meu chefe por 240 dias

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14:35 PM

Acordei com meus pais brigando, o pulso do Oliver está em cima da minha barriga então consegui ver o horário, suspirei e o homem ao meu lado abriu os olhos e sorriu se afastando de mim. 

Tão lindo até com carinha de sono, como consegue?

Anna: Vou ver se o almoço está pronto, fica aqui.

Ele concordou e eu me levantei, calcei os chinelos e saí do quarto fechando a porta. Logo vi minha irmã e o Dylan quase entrando para o quarto deles, assim que me viram pararam de andar.

Cindy: Se eu fosse você não iria pra sala, maninha.

Anna: Qual o motivo da briga?

Perguntei despreocupada, eles sempre brigam por coisa fútil, sem importância.

Cindy: Você. Quem mais seria? Eu  que não.

Aquela frase mexeu comigo, se eu não tivesse acostumada estaria querendo chorar. Bufei e fui pra sala vendo minha mãe apontando o dedo para o meu pai. Cruzei os braços e apoiei as costas na parede gélida.

Hazel: Como vamos deixar aquele homem que ela trouxe ficar aqui? Não sabemos quem ele é. Anna já até virou uma estranha aqui!

Vitaly: Primeiro; você que pediu pra ela vir. Terceiro; Anna não é estranha, é minha filha e eu não me envergonho de dizer! Sei que se ela o trouxe é porque ele é uma pessoa importante ou pra não ficar escutando essas baboseiras que tu fala e não ter a quem recorrer.

É, papai, bem isso.

Hazel: Eu não te reconheço mais, Vitaly! Foi com esse homem com quem me casei?

Meu pai segurou o braço da minha mãe e o abaixou para que parasse de apontar o dedo, agora começou a falar baixo, civilizadamente. 

Vitaly: Não, Hazel. Não foi por essa mulher que me apaixonei... não foi essa a mulher que decidi me casar. Não foi com essa mulher que eu sonhava ter quatro filhos, e que amava suas filhas excessivamente. Por que você se tornou assim? Fala pra mim, não temos confiança mais?

Voz do meu pai ficou trêmula e eu queria chorar vendo a cena. Amo os dois juntos, não pode ter fim, por mais que eles briguem muito. Quando eu ou Cindy não estamos no meio da conversa eles conseguem se dar bem.

Hazel: Eu tenho meus motivos, Vitaly.

Vitaly: Estará se arrependo do que está fazendo no futuro. Se for pra alguém cuidar de você quando ficar mais velha, não será a Cindy, e sim a Anna. Preste atenção nas suas atitudes, eu imploro. Aquele rapaz vai ficar aqui sim e a Anna também. Não ouse falar dela daquele jeito novamente, senão iremos infelizmente nos separar.

Minha mãe olha para o lado e abre a boca assim que me vê, espantada. Como se eu fosse um fantasma ali, meu pai seguiu seu olhar e suspirou com dó de ver que escutei tudo.

Hazel: Está aí a quanto tempo, Anna?

Anna: Escutei a parte que me chamou de estranha e que não era para o meu namorado ficar aqui. Tudo bem, Hazel. Posso procurar um hotel. Não briguem assim por causa de mim.

Vitaly: Jamais! Não fale besteiras também, Anna. Você está debaixo do meu teto, do teto do teu pai e ficará aqui. Eu sinto falta da minha menininha e não é porquê Hazel disse isso que ficaremos longes um do outro.

Meu pai não me deixaria sair daqui, também não sei como o faria porque eu não trouxe dinheiro o suficiente, até eu ir sacar em algum banco, é muito tempo.

Anna: Tudo bem.

Vitaly: Chame o Oliver, vamos almoçar nós três. – ele olhou de lado para minha mãe sério – Estou esperando vocês dois na mesa.