Epílogo parte 1

1.3K 143 23
                                    

Dakota

Alguns meses depois... — Não filha, você se senta ali, ao lado de Jamie. — Mamãe me repreende quando faço menção em me sentar em algum lugar aleatório. Reviro os olhos e com um sorriso divertido vou me sentar no lugar escolhido por ela.

— Pessoal, venham logo, a ceia está na mesa. — Mamãe grita para os que ainda não vieram se sentar na enorme mesa posicionada no meio do jardim, nos fundos da casa.

Sei que pode parecer meio estranho uma ceia de Natal ao ar livre, mas contrariando o clima típico para essa época do ano, o Texas está sofrendo com uma onda de calor mais intensa que o normal, tornando a comemoração impossível em um lugar fechado.

Mas penso que deveríamos começar fazer nossas comemorações no lado de fora todos os anos, é muito mais agradável. Estou adorando ver a mesa enorme e farta, com tanta comida que quase não se pode ver a toalha por baixo, mas também, com todas as pessoas convidadas não poderia ser diferente. Não que eu esteja reclamando, estou adorando ter os nossos amigos e familiares reunidos.

Mamãe, Eloise e Kim fizeram um ótimo trabalho com a comida, eu e Danna também ajudamos, e posso dizer com orgulho que pelo que eu provei, a minha parte ficou igualmente deliciosa. Além da comida e da companhia, o lugar foi enfeitado muito lindamente.

A nossa árvore ficou lá dentro, é claro, mas a decoração da casa e do jardim ficaram de tirar o fôlego. Como eu adoro essa época do ano.

Luzes pisca-pisca enfeitam toda a casa, além de se infiltrarem pelos galhos das árvores e dos arbustos.

Logo vejo Jamie surgir de dentro da casa, ele está conversando animadamente com seu melhor amigo, conhecido também como “meu irmão idiota que foi perdoado”. Um sorriso enorme toma conta do meu rosto quando vejo o pequeno embrulho de quase um aninho usando um vestidinho cor de rosa em seu colo. Não adianta, Jamie é um pai tão coruja, não importa quantas vezes eu diga que ele vai acabar estragando-a sempre carregando-a no colo, basta eu virar as costas e ele pega Jessica nos braços.

Mas sinceramente, eu amo isso. Ver ele com nossa filha só faz com que eu me apaixone cada dia mais por ele. Não poderia pedir um pai melhor para a minha pequena Jessica. Ele é sempre tão carinhoso com ela, ele a ama de uma forma que enche meu coração de amor pleno e puro, tão forte que sempre me provoca lágrimas. E ela o adora, quando ele chega do trabalho e vai vê-la, ela abre os bracinhos e os agita freneticamente, fazendo diversos barulhos que Jamie jura ser ela falando ‘papai’. Ele que vá sonhando, sua primeira palavra será ‘mamãe’.

Jamie sorri quando se aproxima e vê que eu o observo. Ele vem e se senta ao meu lado, segurando nossa filha meio sonolenta nos braços.

Acaricio as bochechas macias de Jessica e ela segura meu dedo indicador com sua mãozinha pequena e gorducha, soltando um bocejo. Ela é a coisinha mais linda que eu já vi. Puxou meus cabelos claros, mas seus olhos são azuis acinzentados como os do pai.

Nessa noite especial, muitos dos nossos amigos e parentes estão conosco, e enquanto eles vão se aproximando e sentando-se em qualquer lugar, deixando mamãe com uma expressão desesperada – que me faz rir – Trey, um menininho adorável de três anos para entre Jamie e eu e fica encarando Jessica em silêncio.

Ele é filho dos nossos novos vizinhos, Wayne e Amy Callahan, que compraram um pedaço de terra a alguns quilômetros de nós, cinco meses atrás. Trey ficou fascinado por Jessica desde o momento em que nós fomos com ela até sua casa para desejar boas vindas à família Callahan. Wayne e Amy não demoraram muito para conquistar a simpatia tanto dos Johnson quanto dos Dornan, e nossas famílias se tornaram amigas.

