meu chefe por 240 dias

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Anna: Olívia, nem olhe! Por favor né.

A repreendi e seus ombros baixaram, visivelmente desanimada. A mesma se aproximou um pouco mais, sem parar de olhar os grandes carros luxuosos dentro da loja e começou as reclamações diárias que eu tanto esperava.

Olívia: Mas Anna! É teu aniversário e você vai ficar sem presente?

Anna: Eu já tenho um carro e está de bom tamanho. Não sou igual teu irmão. E eu não quero presente, a presença de vocês no meu aniversário já me deixa muito feliz.

Ela finalmente para de olhar para as vitrines e me olha revirando os olhos. É sério, não sou igual ao Oliver que simplesmente faz coleção de marcas de carros e todo ano atualiza.

Olívia: Quem quer sorvete? E cadê o Oliver em?

Olívia disfarçou mas com certeza ela sabia onde Oliver estava, senão não passaria pano já que ele saiu logo antes de eu acordar.

Anna: Não sei. Mas as crianças sabem.

Olhei para meus filhos e eles riram alto saltitando com as mãos dadas e as vagas com a minha e da Olívia. Eles estavam muito fofos, Louise com um vestido azul e Pietro com um calção jeans e uma blusa preta.

Louise: Papai falou para não contar.

Pietro: É, respeito ao papai.

Embolaram um pouco as palavras e eu ri da fofoura, mas ainda quero saber onde está o pai dessas crianças.

Pietro: Sovete, titia Olívia.

Apontou para barraquinha de sorvete e Olívia sorriu.

Olívia: Esse aí é dos meus. Ok, vou lá pegar, me esperem aqui. Preferências de sabores, nenês?

Eles negaram. Eu e as crianças nos sentamos num banco e Olívia foi pegar sorvete. Fiquei brincando com meus filhos distraidamente.

Louise: Mamãe, olha que grande esse carro.

Apontou para uma van que parou em nossa frente, peguei na mão deles já ficando nervosa e olhei para Olívia, atrás de nós que estava pagando o moço do sorvete, eu não deveria ter feito isso, me virado foi a pior escolha que fiz. Eu deveria ter gritado para Olívia e corrido com eles...

Colocaram um pano no meu nariz com cheiro forte e minha visão escureceu, fiquei tonta, só consegui escutar os gritos das crianças e da Olívia. Senti meu corpo bater contra a um lugar e desmaiei ali mesmo. 

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Oliver Miller

Olívia: Oliver, pegaram as crianças e a Anna. Eu... tudo culpa minha. Me perdoa.

Minha irmã falou rapidamente e começou a chorar colocando a mão na cabeça, claramente se sentindo culpada e eu me aproximei desesperado e a abraçando. O que aconteceu com eles? Como assim?

Oliver: O que aconteceu, Olívia!? Me conta com calma. Senão eu não consigo te compreender.

Brian: Miller. - Meu amigo saí do banheiro do salão de festas e entende a situação, fecha a porta e se aproxima - O que aconteceu...?

Olívia: Estávamos distraindo a Anna enquanto a festa não fica pronta, como combinamos... Paramos para comprar sorvete, eu fui comprar e eles sentaram num banco. Uma van branca parou e eu só escutei o grito das crianças, olhei e estavam jogando os três dentro da van... eu tentei correr e pegar mas apontaram a arma para os pequenos e eu... Desculpa, desculpa.

Oliver: Não foi culpa sua. - a apertei ainda mais - Pegou a placa pelo menos? Com certeza é coisa do Heitor.

Olívia: Pelo menos consegui pensar nisso no meio do desespero.