Já parou pra pensar na imensidão do universo e na quantidade de estrelas que brilham no céu? E nas leis da física que precisamos para essa imensidão toda? A gravidade, por exemplo...Sim, essa mesma, de quando a maçã caiu na cabeça de Isaac Newton e...
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Tocou a campainha. Ajustou a gravata borboleta. Passou a mão nos cabelos — três vezes, abriu-a e a fechou mais umas duas vezes, e então limpou o suor dela na calça — estava nervoso. Estava ansioso. Precisava vê-la, naquele momento.
Ninguém iria atendê-lo?, ele pensou. Estava impaciente. Tinha chegado a Buenos Aires há pouco tempo — e queria que aquela noite fosse perfeita. Havia marcado de encontrá-la duas horas antes do baile. Estava impaciente e...
Alguém estava abrindo a porta.
Perdera o fôlego...
Ela abriu a porta e ele perdeu todo o ar dos pulmões. Ardia, queimava — e de alguma forma essa queimação foi parar nos olhos do jogador, que engoliu as lágrimas que, aliviadas, precisavam ver por elas mesmas o que estava acontecendo. Puxou-a para um abraço que traduzia tudo que ele queria dizer — mas não era o suficiente.
Jamais seria o suficiente.
Ele a beijou — como quisera fazer tantas vezes nesse último mês. Segurá-la, beijá-la, provar para si mesmo que ela era real. Que existia.
— Eu senti tanto a sua falta — ela falou, encaixando o rosto na curvatura do pescoço dele.
Sentiam-se em casa. Pertenciam-se.
Malena procurou os lábios dele de novo — era cedo demais para se largarem, cedo demais e ela sentiu falta demais dele. E daquele cheiro... aquele cheiro que ela queria conseguir imaginar.
Quando finalmente sufocaram um pouco a saudade, ela o olhou, com tanta intensidade que ele sentiu seus joelhos falharem.
— Você está linda — os olhos do atacante brilharam — Venha comigo — ele pediu, baixinho, puxando-a pela mão.
— Para onde? — ela riu. O acompanharia a qualquer lugar, mas a curiosidade...
O vestido longo do baile que iriam mais tarde e o que ele mostrava — curvas, ondas e um mar de perdição — quase o fizeram tropeçar. Aquela seria uma noite longa, muito longa...
Ele a levou até o seu carro, abrindo a porta para ela. Teo estava tão maravilhoso que ela tinha certeza que aquilo não era possível. Nada na ciência conseguiria explicá-lo.
