SETE- FORA, MUTANTE!

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Á G A T A

A apresentação da Corporação Cisne para o mundo havia acabado de acontecer. Agora, todos em Itacorá estavam cientes de que, se mutantes fossem uma ameaça, a Corporação seria o solução.

Ágata entrou no salão do prédio com a boca seca. Tudo o que ela mais queria naquele momento era de um copo gelado de água. Ou de algo que a fizesse esquecer de todos os últimos acontecimentos de sua vida. A caçadora estava parada próxima as grandes janelas da recepção, quando o som do salto quadrado de Jane no piso, se aproximou.

– Ágata – chamou a mulher fazendo com que a mutante levantasse seus olhos para encará-la. – Novidades sobre aquele assunto? – A sobrancelha de Jane se arqueou e ela havia mudado o tom de voz ao dizer a palavra aquele.

– Não – mentiu Ágata. A mutante sabia que a vida de Jane dependia da resposta sobre quem era a pessoa na foto que a mulher havia lhe mostrado dias antes. Ryan ou Ian? Quem dos irmãos havia sobrevivido a explosão da Ilha? – Mas eu vou continuar minha caçada a ele – havia uma leve expressão de decepção no rosto de Jane – não se preocupe com isso.

Jane soltou um suspiro de derrota e encarou a rua através das grandes janelas da recepção. Alguns jornalistas ainda se encontravam pelo lado de fora e dois homens desmanchavam o púlpito de madeira qual ela havia acabado de discursar.

– Tenho outro trabalho pra você – ela voltou a encarar Ágata. – Pra Corporação na verdade – Ágata a encarava seriamente. – Um dos mutantes presos no atentado no campo de futebol é um hacker.

Um arrepio percorreu toda a espinha de Ágata Teles naquele mesmo instante.

– Infelizmente não podemos manter ele ou qualquer outro mutante do atentado preso – disse Jane a contra gosto – mas já consegui a permissão para vasculhar a casa do mutante hacker – havia um ódio mortal queimando em seus olhos – eu quero que você vá com a Corporação até ao local onde ele mora e encontre qualquer coisa que o incrimine.

– Isso não seria errado? – Perguntou Ágata receosa depois de engolir em seco. Jane continuava a encarando.

– Só se ele tiver algo a esconder – respondeu a mulher com um sorrisinho de deboche nos lábios.

Jane então virou os calcanhares e começou a andar em direção ao elevador. Ágata continuou parada no mesmo lugar olhando para a mulher que se afastava. Ela então pensou em Raquel, a caçadora. Ágata sabia que tinha poder suficiente para matar Jane da mesma forma qual havia matado Raquel. Ninguém nunca nem saberia.

Mas ver Jane Mitho se contorcendo de dor no piso daquela recepção não parecia castigo o suficiente. Ágata então tirou do bolso um pequeno Pen Drive e encarou o pequeno dispositivo em sua mão. Era o mesmo Pen Drive que Ian havia deixado com Alex antes dele embarcar para a Ilha. Pen Drive que deveria ter ido parar nas mãos de Fernando, mas que por ironia do destino estava justamente com Ágata.

A mutante encarou Jane entrar no elevador e antes das portas se fecharem, ambas sustentaram uma o olhar da outra. Quando as portas se fecharam, tudo o que Ágata conseguia pensar era: Eu vou acabar com essa vadia.

F E R N A N D O

Fernando estava sentado em uma das celas com Richard, escorado nas barras de ferro, impaciente. Ele admirava o braço metálico do mutante sem acreditar que ele havia sido vítima de uma experiência da Ilha.

Heróis (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora