Capítulo 22

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— Jamie, a Dakota está no hospital, ela foi...Ela foi atropelada. — Suas palavras não passam de sussurros, mas é como se ele tivesse as gritado para mim.

Seguro a mesa com força e sinto como se tivesse acabado de levar um soco no estômago, não consigo respirar.

— Jamie? Jamie, ainda está aí?

— Estou aqui, Jax. Pelo amor de Deus, me fale como ela está. — Digo sem fôlego, ainda lutando para conseguir respirar.

— Não sabemos, ninguém nos disse nada. Ligaram para nós há meia hora dizendo que ela tinha dado entrada no hospital, viemos correndo para cá, mas até agora não nós deram mais nenhuma informação. Marie e Hank estão desesperados.

— Como assim não deram informações? — Solto alguns palavrões e corro para a porta. — Estou indo para aí agora, tente descobrir como ela está, por favor. Preciso saber se ela e a minha filha estão bem. — Chamo o elevador e limpo as lágrimas que escorrem de meus olhos.

— Tudo bem, vou tentar descobrir algo, venha o mais rápido possível, tem um detetive aqui querendo falar com você.

— Um detetive? — Que porra um detetive quer falar comigo agora?

— É, o motorista que acertou Dakota... — Escutar essas palavras faz com que eu me curve com a dor em meu coração. — Fugiu sem prestar socorro, as pessoas do local chamaram a ambulância e a policia.

— Filho da puta, ele atropelou uma mulher grávida e simplesmente a deixou jogada na rua? É bom que descubram logo quem é, para que eu possa mata-lo.

Dou um soco na parede do elevador com toda a minha força, uma raiva misturada com desespero toma conta de todo o meu corpo. Estou com medo, mas estou com tanta raiva de quem quer que seja esse motorista, que juro que poderia mata-lo com minhas próprias mãos.

— Jamie, por favor, se acalme.

Saio pelo lobby e corro até meu carro, a adrenalina correndo junto com o sangue por minhas veias.

— Estou indo, me dê dez minutos.

— Não dirija igual a um lou... — Ele começa a dizer, mas encerro a chamada.

Ligo o carro e saio dirigindo igual a um louco, como Jax mesmo falou.

O desespero vai se infiltrando cada vez mais, e começo a imaginar diversos cenários, um mais horrível que o outro.

E se ela perder o bebê? E se ela morrer? 

“NÃO! Deus, não, por favor, não leve nenhuma das duas, eu imploro!”

Sinto uma dor insuportável no peito e tenho que levar a mão até o coração. Só de imaginar seu corpo sem vida...Piso mais fundo no acelerador, tenho que chegar até elas.

Constantemente esfrego meus olhos para dispersar as lágrimas e conseguir enxergar a estrada a minha frente. Esse maldito hospital nunca pareceu tão longe.

Exatamente sete minutos depois, paro o carro no estacionamento do hospital. Pulo para fora batendo a porta e corro para a porta de vidro automática que não para de se abrir para que o fluxo de pessoas entre e saia. Vejo Jax me esperando do lado de fora.

— Jax. — Chamo-o e corro até meu irmão.

— Jamie. — Ele abre os braços e me puxa de encontro a si.

— Descobriu algo, como ela está? — Agarro seus ombros e olho angustiado no fundo dos seus olhos. O que eu vejo lá não é bom, não é nada bom. Antes mesmo dele abrir a boca eu já sei que não será uma boa notícia, então começo a chorar em seu ombro.

— Sinto muito, Jamie, mas...O estado dela é grave. Não falaram nada mais que isso e que ela está...No centro cirúrgico.

— Cirurgia? Porque ela precisa de cirurgia? O que está acontecendo, Jax? — Me agarro a ele como se meu irmão fosse aquele que está me impedindo de afundar e me perder na imensidão escura de um oceano tempestuoso.

— Eu não sei, eu não sei.

— E a minha filha? — Ele parece não ter coragem de me dizer que não sabe se ela está bem ou não, então apenas balança a cabeça.

— Oh Deus, por quê? Por quê?

— Sei que é difícil, mas tente se acalmar. Vamos subir e nos encontrar com os outros, quem sabe conseguimos mais alguma notícia. — Ele me escorra para dentro do hospital, eu apenas sigo-o, estou com muita dor agora para saber em qual direção estou indo.

Ela tem que ficar bem. Elas tem que ficarem bem.

Isso deve ser um pesadelo. É, isso é um pesadelo, só pode ser. Aquele Deus tão bondoso sobre o qual mamãe me falava quando criança, não pode ter me dado Dakota apenas para depois tira-la de mim.

Ele não me daria a felicidade de ter criado um outro ser humano com a mulher da minha vida, apenas para me tirar os dois assim.

Seria me pedir para aguentar uma dor impossível. Eu simplesmente não posso, não consigo seguir em frente sem elas.

As primeiras pessoas que eu vejo na sala de espera, são Luke e Eloise, eles estão abraçados em pé em um canto e Luke está com uma cara, que se possível, deve estar pior do que a minha.

Marie está sentada com os ombros caídos, derrotados, e o rosto vermelho e os olhos inchados de tanto chorar. Hank está ao seu lado consolando-a, mas sua situação não está muito melhor que a da esposa.

Danna está com Miguel ao seu lado, ela parece perdida, como que sem sua gêmea ao lado, ela não soubesse o que fazer a seguir. Kim está com ela.

Um homem baixo e gordo em um canto observa qualquer movimento com olhos de águia. Deve ser o tal detetive que Jax mencionou.

Mamãe e papai também estão aqui, e apesar de desde garotinho minha mãe ter sido minha fortaleza, aquela a quem eu sempre corria quando precisava de colo, dessa vez eu corro para os braços de meu pai.

— Pai. — Chamo, ele levanta o olhar e assim que me vê, abre os braços.

Abraço-o forte e começo a chorar novamente.

— Ela vai ficar bem, meu filho. — Como você sabe? Você falou com o médico? — Pergunto com esperança que nesse tempo com Jax lá embaixo, eles tenham ficado sabendo de algo.

Inesperada paixão 2° Temporada - DamieWhere stories live. Discover now