'Não Pode Ser!'

803 91 85
                                    

Capítulo 16

Pov Autora

Macarena usou de toda a sua capacidade de manipulação e carisma para fazer com que Helena se abrisse para ela lhe contando toda a sua trajetória naquela escola e tudo o que sabia sobre Zulema, era isso o que a loira tinha em mente quando a garota falou que faria qualquer coisa para que ela a perdoasse pelo ocorrido do café.

Acabou não sendo nenhum pouco difícil fazer com que a menina contasse as coisas, porque seus olhos brilhavam só de falar na árabe e Helena havia guardado por todos esses anos para si o que sentia sem compartilhar com ninguém, exceto com a própria professora através de suas cartas.

Ela não aguentava mais guardar para si que estava apaixonada e que não era correspondida, que sofria com isso, mas que insistia em escrever as tais cartas endereçadas àquela que era dona de seu coração sem querer. Helena resolveu falar tudo o que lhe veio à cabeça para Macarena que ficou atenta escutando-a sem interrompê-la em momento algum.

Dessa forma, a loira havia conseguido o que queria e Helena se sentia mais próxima da novata com quem pretendia fazer amizade...

As duas passaram a tarde estudando e se dando bem uma com a outra. Maca até esboçou alguns sorrisos para Helena que os retribuiu sentindo um grande alívio depois de colocar para fora o que até então não tinha dividido com ninguém.

Ao chegar em sua casa, Macarena não conseguia tirar da cabeça todas as histórias que foram contadas pela amiga.

Pov Macarena

Ela me contou sobre o passado da professora. E me fez ter certeza de que não posso duvidar do que uma pessoa apaixonada é capaz de fazer. Helena, além de ser boa com as mãos ao manusear uma câmera fotográfica, não ficava para trás quando o assunto era hackear os sistemas das cadeias da Espanha. Quando a garota escutou pelos corredores do colégio que Zahir já tinha sido presa, não demorou em sentar-se por horas na frente de um computador para aprender a invadir o que tanto precisava.

Ela havia conseguido os históricos da tal da Elfa do Inferno. A mulher tinha cumprido pena em mais de uma prisão, aprontou tanto que teve um período que foi transferida para segurança máxima por ser considerada perigosa.

Toda aquela história me fez pensar o quanto a paixão é mesmo cega. Por que aquela garota continuava nutrindo sentimentos pela Zahir mesmo depois de obter todas essas informações? Não era para ela querer distância?

'E você, Maca? Quer tomar distância da ex-presidiária também?'

Paro por alguns instantes repetindo para mim mesma as perguntas que brotaram na minha cabeça a fim de ouví-las melhor. Fecho meus olhos e lembro da mão de Zulema entre minhas pernas e da situação que me submeti hoje pela manhã.

Mordo meu lábio inferior percebendo o quão rápido fico úmida só de entrar em contato novamente com essa cena que se dá agora em minha imaginação. Me remexo na cama e mudo a faixa da música que estava ouvindo com meus fones. Por alguns segundos tento me enganar dizendo que estava molhada por causa da voz da cantora... E então dou um salto:

'Voz da cantora, hum? E desde quando você fica excitada com mulheres, Macarena Ferreiro?' dessa vez não é a minha própria voz que vem em minha mente, mas a de Zulema com direito a uma pitada de sarcasmo e outra de ironia.

Junto da pergunta algumas cenas retornam. Uma delas é a do dia que a vi fumando meu cigarro no estacionamento, a outra foi quando entrou na sala andando de forma firme, porém elegante, até sentar em sua cadeira atrás daquela mesa... Mesa que no outro dia era eu que estava lá deitada de bruços e esperando que ela me fizesse gozar...

O que nasce do ódio? Where stories live. Discover now