8 - Churrasco

2.7K 370 34
                                    

Meu Deus! Nunca ouvi a risada do Gaara no anime, apenas o vi sorrir algumas vezes. Como ele tem uma gargalhada gostosa de se ouvir.

Riso de criança é algo tão bom. Penso como era o som da sua risada quando crescer. Espero poder ouvir.

É inacreditável como a gente consegue se divertir tanto com brincadeiras tão bestas da minha infância. Acho que a companhia conta muito para nos animar.

— Estão se divertindo crianças? — perguntou Yashamaru se aproximando com Sayuri.

— Sim! Yashamaru, a Milena me ensinou muita brincadeira legal. Lá da vila dela. Quer pular quadradinho com a gente? — own. Pular quadradinho, que fofo!

— Mais tarde quem sabe. Estão com fome? — Gaara nega. — Vamos comer nós quatro na churrascaria. — Gaara volta a sorrir.

— Então eu tô com fome. Já comeu churrasco Milena? — ele me pergunta e eu afirmo. Churrasco é a coisa mais comum do mundo no Brasil. — Gosta? — afirmo. — Então você vai amar o daqui. É bem gostoso. Vem. — ele pega minha mão e me guia até a churrascaria.

Sayuri e Yashamaru nos seguem, trocando olhares e sussurrando certamente sobre nós.

— Meus irmãos gostam de churrasco também. — ele me conta. — Mas só quando eu não venho junto, quando eu venho eles não gostam. — vejo seu rosto se entristecer mais uma vez.

Toco seu ombro, tentando o consolar. Me dói tanto ver ele assim.

Quase que eu me esqueci que até a Temari e o Kankuro eram distantes do Gaara.

Gaara me olha e volta a sorrir e nesse momento ele me lembrou o Naruto. Mesmo sozinho, mesmo destruído por dentro, ele continua sorrindo.

Quando chegamos a churrascaria, Gaara nem esconde que deseja ficar ao meu lado e eu aceito com prazer. Gosto tanto de ver ele animado assim.

— Vocês se divertiram hoje? — Yashamaru perguntou diretamente ao Gaara, já que eu não posso lhe responder.

Ele com animo, releva como foi nosso dia em uma riqueza de detalhes que me assusta, considerando que ele só tem quatro aninhos.

— Nossa, que incrível. Parece que tiveram um dia emocionante. — disse Yashamaru. — Aprendeu todas essas brincadeiras na sua vila? — perguntou a mim e afirmou. — Sente falta da sua vila? — dou de ombros. Gostava de viver no Brasil, mas eu prefiro a vida que estava levando no Japão. A única coisa que sinto falta são as comidas da minha nacionalidade. — E dos seus amigos? — dou de ombros mais uma vez.

— Milena disse que não tinha muitos amigos. — contou Gaara.

— Entendo. — murmurou Yashamaru. — E dos seus pais? Sente falta deles, eu imagino. — nego a cabeça rapidamente por reflexo.

Quando percebo as expressões surpresas de Yashamaru e Sayuri eu abaixo a cabeça para meu prato, levando um pedaço de carne a boca.

— Seus pais eram malvados? — Gaara questiona com preocupação, em sua inocência.

— Gaara! — Yashamaru o recrimina.

Nunca fui recriminada pelos meus pais, eles sempre estavam distantes ou me pedindo favores, como esconder drogas embaixo da cama ou ir comprar mais bebiba.

Eles sempre levavam seus amantes e clientes para nossa casa. Minha mãe era viciada em drogas, muitas vezes para pagar com ela deitava-se com os traficantes.

Meu estômago se revira, só de me lembrar de tudo o que já tive que presenciar e me submeter. Das vezes que para evitar o pior precisei passar uma noite na rua, e caçando esmolas durante o dia.

Um amor silencioso (Gaara)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora