmo por má vontade porque estava adorando ter o Adam perto de mim.

E de repente, aparece Roberta a nosso lado, toda sorrisos.

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