00 - L¡mbo

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Pecadores. Traidores. Rejeitados. Tudo pelo sangue.

Filhos de Deus matam, todavia, nem todos são excomungados por isso, comem da carne proibida e mesmo assim, são recebidos no céu.  Lúcifer não era um deles– longe disso –, ele apenas havia se saciado da mais pura linhagem do céus, e agora, pagava por isso.

O sangue era a linha que ligava Lúcifer a o protegido de Deus, Miguel. O delicioso e puro sangue de Arcanjo, era a perdição para o rei do inferno.

Até quando, o diabo poderia se aproveitar da carne e sangue de um filho do senhor, sem ao menos uma punição?

Dois séculos.

Demoraram dois séculos para que a sanção caísse sobre suas mãos. Uma criança, essa era sua cruz a carregar.
Um filho do céu e do inferno, aquele que sugava toda a imortalidade de seus genitores. Com a marca da besta e os olhos de Miguel, foi denominado Darko: O sanguinário presente do Senhor para seus desleais.

Lúcifer ao receber seu pequeno desgosto pecaminoso, enclausurou-se nos refundidos de seu reino, negando-se olhar para a pequena criatura em seus aposentos.

Seus leais, então, lhe deram uma solução:

— Grande mestre, não acha melhor mandá-lo para o reino dos pecadores? — Ponderou leviatã.

— Acha que assim meu sofrimento seria paliado? — Indagou.

— Certamente — concluiu — Longe daqui, a destruição não o atingiria.

O quão enganado Leviatã estava.

— Tens razão — Com um suspiro árduo, a besta finalmente deu sua ordem — Leve-o para Terra, Leviatã. E mesmo que tentem impedir-lhe, chame todos os demônios do 6º círculo. Haverá guerra!

Com os lábios moldando um sorriso, Leviatã marchou para longe e ao som dos gritos — Da mais pura agonia e desespero, arranhando a garganta das almas perdida — dançou em alegria.

Derramaria sangue, o mais puro deles.

1000 anos depois...
Terra, em algum lugar do sul do país.

— Sério Jungkook, pare com isso, agora! — a pequena criatura berrava, em pleno pulmões à meio de risadas falhas.

— Desculpa, Agnes — a voz aveludada, então, colocou fim a sessão de cócegas entre si e a pequena garota — Se não quer receber mais cócegas, não pegue meu dvd do Edward outra vez.

Sem se importar, Agnes deu de ombros, mostrando a língua em seguida.

— 'Aí Jungkook, você é um irmão chato. Eu só peguei seu dvd pra usar de apoio nos meus desenhos — sua expressão rapidamente moldou inocência, estava tentando convencer o outro que não havia algo errado ali.

— Sim, e agora ele está todo riscado — suspirando, mostrou a capa com a foto do personagem, agora quase irreconhecível — Está vendo? Eu não consigo mais apreciar a impecável face de Johnny Depp.

Então Agnes riu, como se sua vida dependesse daquilo.

— Você é tão sentimental com seus bens materiais, mano — sem dizer nada mais, saiu do quarto de paredes pretas e vermelhas.

— Projeto de emo, levanta a bunda daí — sem cerimônias, seu irmão invadiu seu quarto — A mãe tá' pedindo ajuda no jardim. Ela mandou você pegar isso — uma enxada foi colocada ao seu lado.

Sem tempo de negar, foi deixado sozinho, apenas com a chateação presa em seu âmago e agora, uma inchada em sua mão.

[...]

— Obrigada por ajudar, meu filho — sorridente, a senhora de olhos jaboticaba agradeceu — Você está todo suado, céus, fiz você pegar pesado.

— Está tudo bem, mãe — balançou a cabeça, sorrindo — O jardim ficou lindo, ganhou mais brilho e suar um pouco não mata ninguém.

Ambos pararam por um instante para avaliar o trabalho árduo, o jardim de fato houvera ganhado brilho; as flores estavam alinhadas próximas a calçada da casa, ao canto da porta, um chafariz simples dava um ar refrescante e por fim, o balanço amadeirado de Agnes, agora envernizado e rodeado de rosas brancas e tulipas.

— Jungkook, olha — apontou, para a movimentação que acontecia na casa ao lado — Teremos vizinhos de porta.

— Achei que nunca venderiam aquela casa — comentou, observando cada pessoa que entrava e saía, com caixas e móveis sob seus braços.

Seus olhos ficaram atentos a outra pessoa, a que não ajudava mas sim, reclamava. Era um garoto; suas bochechas carregavam um tom carmim, os cabelos loiros com listras pretas na frete, seus braços faziam barulho pelas pulseiras que ali ele portava, enquanto suas mãos, gesticulavam mais do que seus lábios falavam com o homem a sua frente.

— Pai, eu só preciso ir à loja de cosméticos — seus dígitos moveram mais uma vez, o velho homem suspirou em cansaço — Preciso de uma tinta preta, para retocar as mechas, só Isso.

Os olhos deixaram o da pessoa á sua frente e encontraram com os da pessoa do jardim ao lado. Jeon notou ter sido pego, acenando brevemente para o garoto.

Recebendo um aceno e devolvendo um sorriso, o das pulseiras pareceu envergonhado pelo que o outro pode ter presenciado e rapidamente saiu do campo de visão de seus novos vizinhos.

— Que garoto peculiarmente fofo — Comentou, ao que guiou o filho casa a dentro — Ele parece ter sua idade. Tem até esse tipo estranho de cabelo, igual o seu, pintado só na frente.

Jeon nada ouviu, seguiu em modo automático para o quarto, sentindo seu peito queimar, em um palpitar que em séculos não houvera sentido.

O coração inexistente da besta palpitou, o sangue invisível fluiu e a pele fria por pouco mornou.

As asas de arcanjo arrebataram, em um estrondo melodioso, a hora estava próxima e Miguel não esperaria nem mais um segundo.

Darko...Ele será seu maior pecado.

❄️

Finalmente, o prólogo de TSOTB saiu!

Está é minha primeira fanfic com tema sobrenatural, espero conseguir entregar tudo o que tenho em mente. Espero superar –ou apenas suprir –, as expectativas de vocês a respeito dela.

O que acharam do prólogo?

Não esqueçam de deixar sua estrelinha antes de partir.

Vejo vocês na próxima, se cuidem e bebam água.

Com amor, Liey.

The Saints of the blood ♱ Jjk + Pjm Where stories live. Discover now