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Ettore estava sentado no sofá, agora de sua nova casa, observando o movimento tranquilo das cortinas penduradas acima das janelas que se moviam de acordo com a brisa leve, carregando o ambiente com o cheiro característico das flores, vindo do jard...

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Ettore estava sentado no sofá, agora de sua nova casa, observando o movimento tranquilo das cortinas penduradas acima das janelas que se moviam de acordo com a brisa leve, carregando o ambiente com o cheiro característico das flores, vindo do jardim que tinha do lado de fora. Tudo pensando, até nos mínimos detalhes, para a sua esposa e para a menina que em breve estaria correndo por todos os lugares.

Antes que pudesse se dar conta um sorriso caprichoso deixou seus lábios. Aquele pensamento era agradável, pensar em sua garotinha correndo pela casa, arruinando as flores do jardim com as mãozinhas curiosas, enquanto Ettore faria de tudo para que ela crescesse bem e segura, que agora casa seria uma fortaleza.

A segurança estava reforçada, os cuidados dobrados, tudo planejado, mas não era como em sua antiga casa. Sem tantas armas a mostra, aquilo não era confortável. Cresceu naquele meio de extrema segura e sabia o quanto era prejudicial, invés de dar segurança dava medo. Era impossível não se sentir como um prisioneiro e não queria que sua menina sentisse aquilo.

Faria diferente, tinha que ser diferente até o ponto que lhe fosse permitido.

Dizer que agora estava em paz era uma mentira. A pior delas. Estava perturbado por tantas mortes, tantas acusações, tanto peso em seus ombros. Aquele seria o preço a ser pago e o qual jamais iria se opor se soubesse que sua filha e sua esposa estariam em paz, sacrificar a sua pela delas. Um ato nobre.

Um filme passou em sua cabeça. Sobre seu pai, tudo que lhe foi ensinado, mesmo que errado. Era um enorme contraste. Pensou sobre quando casou com Helena, seu comportamento cruel, sobre a forma como desprezou a ideia de ser pai, como quis negar quando notou todos os sinais. Agora estava ansioso para ver sua esposa, para ver a sua barriga e sentir bolinha se mexer.

Aquela posição que estava era completamente nova, ainda não sabia como deveria se sentir. Parecia que sempre seria oposta a algo novo, uma realidade contrária àquela que idealizava ou que tanto ouvia seu pai falar. Tudo parecia estar em constantes mudanças enquanto em outro tempo as coisas eram simplesmente como eram, sem mudanças, sempre iguais.

Mas uma coisa era certa. Seu coração estava acelerado, batendo rápido demais e de forma como nunca bateu; ansioso. Não era apenas o seu coração que estava estranho, ele também se sentia animado, um estado diferente de euforia. Se lembrava vagamente daquele sentimento. De estar animado com o futuro, mesmo que este fosse um mistério.

Os últimos meses foram uma verdadeira provação. Esteve exposto e vulnerável, passou muitas noites em claro, olhando para o celular e boa parte da manhã também, temendo o dia que teria que se sacrificar, entregar a sua vida no lugar de sua esposa caso ela fosse descoberta.

Seus pensamentos em conflitos, seus sentimentos confusos quase o mataram. Ficar longe de Helena foi como ter uma venda em seus olhos, ela longe provocava mais a sua distração do que estando perto, era inacreditável e perturbador saber que quase morreu diversas vezes pensando nela.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now