1. Bem e Mal

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Autora falando

Esse é um AU que não tem relação com Etheria. Se passa no planeta Terra mesmo, que sofre uns negócios aí que não posso contar para não dar spoiler. É um conto um pouco mais dark do que a fic anterior. Não espere momentos engraçadinhos (eu acho). Só espere muita angústia e sofrimento mesmo.

No mais, espero que embarquem comigo em mais uma, e boa leitura <3

P.S: O POV de cada capítulo é alternado entre Catra e Adora. Esse primeiro começa com Adora.

Fim da autora falando


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She Ra corria por uma floresta de altos pinheiros que parecia não ter fim. Seu corpo pesava, sua visão embaçava, tudo estava próximo a acontecer com ela ali, um desmaio, uma captura. Tudo, menos a fuga. Ela olhava para os lados, olhava para trás. Estava esperando que alguém viesse também. "Onde ela está?", perguntava em pensamento. Quando finalmente chegou perto da barreira que separava o mundo recluso que vivera por toda a vida do mundo livre que tanto almejava, uma mulher mais velha alta, de cabelos negros longos e máscara no rosto lançava uma conjuração que a impedia de se mover.

– Não tenha pressa para ir embora, minha querida Adora.

A voz ecoava na floresta e em seus ouvidos. A mão da feiticeira acariciava a bochecha de She Ra. E ela só sentia o impulso de esmagá-la até quebrar todos aqueles longos e frios dedos. Ainda estava sob a magia paralisante.

– Nem você e nem aquela aberração vão sair daqui enquanto não completarmos os experimentos.

– Cadê ela? O que fez com ela, Shadow Weaver?

A resposta da mais velha foi apenas uma risada. A mais aterrorizante de todas. A que expunha a satisfação em ver o sofrimento alheio. O coração de She Ra era o de Adora, nenhum poder no mundo poderia impedi-lo de bater tão dolorosamente alto quanto naquele momento. Chegara tão perto da fuga, estava tão perto de se livrar dos jogos psicológicos e dos testes de laboratório um tanto quanto abusivos. Ela e alguém. Seus olhos lacrimejaram e um suspiro sufocado saiu da boca. Chegaram tão perto, e voltaram à estaca zero. Aliás, quais seriam as punições que receberiam por mais essa tentativa? As ameaças não eram tão duras quanto as punições. O medo começara a tomar o controle.

She Ra não mais estava em suas mãos. Junto com o medo surgiu o ódio, a raiva. E tudo isso despertou um poder fatal em seu interior. Os olhos, de azuis, ficaram vermelhos, as veias traçavam caminhos da mesma cor em seus músculos, e a mente se apagava gradativamente. Seu corpo era uma máquina de matar, seu cérebro jamais comandaria isso.

Perdeu o controle totalmente.

Soltou-se das amarras de magia do mal e o que viu pela frente foi um ato sanguinário. Passaram-se segundos até que chegasse no salão principal do orfanato para complementar sua chacina. Matava quem aparecia na sua frente, não importa como, não importa quem. Seu desejo era ver sangue. Muito sangue. She Ra e seus olhos vermelhos com desejos sanguinários chegaram até uma menina de aparentemente 12 anos. Ela era a próxima vítima, mesmo com aqueles olhos, um de cada cor, azul e âmbar, implorando pela vida.

– 'Dora, não, por favor!

Um grito desesperador.

E daí que a menina se encolheu no canto da parede e pôs os braços na frente do rosto choroso para se defender? She Ra não tinha misericórdia. Levantou a espada e cortou tudo junto: as mãos, antebraços e pescoço.

Experimento Apocalipse (Catradora)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα