XIII - O Imperador

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#DarkoMoranguinho

Park Jimin
Casa do Theliel
17:57

— Uau, que incrível! — exclamei encantado, observando o jardim repleto das frutas vermelhas.

O céu já estava dando sinais da caída da noite, o sol se pondo, a lua trazendo sua presença calmamente. O vento fresco beijando-me o rosto com seu clima agradável.

Theliel fitou-me com seus olhos azuis, um olhar que não fui capaz de decifrar. Estamos caminhando em meio ao canteiro de morangos, lado a lado.

— Vejo que gosta bastante de morangos — iniciou, os ombros encolheram ao que ele se espreguiçava.

— É minha fruta favorita — sorri, analisando o belo rosto — Mas, eu raramente compro, é difícil encontrar morangos bons por aqui.

Theliel moveu a cabeça lentamente, concordando. As mãos foram para trás do corpo, o passo lento me acompanhando.

— Já há alguns maduros, quer me ajudar a colher? — soou doce ao que os lábios moviam, e o sorriso se formava.

Meu coração remexeu-se de modo diferente com o sorriso que me fôra dado.

— Eu adoraria — concordei em tamanha animação.

Essa é minha primeira vez colhendo morangos.

— Tudo bem — ele moveu rápido até a uma pequena cabana, tirando de lá duas cestinhas de palha.

Já ao meu lado, Theliel me entregou uma das cestas, me guiando até os pés com morangos maduros. Nós agachamos, facilitando a colheita.

Os morangos estão lindos, de bom tamanho, todos vermelhos e aparentam suculentos.

— O Theliel tem cuidado bem de vocês — sussurrei para as frutas em minha frente — Vocês estão saudáveis.

O garoto ao meu lado riu, uma risada boa de ouvir.

— Eu cuidei deles com carinho — concordou, começando a colher alguns — Eles são minha única companhia em casa.

Suspirei com compaixão. O sentimento de tristeza que deve preencher-lhe o coração por morar em uma casa tão grande, estando completamente só.

— Você sente falta de alguém de sua cidade natal? — indaguei cuidadoso, colhendo alguns morangos.

Sua expressão mareou de surpreso para triste.

— Bem, eu não tenho ninguém que me ame verdadeiramente — meu coração despedaçou-se em cacos ao ouvir o que foi dito — Não há alguém me esperando, nem mesmo meu pai.

Meus olhos arregalaram, minhas mãos pararam de colher os morangos.

Eu congelei.

— Você tem a gente, Liel — o encarei, a tentativa de passar algum conforto —Não ficará mais sozinho ou lhe faltará amor, se depender de mim. Serei sua família, se for preciso.

Theliel abriu a boca porém nada saiu, seus olhos mostraram-me gratidão, o brilho da esperança.

— Você tem um lindo coração — disse, após a tentativa falha.

The Saints of the blood ♱ Jjk + Pjm Where stories live. Discover now