Já parou pra pensar na imensidão do universo e na quantidade de estrelas que brilham no céu? E nas leis da física que precisamos para essa imensidão toda? A gravidade, por exemplo...Sim, essa mesma, de quando a maçã caiu na cabeça de Isaac Newton e...
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Malena não estava conseguindo dormir. Talvez porque Emily colocou o alarme para disparar a cada 30 minutos — para garantir que Malena estava mesmo viva e dormindo, e não inconsciente depois de ter batido a cabeça — ou talvez porque precisasse desesperadamente de um copo d'água. Sua garganta estava muito seca! Além disso, depois de analisar os últimos dois dias enquanto tentava dormir, percebeu que estava passando por um momento de constrangimento. É, ela estava envergonhada. De Teo, seus amigos e família. Por Deus! Ele era o Cristal argentino e ela estava na casa dele, levando quedas de cavalos e deixando todos preocupados! Típico Malena!
Ela balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos, ao mesmo tempo que seus pés alcançavam o último degrau da escada e seus olhos encontravam o protagonista de suas angústias sentado tranquilo na bancada da cozinha, enquanto tomava um mate. Malena quis dar meia volta e se encolher embaixo das cobertas, mas ele foi mais rápido.
— Ei — disse o argentino, um sorriso largo que mostrava todos os dentes brancos e covinhas — O que faz acordada as três da manhã?
Malena retribuiu o sorriso.
— Não consigo dormir — sua voz saiu extremamente rouca, e ela limpou a garganta — Ou melhor, Emily não me deixa dormir — bocejou.
— Pelo menos você dormiu por umas horinhas. Eu estou com um jet lag terrível — deu de ombros, o sorriso parecia colado em seus lábios — Como você está? A dor de cabeça passou?
— Hmmm... para ser sincera, eu poderia estar melhor. Minhas costas doem sempre que eu respiro por causa do impacto e meu cotovelo não para de arder, mas a dor de cabeça passou — falou, massageando o pescoço — Foi uma queda feia, né? Estou morrendo de vergonha.
Teo riu.
— Foi assustador. Fico feliz que não tenha acontecido nada mais grave.
— Cristal está bem? — perguntou, amarrando os cabelos castanhos em um rabo com um elástico.
— Perfeitamente bem.
— Desculpa por causar toda essa preocupação, eu...
— Ei, você não causou nada! Relaxa. A única coisa que importa é que estão todos bem — piscou.
Malena assentiu.
— Onde eu posso... arranjar um copo d'água? — não queria ser mal educada e abrir a geladeira da casa dele como se fosse íntima ou coisa do tipo.
— Aqui, eu pego para você — ele apontou para a geladeira e ficou de pé, deixando seu mate na pia e enchendo dois copos e entregando um para Malena, que, ainda de pé, tomou quase todo de uma vez.
— Senta aqui — apontou para o lugar vazio na bancada, ao lado dele — Deixa eu ver seu braço.
Malena fez o que ele sugeriu, quase no automático, inebriada com a gentileza do menino, esticando o braço para Teo.
