Diabo. Foi assim que Ettore Bertinelli passou a ser chamado por aqueles que tinham suas vidas em uma balança e uma vez que ele achasse que alguém estivesse errado ou pensasse que algo está errado, ele ia à caça. Eliminando de forma impiedosa quem es...
"O mundo está te castigando, eu estou por perto acompanhando tudo Você é minha ruína, você é minha musa Minha pior distração, meu ritmo e minha melodia"
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Aquele era o preço de confiar sem verificar? Nunca houve um valor tão alto.
É sentir o coração dilacerado pela dor da perda, de perder o grande amor de sua vida. Perder aquela que trouxe cor e beleza, deu sons e formas para um lugar vazio e sombrio.
Novamente perder aquela que deu um estranho, mas precioso valor para as coisas ao seu redor? Ettore não estava pronto para mais aquela perda. Para ver toda a sua luta e sacrifício ser em vão. Não era justo, não de novo.
Aquela perda de novo não. Não iria aguentar perder Helena, não importava como tudo tinha sido, se tinha sido um casamento de interesse, que tudo tenha sido errado e cruel; o peso se tornou mais leve desde que ela tinha chegado.
De forma tão natural e poderosa, como se fosse dona do lugar e realmente tinha se tornado. Tudo se tornou sobre ela desde o sim, desde a primeira vez que ficou preso pelo seu olhar no dia que pediu a sua mão. Não podia continuar sozinho e nem voltar a ser.
Tinham uma filha para criar, cuidar e ensinar. Seria um mundo difícil para bolinha e seria ainda mais sem Helena ali. Sem a sua presença para tornar tudo mais fácil seria impossível.
Precisava daquela mulher que tinha jurado fazer de sua vida um inferno, mas que tinha mostrado um pedaço de céu toda vez que sorria, que olhava para o marido com olhos pidões e brilhantes, que sussurrava palavras doces, de um mundo melhor.
Lutou tanto contra aquilo, aquele amor, e justo agora que estava pronto para viver daquele sentimento, ele mais uma vez estava sendo tirado de si. A vida não era justa de forma alguma, não com aqueles que foram bons, mas que foram obrigados a fazer escolhas difíceis e ruins.
No fundo, Ettore não era nenhum vilão, não era o diabo, era só um garoto assustado lutando pela vida e por aqueles que ama da forma que pode em um mundo impiedoso que não dá segundas chances.
Sempre atire primeiro; aquelas eram as palavras de seu pai, as que aprendeu que eram a verdade. O jeito prático de não morrer e ter poder, mas enquanto via tudo na sala como um borrão se arrependeu de todo mal que causou, de toda vez que atirou primeiro.
Foram dois minutos. Um minuto que bolinha chorou, dando ao mundo de Ettore um novo e precioso som, mas aí no minuto seguinte a máquina ligada aos sinais vitais de Helena se tornou silenciosa. Primeiro um apito e depois um terrível silêncio.
Foi como ser puxado novamente para aquela dor que tinha jurado para si nunca mais sentir, mas que Helena tinha quebrado todas as barreiras para encontrar e curar um coração ferido, mas que agora um passeio pelo inferno seria mais agradável.
