Início da vingança do professor

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Alicia tomou um banho e vestiu o seu uniforme escolar e teve que comer as pressas um pão com queijo e pegou o caminho para a escola, mas acabou encontrando o professor Antônio vindo em sua direção. Ele estava de chapéu e de óculos escuros, e fez sinal para ela o seguir. Alicia achou curioso aquele comportamento e o seguiu, e ambos entraram em um boteco sujo e sem movimento algum. O vendedor olhou desconfiado para o casal e perguntou.

            - O que querem? – sua voz era áspera. O professor tirou uma nota de dez reais e deu para ele.

            - Apenas deixe-nos uns cinco minutos a sós.

O velho enrolou o dinheiro e se afastou do balcão.

            - Nossa que mistério é esse professor?

            - Me chame de Paulo, para disfarçar – pediu.

            - Tudo bem, Paulo. Mas está quase na hora de eu pegar a primeira aula de matemática e você sabe como é o senhor Mariano, né?

            - Eu queria te dizer... – começou ele meio que sem coragem. – Eu queria que você e eu morássemos juntos.

            Alicia ficou confusa.

            - Morarmos juntos?

            - É, quero dizer, ter um relacionamento mais a sério...

            - Profe... desculpe, Paulo... é que isso não me agrada muito, sabe, eu não acho uma boa idéia...

            Ele pegou suas mãos e implorou.

            - Você me ama eu sei e agora percebo que podemos tentar sermos felizes juntos... Podemos ir embora daqui, viajar pelo Brasil, ou vivermos em algum país por aí...

            Alicia não estava muito interessada naquela proposta dele, e achou que ele estava indo longe demais com aquilo.

            - Acho que você está se precipitando... não se ofenda, Paulo... mas só foi uma transa, foi boa, eu confesso, mas não passou disso entre nós... podemos transar de novo se quiser, mas sermos amantes, namorados ou fugirmos juntos eu não posso... – e puxou as suas mãos que ele segurava com força. Alicia se afastou de costas observando seu professor disfarçado, e acenou para ele e saiu do barzinho, indo correndo pela calçada para não chegar antes do seu professor de matemática.

O professor pediu um copo de conhaque ao dono do bar. O velho o serviu e percebeu o quanto o homem estava arrasado, e comentou com um ar de sarcasmo.

            - Essas putas de hoje em dia estão cada vez mais novas... e cobram mais caro, não acha? – o professor tomou o conhaque num gole só e meteu o copo de vidro na testa do velho, e agarrou-o pelo pescoço. O velho tentava se soltar e respirar, e estava sangrando na testa.

            - Se você voltar a falar assim daquela jovem eu vou arrancar seus testículos e fazê-lo engolir, entendeu? – vociferou meio palmo da cara ensangüentada do velho, que balançou a cabeça em pânico. O professor o soltou e tirou do bolso uma nota de dois reais e deixou no balcão e saiu.

            Antônio não ia permitir que ninguém ousasse desrespeitar sua Alicia...

E a voz estranha voltou a soar em sua cabeça:

Alicia te ama... ela te quer, mas está com medo de que Joyce acaba entregando você para a diretora e acabe preso. Alicia está te protegendo, se não fosse assim ela não estaria aceitando as chantagens da outra... e você tem que encontrar um jeito de acabar com isso se não ela cansará e irá procurar outro... vamos, seu idiota, proteja Alicia das pessoas que querem vê-la destruída!

O Inferno de AliciaWhere stories live. Discover now