Capitulo 19 - A Noticia Mais Ferrada

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De uma coisa eu sei. Se uma mulher chega em você com essa seguinte frase’’ Precisamos Conversar’’, você pode se considerar um cara morto. Você está ferrado, por que alguma coisa de errado você fez.

A mulher não vai querer somente te esgoelar. Não, assim seria bem simples e quase indolor. Ela vai querer te torturar mentalmente, te fazendo repassar todo o que você fez e falou pela semana.

Então cabúm, ela dá o bote.

Eu sinto exatamente isso enquanto sigo Julieta em direção a minha casa. Destranco a porta e ela passa por mim, ainda sem dizer nada.

O que foi que fiz?

Ela só começa a falar quando nos sentamos no sofá.

- Eu... bem não sei como te contar isso.

Sento-me a seu lado e fico esperando.

- Meu pai se demitiu mas conseguiu outro emprego um pouquinho longe.

Algo na minha cabeça entra em estado de alerta.

- O quanto longe?

- Muito longe.

- Muito longe? – faço uma careta.

- Muito, mais muito longe. – ela confirma e baixa os olhos.

- Julieta, fala logo pra onde você vai.

- Ribeirão Preto.

Cabúm, ela jogou a bomba.

- O quê? Como assim vai pra Ribeirão Preto?

- É o que meu pai decidiu.

- Mas e a gente?

- Eu não sei. Mas se você quiser terminar tudo agora eu vou entender, Gustavo. Pelo menos vou tentar entender. Não tem como a gente continuar juntos sem estar perto.

Antes que ela diga mais uma abobrinha, eu a puxo e dou-lhe um beijo demorado na boca. Ela fica imóvel por um instante, mas logo está dando puxões gostosos no meu cabelo, fazendo meu couro cabeludo pinicar.

- Gustavo, é sério.

Me lembro nesse momento da promessa que fiz ao pai de Julieta, de não machucá-la.

- Nerd, tenho uma coisa para você. – eu a deixo no sofá e corro para meu quarto.

Quando volto, ela ainda está no mesmo lugar, enrolando a ponta do cabelo no dedo.

Sinto uma coisa no peito, um repuxão que me invade.

- Fecha os olhos. – peço e ela obedece.

Então eu volto a me sentar a seu lado e pego em sua mão.

- Não vale olhar. – aviso, reparando que ela está espiando por entre os cílios escuros.

Julieta se esforça para não rir e eu enfio o anel de prata que tinha comprado na semana passada em seu dedo anular.

Ela abre os olhos de imediato e fita com espanto o anel.

- Aimeudeus! Gustavo, eu não posso acreditar.

Mostro para ela o anel da minha mão e ela não para de sorrir.

- Ai, eu realmente te amo! – me diz, pulando para meu colo.

- É mesmo? – seguro seu rosto e fito seus olhos.

-  Amo sim, desde o dia em que me beijou.

Um sorriso de alivio aflora meus lábios e eu acaricio sua boca de leve com a minha.

- Eu te amo também.

E nesse momento, o calor nos envolve e Julieta passa a perna por mim e me agarra como se eu fosse fugir.

- Ei, Ju. Por que a pressa?

Julieta não me dá ouvidos e me faz tirar a jaqueta.

- Por que está de jaqueta? Nem frio está! – ela me dá uma mordida de leve no pescoço e eu me arrepio.

- Ow, isso é bom, mas não é certo. – seguro suas mãos. – Não quero que seja aqui, Julieta.

- Então no seu quarto?

Faço que não com a cabeça.

- Mas então?

- Quero que seja diferente. Não apressado ou rude. Quero que você se lembre sempre da gente.

- Ah, mas como você é fofo, mas muito brega. – ela sai de cima de mim. – Mas e como vamos continuar sendo namorados comigo em Ribeirão Preto?

De repente uma ideia bem doida, mas que pode dar certo  começa a se formar na minha cabeça.

- Vou dar um jeito. Tenha fé. – digo.

Ela me olha ainda com duvidas, mas resolve assentir.

Pov. Julieta

 

São seis horas da tarde e ainda estou na casa do meu namorado.

Ai, que namorado. Fico olhando para a aliança de prata no meu dedo e girando ela lentamente. Gustavo colocou um filme de comédia para passar na televisão enorme do quarto dele e estamos sentados no carpete assistindo. Não tão sentados, porque eu deitei a cabeça como sempre no colo dele.

Não sei por que, mas acho essa posição tão confortável!

Achei superfofo ele ter me dito que queria que a nossa primeira vez fosse diferente. Tenho certeza de que, mesmo se a gente tivesse feito no sofá da sala, eu jamais esqueceria do momento.

Ah, mas como é bom amar e ser amada!

- Esse Adam Sandler é uma piada. – Gustavo diz de repente.

- Acha mesmo?

- Claro. Você não? – ele acarinha meu cabelo que eu tinha soltado.

- Eu prefiro Jim Carrey. Já viu Sim Senhor ou Todo Poderoso? São verdadeiros clássicos.

- Que mentira. Clic que é clássico.

Ergo o cenho, me armando para a briga, mas Gustavo começa a me beijar com delicadeza que até meus olhos se enchem de lágrimas.

- Que que foi?

- Eu só não quero separar, Gustavo.

- Nós não vamos.

Então ele entrelaça seus dedos nos meus e terminamos de ver o filme Clic.

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