I like that you're broken, broken like me

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-look John...-estava um pouco apreensiva, com medo da reação dele.- Eu preciso te dizer uma coisa ok?
-pode falar.- ele olhava o jornal diário.
-hey please, look at me.- Pedi com a voz calma. Seu olhar estava atento.- Eu sei que você não é um pai muito presente para o Julian...
Ele parecia  um pouco irritado.
-por conta do trabalho e das viagens.- completei o deixando mais calmo.
-Aonde quer chegar com isso?
-Mas eu preciso alerta-lo; ugh I'm nervous.- soltei uma pequena risada.- Você precisa ser um pai presente para ele.
Ele me olhava confuso.
-ok, eu faço oque eu posso.-falava sínico.
-Eu sei mas estamos falando sobre o futuro agora.- eu tentava fazer ele entender.
-I told you before, I don't want to know anything about my future.- sua voz continha um pouco de irritação.
-Olha John, eu sei, mas eu sinto que eu posso mudar uma coisa para melhor.- eu explicava.- Se você não for um pai presente e amoroso isso vai afetá-lo muito.
-mudar oque para melhor?- ele perguntou soltando uma risada irônica.- Mudar o fato de que eu sou um babaca, uma criança problemática, um fodido?
-John Eu não quis dizer isso...- ele me cortou.
-Eu nunca tive um pai, como você quer que eu seja um bom pai?- ele gritou.
Eu não sabia oque dizer, estava realmente sem palavras. Como eu iria responder a isso?
-I'm sorry.-foi a única coisa que saiu da minha boca.
-you don't have to be sorry, it's not your fault y'know.
Eu queria ajudá-lo, quero que ele se sinta bem. Mas eu não sei se ele se sente bem falando sobre esse assunto comigo. Estávamos em silêncio, ele parecia pensar sobre algo.
-Sabe, eu também não tive o melhor dos pais.- soltei uma risada nasal ao lembrar dos poucos momentos bons que eu tive com ele.- Eu nunca contei isso para ninguém porque todos pensam que somos uma família perfeita ou pelo menos éramos.

John parecia perdido em seus pensamentos, pensamentos importantes eu suponho, mas por algum motivo ele se virou para prestar atenção em mim. Eu queria acolhê-lo, mostrar para ele que eu também tenho problemas e que podemos tentar resolver juntos.
Ele continuava fechado, com medo eu suponho. Medo de ser julgado, de não ser amado; mal sabe ele que eu nunca vou parar de amá-lo.
-Meu pai nunca me abraçou.-falei.
Isso pareceu choca-lo, ele olhou para mim com pena. Minha relação com o meu pai me afeta até hoje, mas eu aprendi a lidar.
-I'm.- ele ia falar mas hesitou.
-hey love, you can talk to me.- fiz carinho em sua mão. Eu queria que ele se abrisse para mim.
- Meu pai me abandonou quando eu ainda era pequeno, não tenho memórias com ele. Só consigo me lembrar dele brigando com a minha mãe, não me lembro bem o porque.
Ele se abriu, dava para perceber que ele estava desprotegido. Me senti feliz de poder ter essa conversa com ele, ele confia em mim.
-Eu-eu sinto raiva, eu via todos os meus amigos com pais incríveis e eu não tinha isso.-Ele fez uma pausa- O pai do George é o melhor de todos que já conheci.

Ficamos em silêncio, ele queria dizer algo, eu apenas esperava as palavras saírem de sua boca.

-I just don't understand why he left me.- algumas lágrimas escapavam de seus olhos.-Deve ter algo de errado comigo, nem minha própria mãe me quis.
-Ei, nunca mais diga isso, nunca mais, me entendeu?- eu peguei em seu queixo.
-Anna, I'm fucked up!
-Eu também sou! Eu estou aqui com você, vamos resolver isso juntos.
- My childhood is fucked up, you can't change that.- ele chorava.
-Eu sei que não posso mudar sua infância.- fiz uma pequena pausa para pensar.- Mas eu sinto que vim para o passado por você.

Sua expressão havia mudado bruscamente, seus olhos agora brilhavam como diamantes e como uma criança ele estava encantado.
-Eu sinto o mesmo.- algumas lágrimas ainda escorriam por sua bochecha.- É como se o universo tivesse mandado você para mim, como um anjo. Mas eu não acho que você possa mudar quem eu sou.
-eu não quero mudar quem você é, porque para mim você já é perfeito.-sorri.- eu sei que existe um ótimo pai dentro de você, só acho que você ainda não percebeu isso.
-do you think so?- falava como uma criança com medo.
-sim eu tenho certeza.
Inesperadamente ele se ajoelhou no chão e encostou sua cabeça em meu peito, eu fazia carinho em seu cabelo enquanto ele respirava fundo e deixava algumas lágrimas de alívio rolarem.
-Thank you my girly boy.- ele se agarrou em meu corpo. Assim como uma criança se agarra a mãe ( não levem isso de uma maneira estranha).
-Estamos nessa juntos, não precisa me agradecer.
-Eu nunca amei tanto alguém como eu amo você.- isso foi como um choque em meu corpo, meu coração disparou, como se fosse o nosso primeiro " eu te amo". Eu me senti a pessoa mais sortuda e amada do mundo todo, nesse momento o mundo era meu.
-I love you John Lennon.- beijei sua boca.
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Here today - John LennonWhere stories live. Discover now