Capítulo 11: relatividade

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A cor preta. Ausência de luz, a total escuridão. Pura bobagem. O preto, na verdade, absorvia toda a luz e não refletia nenhuma. Quase igual Malena, em um vestido preto curto com um longo decote em V, que parecia absorver para si toda a luz do ambiente e não refletir nenhuma. Estava deslumbrante. Os lábios vermelhos faziam o contraste. O casaco também preto, já que a previsão do tempo — e do céu cheio de nuvens — indicava chuvas fortes e uma queda na temperatura. O que seria ótimo, já que os últimos dias tinham sido bem quentes na capital portenha.

— Quanto tempo ele está atrasado? — Malena ouviu Emily perguntar.

— Quase uma hora — ela respondeu, enquanto mexia no celular. Estava naquela mesma posição há mais de trinta minutos, e cada segundo que passava, a expressão da morena fechava um pouco mais.

Teo estava muito atrasado. Não se falaram muito desde dois dias atrás. Ambos motivados pela timidez do novo, recém-descoberto e ainda indefinido relacionamento. Trocaram algumas mensagens de bom dia, a confirmação do encontro para o dia de hoje e um especial "Não consigo parar de pensar em você" de Teo, que deixou o sorriso de Malena à mostra durante todo o sábado.

— Você está linda. Se ele não aparecer, eu mesma saio com você — brincou Emily.

Malena sorriu.

— Obrigada — ela respondeu, indo dar um abraço na amiga.

— Quanta carência. Quem vê até pensa que você não tenta me matar todos os dias enquanto estou dormindo. Ainda estou com medo daquela faca do cabo partido que você usou na última vez — a argentina disse, fazendo um biquinho, enquanto retribuía o abraço.

Malena riu. Emily, às vezes, falava coisas aleatórias, soltas, do nada. Quem não a conhecesse certamente indicaria um psiquiatra. Sabia que ela fazia aquilo para quebrar o clima ou animar alguém. Não existia ninguém triste com Emily por perto. Era a regra. Porque, além de tudo isso, ela era uma esponja: absorvia a energia do ambiente. E a devolvia de forma diferente, mais leve. Malena sabia que ela odiava que a vissem triste, mas já tinha notado a menina com os olhos vermelhos algumas consideráveis vezes. E alguns assuntos ela nunca tocava: a vida amorosa era um deles. Seria uma má ideia perguntar a Teo? Invasivo ou desrespeitoso? Ele provavelmente saberia se alguma coisa tivesse acontecido...

— O que você vai fazer hoje?

— Macarrão instantâneo e Netflix.

— Graças a Deus, algo que você consiga cozinhar.

— Ei. Ofendeu — ela falou, indo até a cozinha para separar uma panela e colocando a água para ferver.

— Estou apenas sendo sincera — Malena se defendeu, levantando as duas mãos para o alto.

— Dois dias que você beijou meu primo e já está chata como ele —sentou-se no banquinho da ilha da cozinha — É contagioso!

Malena riu de novo. E a campainha tocou.

A Lei da Gravidade #1 Série PiemonteWhere stories live. Discover now