Interrogação no colégio

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Alicia e Marcos não foram ao velório de Robson, mas o detetive Lopes estava por lá e puxava um assunto com alguns amigos que estavam prestando o último adeus ao amigo, e Lopes ficou muito interessado no que ficou sabendo sobre Robson, Joyce, Marcos e uma garota chamada Alicia.

Houve aula normal no dia seguinte, e Alicia e Marcos foram para a escola juntos, um de cada lado, e foram alvos de comentários maldosos pelos colegas. O professor Antônio tinha faltado, e o professor de Matemática substituiu sua aula.

            O professor estava escrevendo na lousa quando a diretora bateu na porta e entrou.

- Com licença, professor. Poderia me ceder Alicia por alguns instantes?

A classe toda lançaram olhares para a garota que levantara envergonhada e ia até a porta, e seguiu a diretora sentindo um aperto no peito.

- O que foi que eu fiz? – perguntou ela receosa, indo para a sala da diretora.

Gilda abriu a porta e mandou ela entrar. Alicia entrou e viu que havia um homem sentado numa cadeira.

- Alicia, esse é o senhor Lopes, investigador e vai somente lhe fazer algumas perguntas. Não se assuste, pode sentar ali. Bem, vou deixá-los a sós – disse a diretora e fechou a porta.

            O homem estava de terno e calça jeans, e havia um gravador de voz bem a cima da mesa para gravar a entrevista.

 - Por favor, não se assuste, só vou fazer umas perguntas, e nada mais. Você não vai presa. – brincou ele, e empurrou a cadeira para ela se sentar. Alicia obedeceu.

- Que tipo de perguntas? – indagou ela.

- Estou investigando as mortes dos seus amigos, de Joyce e Robson. Vocês eram amigos, não?

            Alicia ficou muda por um breve momento. Ela não era inimiga deles, então confirmou.

- Sim.

- Joyce e Robson eram namorados?

- Eu... eu não sei responder isso – hesitou. Ele olhou para ela daquele jeito e ela acrescentou. – Fiquei sabendo alguns dias antes da morte de Joyce que eles tiveram um relacionamento, sim.

            O detetive brincava com a caneta entre os dedos das mãos, enquanto formulava uma outra pergunta.

- Você gostava de seu amigo Robson?

- Eu e ele éramos amigos – respondeu ela, mas sua voz estava um pouco abalada com aquelas perguntas.

- Você e ele nunca?... como posso dizer...

- Não! – respondeu num tom que fez ele a olhá-na com interesse.

- Me desculpe pela interpretação.

- Tudo bem... – Alicia respirava como se tivesse subido a montanha mais alta do mundo correndo.

- Fiquei sabendo que você e Joyce tiveram uma discussão acho que no mesmo dia que ela morreu. É verdade?

            Alicia se lembrou do tapa que dera em Joyce.

- A gente só se desentendeu... não foi uma briga séria.

- Posso saber o motivo da briga?

- Discutimos por causa de um...

- Garoto?

- Apontador – disse ela.

- Apontador? – estranhou ele.

Alicia deu de ombro, e forçou um sorriso.

O Inferno de AliciaWhere stories live. Discover now