ONZE - O FIM NÃO ESTÁ PRÓXIMO, ESTÁ AQUI

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J A N E

Jane Mitho entrou em seu escritório rapidamente, ignorando a ligação em seu celular do Ministro que tentava contato com ela pela milésima vez desde o vazamento de todas as informações sobre seu passado.

No fundo ela sabia que não estava segura, mas já havia se passado tanto tempo que Jane achava que aquela história jamais viria à tona. Vendelino não havia sido a única pessoa qual ela teve que eliminar para manter seus segredos a salvo e no fundo sabia que ele não seria o último também.

Depois de um grito de fúria, Jane jogou todas as coisas que estavam em sua mesa para o chão, num ato descontrolado de raiva. Ela sabia que não tinha muito tempo. Logo a polícia estaria na sua porta fazendo perguntas quais ela não tinha intensão de responder.

Jane discou um número em seu celular e depois de dois toques de espera, um homem atendeu.

– Prepare o helicóptero – ela ordenou – saímos em cinco minutos. – E antes mesmo do homem do outro lado da linha pensar em contra argumentar, Jane desligou o aparelho.

A mulher encarou as paredes de sua sala por um instante. Os noticiários só falavam daquilo. Como uma mulher à frente de uma Corporação que pregava por segurança pudesse ser tão criminosa quanto os mutantes quais ela acusava de terrorismo? Não demoraria muito tempo para todos descobrirem que a Corporação sempre esteve ligada a Ilha e aos projetos de Zacarias.

Ódio. O ódio percorria por todo o seu corpo. Ela não sabia quem havia vazado todas aquelas informações e nem como, mas ela descobriria e essa pessoa iria se arrepender amargamente de ter cruzado com o caminho de Jane Mitho.

Ágata Teles apareceu na porta de sua sala. Ela usava o uniforme da Corporação, tinhas os cabelos platinados amarrados em um rabo de cavalo e estava séria. Ela entrou na sala sem pedir licença e encarou Jane nos olhos.

– Tem uns investigadores na recepção – ela disse casualmente – estão atrás de você.

Jane a encarou. Ela esquecia as vezes como Ágata mantinha sempre o sangue frio. Ela pensou se a caçadora fora sempre daquele jeito, dura na queda.

– Estão cometendo uma grande injustiça – disse Jane depois colocar o celular em uma bolsa pequena. A mulher caminhou até a um quadro abstrato estranho e o tirou da parede sem cerimônia alguma.

– São acusações bem sérias – disse Ágata. Jane encarou o cofre que ficava atrás daquele quadro e depois de digitar a senha o abriu rapidamente revelando o conteúdo do cofre. – Assassinato e essas coisas.

Jane tirou alguns papeis e pegou uma quantidade expressiva de dinheiro vivo do pequeno cofre e colocou tudo dentro de sua pequena bolsa, uma Capodarte elegante e sofisticada.

– Como se você ligasse para assassinatos – disse Jane. A mulher se virou para encarar a caçadora. – Eu só mandei matar, já você até onde sei, tem um estranho fetiche em acabar com suas próprias vítimas.

Ágata soltou um risinho de deboche, mas não pareceu ligar muito para o que Jane havia acabado de falar.

– É verdade? – Perguntou Ágata enquanto Jane passava por ela e ia em direção a porta. A mulher parou para encarar a caçadora com um expressão de dúvida no rosto. – É verdade que você trancafiou sua irmã em um hospício e permitiu que fizessem experimentos com ela, só por ela ser uma mutante?

Jane engoliu a saliva da boca e fez um gesto com a cabeça para que Ágata a seguisse. As duas então saíram da sala de Jane e foram em direção ao elevador no final do corredor.

Heróis (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora