'Que Cojones Yo He Hecho!?'

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Capítulo 18

Pov Autora

Zulema olhava incrédula para sua mão manchada com o sangue da menina. As duas ficaram paradas por um longo tempo somente escutando suas próprias respirações. A mais velha que se recupera mais rápido do que a outra depois desse susto, caminha para um armário próximo delas pegando lenços que os professores guardavam ali dentro de uma caixa caso fosse necessário que alguém precisasse deles.

A mais alta limpa sua mão com o papel que absorve aos poucos o vermelho que ali estava. Ela o observa com atenção intrigada com o que possivelmente havia feito com a mais nova e lhe direciona calmamente uma questão:

- Você era virgem?

Macarena abaixa a cabeça como se tivesse cometido um grande erro, muitos pensamentos lhe invadem a fazendo se perguntar o porquê deixou que aquilo ocorresse. Ela sempre esperou perder a virgindade com alguém que amasse e que nutrisse por ela um sentimento recíproco, mas isso que acabara de se passar foi totalmente distinto do como a mesma tinha planejado que esse momento tão importante para ela acontecesse.

- Engoliu sua própria língua e não consegue articular as palavras, loira?

Zahir já tinha voltado para a frente da garota que a fitava com medo. A morena agora acendia um cigarro, não entendia por que, mas precisava se ocupar enchendo e esvaziando seus pulmões de fumaça.

Maca não sabia qual seria a melhor resposta a formular como, por exemplo, dizer que o sangue é de menstruação ou que é de seu hímen rompido. A pequena sente seu estômago embrulhar se dando conta novamente do que realmente se tratava... De que sua primeira vez com direito a um hímen deflorado de fato havia sido ali na sala dos professores com uma mulher muito mais velha do que ela que não a amava como ela gostaria que fosse aquele que pudesse lhe tirar a virgindade. Pelo contrário, a pessoa que se encontrava na sua frente ainda esperando por sua resposta era alguém que a odiava, que usava da raiva e do ódio como motor para sentir e dar prazer.

A menina fica confusa por sentir o mesmo, e escuta sua própria voz lhe dizendo com um tanto de ironia que ao menos o sentimento que uma sentia pela outra era recíproco, então parte do que esperava que fosse sua primeira vez tinha se concretizado. Mas ela sente uma pequena onda de arrependimento por ter colocado à frente do amor outros afetos tão intensos quanto. Ela resolve tomar coragem e vestir uma máscara pouco convincente de que estava tudo bem, de que não sentia uma certa angústia pelo que havia feito, de que não estava confusa com tudo isso, e de que poderia, se assim a morena quisesse, repetir um momento como esse com ela, porque Macarena também queria... E muito:

- Na sua pergunta já é possível achar a minha resposta, Z-Zulema. Você acertou bem o tempo verbal... E-eu era virgem.

Pov Zulema

Vejo que minha aluna não consegue disfarçar o quanto está abalada pelo ocorrido. E me pego pensando se ela pretende me denunciar, se minha vida em liberdade estaria em breve fodida. Esse tipo de coisa nunca tinha ocorrido na minha vida sexual... E lá vem uma Saray brincalhona na minha cabeça: 'Zulema tirar a virgindade de alguém realmente é novidade! Hahaha.'

Mas eu jamais pensei que ela fosse virgem já que estava permitindo que eu a conduzisse. Inclusive, levando em consideração a minha forma violenta de conduzir, achei que a loira gostava disso. Será que me equivoquei?

Enquanto estou imersa comigo mesma e ocupada tragando meu cigarro a vejo descer da mesa e caminhar até o armário pegando mais dois lenços. Com uma das mãos Macarena os passa entre suas pernas evitando me encarar nos olhos, e mais sangue desce dali umidecendo e deixando vermelho o branco daquela superfície.

Agora ela me olha sem esboçar nenhuma expressão. Noto que também está mergulhada em seus próprios pensamentos, e me preocupo por um segundo com a garota. Maca me estende sua mão com o lenço sujo para que eu pegasse e me fala:

- Limpe sua mão e se livre disso. Tenho que almoçar logo e esperar o horário do meu treino de boxe.

Me lembro com isso que ela havia conseguido autorização para retornar ao esporte. Ainda a observo atenta tentando entender o que se passa em sua cabeça e me perguntando por que tal coisa mais do que absurda poderia ser importante para mim... Já que não ligo para o que os meus parceiros sexuais sentem, a não ser durante o próprio ato. Durante o ato sexual é bastante importante que eu leve cada um à loucura.

Mas logo a menina veste sua calcinha, pega a mochila que havia deixado em cima da cadeira, chega perto de mim puxando de minha mão meu cigarro, dá um trago e me devolve. Ela coloca sua mão no bolso da minha calça sem pedir permissão, avança em direção à porta, destranca e sai sem olhar para trás deixando as chaves penduradas na fechadura. E então consigo soltar o ar que havia ficado preso entre meus pulmões e minha garganta.

Olho para o lenço vermelho em minha mão que também está manchada com o sangue da garota e falo alto um: Joder, que cojones yo he hecho!?

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Para hoje serão dois capítulos mais curtinhos. Fiquem à vontade para comentar me dizendo o que estão achando da história e tecendo sugestões.

Aproveito para agradecer àqueles que estão compartilhando minha fic para que outras pessoas que shippem Zurena possam ler, afinal, não conheço ninguém no meu círculo social que assista Vis a Vis.

Fico contente de ver que por aqui tenho alguns leitores acompanhando essa história. Obrigada!

E até o próximo cap!

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