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Ettore estava reunido com o seu Augusto, juntos, na residência Carbonne

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Ettore estava reunido com o seu Augusto, juntos, na residência Carbonne. A mão ocupada com uma xícara de café e uma dor de cabeça inexplicável, que nem com analgésico e nem com a cafeína sentia-se melhor.

— Você sabe que deveria ter ido, não sabe? — Augusto o questionou.

Ettore sabia que se tratava do velório de seu pai. O herdeiro de Leonel foi covarde o bastante para se esconder naquela tarde com os problemas que Lorenzo tinha deixado. Sabia que não era apenas por Lorenzo, mas foi daquela besteira que tinha se convencido, a verdade era que estava bem focado em esquecer completamente o pai.

— Eu estava ocupado em entregar as cinzas para a viúva. — Ettore novamente contou aquela história. — Ainda preciso saber qual o envolvido do resta dos D'Angelis.

— Eugênia está devastada com a morte do marido, ainda mais com os boatos correndo. Tudo se espalhou muito rápido.

Claro que se espalhou. Ettore sorriu. O homem fez questão que aquilo fosse espalhado, não era porque Lorenzo tinha um alto posto que o motivo de sua morte seria mantido embaixo dos panos.

— Regras são regras, além do mais tudo que está sendo falado é verdade. — Ettore deu de ombros. — Se foi desse jeito foi porque Lorenzo quis desrespeitá-las. Cavou a cova e caiu.

— Eugênia, mais do que ninguém, está sentindo o peso disso. — Augusto comentou. — Assim como os seus filhos. Pietro é olhado como um aliado do pai e, ainda assim, está vivo. Por que?

Ettore bebeu um gole do seu café, umedecendo a garganta.

— Pietro não parece culpado. Não achei nada que comprovasse seu envolvimento e Lorenzo levou os segredos com ele.

— Não acredito que ele seja esperto o bastante, acredito que você também não.

Bertinelli negou com a cabeça, frustrado. Não acreditava, mas não podia fabricar provas apenas para satisfazer o seu ego.

— O que vai fazer?

Para ser bastante sincero, Ettore ainda não fazia ideia. Aqueles conselhos deveriam partir de Fabrizio, o homem que subiu ao seu lado, como consiglieri. Augusto tinha criado o filho banhado a bondade e decência, e agora aquilo estava dando frutos.

— Dante está de olho em suas movimentações virtuais e também coloquei vigias atrás dele. Sei seus passos e quantas vezes desbloqueia o celular. Mas ele não faz nada que aponte uma irregularidade.

— Já pensou em jogar uma isca?

— Jogar uma isca é arriscado de muitas maneiras. Primeiro: Ele sabe que você está de olho. Segundo: Você subestima demais ele. — Fabrizio apareceu e sentou-se no sofá. — Ele não é burro como vocês imaginam. Se realmente fosse, ele teria morrido ao lado do pai, e não foi o que aconteceu.

Ettore estranhou a forma como Fabrizio entrou e surpreendeu-se por ter falado alguma coisa racional e não as suas últimas asneiras.

Aquele apoio fazia falta e não entendia como ele tinha se tornado tão emocional de um segundo para outro. Elisa devia ser realmente surpreendente. Mas se Fabrizio a amava tanto quanto parecia não deveria condenar a mulher para aquela vida.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now