Capítulo 23

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— Não, sem notícias ainda, mas temos que pensar positivo, ter fé.

— Ah pai, eu não sei o que eu vou fazer se algo acontecer a elas. — Soluço em seu ombro.

— Shhh, não diga nada. Ela vai ficar bem, ela e o bebê, você vai ver. — Ele passa a mão em meus cabelos, igual quando eu era criança, e isso de alguma forma me reconforta um pouco.

Seus braços me soltam e são substituídos pelos de mamãe.

— Ah mãe. — Agarro-a e puxo-a para mim.

— Calma, meu menino, calma. — Escuto o choro em suas palavras.

— Ela está em cirurgia, mãe.

— Eu sei, filho.

— Isso não é bom, quer dizer que ela não esta bem. Quer dizer que eu posso perde-la. — Enterro meu rosto em seu pescoço.

— Você não vai, Dakota é forte e vai passar por essa, você vai ver.

Escuto alguém limpar a garganta atrás de nós e me viro, o mesmo homem baixo e gordo está me olhando sem graça, mas ainda sim com um olhar duro e profissional.

— Desculpe-me, sei que esse é um momento delicado, mas preciso lhe fazer algumas perguntas.

— Deixe-o em paz, não vê que ele está sofrendo? — O instinto protetor de mamãe está em alerta total e ela grita com o detetive.

— Desculpe-me Sra. Dornan, mas eu preciso falar com seu filho, quanto mais rápido eu puder falar com ele, mas chances temos de conseguir prender o responsável por fazer isso com a Srta. Johnson.

— Tudo bem, mãe, eu falo com ele. — Digo para ela enquanto enxugo o rosto e tento me acalmar.

— Eu sou o Detetive Gordon Race. — Ele diz estendendo a mão depois que chegamos a um canto longe o suficiente para que ninguém escute nossa conversa.

— Jamie Dornan.

— Sr. Dornan, quando foi a última vez que você falou com sua noiva? — Ele pergunta levando a mão até o casaco e pegando algo, espero ver um bloquinho e uma caneta, mas ele tem um pequeno gravador na mão.

— Algum problema se eu gravar nossa conversa? — Ele pergunta com uma sobrancelha levantada quando vê que eu observo o pequeno aparelho em sua mão.

— Não.

— Então, quando foi?

— Hoje, eu liguei para ela um pouco antes de ir fazer uma entrevista de emprego. Ela disse que estava terminando de fazer compras e que iria para casa logo em seguida.

— Entendi. Olha, Sr. Dornan, eu vou ser honesto com você. A policia não está tratando desse caso apenas como um caso de atropelamento e negligência, temos motivos que nos levam a crer que a sua noiva sofreu uma tentativa de homicídio.

— Homicídio? Porque vocês acham isso?

— Várias testemunhas do atropelamento, relataram que o carro veio deliberadamente para cima dela, sem tentar frear ou desviar.

Levo a mão a boca e me apoio na parede atrás de mim.

— O Senhor sabe de alguma desavença ou alguém que poderia querer fazer mal a Srta. Johnson?

Fecho os olhos e sou transportado novamente para aquele dia no julgamento.

“Ela jurou se vingar...Foi ela, só pode ter sido Leila. Vou mata-la”.

— Eu sei quem foi, foi ela.

— Ela quem, Sr.?

— Leila McKenna Willians. — Digo seu nome com nojo e raiva.

— A ex-esposa do milionário Carlson Willians?

— Sim, ela.

— Desculpe-me, mas como ela se encaixa nessa história?

— Ela vazou um vídeo comprometedor meu como vingança. Eu a processei e ajudei a descobrir que ela estava desviando dinheiro, então ela foi presa e jurou que iria se vingar de mim. Ela sabe que não há melhor maneira de me atingir que indo atrás da pessoa que eu mais amo.

— Entendo, mas ela não está presa? Como ela poderia...

— Ela fugiu, alguns dias atrás com a ajuda do seu advogado. — Vejo o detetive Race ficar levemente pálido.

— Vou tomar as devidas providências agora mesmo, se foi ela quem tentou matar sua noiva, vamos pega-la. Com licença. — Ele guarda o gravador no bolso e some de vista com passos apressados.

Não acredito que Leila foi capaz de fazer algo assim, mas se não foi ela, quem mais poderia ter sido? Com certeza foi ela quem mandou que atropelassem Dakota, talvez ela mesma tenha dirigido o carro.

Espero que o detetive Race a ache logo, eu vou estrangula-la com minhas próprias mãos.

— Jamie. — Mamãe me chama, uma enfermeira está parada no meio deles dizendo algo, vou até ela correndo.

— A Srta. Johnson está no centro cirúrgico e infelizmente não há muito que eu possa dizer agora.

— Nos diga qualquer coisa, por favor. — Luke implora com lágrimas no rosto.

— Bem... — A enfermeira nos lança um olhar de pena e parece se decidir se nos conta algo ou não. — Seu estado é grave. Ela perdeu muito sangue, bateu a cabeça com muita força o que acabou causando uma lesão, quebrou duas costelas e uma delas acabou perfurando o pulmão... — Sinto os braços de Jax me envolverem, me apoio nele para não cair no chão. Sinto-me doente e pronto para desmaiar. — Quebrou uma perna e possivelmente...Fraturou uma vértebra. Sinto muito, estamos fazendo o melhor que podemos.

— Oh Deus, não. — Marie chora e abraça Hank. Luke chora nos braços de Eloise, Miguel consola Danna e eu sinto todo o meu mundo desmoronando.

“Aquela maldita acabou com Dakota. Ela a machucou de um jeito, mas eu vou machuca-la muito mais. Leila vai me pagar”.

— Sinto muito, assim que tiver mais notícias, eu lhes informo. — Ela diz e se vira.

— Espere... — Peço tão baixo que ela não me escuta. — Espere, e a minha filha? — Pergunto ainda apoiado em Jax, como se eu fosse um moribundo.

Ela se vira e me dá um olhar triste.

Inesperada paixão 2° Temporada - DamieOnde histórias criam vida. Descubra agora