Capitulo 20 - Amizades Que Te Ferram

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Pov. Gustavo

 

Tenho dois amigos fodas. Um deles é Wallaf e o outro é o Vinicius.

Conheço-os desde o ensino fundamental e agora somos simplesmente irmãos. Tudo o que faço eu conto para eles e assim os dois também fazem.

Então, depois que deixo Julieta em sua casa, vou me encontrar com eles na lanchonete de sempre.

- E ai, garanhão! – Wallaf me saúda.

Dou um soco no braço dele.

- E ai. O que fizeram hoje?

- Ah, sabe como é né? Hoje eu pego aquela garota de jeito. - Vinicius nos diz.

- Aquela oriental? – pergunto.

- Essa mesmo.

- Mas e aquela mulata?

- Ela já me deu ontem. Agora quero a próxima. E você, Gustavo? Quando vai passar pra próxima?

Fico irritado com o tom de voz do Vinicius.

- Não vou fazer isso.

- Ah, qual é. A gente sabe que você nunca ficou muito tempo com a mesma garota. E agora isso? O que fez com meu amigo?

- Sou eu, seu burro. – digo.

- Não precisa ficar também nervoso com a gente. Sabe que queremos seu bem. E eu digo, uma garota só tá fazendo você ficar muito chato. Ela já liberou? – Wallaf pede cerveja. Já o Vinicius escolhe pinga.

Hoje em dia eu venho ficando mesmo com o energético.

- Mais tá de sacanagem, né, Gustavo? Por que escolheu energético? Isso é bebida de boiola.  – Wallaf me dá um soco no braço e eu devolvo o gesto.

- Eu bebo o que quiser. E se não notou ainda, estou de moto.

- Mas isso não era problema antes. A gente sempre enchia a cara.

- Eu mudei.

- Você tá virando florzinha, isso sim! Essa garota tá acabando com você.  E você não respondeu: você já comeu ela?

- Não, tá bem. Vê se me deixa. – falo, tentando beber o energético gelado.

- Ai que merda! Sai dessa Gustavo. Ela só quer te prender. Que porra é essa no seu dedo?

- Cara, ele esculachou agora. – Vinicius fala como se estivesse decepcionado comigo.

- Vocês sabem o que é.

- Ah não. Ela conseguiu te pegar né. E agora, o que vamos fazer? Não podemos ir mais sair com você.

- Ele tinha até arrumado uma ruiva gostosa pra você, Gustavo. E veja só agora.

- Não enche meu saco. Melhor eu ir pra casa. Vejo vocês na segunda, ou talvez não. – eu me ergo e saio sem olhar pra trás.

Será que eu mudei tanto assim?

Quer dizer, eu não tenho mais aquela vontade de ficar com as garotas. Antes eu era insaciável, agora pareço um eremita.

Que coisa!

Eu não saio mais e nem bebo nada alcoólico. Ou estou muito apaixonado ou completamente louco.

Cadê minha liberdade? Namorar não significa ter que virar uma pessoa caseira.

Pelo menos é o que eu fazia quando estava com a Clarisse.

Sinto-me tão confuso!

Pov. Julieta

Estou em meu quarto, escutando Train tocar Bulletproof Picasso quando de repente ouço uma batidinha de leve na minha janela.

Largo os fones do celular na cama e vou abrir a janela. Fico surpresa ao ver Gustavo ali.

- O que foi? –indago, dando um passo para trás para ele entrar.

Gustavo pula a janela com destreza e a fecha rapidamente.

- Nem eu mesmo sei. – ele se achega de mim e enrola minha trança em sua mão.

Passo a mão por seu ombro e cinjo seu pescoço.

- Não sabe mesmo? – sussurro, pois não quero que meu pai descubra que Gustavo está ali.

Os olhos dele estão tão brilhantes!

- Talvez saiba. – e une sua boca à minha e sinto seu gosto de energético com bala de menta.

Corro minhas mãos por suas costas e subindo, puxo seu cabelo.

Gustavo me aperta contra si e quando percebo, estamos na minha cama, nos agarrando com urgência.

- Gustavo... – chamo-o.

Ele desgruda a boca do meu pescoço e me fita.

- Que foi?

-Estamos indo rápido demais, como você disse.

- Eu sei – ele tira o cabelo dos olhos e se senta – É que isso tudo tem sido novo pra mim.

Seguro sua mão.

- Conta pra mim.

Ele suspira e começa.

- Eu já tive uma namorada antes e ela se chama Clarisse.

- É serio? Por que terminaram?

- A gente não queria a mesma coisa. Então Julieta, eu não sei realmente se você quer a mesma coisa que eu.

- Como assim? É claro que eu quero o mesmo. Eu te amo, Gustavo e... peraí. Isso tem a ver com... sexo?  - coro um pouco.

- Não exatamente.

- Tem um pouco de relação então. Você quer fazer, não é? Não sei se estou pronta, Gustavo, já tinha dito antes. – fico um pouco irritada e assustada ao mesmo tempo.

Ele repara, porque chega perto e me abraça.

- Julieta, vou confessar que sim, eu quero fazer sexo com você. Mas estou disposto a esperar. Não vou te largar só porque se negou. Também te amo.

Com aquilo, eu simplesmente derreto.

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