Me dirigi ao quarto do Vitor, e comecei a arrumar as coisas dele dentro da mochila. Nunca pensei que este dia terrível ia chegar. Hoje é o primeiro final de semana que o Vitor vai dormir na casa do pai. A princípio fui meio resistente com esta situação. Até chegarmos a este acordo foi muito tenso. Com muitas brigas e desacordos. No início não me sentia muito segura de deixar o Théo sozinho com o Vitor e sempre acompanhava os dois em tudo que ambos iam fazer, mas infelizmente não poderia proibir o meu filho de visitar o pai, então aos poucos fomos nos adaptando. Como esta seria a última semana de férias do Théo, antes de voltar aos treinos de futebol, acordamos que o Vitor iria passar o final de semana com o pai. Hoje ele estava todo empolgado, porque ia conhecer os avós também.
- Mamãe, porque você e meu pai, não moram juntos?
- Porque eu tenho a minha casa e ele a dele ué.
- Mas porque não pode ser uma casa só, igual aos dos meus amigos?
Respiro fundo e ouço uma batida na porta. Salva pelo gongo...
Às 8 em ponto o Théo chegou. O Vitor foi correndo abrir a porta e se jogou nos braços do pai. Quem não estava tranquila era eu. Estava com um nervoso por dentro, uma aflição. Preocupação de mãe sabe.
- Papai, você demorou.
- Desculpa, filho. Estava preparando tudo para você lá em casa. Os seus avós estão doidos para te conhecer.
- Yupi! Estou muito feliz, porque vou conhecer meus avôs.
- Bom agora, diz tchau para sua mãe.
- Ué minha mamãe, não vai comigo?
- Não filho, este é o final de semana do papai.
- Mas eu quero que minha mamãe, também venha.
Senti uma lágrima cair do meu rosto. Meu filho me queria perto dele, mas eu não poderia estar por perto. Me abaixei e passei a mão no cabelo do meu filho.
- Vitor você não passa a semana toda com a mamãe?
- Sim
- Então, agora é a vez do seu pai.
- Mas porque você não pode vir junto?
- Porque será só você, o papai e seus avós.
Senti que ele ficou um pouco pra baixo, quando soube que eu não iria.
- Mas eu queria você lá também. E cruzou os braços e fez bico.
- Olha filho, se você tiver saudades da mamãe, é só pedir para o seu pai me ligar, tá bom.
- Tá.
-Agora vem cá e me dá um abraço bem forte. Se comporta, obedece ao seu pai e seus avós tá.
- Tá.
Me dirigi ao Théo em tom de ameaça. – Olha cuida bem do meu filho. Se alguma coisa de ruim acontecer a ele, eu mato você.
- Relaxa nada vai acontecer. E relembrando ele também é meu filho.
- Acho bom.
Enquanto íamos descendo as escadas do prédio com eles, fui dando algumas recomendações:
- Olha se ele tiver com frio, coloca um casaco nele.
- Ok.
E por favor não dá doce antes do jantar.
- Haham.
- Não deixa ele sozinho na piscina, porque ele não está acostumado.
- Tá.
- Ele tem medo do escuro, então quando ele for dormir deixa a luz acesa.
- Tudo bem. Mas alguma coisa?
- Ah, e se acontecer qualquer coisa, qualquer coisa, a qualquer hora me liga.
- Tá relaxa.
Eu vi os dois se afastarem. Voltei para o apartamento e assim me permiti chorar, chorei muito. A sensação é que estavam roubando o meu filho de mim. Me deu um medo de nunca mais ver o meu filho. Dele gostar mais da casa do pai e nunca mais querer voltar para casa. Acho que liguei umas 5 vezes em 1 hora só para saber se ele estava bem. Acho que foi de mais. Na verdade tentei ligar mais uma vez, mas o Théo não atendeu mais. Fiquei doida. Não sabia o que fazer. Para tentar afastar aquelas ideias da minha cabeça, comecei a fazer uma faxina no meu apartamento. Lavei, passei, arrumei as coisas do Vitor, isto tudo para passar o tempo.
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Roleta do amor
RomancePara girar a roleta do amor é só deixar o coração te guiar. E foi isso que Ana fez. Ela rodou a roleta e se viu envolvida em situações de aposta, amor, ódio, felicidade, tristeza, coração partido, vingança, dor, solidão e perdão. Theo era o perfeit...