Sempre que Jessica está presente, Trey fica rondando quem quer que esteja com ela no colo. Uma vez ele insistiu que queria segura-la, quando Amy disse que era melhor não, afinal ele era só uma criança e Jessica ainda era muito pequena e frágil, ele lhe disse:

“Por favor, mamãe. Ela é tão bonita, prometo cuidar direitinho dela”.

Jessica foi então para o seu colo, e ele a segurou em seus bracinhos e olhou no fundo dos seus olhos e sorriu.

A partir desse dia Amy e eu sempre brincávamos com a possibilidade deles acabarem se apaixonando quando ficassem mais velhos, claro que não falávamos a sério, mas Jamie não gostou nada disso mesmo assim. Não por fazer alguma objeção a Trey ou a sua família, mas por puro ciúmes da filha.

“Não fale uma coisa dessas nem brincando. Jessica não vai namorar”. Ele disse quando eu comentei pela primeira vez sobre como Trey parecia hipnotizado por nossa filha, eu nada disse, apenas sorri. Doce ilusão.

Não posso nem imaginar a tortura que será para Jamie quando ela crescer e os meninos começarem a se interessar por ela, ou pior, quando ela começar a se interessar por eles.

— Oi Trey, tudo bem, campeão? — Pergunto bagunçando lhe os cabelos.

— Aham... — Ele esconde as mãos atrás das costas e balança o corpinho timidamente. — Posso pegar ela?

— Ah sinto muito, mas a Jessica está dormindo agora, vamos deixar ela no colo do pai por enquanto e depois do jantar você a segura, pode ser?

Ele me olha decepcionado e assente, então se afasta cabisbaixo.

— Ele é um amor, parece gostar tanto da Jessica. Tenho a sensação que eles serão grandes amigos e talvez...

— Não comece, amor. — Jamie diz me cortando e eu sorrio.

Finalmente todos já estão à mesa. Todos os Johnson e os Dornan, inclusive Rita e seu novo namorado, Fernando, que foi seu psicólogo enquanto ela estava internada e acabou se apaixonando por ela. Meus avós e os de Jamie, os pais de Kim, meus tios e tias e primos, Mitchie e Aaron – que estão noivos! – e Jason, Wayne, Amy, o pequeno Trey e o seu irmão, Tyler. Todos reunidos para celebrar o Natal.

Jamie deita Jessica em sua cadeirinha de bebê e a coloca entre nos dois. Papai se levanta e pede silêncio, pede que todos juntemos as mãos e oremos.

Ele faz uma oração/discurso, agradecendo a Deus pela oportunidade de poder reunir aqueles que são importantes em nossas vidas. Agradecendo a minha recuperação total e a saúde de Jessica, agradecendo a paz e harmonia que se instaurou em nossas famílias, agradecendo nossos amigos antigos e os recém-chegados. E encerrando com um pedido que essa alegria nos acompanhe por muitos e muitos anos.

— Amém. — Todos dizem em uníssono.

Papai faz as honras e corta o peru enorme com molho de cranberry, distribuindo um pedaço para cada um. Sirvo-me com purê de batatas, bolinhos assados, legumes, além de é claro, um suculento e generoso pedaço de peru.

Como sempre acontece em uma família grande, o barulho das conversas é ensurdecedor. Um grupinho conversa sobre algo aqui, outro grupo conversa sobre outro assunto ali, e pronto, a deliciosa bagunça está feita.

Estamos todos conversando animadamente depois do jantar, esperando alguns minutos para fazer a digestão e finalmente comer a sobremesa. Adivinha o que mamãe preparou? Isso mesmo, torta. Dessa vez de abóbora, como manda a tradição.

— Com licença...Humm...Com licença. — Uma voz se eleva e se sobrepõe a todas as outras, ficamos em silêncio imediatamente e olhamos curiosos para Luke.

Inesperada paixão 2° Temporada - DamieWhere stories live. Discover now